Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sábado, 29 de abril de 2017

Situação atual da Caatinga não é nada comemorável

Na véspera do dia dedicado a esse ecossistema, relatório do Atlas da Caatinga revela que a presença do homem ameaça a vegetação em 14 UCs federais

Por: Priscilla Costa, da Folha de Pernambuco em 27/04/17 às 08h58, atualizado em 27/04/17 às 08h59
 
Pernambuco possui 58 mil espécies catalogadas do bioma
Pernambuco possui 58 mil espécies catalogadas do biomaFoto: Maurício Ferry/Arquivo Folha
Bioma predominante no Nordeste brasileiro, se estendendo por mais de 800 mil quilômetros quadrados (representando uma ocupação de quase 70% na região), a Caatinga tem um dia dedicado só a ela no calendário nacional, nesta sexta-feira (28). Entretanto, um mapeamento recente revela que a situação atual desse ecossistema não é nada comemorável.

O Atlas da Caatinga, concebido por pesquisadores da Fundaj e a Universidade Federal de Campina Grande, revela que 14 Unidades de Conservação (UCs) federais estão longe de fazerem jus ao grupo que estão inseridas, o de proteção integral. Esses tipos de UCs não podem ser habitadas pelo homem, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais - em atividades como pesquisa científica e turismo ecológico, por exemplo. Mas, na prática, não é o que ocorre.
Hoje, o ecossistema possui apenas 7,33% da sua área coberta por UC, e somente 1,02% dessa é de proteção integral, justamente onde essas 14 unidades pesquisadas estão inseridas. Esse baixo percentual de áreas protegidas, avaliam especialistas, coloca em risco o próprio bioma. Coordenador da pesquisa pela Fundaj, Neison Freire, aponta que o mau uso e ocupação da terra pelo homem têm, há tempos, levado um estresse ambiental à caatinga sem precedentes na história.

As principais razões, segundo ele, seriam o uso da mata nativa para a produção de lenha e carvão vegetal, mineração, invasões e a caça ilegal. “Nos últimos dez anos, 80% da Caatinga sofreu alterações na sua cobertura vegetal e, sob o ponto de vista de conservação, podemos afirmar que o bioma e as UCs estão em risco”, alerta.
Dados do Ministério do Meio Ambiente comprovam essa realidade. O último levantamento feito pelo órgão federal aponta que, entre 2002 e 2008, foi removida da Caatinga o equivalente a 1,6 milhão campos de futebol. Na avaliação de Freire, como saída para melhoria dos resultados das UC, é preciso que haja um maior investimento do Governo Federal no aumento do orçamento das UCs e concursos públicos para aumentar o contingente de agentes ambientais para fiscalização das áreas protegidas e implementação de planos de manejo (documentos que impõem regras de uso numa UC).

Discussão
Para chamar a atenção sobre a importância e conservação do bioma, um evento realizado pelo Ibama acontece nesta quinta-feira (27), às 14h30. O encontro será no auditório do órgão federal, no bairro de Casa Forte.

Apesar da vegetação espinhosa e retorcida, a região detém uma importante biodiversidade, com registro de 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas. O herbário do Instituto Agronômico de Pernambuco, inclusive, possui 58 mil espécies da Caatinga catalogadas. 
 
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sexta-feira, 28 de abril de 2017

PUBLICIDADE Brasil / Ciência Cientista brasileira está entre as cem pessoas mais influentes do mundo

por
Sumaia Villela ? Correspondente da Agência Brasil
Publicada em 25/04/2017 09:56:25
 
Foto: Imagem de divulgação/Ascom Fiocruz PE

Entre as 100 pessoas mais influentes do mundo escolhidas este ano pela revista norte-americana Time figuram dois brasileiros. Um deles é o mundialmente conhecido jogador de futebol Neymar Jr. A outra é a médica epidemiologista Celina Turchi, de 64 anos, cientista brasileira nascida em Goiás que atua como pesquisadora convidada na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco.
Citada na categoria Pioneiros, Celina, é professora aposentada da Universidade Federal de Goiás (UFG) e ganhou o título de influenciadora mundial pelo papel que desenvolveu na investigação dos casos de microcefalia e a relação com o vírus Zika. Foi ela a responsável por formar uma rede, com cerca de 30 de profissionais de diversas especialidades e instituições, reunidos no Merg – Microcephaly Epidemic Research Group (Grupo de Pesquisa da Epidemia de Microcefalia). O grupo de pesquisadores conseguiu identificar como o vírus Zika e a microcefalia estavam associados em apenas três meses – em janeiro de 2016 os estudos começaram e em abril já havia fortes indícios da relação.

No fim do ano passado, Celina Turchi foi citada na lista dos dez cientistas mais importantes de 2016 da revista Nature (uma das publicações científicas mais importantes do mundo), pelo mesmo motivo. Apesar da notoriedade no meio científico, a pesquisadora se considera apenas uma “representante” do setor, que até hoje trabalha em conjunto para responder as tantas questões ainda em aberto sobre o vírus Zika e suas consequências.

Em entrevista à Agência Brasil, a cientista fala sobre o reconhecimento que recebe hoje (25), no Lincoln Center, em Nova Iorque, defende a manutenção de recursos para o meio científico, opina sobre o setor público de saúde no Brasil, além, é claro, de comentar sobre o assunto que lhe rendeu fama internacional: o vírus Zika e a síndrome congênita causada por essa arbovirose.

Agência Brasil: Você foi um dos destaques da revista Nature em 2016 e agora está entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista Time. O que passa pela sua cabeça ao ser reconhecida dessa forma? Até pensando de outro jeito: uma mulher cientista é uma das representantes brasileiras em listas de pessoas que fazem a diferença no mundo.

Celina Turchi: Eu gosto quando você coloca “representante”. É isso que eu me sinto, uma representante do grupo de investidagores e profissionais de saúde brasileiros que se empenharam tanto, desde o início dos acontecimentos extraordinários, do ponto de vista científico, que ocorreram no Brasil no segundo semestre de 2015 e que estamos acompanhando até agora.

Agência Brasil: E para o meio científico brasileiro como um todo, esse reconhecimento influencia?
Celina Turchi: Eu acho que todo o reconhecimento de algum dos pares é bem-vindo, porque traz à tona essa possibilidade de visibilidade. Normalmente o grupo de cientistas almeja, quando muito, o reconhecimento entre os próprios cientistas. Dificilmente existe esse reconhecimento social. Mas eu acho que esse reconhecimento é importante principalmente em momentos onde se há menção de retirada de recursos para a pesquisa. Para que se entenda que a manutenção e o aprimoramento de instituições de ensino e pesquisa públicas, não só no Brasil, mas no mundo, são essenciais para dar respostas a ameaças em saúde, como essa que ocorreu.

Agência Brasil: Você é pesquisadora convidada da Fiocruz e, em outras entrevistas, falou que tem consciência do investimento feito pelo Estado brasileiro na formação da sua carreira, já que teve bolsa para estudar no exterior, trabalhou na Federal de Goiás. Seria possível avançar tão rápido nas descobertas com o seu grupo, o MERG, sem que o Brasil tivesse uma estrutura pública na área de saúde que tem atualmente? Como você avalia o setor público de saúde no país?
Celina Turchi: Eu acho que as evidências que tivemos nessa epidemia é que o setor público de saúde do Brasil, não só de atendimento, como de pesquisa, ele têm áreas de excelência. Basta lembrar que os primeiros casos foram notificados por neurologistas, a doutora Ana Van der Linden e a doutora Vanessa Van der Linden, que trabalhavam em hospitais públicos do Recife. Também teve a contribuição enorme do doutor Carlos Brito, um médico infectologista que formulou essa primeira hipótese, da possibilidade de que uma epidemia [de Zika] pudesse estar causando microcefalia. E a quantidade de pesquisadores que tinham uma experiência, um trânsito internacional muito grande com laboratórios produzindo antígenos, testes laboratoriais que pudessem ser aplicados.
Então, eu vejo que a manutenção de institutos de saúde públicos, de centros de excelência no país, isso é parte esssencial até de uma estratégia de segurança. Porque as epidemias, principalmente de saúde pública, são uma ameaça local e podem ser uma ameaça global, como foi essa, que ainda persiste. E também por uma de redução do impacto econômico que as epidemias causam, acho que a gente tem que no mínimo manter e reforçar essas instituições e a formação de pessoal.

Agência Brasil: O setor privado não conseguiria substituir essa rede?
Celina Turchi: As estruturas que eu conheço de pesquisa no mundo inteiro são – principalmente em áreas de doenças infecciosas – de responsabilidade e considerada estratégicas para o país. Os Estados Unidos têm uma rede, um Centro para Controle e Prevenções de Doenças, o CDC [na sigla em inglês], que é quem dá as diretrizes e normativas, que é uma instituição pública gerenciada pelo governo, porque isso faz parte da segurança do país.

Agência Brasil: Você falou sobre a epidemia de vírus Zika como uma ameaça que ainda persiste. Como ela está se configurando atualmente? A gente pode considerar que houve um pico no passado e existem menos casos de fato, ou ainda não chegou o tempo de uma nova epidemia?
Celina Turchi: Acho, sim, que houve uma redução de casos, em relação ao Nordeste. As epidemias virais se traduzem por aumentos e depois reduções do número de casos, então essa redução pós epidêmica é esperada. Mas como isso vai evoluir, se a gente vai ter outros picos epidêmicos, só vamos saber com um monitoramento. Nós não temos ainda todos os elementos para fazer uma predição: população infectada, introdução de outros vírus que podem potencializar a ação deste, quantidade de vetores, como as pessoas se mobilizam.
Agora, eu não tenho dúvida nenhuma de que as arboviroses [como a dengue e a zika] passaram a ser uma ameça nas cidades pela desigualdade, por esse mosaico que a gente tem nas nossas cidades, de ilhas de riqueza rodeadas por extrema pobreza e habitação muito precária, o que facilita a proliferação de vetores em áreas urbanas.

Agência Brasil: Essa seria uma das questões para entender como foi o surgimento da microcefalia em diferentes regiões do país? Porque o Nordeste foi mais afetado, registrou mais casos.
Celina Turchi: Nós não temos ainda muita clareza... esse parece ser um dos fatores, mas não temos ainda evidências muito sólidas. Temos alguns estudos que mostram que existem diferenças intraurbanas na distribuição dos casos da síndrome de zika congênita, sendo que os locais com mais casos têm piores condições socioeconômicas. Isso ficou muito claro pra cidade do Recife.

Agência Brasil: Quais as outras questões que o grupo que você coordena estão tentando responder atualmente? Existe alguma resposta nova? Por exemplo: por que o vírus afeta alguns bebes e outros não?
Celina Turchi: Atualmente tem um grupo coordenado pelo doutor Ricardo Ximenes [professor da Universidade Federal e da Universidade Estadual de Pernambuco] que está acompanhando um grupo grande de gestantes para responder perguntas em relação a que semestre ou trimestre gestacional a infecção viral afeta mais o bebê. Essas crianças nascidas de mães infectadas durante a gestação, independente de ter ou não microcefalia, estão sendo acompanhadas em outros projetos. Esses projetos são grandes consórcios internacionais. Um deles é o Zika Plan, com 25 universidades e instituições de pesquisa públicas do mundo. Outro grupo - o CNPQ junto com o Ministério da Saúde e a Capes - também fez um grande esforço colaborativo para projetos que estão sendo coordenados em diferentes áreas por outros membros desse grupo, que estão investigando o que acontece com essas crianças nascidas de mães infectadas, independentemente se apresentam alterações ou não no momento do nascimento, para saber se, a longo prazo, serão afetadas.

Agência Brasil: As descobertas feitas pelo grupo que você coordena ajudaram os serviços de saúde do mundo e, no Brasil, a gente teve um momento de expansão de serviços do SUS para atender gestantes e bebês que não estavam somente na capitais. Mas ainda há limitações. Mães que entrevistei este ano falam da dificuldade de encontrar serviços especializados no interior, por exemplo, ainda mais porque novas consequências do vírus são descobertas na medida em que os bebês vão crescendo.
Celina Turchi: Exatamente.

Agência Brasil: Que resposta o Estado brasileiro, pensando em governo federal, estadual e municipal, devem dar daqui pra frente? Qual o grande desafio da organização do atendimento?
Celina Turchi: Eu acho que é inserir o atendimento às crianças não só com infecção congênita por zika, mas também por sífilis. Um programa de atendimento que tenha continuidade, que seja adequado e entenda também essa necessidade de apoio aos familiares. Essas crianças são um impacto de grande monta na vida das famílias, principalmente das mulheres.

Agência Brasil: E uma pergunta para inspirar pessoas, especialmente mulheres fora do eixo Rio-São Paulo, que queiram seguir carreira científica: como foi sua trajetória até se deparar com esse desafio histórico?
Celina Turchi: Eu diria que a vida das mulheres da minha geração não foi diferente. Eu casei, tive filhos, tive que em algum momento interromper a minha formação. Contei, durante a minha trajetória acadêmica, com o apoio incondicional dos meus familiares e dos meu filhos. Fui bolsista do CNPq na London School como o que eles chamam de “mature student”, um estudante não tão jovem. Então eu diria para os mais jovens e, especialmente para as mulheres, que embora as carreiras femininas possam não parecer às vezes tão linerares quanto às masculinas, por causa da gestação, de alguns anos de menor produtividade, que a vida é sempre surpreendente.
É isso, não sei se... não me sinto exemplo, mas sinto muito orgulho de fazer parte desse grupo de pessoas que trabalha, na maioria das vezes no anonimato, e que vez por outra se vêem em situações extraordinárias. Poder contribuir numa situação extraordinária, do ponto de vista científico, e numa situação trágica, do ponto de vista social, e se sentir fazendo parte dos eventos, acho que é tudo que a gente pode almejar de uma trajetória profissional.
Disponível: http://www.tribunadabahia.com.br/2017/04/25/cientista-brasileira-esta-entre-as-cem-pessoas-mais-influentes-do-mundo
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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Funasa publica manuais para elaboração de projetos

25 de abril de 2017 


Os manuais de orientações técnicas para elaboração e apresentação de propostas e projetos para sistemas de esgotamento sanitário e de sistemas de abastecimento de água foram publicados no site da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), pelo menu “Biblioteca Eletrônica”, aba “Engenharia de Saúde Pública”, de acordo com a Portaria nº 526. Os municípios interessados contam com orientações técnicas para elaboração de propostas direcionadas aos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. 

Segundo a portaria, os pleitos encaminhados à Funasa a partir de 03 de abril de 2017 devem atender às orientações técnicas dos manuais, uniformizando os procedimentos e requisitos mínimos necessários ao empreendimento, com o objetivo de subsidiar gestores públicos, profissionais da área de engenharia e público em geral na elaboração e apresentação de projetos para implantação, ampliação ou melhoria de sistemas de esgotamento sanitário e abastecimento de água.

As orientações técnicas pretendem traçar as diretrizes dos programas de saneamento da Funasa, visando garantir a melhoria da qualidade de vida da população beneficiada e a mitigação de impactos ambientais, por meio da participação social e da aplicação de instrumentos de planejamento.

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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Documentário apoiado pelo MinC é premiado em Cannes



Documentário Samba de Cacete - Alvorada Quilombola
 foi realizado a partir do edital Curta Afirmativo,
promovido pelo MinC em 2014 (Foto: Reprodução)
24.4.201711:06
As imagens da tradição de origem quilombola dos batuques do tambor que aliviam a lida cotidiana dos negros na Amazônia foram premiadas no Festival Internacional Du Film Pan Africain, paralelo à premiação francesa de Cannes. Escolhido pelo júri como melhor documentário de curta-metragem, o filme Samba de Cacete - Alvorada Quilombola foi realizado a partir do edital Curta Afirmativo, promovido pelo Ministério da Cultura em 2014,  por meio da Secretaria do Audiovisual (SAv) e da Fundação Cultural Palmares. 
O curta-metragem Nada, realizado pela edição de 2012 do mesmo edital, também esteve em Cannes. A produção foi selecionada para a Quinzena dos Realizadores de 2017, tradicional evento paralelo organizado pelo Sindicato dos Diretores da França.
O reconhecimento das produções nacionais viabilizadas com apoio de políticas públicas do MinC foi ressaltado pela secretária do Audiovisual, Mariana Ribas. "Nossa política foi a de descentralizar investimentos e buscar revitalizar as cadeias produtivas regionais por meio do protagonismo de novos talentos", destacou.
O projeto Samba de Cacete - Alvorada Quilombola recebeu R$ 99 mil do MinC. O cineasta André dos Santos, a partir de uma pesquisa arqueológica, conheceu a tradição do samba de cacete e decidiu filmar a comunidade quilombola chamada de Igarapé Preto, no município de Oeiras do Pará. Já o curta-metragem Nada, do diretor mineiro Gabriel Martins, foi aprovado pelo MinC em 2012 para receber R$ 91 mil. A produção traz no elenco MC Clara Lima, rapper em ascensão na cena brasileira e finalista no Duelo de MCs Nacional em 2016.
Política afirmativa
Para o presidente da Fundação Cultural Palmares, instituição vinculada ao Ministério da Cultura, os editais começaram a dar oportunidades a novos artistas e cineastas afro-brasileiros. "Queremos levar essa oportunidade a talentos afro na produção audiovisual nacional, que por muito tempo ficaram esquecidos", afirmou.  
A preocupação é corroborada pelo diretor de Samba do Cacete, André dos Santos. "O que me chamou atenção é que se trata de uma tradição afro-brasileira, trazida pelos escravos, e me preocupava também porque é algo que está muito na oralidade, não tem muita coisa escrita sobre o assunto. E para a salvaguarda, para ficar registrado para as próximas gerações, decidimos realizar o documentário. É uma manifestação única com elementos daquela região que pouca gente conhece, o grande público merece conhecer. Outra coisa interessante é que o samba de cacete, apesar de ser samba, que é bem brasileiro, não é reconhecido como patrimônio, ao contrário dos sambas do Rio de Janeiro e do Recôncavo Baiano", comenta o diretor.
Personagens do documentário, os mestres Domingos Machados e Leôncio Machado contam que o samba de cacete era uma festa de fugitivos que entravam nas matas. "Eles trabalhavam muito e, para aliviar, inventaram essas danças. O samba não gosta de força, não. É controle. Se você bater muito exagerado (no tambor), incha sua mão mesmo. Mas depois que começa a enxergar um pouquinho de estrela na vista, não tem mais negócio de dor na mão, não tem mais e isso é direto", contam, sobre suas experiências ancestrais. Atualmente, com a presença de tecnologias de comunicação e com o fim dos mutirões, o samba pode ser visto apenas em ocasiões festivas ou a convite, sem data específica para acontecer.
O samba de cacete tem esse nome devido aos instrumentos utilizados para tocar os tambores, dois paus – chamados de cacetes. A dança assemelha-se ao carimbó, porém com passos volteados e mais suaves. Já a Alvorada Quilombola é uma expressão que possui duplo sentido: por um lado evoca o despertar da consciência dos povos quilombolas e, por outro, retrata o fato de que costumavam tocar o samba até de manhã, quando saíam em mutirão para a lida na roça.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
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Entre a lenda e a ciência: as 25 espécies mais buscadas pelos cientistas

A lista inclui animais e uma planta que não são vistos há mais de 1.500 anos 

 
O último exemplar vivo da tartaruga gigante da ilha Fernandina, em Galápagos, foi visto pela última vez há 111 anos.
O último exemplar vivo da tartaruga gigante da ilha Fernandina, em Galápagos, foi visto pela última vez há 111 anos.
É difícil imaginar que seja possível perder uma tartaruga gigante, mas é exatamente o que aconteceu com a espécie da ilha Fernandina, a menos explorada e a mais jovem das Ilhas Galápagos. O único exemplar já encontrado foi um macho, descoberto em 1906 por pesquisadores da Academia de Ciências da Califórnia, que o mataram para estudá-lo como modelo. A pista seguinte apareceu em 1964, quando um grupo de cientistas encontrou excrementos do animal. Uma expedição aérea em 2009 detectou algo parecido com uma tartaruga gigante, mas para todos os efeitos práticos o rastro desse réptil se perdeu há 111 anos.
Agora, a busca para encontrar esta e outras 24 espécies desaparecidas se renova graças a uma iniciativa da organização Global Wildlife Conservation (GWC), que lançou uma campanha global para encontrar o que consideram os 25 animais (e uma planta) mais procurados do planeta. Nenhum está oficialmente extinto, mas, coletivamente, as espécies não foram vistas em mais de 1.500 anos. “A tartaruga gigante, por exemplo, está na mais vulcânica das Ilhas Galápagos. Todo o território é um cone vulcânico massivo, coberto de matagais quase impenetráveis. Alguém poderia caminhar muito perto de uma tartaruga de mais de um metro do outro lado de um arbusto e sequer perceber que estava ali”, comenta Robin Moore, biólogo e líder do projeto.
A lista, elaborada por centenas de cientistas da União Internacional para a Conservação da Natureza, inclui um morcego, uma abelha, um periquito, um cavalo-marinho e um tipo de coral. Os especialistas tiveram de nomear espécies que não tinham sido detectadas em mais de 10 anos —aquelas já declaradas extintas, como o tigre da Tasmânia, não foram consideradas— e, a partir de uma lista inicial de 1.200 espécies, a organização reduziu a busca ao que considera 25 espécies “peculiares e carismáticas” que, se ainda existem, são encontradas em 18 países em todo o mundo.
As expedições começarão no fim do verão europeu (fim do nosso inverno), depois de uma campanha para arrecadar 500.000 dólares (cerca de 1,6 milhão de reais). Moore explica que cada investigação será diferente. Os cientistas podem dar início a uma busca de duas semanas nas pradarias e pântanos do norte de Myanmar (antiga Birmânia) para procurar o pato de cabeça rosada, que está desaparecido há 68 anos. Para procurar a equidna de Attenborough, o mais provável é que os cientistas utilizem armadilhas de câmeras que serão monitoradas pelos moradores. A busca da salamandra escaladora de Jackson vai exigir uma expedição aos bosques nevoentos da Guatemala para revirar troncos durante o dia e percorrer a selva com lanternas à noite. “Falar com os moradores será chave na maioria das buscas, como no caso da rã conhecida como sapinho arlequim, na selva da Venezuela”, comenta o biólogo.
Moore tem certeza de que a campanha funcionará e tem evidências em primeira mão para acreditar: liderou em 2010 uma busca por sapos possivelmente extintos, que envolveu 33 equipes de especialistas em espécies desaparecidas em 21 países, e que resultou não só na redescoberta de três dos 10 anfíbios mais procurados, mas também conseguiu encontrar outras 15 espécies.
Há, além disso, indícios que sustentam a hipótese de que as 25 espécies procuradas atualmente podem estar escondidas em algum canto do planeta. Em 2007, um grupo de cientistas encontrou rastros de tocas que, por sua forma, poderiam ser da equidna de Attenborough, apesar de não haver evidência física ou de DNA. Entre 2000 e 2001, caçadores encontraram sinais que indicam que uma espécie de macaco antes considerado extinto, o colombo vermelho ocidental, sobreviveu. Na Guatemala, duas espécies de salamandra foram redescobertas depois de mais de três décadas sem deixar rastro —“O que nos leva a crer que a salamandra escaladora também pode nos surpreender”, diz Moore. E na Venezuela, os nativos relataram ter visto rãs que coincidem com a descrição do sapinho arlequim. “Todos esses fragmentos de evidências são tentadores. É uma centelha de esperança para a redescoberta dessas espécies”, afirma o biólogo.
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Cavernas catalogadas quadruplicam em 13 anos

Elas passaram de 4.448, em 2004, para 16.382, em 2017. Um terço está dentro de UCs. Minas, Pará, Bahia e Rio Grande do Norte lideram ranking dos estados com maior número de cavidades


Publicado: Quinta, 20 de Abril de 2017, 13h17

1CAVERNAS01 parna furnafeia 2011

Ramilla Rodrigues
ramilla.rodrigues@icmbio.gov.br

Brasília (20/04/2017) – O Brasil oferece aos entusiastas em espeleologia (ciência que estuda cavernas) oportunidades únicas de exploração, seja para pesquisas e estudos, seja simplesmente para lazer. Praticantes de esportes radicais, pesquisadores e interessados em espeleologia em geral podem se beneficiar da crescente identificação das chamadas cavidades naturais subterrâneas no País.

As cavernas catalogadas pelo Centro de Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), passaram de 4.448, em 2004, para 16.382, em 2017. Os estados com maior número de cavernas catalogadas são Minas Gerais (6.403), Pará (2.613), Bahia (1.303) e Rio Grande do Norte (958).

Os dados são do Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (Canie), lançado em 2004 por meio da Resolução nº 347 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). O Canie, administrado pelo Cecav, armazena e disponibiliza dados essenciais para a gestão do patrimônio espeleológico brasileiro. Acesse o sistema aqui.

O sistema guarda, entre outras, informações sobre área protegida, atividade antrópica (do homem), hidrologia, microbiologia, paleoclima, vestígios arqueológicos, paleontológicos e histórico-culturais.

2CAVERNAS01 parna furnafeia 2012 1

Inicialmente, o Canie consistia na base de dados geoespacializados do Cecav, mas, ao longo dos anos, dados já existentes como os da Sociedade Brasileira de Espeleologia e da Rede Espeleológica do Brasil, bem como novas contribuições de pesquisadores e visitantes, passaram a ser validados pela equipe Centro e adicionados ao cadastro.

O Canie é mais um dos instrumentos do conhecimento espeleológico do Brasil. Há outras iniciativas dentro do Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico que inclui diversos projetos e ações, como o Inventário Anual do Patrimônio Espeleológico.

“O objetivo é facilitar cada vez mais o acesso à informação, tornando a interface mais amigável, e aumentar o nível e a quantidade dos dados inseridos”, afirma o coordenador do Cecav, Jocy Brandão.

A partir de 2009, o crescimento de cavidades catalogadas no Canie foi exponencial. Em função do Decreto 6.640/2008 (que dispõe sobre a proteção e impacto de cavernas) e legislações correlatas, os estudos de licenciamento ambiental se tornaram uma importante fonte de dados sobre cavernas no Brasil.

Cerca de 40% do total de cavernas registradas no Canie são provenientes de estudos de licenciamento ambiental. Os estudos buscam conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação da natureza, como destaca a pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Mylene Berbeth. O CPRM é um dos parceiros do ICMBio no desenvolvimento de metodologias para classificação de relevância das cavernas, fundamentais para o planejamento da proteção.

03 parna cavernasdoperuacu 2014

Unidades de conservação

Das 16.382 mil cavernas catalogadas no Canie, 5.415 (33%) estão dentro de unidades de conservação (UCs) municipais, estaduais e federais. Dessas, 60% são UCs federais, geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “É uma das principais preocupações do Instituto que as cavernas estejam protegidas nas unidades de conservação e que as medidas de proteção sejam praticadas”, enfatiza Brandão.

Apesar da legislação brasileira sobre cavernas ser considerada satisfatória, ainda há o que se avançar. “Muitas cavidades estão fora das unidades de conservação, portanto, sem garantias de proteção”, diz o presidente da Sociedade de Espeleologia Brasileira, Marcelo Rasteiro.

“Ainda há muitas regiões já catalogadas e de relevante potencial esperando pela implementação de áreas protegidas. É preciso efetivar a proteção dessas cavernas”, complementa Ezio Rubiolli, do grupo Bambuí de Pesquisa Espeleológica.

Sobre estes desafios, Brandão ressalta a importância de formular e implantar planos de manejo espeleológicos. “Por meio desses planos, o gestor da unidade pode planejar as formas de uso das cavernas e definir as estruturas necessárias”, destaca ele.

Um dos destaques de gestão espeleológica é o Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais, com grutas consideradas entre as mais bonitas e importantes do mundo. Outra unidade de conservação que protege significativo patrimônio espeleológico é o Parque Nacional do Ubajara, no Ceará.

Mais recentemente, o ICMBio criou os parques nacionais da Furna Feia, no Rio Grande do Norte, e da Serra da Gandarela, em Minas Gerais, para, entre outras coisas, reforçar a conservação do patrimônio espeleológico brasileiro.

Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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Veículos oficiais da Funasa serão leiloados no Maranhão

19 de abril de 2017                      FUNASA
A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), por meio de sua Superintendência Estadual no Maranhão (Suest/MA), com o Estatuto aprovado pelo Decreto nº 7.335, de 19 de outubro de 2010, entidade federal vinculada ao Ministério da Saúde, realizará no dia 03 de Maio de 2017, às 09h, no endereço: Rua do Apicum, 243, Centro, município de São Luís, Leilão Público para alienação de veículos oficiais e demais materiais.

O licitante interessado em participar do Leilão Público Oficial deverá se credenciar perante a Comissão de Alienação, instituída por meio da Portaria/SUEST-MA/nº 273/2016, até as 14h, do dia 02 de Maio, portando os documentos, carteira de identidade (CI) ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH), Cadastro Nacional de Pessoas Físicas (CPF) e comprovante de endereço/residência, e as pessoas jurídicas, identificadas por meio dos números de Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e de Inscrição Estadual, devendo obrigatoriamente ser apresentados os documentos originais, acompanhados das respectivas cópias autenticadas.

O acesso ao local para a realização do Leilão Público Oficial será permitido a todos os interessados que queiram assistir a sessão do pregão, porém só poderão oferecer lances os licitantes interessados previamente cadastrados, sem a possibilidade de cadastramento no dia do leilão.

Os bens arrematados e pagos poderão ser liberados de imediato em conformidade com os dispositivos do parágrafo único do artigo 53 da Lei nº 8.666/93, ou, em até 05 (cinco) dias após o leilão, em ambos os casos, mediante apresentação de recibo original de pagamento da GRU.

Os veículos e demais materiais serão entregues no estado de conservação em que se encontram, ficando desde já esclarecido que não caberá à Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), qualquer responsabilidade ou ônus por avarias ou defeitos, eventualmente verificados. As despesas relacionadas com a remoção dos bens arrematados, inclusive taxa para circulação, transporte e qualquer outra que venha a existir ficarão todas por conta do arrematante.
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VIDHA LINUS

CONSULTORIA AMBIENTAL LICENÇAS,ELABORAÇÃO EIV, PRAD. Av Radial B, 122 Bairro Mangueiral CEP 42807-380 CAMAÇARI - BAHIA 71 3040 5033 99168 5797 VBRAMBIENTAL@YAHOO.COM.BR

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