Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sábado, 1 de junho de 2024

FEIRA COLABORATIVA DO HORTO: O NOVO XODÓ DA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR

O modelo de Negócio que virou moda, fomenta a economia social e o turismo.






Valdir Rios
Engenheiro Ambiental e Radialista
1º de Jun 2024 15h20


Acontece em junho (09) a 19ª edição da “Feira Uma Muda para Transformar” do Horto Florestal Linaldo Silva em Camaçari.

A edição deste mês traz os festejos juninos abordando a cultura nordestina, que neste período pinta as cores e sabores das suas tradições por todo Brasil.

A feira do horto foi prospectada no sentido da valorização da produção artesanal, familiar, agroecologia e serviços de pequenos empreendedores e  tem se destacado pelo seu tamanho, variedade na oferta de produtos, entretenimento e segurança.

Realizada mensalmente em um espaço verde (público) de 23.000 m² a feira se tornou um ponto de encontro das famílias, amigos e moradores das cidades circunvizinhas, chegando a receber até 3000 visitantes/dia, com movimentação  financeira aproximada de R$ 35.000,00 (Trinta e cinco  mil reais/dia) e 156 expositores (mês de dezembro).

*Fonte: HORTO FLORESTAL (2024).

Foto oficial dos expositores da feira dezembro de 2023


A FEIRA E SUAS AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE

O Horto Florestal Linaldo Silva é um espaço verde voltado a educação ambiental que recebe mensalmente uma média de 12.000 visitantes mês, sendo em sua maioria público escolar desde a fase inicial até universitários, englobando nestes números escolas técnicas, cursos profissionalizantes, escolas de artes, danças, grupo de teatros, movimentos religiosos, etc. Acontece também capacitações ambientais voltadas a população e a sociedade organizada.

Durante a feira o adestrador de águia Leandro faz um show/aula de educação ambiental com sua fiel parceira águia Nina, onde apresenta as habilidades recebidas no adestramento, assim como toda uma narrativa da vida selvagem do animal: cadeia alimentar, habilidades e a importância do animal no ecossistema.

O papel de cuidar dos animais existentes no horto é uma função de Leandro, para repassar o seu conhecimento, ele realiza um toor, passando pelas abelhas sem ferrão; lago dos peixes, recanto das borboletas, compostagem e outros ambientes.



Tratando-se de ações sustentáveis vale mostrar  a inciativa de  Dona Gildeci   que vende algodão doce e os palitos do produtos consumidos o seu cliente pode juntar e trocar por outro produto.

"A atividade  econômica precisa está conectada com o respeito ao meio ambiente, minha iniciativa é trocar  palito usado do algodão doce por um pirulito, para que as pessoas  façam o descarte correto  protegendo o meio ambiente ao invés de jogar no chão." GILDECIR SERQUEIRA - EMPREENDEDORA

Visando inovar e promover a educação socioambiental, a equipe  horto criou a barraca da confiança. A ideia foi montar uma barraca onde o próprio cliente realizava suas compras e pagamento sem intervenção de terceiros, realizando o pix posteriormente. O produto testado foi abacate e ficou no setor da agroecologia e foram realizados os pagamentos conforme a venda. 



A FEIRA E SEUS JOVENS  TALENTOS

A feira do horto tem se tornando um laboratório de jovens talentos, que buscam uma oportunidade de apresentar  seus trabalhos ao público, como é o caso do escritor ICARO, a  empreendedora e influencer Yasmin, Jotavê do  GRUPO MIXXTURE, a cantora solo RAIKA ROCHA e o recém lançado grupo infantil MUSIFLOR, que sempre se fazem presentes na feira.   




Para pescar talentos, novidades e manter-se atualizado a administração do horto e expositores sempre participam de capacitações, palestras e realizam visitas em feiras que acontecem na cidade e em outros locais como  Salvador  e Praia do Forte-Mata de São João.

Visita  dos expositores  ao Parque da Cidade - salvador
                         
Além disso os próprios expositores sempre dão seu show a parte, cantando, dançando, fazendo locução ou  outra atividade para atrair e divertir o público.




A FEIRA UMA MUDA PARA TRANSFORMAR

Segundo os idealizadores, o projeto “um muda para transformar” segue a ideia de um escambo verde, onde os visitantes participam de uma troca de muda, ganham adubo orgânico produzido no horto e  além disso  se conectam às ações ambientais e ao próprio espaço, interagindo com outras pessoas, ampliando o elo de contatos através desta rede que tem o cuidar de planta, como robe 

Como participar da troca de mudas?

O morador interessado em participar das trocas de mudas, devem trazer suas plantas para trocar com a muda de outros visitantes de acordo seus gostos. Como incentivo o horto também disponibiliza mudas de flores e hortaliças, e adubo orgânico produzido na própria unidade com material orgânico proveniente de varrição, podas roçagem, capinas e alimentos coletados na feira livre que após alimentar os pássaros é destinado o restante para compostagem. Além disso neste mês de junho, será disponibilizado aos participantes do escambo a doação de humús de minhoca e biofertilizante (também produzido no horto).

Como participar sendo expositor?

Desde que esteja dentro do perfil de artesão, produção  familiar, agroecologia ou serviços o interessado deve se dirigir ao administrativo do horto com fotos ou link do Instagram de terça a sexta-feira das 09 às 16h00..

CONHECENDO A HISTÓRIA DA FEIRA “UMA MUDA PARA TRANSFORMAR”

A feira que completa 2 anos, começou em junho 2022, depois de  uma remodelagem da “Feira das Tradições Nordestinas”, um projeto idealizado com parcerias das instituições de ensino, terceiro setor e empresas privadas. Apesar de encontros e apresentações em faculdades a exemplo da UFRB - Universidade Federal do Recôncavo Baiano, o projeto não conseguiu avançar.

A feira surgiu com apenas 6 expositores, oficinas de produção de sabão (com óleo de fritura) e também oficinas  de kokedama,  o primeiro ministrado pelo então Engenheiro Ambiental e coordenador  do horto Valdir Rios e outro curso realizado Jeferson. 

A primeira escola a visitar o horto e cantar o hino da cidade junto com o autor Enoque Norberto foi a Escolinha Recanto da Tia Carla.


Enoque Norberto Autor do Hino de Camaçari recepcionando crianças



A engenheira Ambiental Fabiana foi uma das participantes na organização e fala sempre  com entusiasmo sobre a importância deste evento.

"A feirinha é uma grande vitória do horto, para a cidade de Camaçari" ENGª FABIANA AZEVÊDO.


   Ação de troca e mudas e palestras 

Isaias foi o responsável por produzir peças de divulgação que na realidade foram feitos de forma criativa com papeis reciclados, folhas  e sementes coletados no ambiente.

O FORMATO DA FEIRA

 A feira é organizada em grupos setoriais. Sendo: Praça comida de boteco, artesanatos (pavilhões ambiental e infantil), guloseimas, paisagismo, agroecologia, moda (crochê e brechó) e artesanato vivo: cerâmica, palha, bilro e retalhos, além da exposição mensal de carros antigos promovida em parceria com a CLARC-Clube de Antigos e Raros de Camaçari.

Cada setor possuem 2 líderes que se revezam mensalmente  e juntos organizam a feira sob orientação e apoio do administrativo horto.

Dentro desta nova formatação os eventos acontecem com temas da época e abre espaço para a cultura, esporte e outras manifestações populares.

Outros dois eventos são permanentes na feira: o encontro de carros antigos e o encontro dos poetas.

O ARTESANATO VIVO

 Este espaço é dedicado aos artesões que preservam culturas seculares e costumeiramente apresentam suas artes durante a feira. Dentre eles a cerâmica feita no torno por Tim, a renda de  bilro feita pela  Mestra Ednoelia, o artesanato de palha por Dona Nea e seu esposo Chico, colcha de retalhos e fuxico de Mestra Lurdes e o crochê pelo grupo Agulhas em Ação.

Este grupo é a sensação da feira e sempre está nos holofotes dos meios de comunicação.


CONHECENDO UM POUCO DO ESPAÇO.

 O horto florestal é um espaço verde voltado a educação ambiental. Fica no centro da cidade, com uma área  de 23.000 (vinte e três mil metros quadrados).

Dentro do espaço existe um pequeno lago com peixes que atrai libélulas, possui  cultivo  de abelhas sem ferrão e tem o  recanto da borboleta.

 A arborização e alimentação farta (frutas coletadas na feira) atrai pássaros, mico e até repteis (calangos/iguanas) e marsupial (saruê), existem ainda  espaços adequado a piquenique pratica de ioga e outras atividades.

Uma escadaria contribui para apresentações artísticas, espaços famílias dotados com pias e mesas para aniversário e encontro rupais. Há uma unidade de compostagem, viveiro de mudas e circuito infantis: mapa com hino da cidade, maior arvore da cidade uma paineira de 30 metros, jardim de mel,  águia adestrada e animais domésticos, como patos.

PRATA DA CASA

A feira inspira e oportuniza  novos empreendedores tanto adolescentes como também funcionários  do espaço:  o adestrador de águias Leandro vende produtos personalizados com a imagem sua e da águia nina, Adma (Administrativo) trabalha com varias técnicas de pintura em madeira  e o palhaço Macarrão junto a sua esposa vende produtos infantis , pinturas de rosto e realiza animação de eventos.

O QUE DIZEM OS ORGANIZADORES

"A Feira do Horto é um grande sonho que a equipe Horto/SEDUR realiza mensalmente e que se transformou juntamente com o horto um dos melhores espaços da região metropolitana gerando renda, levando alegria e entretenimento a população." VALDIR RIOS

"Apesar de toda apreensão que fico antes de acontecer depois que termina fica o sentimento e dever cumprido e aquele gostinho de quero mais! Eh muito gratificante ver a nossa evolução dentro desses 24 meses! Tivemos alguns percalços mais faz parte do processo e o resultado tá aí somos referência e requisitada tanto pelos visitantes tanto pelo expositores!" ADMA OLIVEIRA


Veja, siga e compartilhe o Instagram destes profissionais:



LEANDRO AGUIAS









PALHAÇO MACARRÃO





O QUE ESPERAR PARA EDIÇÃO DE JUNHO

 Com certeza muito forró e comidas juninas. Segundo a coordenação a expectativa  é de que o público compareça massivamente fortalecido  por turistas e visitantes das cidade circunvizinhas.

Prospecta uma movimentação acima de R$ 30.000.00 (trinta mil reais) e quebra no número de visitantes, já que o clima junina, a oferta de produto tipicamente da época e as atrações estão bem chamativas.

Acompanhe a grade e conheça um pouco dos artistas:

 PALCO CULTURAL

08 Às 09h30 - zumba – com professor LENY

14h00 às 15h00 grupo MIXXXTURE

16h00 às 17h00 RAIKA ROCHA   

17h00 às 18h00 ARRASTA-PÉ DA FEIRA

      Apresentações:

·         JANETE MATOS & NUCLEO DE DANÇA

·         FORRÓ PADIM VÓ


 PALCO: PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

10H30 ÀS 11H30 - ENCONTRO DE POETAS

 Apresentações:

·         grupo infantil MUSIFLOR

·         cordel e poesias

·         Lançamento de livros

11H30 ÀS 14H00  -  NANDO  & MARA

Participação especial: CHINA DO TROMBONE

 (FORRÓ INTINERANTE NA ÁREA DA FEIRA MANHA E TARDE)

 

O que? Feira do horto

Quando: 09 de junho 2024

Horas: Das 09h00 às 18h00

Local: Horto florestal de Camaçari

Valor entrada: Gratuito

Conheça: @_feiracolaborativa

Como chegar? 

Portão de serviços:
Horto Florestal, R. Bela Vista - Gleba B, Camaçari - BA, 42803-229

Portão de serviços: Praça da Simpatia

https://maps.app.goo.gl/EBNpmDaSzDJCqUGC7
  

CONHEÇA  OS EXPOSITORES:

ALIMENTOS:

CAKES WAY BOLOS CASEIROS

COMIDA DE BOTECO:


BELEZA & PRESENTES:


BORDADOS, CROCHÊ & PERSONALIZADOS:

MODA:



TATOO:

MODA PET:

ARTISTAS & BRINQUEDOS:
-Artista Plástico-

ARTESANATOS:

BELEZA:

AGROECOLOGIA:

PAISAGISMO & SUSTENTABILIDADE:



REGISTRO FOTOGRÁFICO E VIDEOS DAS FEIRAS REALIZADAS PELA EQUIPE HORTO E EXPOSITORES:































Share:

domingo, 26 de maio de 2024

SOS Rio Camaçari.

Rio Camaçari,  a veia aorta da cidade!

Nova ponte Avenida Rio Camaçari-Bairro 46


Valdir Rios - Eng. Ambiental e Radialista
26 maio de 2024 13h15

Os rios urbanos tem se tornado constantes desafios a gestores e a população. Os episódios recentes do Rio Grande do Sul deixaram ainda mais evidente a necessidade de planejar ações e executá-las de modo a minimizar as ocorrências de desastres devido às intervenções humanas e os fatores climáticos que tem se tornado uma ameaça sem controle, devendo acontecer de forma ainda mais severa e danosa a cada novo episódio.

No caso da cidade de Camaçari, referindo-se ao rio que leva seu nome e corta toda a cidade, existem áreas de ocorrência que mais são afetadas diretamente pelas cheias da qual sempre necessitaram de maior atenção, tais como horto florestal e o bairro jardim Brasília.

Os constantes alagamentos causam prejuízos aos comerciantes e moradores, expondo a população a vários tipos de contaminantes e doenças, que podem ser contraídas nas águas e lixo, como: leptospirose, hepatite, diarréias e  diversas enfermidades.

ALGUMAS FORMAS DE CONTROLE

Para amenizar estes colapsos ambientais, o poder de polícia deverá ser uma das formas utilizadas para coibir casos recorrentes: construções irregulares à margens do rio e dentro do cinturão do polo, invasões   nas áreas das lagoas onde forma a bacia do rio e Morro da Manteiga que decorre na maioria das vezes  visando especulação imobiliária e corte irregular de madeira com fins comerciais.



O TEMPO ENSINA, MAS O APRENDIZADO É INCERTO

Tratando-se do aquecimento global e dos eventos climáticos os gestores, empresas e sociedade, precisam de um melhor formato em suas políticas públicas, comprometimento em suas atividades produtivas e por último reavaliar seus hábitos de consumo em toda cadeia produtiva desde a produção até o descarte final dos resíduos sólidos.



Os fatores históricos, o embasamento técnico, as novas tecnologias e  as leis de proteção ambiental, devem nortear toda reforma e ou novas construções ou seja, quaisquer intervenções ou mesmo simples reparos, devem ocorrer sob orientação e ou acompanhamento de profissionais especializados, com o aval do ente público e o olhar da sociedade organizada, que deve está de prontidão quando a segurança ambiental estiver ameaçada.


O SOLO COMO FATOR PREPONDERANTE PARA ESCOAMENTO E CONTROLE DAS CHEIAS

O Clube Arsenal, estacionamento da feira, áreas remanescentes de dentro e fora da poligonal da Cidade do Saber devem ser avaliadas para adequações que contemplem uma drenagem moderna buscando eficiência no escoamento das águas pluviais de forma a permitir a absorção das águas de chuvas para recarga do lençol freático.

Alguns exemplos:

·         Estacionamento da feira:

Ø  substituição de pavimentação asfáltica para piso drenante permitindo melhor absorção das águas para o lençol freático;

Ø  Analise para rebaixamento do nível do piso do estacionamento do centro comercial às margens do rio;

·           Poços de escoamento e valas drenantes em áreas públicas;

·           Piscinões;

·           maior cobertura de espaços verde nas áreas de influência (arborização com árvores nativas, adequadas ao projeto);

·           recuperação de mata ciliar em especial nas lagoas nascentes;

·           recuperação da área de brejo próximo ao Bairro Maria Meire;

·           Pequenos barramentos naturais (podem ser feito de eucaliptos);

·           Curvamento e alargamento da calha do rio, no maior número de pontos possiveis;

·           Construção de parques lineares ao longo do rio nas áreas urbanas;

·           Construção do ECOPARC RIO CAMAÇARI, na poligonal do Morro da Manteiga e anel do polo industrial.

Salienta-se, que as menções acima são apenas sugestões. Os levantamentos e estudos técnicos é que apontarão os melhores projetos e soluções para obter os resultados esperado.

 

Nascente do rio requalificada pelo município 

área de brejo a montante das lagoas e nascentes do rio

     DA ARBORIZAÇÃO URBANA

A arborização adequada, além de contribuir com melhoria térmica, embelezamento paisagístico e autoestima da população torna-se elemento chave em projetos urbanos como praças, canteiro, avenidas e calçada. A vegetação além da melhoria na qualidade do ar, melhor conforto térmico, promoção do efeito esponja, contribuirá significativamente na retenção e estabilidade do solo.

A NOVA REALIDADE DO RIO CAMAÇARI

Assim, como demais rios urbanos, o Rio Camaçari deve sempre está atrelado a um modelo especial de gestão hídrica, já que praticamente todo seu leito se trata de grandes conglomerados humanos onde riscos ao patrimônio e a vida são iminentes.

O Bairro Jardim Brasília é o calcanhar de Aquiles, tendo sido o ponto mais vulnerável nesta relação rio X população, anualmente ocorrem enchentes que além de causar prejuízos econômicos, deixam danos irreparáveis à saúde física e psíquica.

A RETIRADA DOS IMÓVEIS ÀS MARGENS DO RIO E A NOVA PONTE DOS 46 SÃO MOTIVOS SUFICIENTES PARA COMEMORAR?

Depende, quais outras ações serão realizadas? apenas um engessamento do rio que decorre desde outras gestões? Quais demais obras serão executadas para controlar a fluidez das águas durante grandes precipitações? Haverá um controle a jusante para minimizar de invasões das águas em caso de precipitações com grandes volumes? As invasões e o desmatamento do cinturão do polo e da área de proteção permanente serão controladas?

“Não é o que se vê ao se transitar pelo Avenida Vereador Dílson Magalhães.”

Enfim, as intervenções estruturais citadas (ponte e retirada das casas às margens do rio), são bastantes significativas, o que dará alivio na pressão do escoamento no leito do rio e permitirá maior fluidez e escoamento em caso de enchentes, assim um alivio à população mesmo que temporário.

Vale salientar, que as soluções não podem ser apenas pontuais e emergentes, ela deve ser contínua e vigilante. Talvez com uma provável contabilidade ambiental, seria possível afirmar que seguimos no zero a zero.



O MONITORAMENTO E PLANEJAMENTO A CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO SÃO INDISPENSÁVEIS.

As ações devem ser permanentes e colegiadas, principalmente entre Município, Estado e o polo industrial, sendo necessário esta união para maior eficácia contemplando toda poligonal do cinturão do polo e da bacia hidrográfica do Rio Camaçari

O Estado/SDE mesmo sendo o detentor de todo o anel florestal e indiretamente através da EMBASA ser responsável pelos poços artesianos (abastecimento de água para Camaçari) e esgotamento sanitário (que tem seu funcionamento e eficiência questionado), tem tido um olhar distante ao meio ambiente.

Diante da realidade evidente no Rio de janeiro, Minas Gerais, Bahia,  Rio Grande do Sul e outras partes do nosso país, se faz necessário instrumentalizar a DEFESA CIVIL desde grandes aos pequenos municípios,  fomentar pesquisas das faculdades e até grupos que atuam neste campo, no sentido de integrar o conhecimento e uniformizar as informações para se obter o melhor banco de dados possíveis.

ALGUMAS PROPOSTAS NOCIVAS

Recentemente houve manifestação do governo do estado no sentido de construir uma vila olímpica em áreas próximas ao Clube Arsenal com proposta de abocanhar parte desta área, que segundo fontes extraoficiais o governo alega lhe pertencer. Graças ao bom senso ou motivos alheios, a ideia não prosperou (ao menos por enquanto).

Percebe-se, que quando não há interesse por políticas públicas,  suprime-se questões técnicas e ficam de lado os interesses coletivos. Afinal fechar os olhos aos problemas alheios é habito comum neste nosso Brasil, os desastres ambientais retratam bem isso.

A REALIDADE

O rio que leva o nome da cidade mesmo sendo a veia aorta,  segue sendo impactado pelo descarte de lixo, efluentes sanitários, aterramentos, estacionamento irregulares, construções, desmatamento e outras degradações.

Há um preço a ser pago por toda Camaçari e a conta chegará, principalmente tratando-se de saúde pública. A própria população contribui na formação de um habitat apropriado à proliferação de vetores de doenças.

No ano de 2016,  Camaçari viveu uma tríplice epidemia caracterizada pela emergência da dengue e emergência da chikungunya e zika, espalhando-se em seguida por toda Bahia e mais recentemente a dengue também deu as caras inclusive com vítimas.

* zika (vírus identificado no município)

   Fonte: G1 (2016)


  Imagens satélite comparativas no 2008 e 2023:





PLANO DIRETOR EXCLUSIVO DO RIO CAMAÇARI

As ações pontuais desconexa da dinâmica do rio e do seu entorno, sempre nascerá com déficit. Desta forma o RIO CAMAÇARI, deve possuir seu próprio plano diretor que contemple um debate mais amplo, envolvendo inclusive áreas distintas a exemplo de mobilidade, entretenimento, turismo sustentável, saúde pública, etc.

 Se faz urgente um Plano Diretor exclusivo do Rio Camaçari, envolvendo estudos técnicos multidisciplinares que resultem projetos, planos e execução de serviços/obras conexas a realidade ambiental, norteado pelos preceitos e princípios da gestão pública.

DOS AGRAVANTES AMBIENTAIS

Dos polos logísticos e PLAST vem outro sinal de alerta, pois   diante de crise econômica, empresas do setor químico fecharam suas portas sem ao certo conhecermos os prováveis passivos ambientais.  Nestes locais existem nascentes que afluem no rio, portanto saber o que há nestas empresas e de que formam estão armazenadas é necessário para evitar contaminações do corpo hídrico e consecutivamente à população.

Por último não podemos esquecer os riscos do Morro da Manteiga aos bairros adjacentes (Novo horizonte e Maria Meire), os deslizamentos de terras são tragédias anunciadas, além do constantes assoreamento da calha do rio com  os particulados que descem do morro.

2025 ESTÁ LOGO ALI

Para gestores que completam seu ciclo agora em 2024, talvez um breve descanso, para quem assume o bastão, a responsabilidade de um novo modelo para cidade com foco em sustentabilidade, inclusive conhecendo e aplicando novas abordagens a exemplo de cidades resilientes, cidade sustentáveis, cidades verde e cidades esponjas, etc. Independente da nomenclatura, nesta corrida contra o tempo às atitudes tem que ser assertivas.

Diante do aquecimento global e somente com ações paliativas e ou corretivas, a população seguirá contando com a sorte e a velha ajuda de São Pedro quando que a natureza vir buscar o que de fato lhes pertence.


Share:

VIDHA LINUS

CONSULTORIA AMBIENTAL LICENÇAS,ELABORAÇÃO EIV, PRAD. Av Radial B, 122 Bairro Mangueiral CEP 42807-380 CAMAÇARI - BAHIA 71 3040 5033 99168 5797 VBRAMBIENTAL@YAHOO.COM.BR

QUAL SEU IDIOMA?

Postagens mais visitadas

Total de visualizações de página

ARQUIVOS DO BLOG

Arquivo do blog