Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sábado, 22 de julho de 2017

Miami pode deixar de existir dentro de um século

Atualmente, cerca de 430 mil pessoas vivem em Miami, que está a apenas 1,80 metros da altura do mar



A cidade de Miami, na Flórida, nos Estados Unidos, pode desaparecer dentro de um século, de acordo com as piores previsões sobre os efeitos do aquecimento global no nosso planeta.

“A maioria das pessoas fala como se Miami ou Bangladesh ainda tivesse uma chance de sobreviver; a maioria dos cientistas com quem falei assumem que perderemos as duas dentro de um século, mesmo se pararmos de usar combustível fóssil na próxima década”, diz o jornalista David Wallace-Wells, que publicou na semana passada, na revista New York, uma longa reportagem sobre as consequências danosas do aquecimento global.

Atualmente, cerca de 430 mil pessoas vivem em Miami, que está a apenas 1,80 metros da altura do mar. Até 2060, algumas previsões indicam que o mar em toda a região sul da Flórida deve subir pouco mais de meio metro e que até o fim do século deve encobrir a cidade e outras 286 nos Estados Unidos, devido a uma combinação de derretimento das camadas polares e das mantas glaciais, além de um aumento das emissões de gases.

O grupo de pesquisa Climate Central utilizou os dados das pesquisas e das projeções e criou um plugin para o Google Earth, que mostra como seria cada cidade dos Estados Unidos no ano de 2100. Abaixo, você confere como ficaria Miami no pior dos cenários.


Vista de Miami, hoje, a partir do Google Earth (Climate Central/Reprodução)



Vista de Miami em 2100, a partir do plug in criado pelo grupo Climate Central no Google Earth (Climate Central/Reprodução)

Este conteúdo foi publicado originalmente em Exame.com

http://super.abril.com.br/ciencia/miami-pode-deixar-de-existir-dentro-de-um-seculo/ 


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Humanidade já produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico

Estudo mostra que a maior parte desse material já virou lixo e quase 80% se encontra em aterros sanitários ou no meio ambiente

 

Garrafas de plástico se acumulam em uma fábrica de reciclagem na China.
Plástico: das 8,3 bilhões de toneladas produzidas até 2015, cerca de 6,3 bilhões já foram descartadas (China Photos / Stringer/Getty Images)
Uma nova pesquisa mostra que o ser humano produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico, desde o início a produção em massa desse material, em 1950, até 2015.

A maior parte desse plástico já virou lixo e quase 80% do material está agora em aterros sanitários ou no meio ambiente.

O estudo, publicado nesta quarta-feira, 19, na revista Science Advances, foi liderado por cientistas das universidades da Geórgia, da Califórnia e da organização oceanográfica Sea Education Association (SEA) – todas dos Estados Unidos.

Segundo os autores, a pesquisa faz “a primeira análise global da produção, uso e destino de todo o plástico já fabricado”.

Das 8,3 bilhões de toneladas de plástico produzidas até 2015, cerca de 6,3 bilhões já foram descartados. De todo esse lixo, apenas 9% foi reciclado, 12% foi incinerado e 79% está acumulado em aterros ou poluindo o ambiente natural.

O estudo também mostra que a produção de plástico acelerou nos últimos anos: metade da produção de 8,3 bilhões de toneladas ocorreu nos últimos 13 anos do período estudado, isto é, entre 2002 e 2015.

Nesse ritmo, segundo os cientistas, a quantidade de plástico jogada em aterros ou no ambiente chegará a 13 bilhões de toneladas até 2050.

“A maior parte do plástico não é bidegradável em nenhum sentido, portanto o lixo plástico gerado pelos humanos poderá permanecer conosco por centenas ou até milhares de anos”, disse uma das autoras do estudo, Jenna Jambeck, professora da Universidade da Geórgia.

Para realizar a pesquisa, os cientistas compilaram estatísticas de produção de resinas, fibras e aditivos de diversas fontes industriais e sintetizaram os dados de acordo com tipo e setor de consumo.
Segundo o estudo, em 1950, a produção de plástico era de 2 milhões de toneladas anuais. Em 2015, ela já era de 400 milhões de toneladas por ano.

Com isso, dizem os cientistas, o plástico ultrapassou vários outros materiais no ranking dos mais produzidos pela humanidade.

Atualmente, os mais produzidos são os materiais relacionados à construção civil, como aço e cimento.

Os cientistas afirmam, porém, que o aço e o cimento são usados principalmente para construção, enquanto o plástico tem seu maior mercado nas embalagens, que na maior parte das vezes são utilizadas uma só vez e descartadas.

“Mais ou menos metade de todo o aço que é produzido vai para a construção, e por isso terá décadas de uso. Com o plástico acontece o contrário. Metade do que é produzido se torna lixo com quatro anos ou menos de uso”, disse o autor principal da pesquisa, Roland Geyer, também da Universidade da Geórgia.

Segundo Geyer, o estudo tem o objetivo de criar os fundamentos para uma gestão sustentável de materiais.

“Dito de forma simples, não é possível fazer a gestão do que não foi medido. Então, achamos que as discussões sobre políticas públicas ficarão mais informadas e baseadas em fatos agora que temos esses números”, disse Geyer.

A mesma equipe de pesquisadores publicou em 2015, na revista Science, um estudo que calculou a quantidade de plástico no ambiente marinho.

A estimativa é de que só no ano de 2010, mais de 8 milhões de toneladas de plástico foram jogadas nos oceanos.

“Existe gente viva atualmente que ainda se lembra de um mundo sem plástico. Mas esse material já se tornou tão onipresente que não conseguimos ir em lugar algum sem encontrar lixo plástico no ambiente, incluindo os oceanos”, disse Jenna.

Os autores do estudo destacaram que não têm a pretensão de remover o plástico do mercado, mas de incentivar um exame mais crítico do uso do material.

“Há áreas nas quais o plástico é indispensável, especialmente em produtos desenhados para a durabilidade. Mas acho que precisamos olhar com mais cuidado para o nosso caro uso dos plásticos e devemos nos perguntar quando o uso desses materiais fazem ou não fazem sentido”, afirmou outra das autoras do estudo, Kara Lavender Law, da SEA.

http://exame.abril.com.br/ciencia/humanidade-ja-produziu-83-bilhoes-de-toneladas-de-plastico/ 
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Pesquisadores elaboram novo mapa de ameaça sísmica do Brasil

O objetivo do estudo é apresentar as regiões com maior perigo sísmico no país, definido como a chance de ocorrer vibração no solo causado por um tremor

mariana, mg
Um exemplo de abalo foi a série de tremores de magnitude entre 2,01 e 2,55 que ocorreram em Mariana (MG) três dias antes do rompimento da barragem (Ricardo Moraes/Reuters)

Pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), em colaboração com colegas das universidades Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro, da Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), de Brasília (UnB), do Observatório Nacional e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Rio de Janeiro, estão elaborando um novo mapa de ameaça sísmica do Brasil.

A versão preliminar do levantamento foi apresentada por Marcelo Sousa de Assumpção, professor do IAG e um dos coordenadores da Rede Sismográfica Brasileira, em palestra sobre tremores de terra no Brasil em palestra na quarta-feira (19/07) durante a 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Com o tema “Inovação – Diversidade – Transformações”, o evento, que ocorre até sábado (22/07) no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), reúne pesquisadores do Brasil e do exterior e gestores do sistema nacional de ciência e tecnologia.

“A ameaça sísmica no Brasil é relativamente baixa em comparação com outros países da América do Sul, como o Chile e o Peru, porque o país está localizado em uma região estável, de terrenos muito antigos e no interior de placa tectônica”, disse Assumpção.

“Mas o Brasil também registra com uma certa frequência tremores de baixa e média intensidade cujas consequências podem ser drásticas dependendo da região onde acontecerem”, ponderou o pesquisador, que realiza um Projeto Temático apoiado pela FAPESP .

Um exemplo recente nesse sentido, segundo o pesquisador, foi a série de tremores de magnitude entre 2,01 e 2,55 que ocorreram em Mariana (MG) três dias antes do rompimento da barragem do Fundão, pertencente à Samarco, que resultou no maior desastre ambiental no país.

Apesar da baixa magnitude, o epicentro de um dos tremores, de magnitude 2,5, contudo, foi a um quilômetro da barragem, conforme a própria empresa declarou em um relatório sobre as causas do acidente, elaborado por um comitê internacional de especialistas que reviu todos os aspectos geoctécnicos da barragem.

Uma das conclusões do painel de especialistas foi que, por serem pequenos, tremores dessa magnitude não poderiam causar consequências a estruturas bem construídas e em operação.
“A barragem, entretanto, já estava em um estado frágil e os tremores ocorreram uma hora antes de ela romper”, ponderou Assumpção.

Probabilidade de ocorrência

O mapa apresenta as regiões com maior perigo sísmico no país, definido como a chance de ocorrer um certo nível de vibração no solo causado por um tremor.

Para elaborá-lo, os pesquisadores fizeram inicialmente um levantamento dos tremores que ocorreram no Brasil nas últimas décadas a fim de determinar o nível de atividade sísmica de cada região do país.
Segundo dados do levantamento, os eventos sísmicos no Brasil ocorrem com mais frequência no Nordeste (Ceará e Rio Grande do Norte), na região norte de Mato Grosso, no noroeste goiano e na área da Bacia do Pantanal Mato-Grossense.

“Qualquer região, na realidade, é suscetível a tremores de terra. Algumas mais – como Minas Gerais –, e outras menos. Mas ainda não sabemos, exatamente, porque algumas regiões são mais ativas e outras menos”, disse Assumpção.

Com base na frequência e magnitude desses tremores, eles estimaram a probabilidade de eles ocorrerem nessas regiões nos próximos anos e o nível de vibração que causariam no solo onde estão situadas construções, como casas, hospitais e comércio, por exemplo, em relação às suas distâncias do epicentro.

Os tremores de magnitude 3, por exemplo, ocorrem com uma frequência média de duas vezes por mês no país. Já os de magnitude 4, como o registrado em Montes Claros (MG), em 2012, duas vezes por ano.
E os de magnitude 5, como o que atingiu a cidade de Itacarambi (MG) em 2007 e causam danos, acontecem uma vez a cada 50 anos, estimaram os pesquisadores.

“Os tremores que ocorreram antes do rompimento da barragem de resíduos da Samarco em Mariana, por exemplo, ocorrem toda hora e só são sentidos quando acontecem próximos de cidades”, explicou Assumpção.

“Apesar de pequeno, se um tremor dessa magnitude ocorrer a um quilômetro de onde está uma construção ou no meio de uma cidade, por exemplo, a intensidade dele pode ser alta e causar sérios impactos para a população”, afirmou.

Segundo o pesquisador, o Brasil possui uma norma técnica de construção antissísmica, a NBR-15421, denominada “Projeto de Estruturas Resistentes a Sismos”, em vigor desde 2006.
A norma, contudo, foi baseada em um mapa de ocorrência de sismos no Brasil que está desatualizado, apontou o pesquisador.

“Acreditamos que o Brasil tem muito mais registros de sismos do que está retratado no mapa no qual se baseou a norma”, afirmou.

As construtoras de barragens hidrelétricas são obrigadas a fazer estudos sísmicos para desenvolverem os projetos.

Já no caso das barragens de rejeitos de minérios, muitas mineradoras fazem estudos sísmicos para projetá-las de modo que sejam capazes de suportar tremores de grande intensidade. Mas nem todas fazem isso, ponderou o pesquisador.

“Não havia uma regulamentação que obrigasse as barragens de rejeitos a fazer estudos sísmicos”, apontou.

*Conteúdo publicado originalmente no site da Agência Fapesp.

http://exame.abril.com.br/ciencia/pesquisadores-elaboram-novo-mapa-de-ameaca-sismica-do-brasil/ 
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Técnica inédita recupera audição de pacientes

Quatro pacientes já foram submetidos à cirurgia para colocar implante de prótese auditiva ancorada no osso. A técnica é inédita no Brasil

Exposição prolongada a volumes altos pode danificar audição de modo irreversível, diz OMS
Uma técnica cirúrgica inédita no Brasil tem recuperado a audição de pacientes. Quatro já foram submetidos à cirurgia para colocar implante de prótese auditiva ancorada no osso, que é coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os procedimentos foram realizados no Hospital das Clínicas Universidade de São Paulo (USP), no câmpus de Ribeirão Preto, por meio de técnica considerada revolucionária, nascida na Dinamarca e que já é usada em pelo menos 25 países.
“A técnica, minimamente invasiva, é inédita no Brasil e em toda a América Latina. Em até 15 minutos é possível colocar o implante auditivo”, explica o médico otorrinolaringologista Miguel Hyppólito, responsável pelas cirurgias. Segundo ele, a cirurgia é feita em regime ambulatorial, onde o paciente é apenas sedado e tem a possibilidade de ir para casa no mesmo dia.
“Estou muito feliz porque agora vou poder realizar meu sonho de voltar a estudar”, conta Fábio José da Brito, de 33 anos, que nasceu com perda auditiva e foi um dos pacientes operados. Ele diz que tentava estudar, mas não entendia o que a professora falava. Como tinha muita vergonha, isso o fez cursar só o 1.º ano do ensino fundamental. “Agora é grande a expectativa de poder voltar à sala de aula.”
O procedimento consiste em fixar um implante de titânio na calota craniana, atrás da orelha. Podem se beneficiar da novidade pessoas com perda auditiva decorrente de problemas na orelha externa e com surdez média ou unilateral, incluindo, crianças.
O dispositivo transmite o som por condução óssea, em vez da aérea, usada por pessoas com audição normal. Para isso, um processador capta as ondas sonoras, transforma em vibrações e transmite diretamente para o ouvido interno.
“As pessoas acham que você não está dando atenção a elas. Mas, na verdades, você não entende o que elas falam”, explica a advogada Andrea Cristina Zaninelo, de 34 anos, outra que fez a cirurgia por ter problema de surdez parcial.
Aos 22 anos, ela sofreu uma doença respiratória que afetou a sua audição e, antes de instalar o novo sistema, passou por um teste. “Você passa a ouvir coisas simples que nem imaginava que existiam, como o motor da geladeira.”O médico otorrinolaringologista Hyppólito afirma que em alguns casos o paciente pode ficar com a audição próxima à normalidade. “A audição realmente pode melhorar muito.”
O aparelho é composto por um implante de titânio de 3 ou 4 milímetros, além de um pilar, que fica junto à pele, e um processador de som que se encaixa a ele. O dispositivo pode ser removido para dormir ou tomar banho.
Com Agência Estado
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Fóssil de 1,2 milhão de anos é descoberto por criança nos EUA

Crânio de um estegomastodonte, ancestral do elefante, foi encontrado por acaso durante caminhada em um deseto perto de Las Cruces, no Novo México

 


Garoto descobre sem querer fósseis de cerca de 1,2 milhão de anos


Por acaso, um garoto de nove anos encontrou raros fósseis de um estegomastodonte, animal que habitou a região do Novo México, nos Estados Unidos, há 1,2 milhão de anos. Jude Sparks estava passeando com a família no deserto próximo à cidade de Las Cruces, quando tropeçou no que parecia uma enorme rocha e caiu. Ao se levantar, percebeu que as pedras se pareciam a grandes dentes de um animal pré-histórico, junto com uma presa. A família fez fotos das estranhas rochas e entrou em contato com o biólogo Peter Houde, professor da Universidade Estadual do Novo México.
“Esse pode ser o segundo crânio completo do animal encontrado no Novo México”, disse Houde, em comunicado. “Um estegomastodonte pareceria, para qualquer um de nós, com um elefante. Entre os diversos tipos que habitaram essa área, este era possivelmente um dos mais comuns. Mas, ainda assim, é muito raro.”
http://veja.abril.com.br/ciencia/fossil-de-12-milhao-de-anos-e-descoberto-por-crianca-nos-eua/
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Troca de etanol por gasolina piora poluição do ar em São Paulo

Análise feita em São Paulo em momentos em que o preço do etanol subiu muito mostra que a troca pela gasolina aumentou em 30% a presença de partículas muito pequenas que entram nos alvéolos pulmonares e fazem mal à saúde
Giovana Girardi
17 Julho 2017 | 06h00
Trânsito em São Paulo
Medidas por esse tipo de partícula não costumam ser feitas por agências ambientais, que em geral observam gases, como monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio, ou material particulado, já bem conhecidos pelos seus malefícios à saúde. Nanopartículas, porém, justamente por seu diminuto tamanho, podem ser bastante prejudiciais.
“De todos os poluentes na atmosfera, como ozônio, CO, NOx, SO2, as partículas são as que têm efeito mais danoso à saúde. As nanopartículas são partículas extremamente pequenas (somente 10 a 50 nanômetros), e se comportam como gases, pois têm acesso direto aos alvéolos pulmonares. Por isso, quando respiramos essas partículas elas têm forte efeito na saúde, pois adentram na parte mais interna do pulmão, o que não ocorre com as partículas maiores”, explicou ao Estado o físico Paulo Artaxo, da USP, um dos autores do trabalho publicado nesta segunda-feira na revista Nature Communications.
“Qualquer metal pesado que estas partículas contenham, chegam a ter contato direto com o sangue através dos alvéolos pulmonares”, continua.
De acordo com o pesquisador, qualquer processo de combustão gera nanopartículas, mas em diferentes quantidades e composição. “Descobrimos que o etanol queimado emite 30% menos nanopartículas que a queima de gasolina, em condições reais da atmosfera de São Paulo. Isso faz com a queima de etanol seja bem menos danosa à saúde que a queima da mesma quantidade de gasolina”, diz.
Os motoristas decidem por gasolina ou etanol levando em conta somente o preço. Mas esse impacto à saúde talvez também devesse ser considerado, sugerem os autores, liderados pelo economista brasileiro Alberto Salvo, pesquisador da Universidade Nacional de Cingapura. Para a equipe, os resultados também apontam para a necessidade de os órgão ambientais passarem a medir as nanopartículas.
O trabalho usou modelos estatísticos de econometria, levando em conta tráfego, comportamento do consumidor, tamanho de partícula e dados meteorológicos de janeiro a maio de 2011, período que particularmente teve uma grande variação de preços do etanol na bomba.
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Cinco receitas para a saúde global

Ideias da sociedade civil para conseguir “garantir uma vida saudável e promover o bem-estar para todos”

Campanha de vacinação contra o cólera entre a população deslocada no Sudão do Sul.

A saúde mundial passou por uma revisão nas Nações Unidas. Diagnóstico? Ainda apresenta sintomas negativos, mas está melhorando. “Apesar dos avanços, não devemos esquecer que 400 milhões de pessoas ainda carecem de acesso a serviços básicos de saúde. Muitas caem em situação de pobreza porque têm que pagar de seu próprio bolso pelo atendimento médico. Ainda há muito o que fazer”, resumiu Nata Menabde, diretora da agência da Organização Mundial da Saúde nos Estados Unidos, durante o exame do número três dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na sede da ONU, em Nova York.

Os detalhes dos dados recolhidos no último relatório de acompanhamento da chamada Agenda 2030, por ser essa a data para se alcançar as metas que nela estão inseridas, foram expostos por Francesca Perucci, da divisão de estatística da ONU. A mortalidade materna caiu 37% entre 2000 e 2015. “No entanto, 303.000 mulheres ainda morrem durante a gravidez ou o parto a cada ano”, afirmou Perucci. Um avanço similar ocorreu com a morte de crianças menores de cinco anos, que declinou 40% no mesmo período. “Mas entre cinco e nove faleceram em 2015”, ressalvou a estatística. Mas, em meio às congratulações, há um pouco mais a dizer: “Para conseguir o Objetivo marcado nesses quesitos, o ritmo de melhora tem que ser mais do dobro”.

Quanto às doenças transmissíveis, também há boas e más notícias. Por um lado, a incidência do HIV declinou 46%. “Mesmo na África subsaariana, embora sua prevalência continue sendo a mais alta do mundo”, observou a estatística. “A nota negativa é que a taxa aumenta na América do Norte e Europa”, acrescentou. Também caiu o restante de doenças infecciosas, segundo dados do estudo. “Vemos isso na redução de 41% na incidência da malária”, especificou. E de tuberculose, de 17% até 2015. Nesse ano, 1,6 bilhão de pessoas requereu tratamento para alguma das 18 doenças esquecidas, 21% menos que em 2010.

A mortalidade materna caiu 37% entre 2000 e 2015. No entanto, 303.000 mulheres ainda morrem durante a gravidez ou o parto a cada ano

A incidência do HIV declinou 46%. Mesmo na África subsaariana. Sobe, porém, na América do Norte e Europa



Morrer de modo prematuro de doenças não transmissíveis – cardiovasculares, respiratórias, diabetes ou câncer – é hoje mais improvável que no início do século. Concretamente, “o risco de falecer entre os 30 e os 70 por esses males baixou de 23% para 19% entre 2000 e 2015”, afirmou Perucci.
Esta é a radiografia que deixaram os 15 anos de esforços conjuntos para melhorar a saúde global no âmbito dos Objetivos do Milênio. Agora cabe redobrar esforços. Literalmente, porque o ritmo das melhorias não serve para curar o paciente por completo. O que se pode fazer então? O que os especialistas prescrevem? Estas são as receitas de representantes da sociedade civil citados no Painel Político de Alto Nível, realizado na semana passada para examinar uma seleção de objetivos. É a vez da saúde.

Igualdade

“A cobertura de saúde universal é necessária por uma questão de igualdade”, disse Michael Myers, diretor geral da Fundação Rockefeller. “E a igualdade não ocorre por si só, tem que haver a intenção de alcançá-la para chegar aos mais desfavorecidos da sociedade, aos abandonados, incluindo as mulheres e as meninas. Isto não ocorre automaticamente por termos um belo programa. Temos que buscar isso projetando programas, executando políticas para chegar a essas populações, do contrário, continuarão abandonadas”, ressaltou.
A Igualdade não ocorre por si só, tem que haver a intenção de alcançá-la
Michael Myers, diretor geral da Fundação Rockefeller

Olhar para o futuro

“Devemos olhar para o futuro, não só abordar o presente”, sentenciou Myers. “É claro que há muitas questões urgentes das quais não devemos nos esquecer; mas... citando os amigos canadenses: ‘Devemos patinar para onde vai o disco, não de onde vem’.”. Com essas palavras o filantropo se referia à necessidade de combater problemas como as mudanças climáticas e a contaminação ambiental. “Eles afetam a saúde das pessoas”. E o farão ainda mais, disse ele, se não os solucionarmos já. Nessa luta contra o aquecimento global, Marie Hauerslev, vice-presidente para assuntos exteriores da Federação de Associaçnoes de Estudantes de Medicina, vê uma “oportunidade” para melhorar o bem-estar geral: “Por exemplo, quando se promove o transporte público para reduzir as emissões e, com isso, a contaminação ambiental”.

Outra prova da necessidade de olhar a longo prazo, segundo Myers, é que “as doenças não transmissíveis diminuíram, mas as projeções destacam que podem subir conforme os países melhoram seu nível de vida. Por isso deveríamos abordar esta questão agora, antes que os números comecem a subir”.
Necessitamos de serviços de planejamento familiar, o que inclui o acesso a contraceptivos e aborto seguro
                    Marie Hauerslev, Federação de Associações de Estudantes de Medicina

Hauerslev se referiu também à importância da promoção da saúde sexual e reprodutiva. “É preciso equipar os jovens com o conhecimento, habilidades, atitudes e valores de que necessitam para desfrutar de sua sexualidade e prevenir as doenças sexualmente transmissíveis. Em última análise, que possam tomar decisões informadas sobre sua sexualidade. Para conseguir os ODS, precisamos de serviços de planejamento familiar, o que inclui o acesso a contraceptivos e ao aborto seguro”, afirmou. A jovem foi muito concreta em suas propostas. Mais uma: que cada vez que uma política seja submetida a aprovação, os legisladores levem em conta quais as implicações da decisão sobre a saúde da população.

Trabalho em equipe

“Temos que trabalhar de maneira multi-setorial. Sabemos que os ODS são uma oportunidade para fazer isso porque é impossível obtê-los isoladamente, sem envolver os demais setores”, sintetizou Myers uma ideia que foi repetida sessão após sessão. “Vemos isso na educação. Um dos investimentos mais importantes em saúde é a educação das meninas, não especificamente na área de saúde mas em formação geral”, afirmou. Trata-se de um assunto que ele conhece bem, porque a Fundação Rockefeller trabalhou estreitamente com economistas para avaliar os benefícios de investir na saúde: “Sabemos que ter acesso a água limpa e saneamento é importante. Este é o número 6. Também importante a energia limpa, especialmente para prevenir doenças respiratórias e cardiovasculares, assim como vários tipos de câncer. Este é o número 7. Como dissemos, o meio ambiente tem muito a ver com o bem-estar, e tem a ver com os Objetivos 13, 24 e 15”.
Sem o apoio da sociedade civil não teríamos conseguido avanços, por exemplo, na cobertura de saúde universal, apesar de todas as nossas resoluções
                             Nata Menabde, OMS

“Sem o apoio da sociedade civil não teríamos obtido avanços, por exemplo, na cobertura de saúde universal, apesar de todas as nossas resoluções”, acrescentou Nata Menabde, da OMS, à exposição de Myers.

Reconhecer que se trata de política

Vontade e coerência política. Essas são as demandas da jovem representante dos estudantes de medicina. Por exemplo, disse ela, para “aumentar os impostos sobre o cigarro e outros produtos nocivos” e investir o que for arrecadado em saúde. Ou, ao contrário, baixar os preços de alimentos saudáveis, como frutas e verduras, mediantes subsídios, continuou. “Temos que reconhecer que estas são questões políticas. Está relacionado com a maneira como se organizam os recursos econômicos nacionais e internacionais”, destacou Myers. Mas não basta dizer que a saúde é o que importa. “No setor, sabemos que temos que ser mais sofisticados na defesa da saúde. Por isso trabalhamos com economistas, para evidenciar que pelo menos 24% do crescimento dos países de renda baixa e média se deva aos investimentos realizados em saúde”, acrescentou.

Pesquisar

Foi Rachel Cohen, diretora executiva regional da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas, quem dedicou seus cinco minutos de intervenção a este assunto. “Nos últimos anos há um consenso entre os tomadores de decisão políticos de que o sistema de incentivos para a pesquisa biomédica não funciona”, disse. A especialista criticou o fato de milhões de pessoas não poderem adquirir os medicamentos de que precisam por causa de “seus preços impossíveis”.

“Sem abordar este assunto não será possível reduzir a mortalidade materna e infantil, ou diminuir a incidência de doenças contagiosas e não contagiosas, assim como outros ODS”, alertou. “Precisamos que o processo de pesquisa coloque as pessoas no centro e não só o retorno econômico. Precisamos que exista uma colaboração científica, não uma competição. Precisamos que utilizem todas as forças e capacidades de investigação em todo o mundo e não só em um punhado de países”, enumerou. E além disso, que esse processo seja liderado por instituições públicas que garantam que o retorno é para a população.

Cohen não deu trégua à indústria farmacêutica em seu discurso: “Os países têm que apoiar políticas coerentes que desvinculem os custos de pesquisa dos preços dos medicamentos. Disseram-nos que a única maneira de incentivar o investimento em pesquisa é aumentar os preços dos remédios. Não aceitemos isso”.

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Carijós, Tupinambás e Pirapitinga celebram 30 anos

As três estações ecológicas geridas pelo ICMBio foram criadas no mesmo dia por um único decreto, mas ficam em biomas diferentes e guardam riquezas naturais distintas. Conheça cada uma delas 

Publicado: Quinta, 20 de Julho de 2017, 08h00  
 

 

Brasília (20/07/2017) – Nesta quinta-feira (20), as estações ecológicas (Esec) de Carijós, em Florianópolis (SC), Tupinambás, no litoral de São Paulo, e Pirapitinga, em Morada Nova, Minas Gerais, celebram aniversário de 30 anos. As três unidades de conservação (UCs) foram criadas no mesmo dia por um único decreto, de número 94.656, publicado em 20 de julho de 1987.

Estações ecológicas, de acordo com a Lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), são áreas terrestres ou marinhas, ricas em fauna e flora, que têm como principais objetivos a preservação integral da natureza e a realização de pesquisas científicas. Além disso, podem receber visitação para atividades educativas.

Embora criadas no mesmo dia e por um único decreto, as três unidades de conservação ficam em diferentes biomas e guardam riquezas naturais distintas. Cada uma tem objetivos específicos e importância especial. Saiba um pouco sobre cada uma delas.

Carijós

04 esec carijos 2007


A Esec Carijós possui elevada importância para a preservação da Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, por ser área de reprodução e crescimento de animais marinhos, muitos de valor comercial. Além do ecossistema de manguezal, também protege áreas de restinga, rios e banhados.

Com 759 hectares, a Esec abriga mais de 500 espécies de animais e dezenas de espécies da flora de manguezais e restingas. Dentre os animais de grande porte, destacam-se o jacaré-do-papo amarelo, a lontra, o ratão-do-banhado e o graxaim.

Estudos apontam a ocorrência de 227 espécies de aves, o equivalente a 32% da avifauna catarinense e 64% das espécies do município de Florianópolis. A fauna aquática é especialmente rica, com destaque para caranguejos, mariscos, ostras, robalos, tainhas, bagres e camarões.

A unidade apresenta duas glebas: Ratones e Saco Grande. O manguezal do rio Ratones é o maior e o mais bem preservado da Ilha de Santa Catarina. A Esec também protege três sítios arqueológicos – sambaquis – com idade estimada de 4.000 anos, indícios da antiga ocupação humana na região.

Como fica numa área semiurbana, à beira do litoral, a unidade sofre pressão por todos os lados. Pela terra, há riscos de invasões e aterros ilegais por parte da especulação imobiliária. Pelo mar e rios, existem ameaças de pesca irregular e extração de caranguejos, além da poluição. Tudo isso exige muito trabalho da equipe da unidade.

“Em 2016, aplicamos 66 autos de infração. Este ano, até agora, já são 53”, diz o chefe da Esec Carijós, o analista ambiental Ricardo Peng, ao ressaltar que as operações de fiscalização, assim como as atividades de educação ambiental, pesquisa e monitoramento, são feitas em conjunto com os colegas das outras UCs federais em Florinanópolis – APA de Anhotomirim, Reserva Biológica do Arvoredo e Reserva Extrativista Pirajubaé – e da Coordenação Regional 9.

E é exatamente isso que mantém a reserva bem conservada, espaço privilegiado para os inúmeros estudos sobre fauna e flora por parte de pesquisadores de universidades da região, como a Universidade Federal de Santa Catarina, e de centros de pesquisa, como o Cemave do ICMBio, que atua na área de avifauna.

Além das pesquisas, segundo Peng, a Estação Ecológica de Carijós recebe, também, alunos de escolas e universidades situadas em Florianópolis e no interior do estado para atividades de educação ambiental. “Esse trabalho é muito significativo porque, com isso, estamos estimulando a consciência conservacionista das novas gerações”, reforça o analista.

Para desenvolver todos esses trabalhos, a gestão da Esec busca investir em parcerias com órgãos ambientais do governo local, organizações não governamentais e, principalmente, entidades da sociedade organizada de Florianópolis. A Esec, junto com as demais UCs da região, também ajuda os órgãos locais na execução do Plano Diretor e no Plano Municipal de Saneamento.

Nessa linha de participação da sociedade, a gestão da unidade já articula a reativação do conselho consultivo e o programa de voluntariado. “Esses são alguns dos nossos muitos desafios para breve”, conclui Peng.

Tupinambás

cabras Fausto Pires
A Estação Ecológica de Tupinambás tem sede administrativa na cidade de São Sebastião, no litoral paulista. É dividida em dois setores. O Setor I fica em São Sebastião, a aproximadamente 35 km da costa, compreendendo parte do arquipélago dos Alcatrazes. O Setor II está localizado em Ubatuba, a cerca de 4 km da costa, abrangendo parte do arquipélago da ilha Anchieta, nas proximidades do Parque Estadual da Ilha Anchieta, sendo composto pela ilha das Palmas, ilhote e laje do Forno e ilhota das Cabras.

As formações encontradas nessas ilhas e ilhotas são majoritariamente compostas de floresta ombrófila densa, que recobre quase toda superfície, e de uma estreita faixa de vegetação pioneira em afloramento rochoso sob influência marinha.

No ano passado, foi criado na região o Refúgio de Alcatrazes. Juntas, as duas unidades de conservação (UCs) passaram a proteger cerca de 70.000 hectares, abrangendo todo o arquipélago dos Alcatrazes. É a maior área marinha de proteção integral das regiões Sudeste e Sul e a segunda maior do Brasil. As UCs abrigam 1.300 espécies de flora e fauna, sendo que pelo menos 93 delas estão sob algum grau de ameaça.

Para a gestão integrada das duas unidades de conservação, foi feito criado o Núcleo de Gestão Integrada do Arquipélago dos Alcatrazes – ICMBio Alcatrazes, a fim de dar maior eficácia à preservação da biodiversidade e alcançar os objetivos de criação das UCs.

“Este é um ano de muitas comemorações para o ICMBio Alcatrazes pois, além do aniversário de 30 anos da Esec Tupinambás e do primeiro ano do Refúgio de Alcatrazes, comemoramos também a publicação do plano de manejo integrado das unidades, constituindo um importante instrumento para a proteção da biodiversidade marinha do litoral norte do estado de São Paulo”, disse a analista ambiental Kelen Leite, chefe do NGI.

Pirapitinga

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Situada na confluência do córrego Riachão com o rio São Francisco, a Estação Ecológica de Pirapitinga localiza-se numa ilha artificial de 1.090 hectares, no reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, na região central de Minas Gerais, no município de Morada Nova de Minas. A unidade preserva amostras significativas do bioma Cerrado, em todas as suas fitofisionomias, e matém ainda áreas de cobertura florestal.

Contribui para a manutenção da viabilidade ecológica de populações de fauna e flora associadas à ilha, entre elas, espécies vegetais ameaçadas de extinção, como a sucupira-branca e o baru, e animais, como o jacaré-do-papo-amarelo, a onça-parda, a onça-preta, a jaguatirica, o lobo-guará e o tatu-canastra.

A unidade de conservação protege ainda aves migratórias, como o cabeça-seca e a águia-pescadora, garantindo seu pouso e descanso durante passagem pelo local.

Outra função importante da unidade é conservar a bacia dos rios do Boi, Indaiá e Borrachudo, contribuintes do rio São Francisco, garantindo o estoque pesqueiro na região.

Do ponto de vista da gestão, a Esec apoia a produção de conhecimento científico, incentivando a realização de pesquisas experimentais voltadas ao desenvolvimento de tecnologias e práticas que visam a recuperação de ecossistemas degradados no bioma Cerrado.

Além disso, ela proporciona oportunidades de interpretação e sensibilização ambiental em área protegida e valoriza e difunde a cultura e o conhecimento das comunidades locais sobre a biodiversidade.

Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280

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Explicação para o cachorro ser o melhor amigo do homem pode estar nos genes

Estudo publicado na revista 'Science Advances' identificou dois genes relacionados ao comportamento social extremo em cães.

AFP   ---  Por France Presse

 

Estudo foi publicado na revista 'Science Advances' (Foto: Freeimages)

 

Os cães que são extremamente amigáveis compartilham certas semelhanças genéticas com as pessoas que nasceram com um transtorno do desenvolvimento apelidado de o "oposto do autismo", que as torna hiper-sociais, disseram pesquisadores nesta quarta-feira (19). 

O estudo publicado na revista "Science Advances" identificou variações em dois genes que estão relacionados ao comportamento social extremo em cães, e também em pessoas que nasceram com a síndrome de Williams-Beuren. 

As pessoas com essa condição tendem a ser altamente extrovertidas, empáticas, interessadas em contato visual prolongado, propensas à ansiedade e podem ter dificuldades leves a moderadas de aprendizagem e deficiência intelectual. 

Os resultados oferecem novos conhecimentos sobre como os cães se tornaram domesticados e se separaram dos seus antepassados lobos há milhares de anos. 

"Anteriormente se pensava que, durante a domesticação, os cães desenvolveram uma forma avançada de cognição social que os lobos não tinham", disse a coautora do estudo Monique Udell, da Universidade do Estado do Oregon. 

"Esta nova evidência sugere que os cães, em vez disso, têm uma condição genética que pode levar a uma motivação exagerada para buscar contato social em comparação com os lobos", acrescentou.
Os pesquisadores estudaram 18 cães domesticados e 10 lobos cinzentos em cativeiro para ver o quão sociais eles eram com as pessoas e como eles realizavam tarefas de resolução de problemas. 

Quando receberam a tarefa de levantar uma tampa de uma caixa para ganhar uma salsicha, os caninos foram classificados de acordo com o quanto eles se voltaram para um humano na sala para obter ajuda. 

Os lobos eram mais propensos a descobrir como obter o alimento do que os cães, que eram mais propensos a olhar com ansiedade para as pessoas que estavam perto. 

"A verdadeira diferença parece estar no olhar persistente do cão em direção às pessoas e em um desejo de buscar proximidade prolongada das pessoas, além do ponto em que você espera que um animal adulto tenha esse comportamento", disse Udell. 

Os pesquisadores então usaram amostras de sangue para ver como as características genéticas dos lobos e dos cachorros se alinhavam com suas personalidades. 

Eles encontraram variações em dois genes -- GTF2I e GTF2IRD1 -- que "parecem estar conectados à hiper sociabilidade do cão, um elemento central da domesticação que os distingue dos lobos", disse o estudo. 

Esses genes estão implicados nos comportamentos hiper-sociais de humanos com a síndrome de William-Beuren. 

As mudanças não eram idênticas em humanos e cães. Por exemplo, nos cães, as inserções genéticas chamadas transpósons (segmentos móveis de DNA) nessas regiões genéticas estavam ligadas a uma forte tendência a procurar o contato humano. 

Alguns desses transpósons "só foram encontrados em cães domésticos, e não em lobos", afirmou o estudo. 

Nas pessoas, a supressão de genes dessa região no genoma humano está ligada à síndrome de Williams-Beuren. 

"Nós não encontramos um 'gene social', mas um importante componente [genético] que molda a personalidade animal e que ajudou no processo de domesticar um lobo selvagem para torná-lo um cão manso", disse em uma declaração a coautora do estudo Bridgett vonHoldt, professora de ecologia e biologia evolutiva na Universidade de Princeton.
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Encontro Verde das Américas será no Rio

Inscrições gratuitas estão abertas. Evento ocorrerá no Rio de Janeiro, em setembro, e debaterá a conjuntura dos temas ligados à agenda ambiental. 

Gilberto Soares/MMA
Quinta, 20 Julho 2017 18:00
DA REDAÇÃO  


O XVI Encontro Verde das Américas, o Greenmeeting 2017, ocorrerá no Rio de Janeiro entre os dias 25 e 26 de setembro. Em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o evento reunirá lideranças nacionais e internacionais nas áreas ambientais e de desenvolvimento sustentável, tanto de instituições públicas quanto de organizações não governamentais. Os debates analisarão a conjuntura global dos temas ligados à agenda ambiental.
Para participar, os interessados devem preencher o formulário disponibilizado na página do evento. A inscrição é gratuita e as vagas são limitadas. Será entregue certificado de participação com carga horária.
O evento ocorre mais de duas décadas depois da definição do desenvolvimento sustentável como prioridade mundial na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio 92. Desde 2001, o Greenmeeting vem sendo realizado anualmente com foco nesse tema.
A edição deste ano tem o objetivo de buscar soluções para os problemas ambientais locais e globais, por meio de discussões que envolvam grande número de instituições e segmentos da sociedade do Brasil e do exterior.

SERVIÇO
Data: 25 a 26 de setembro
Local: Auditório do BNDES, Avenida República do Chile, 100, Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Contato: secretaria@greenmeeting.org
Formulário de inscrições
Os participantes receberão certificado com carga horária.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227
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sexta-feira, 21 de julho de 2017

Francisca Mendes readéqua estrutura para ampliar cirurgias cardíacas infantis

Publicado em: 21 de Julho de 2017 17:28

A reestruturação do Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM)  para reforçar o atendimento de crianças cardiopatas está praticamente concluída. Entre as medidas estão a adequação de uma sala exclusiva para cirurgias  cardíacas em crianças, ampliação de  leitos de UTI pediátrica  neonatal e a implantação de protocolo para transferência de pacientes cardiopatas da rede de saúde.  Uma das novidades no atendimento é o exame de ecocardiograma fetal que pela primeira vez será ofertado na rede pública de saúde.

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Foto:Valdo Leão

O hospital pretende aumentar o número de leitos pediátricos e dobrar as cirurgias cardíacas atendendo ao Plano Nacional de Assistência à Criança com Cardiopatia Congênita do Ministério da Saúde (MS).  As cardiopatias congênitas são a terceira maior causa de morte para bebês até trinta dias de vida, segundo dados do MS.

O Governo do Estado investiu R$ 2 milhões através do Fundo de Promoção Social (FPS) na compra   de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs) para reforço de cirurgias.  O governo ainda investiu na manutenção da máquina de hemodinâmica que voltou a funcionar e na compra de outra máquina que já está  sendo instalada para procedimentos cirúrgicos  cardíacos não invasivos e neurológicos.

A nova máquina começa a funcionar no início de agosto. A Siemens, Artis Zee Ceiling,  tem tecnologia de ponta para exames de alta complexidade cardíacas feitas em 15 minutos. O equipamento apresenta imagens de alta resolução em três dimensões (altura, largura e profundidade) e rotação até 360 graus.

Atualmente, o HUFM realiza, em média, 12 cirurgias cardíacas e 10 cateterismos pediátricos por mês. Esta semana, cinco crianças com problemas cardíacos  foram agendadas para procedimento cirúrgico cardíaco no período de 20 a 24 de julho, no Francisca Mendes. A mais nova, com 3 meses, 55 centímetros e pesando 3,25 quilos, vai ter correção  de interrupção do arco aórtico.  Procedimentos de cateterismo cardíaco, através da máquina de hemodinâmica  também estão agendados.

 “A cardiopatia congênita em crianças é um problema nacional, o número é expressivo. O Amazonas precisa de uma logística diferenciada no atendimento à saúde pela dimensão territorial e deslocamento de pacientes para a capital”, destaca o diretor do hospital, Pedro Elias de Souza. Segundo ele, o HUFM está fazendo readequações, comprando materiais especiais, investindo em máquinas de ponta para atender  com qualidade e maior rapidez  crianças e adultos.

Hoje, o ecocardiograma fetal é oferecido somente na rede privada. “O objetivo é realizar o diagnóstico precocemente, ainda no período da gestação. Assim, teremos como referenciar esta gestante para que o bebê já possa ser operado nos primeiros dias de vida. Com esse planejamento, conseguiremos diminuir o risco de vida e aumentar a capacidade e resultado cirúrgico”, explica o médico Ronaldo Camargo, coordenador clínico do Serviço de Cardiologia Pediátrica do HUFM.

Cerca de 700 crianças, 1% dos nascidos vivos, no Estado, apresentam cardiopatia congênita. Destes, 40% precisam ser operados até 1 ano de vida para evitar o óbito. O procedimento mais frequente, a Comunicação Interventricular (CIV), ocorre quando existe um orifício entre as duas câmaras do  coração, os ventrículos esquerdo e direito, causando um hiperfluxo de sangue para os pulmões.

Centro de Referência Cardíaca na região norte

O HUFM é credenciado como Unidade de Assistência em alta Complexidade Cardiovascular e reconhecido como Centro de Referência, na região norte, em cardiologia e cirurgia cardíaca, atendendo, além do Amazonas, outros estados da região norte. Este ano, 155 cirurgias foram realizadas na unidade. Por mês, são realizadas, em média, 750 consultas e 360 ecocardiogramas.

O procedimento de ablação, tratamento de arritmias, com colocação de cateteres  através das imagens da hemodinâmica  vai ser  mais preciso e ágil assim como as cirurgias cardíacas, explica a gestora do Serviço de Hemodinâmica,  Francisca Garcia.

O total de procedimentos realizados em Cardiologia  Intervencionista, Arritmologia, Vascular e Cirurgia Cardíaca totalizou 2.904, no ano passado. Com  a reestruturação de serviços, aquisição de equipamentos e materiais especiais este número será dobrado, segundo a direção do HUFM.

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Produção brasileira de grãos deverá crescer 21,5% em 10 anos, estima ministério

A produção brasileira de grãos deverá aumentar em 21,5% nos próximos 10 anos, chegando a 288,2 milhões de toneladas, um acréscimo de 51 milhões de toneladas em relação à atual safra (2016/2017), de 237,2 milhões de toneladas.

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Plantação de soja em Goiás Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil

A estimativa está em estudo de projeção da produção agropecuária brasileira para a próxima década divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A pesquisa envolve 29 produtos, como grãos, carnes, leite, frutas, fumo, celulose, papel e outros. Segundo o estudo, milho e soja continuarão puxando a expansão dos grãos até a safra 2026/27. Em 10 anos, 60% da produção de soja serão destinados ao mercado externo.

A previsão de crescimento da área plantada de todas as lavouras é de 13,5%, saindo dos atuais 74 milhões de hectares para 84 milhões de hectares. Já área de grãos deve aumentar 17,3% neste período.

A produção de carnes bovina, suína e aves deverá crescer em 7,5 milhões de toneladas na próxima década, com acréscimo de 28% em relação à produção de carnes de 2016/2017. As carnes de frango (33,4%) e suína (28,6%) devem apresentar maior crescimento nos próximos anos, de 33,4% e 28,6%, respectivamente. A produção de carne bovina deve aumentar 20,5% entre o ano-base e o final das projeções, segundo o estudo do ministério.

Soja

Já o relatório Perspectivas Agrícolas 2017-2026, divulgado na semana passada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), indica uma expectativa de crescimento e um cenário em que o Brasil deve ultrapassar os Estados Unidos como o maior produtor de soja mundial em dez anos.

De acordo com o documento, a produção de soja no Brasil deve aumentar 2,6% por ano, o maior crescimento entre os principais produtores do grão, já que dispõe de mais terras, se comparado a Argentina, que tem crescimento projetado de 2,1% por ano; e os Estados Unidos, de 1% por ano.



Por:Agência Brasil-Mariana Tokarnia – Repórter
Edição: Luana Lourenço
Publicado em: 21 de Julho de 2017 17:58
http://portaldoamazonas.com/producao-brasileira-de-graos-devera-crescer-215-em-10-anos-estima-ministerio
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VIDHA LINUS

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