Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Genoma do chá revela a razão de seu sabor e de seu sucesso econômico

A árvore passou por duplicações em série dos genes responsáveis pela cafeína e os flavonoides. Por trás disso estão os genes saltitantes

chá


A árvore de chá ‘Camellia sinensis’. LIZHI GAO LAB

Existem chás de vários sabores (chá preto, chá verde, chá de Oolong, chá branco, chai...), mas todos eles vêm da mesma planta: a Camellia sinensis, a árvore do chá. Os níveis de cafeína e de flavonoides oscilam muito entre as espécies do gênero Camellia, mas são particularmente elevados na Camellia sinensis, e seu genoma explica o motivo: a árvore do chá passou por inúmeras duplicações dos genes responsáveis por sua síntese. Essa amplificação genéticaé intermediada pelos transpósons (genes saltitantes) e corresponde em grande parte a uma reação diante da domesticação da planta e sua adaptação a diversos climas.
A principal fonte de cafeína do planeta não é o café, mas sim o chá, a infusão preferida de mais de 3 bilhões de pessoas em 160 pessoas. A planta foi domesticada há cerca de 5.000 anos na Ásia, e propriedades saudáveis lhe são atribuídas pelo menos desde a dinastia Shang, que reinou na China no século III da nossa era. As folhas da árvore do chá não só contêm cafeína, mas também flavonoides, teanina (semelhante ao glutamato), vitaminas, polissacáridos, óleos essenciais e minerais.


O gênero Camellia, ao qual pertence a árvore do chá (Camellia sinensis), é especialmente rico em espécies de interesse econômico, como as belas e famosas camélias (Camellia japónica, Camellia reticulata, Camellia sasanqua) e a árvore Camellia oleífera, de cujas sementes se extrai um óleo comestível de boa qualidade chamado, às vezes, de óleo de camélia. Mas o grande destaque é o chá, com uma produção anual acima de 5 bilhões de toneladas.
Dada essa relevância econômica, é surpreendente que o genoma do chá ainda não fosse conhecido. E o principal motivo para isso é que se trata de um genoma extremamente difícil de solucionar. Ele não só é grande, como está infestado de segmentos de DNA repetitivo, devido à grande quantidade de transpósons (genes saltitantes) que contém. Lizhi Gao e seus colegas do Instituto Kunming de Botânica e de outras instituições científicas chinesas solucionaram agora o problema, em uma demonstração de perseverança e engenhosidade. Eles estão revelando o primeiro esboço do genoma do chá na publicação online Molecular Plant.
“Existem muitos sabores diferentes de chá”, diz o geneticista Gao, “mas o mistério é saber o que determina ou qual é base genética desses sabores”. Pesquisas anteriores já haviam indicado que boa parte do sabor do chá se deve aos flavonoides, em particular a um deles, chamado catequina. Essas moléculas são antioxidantes que servem para as plantas se adaptarem ao seu ambiente. A catequina, além disso, confere ao chá o seu típico sabor amargo.
A cafeína e a catequina não são exclusividade do chá –as outras 115 espécies do gênero Camellia também contêm esses compostos--, mas elas são particularmente abundantes nele. E os cientistas chineses descobriram o motivo: os genes responsáveis pela síntese dessas substâncias se duplicaram em série no genoma do chá. E essa amplificação dessas famílias de genes foi intermediada por transpósons (genes saltitantes), e especificamente por um tipo chamado retrotranspósons, que são antigos retrovírus que perderam sua capacidade de constituir partículas infecciosas.



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O coordenador do estudo, Lizhi Gao. YONG-SHENG YI


Nada menos do que 67% do genoma do chá são sequências de retrotranspósons. Esta é a razão pela qual se tornava tão difícil solucioná-lo. Para sequenciar um genoma, os cientistas começam por quebrá-lo em vários pedaços. E de formas muito diversas, para que os fragmentos se soltem. Depois disso, se faz a sequência (se ) cada fragmento, para em seguida reunir tudo graças aos encaixes entre fragmentos. Mas, em havendo 67% de retrotranspósons, que são basicamente iguais uns aos outros, os encaixes são ambíguos. Como disse Gao, é como montar um quebra-cabeças em que a maior parte das peças são pedaços de um céu azul sem nenhuma nuvem.
Durante o ciclo de vida do retrovírus, o genoma viral se integra ao genoma do hóspede, depois gera muitas cópias de si mesmo e, ao final, cada genoma é envolvido por uma partícula infecciosa. Os retrotranspósons perderam essa última habilidade, mas conservam a de se integrar ao genoma, e frequentemente geram cópias de si mesmos que se integram a outros pontos do genoma. Um fenômeno comum durante esses saltos é que eles levam consigo parte do genoma do hóspede que esteja ao lado. Esse é o mecanismo pelo qual o genoma do chá duplicou muitas vezes os genes responsáveis pela síntese da cafeína, catequina e outros flavonoides.
Gao e seus colegas acreditam que essas amplificações de famílias de genes permitiram à arvore do chá que se adaptasse aos inúmeros ambientes onde a planta é semeada atualmente. Vários dos saltos de retrotranspósons são recentes (ocorreram nos últimos 5.000 anos), razão pela qual parece ser provável que se trate de reações à domesticação e ao cultivo do chá. Ou seja, um produto da seleção artificial que inspirou Darwin em sua teoria da evolução. Na genômica, chegou, agora, a vez do chá.
elpais:http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/08/ciencia/1494239510_721045.html
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Controle de origem para produtos florestais

ESPECIAL// Ministério do Meio Ambiente publica série de matérias sobre ações do primeiro ano da atual gestão do ministro Sarney Filho.

LETÍCIA VERDI*
Quarta, 10 Maio 2017 00:3
Lançado pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, no dia 7 de março, o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) será um aliado no combate ao desmatamento ilegal no Brasil. A plataforma, totalmente eletrônica, controlará o processo de origem da madeira, do carvão e de outros produtos e subprodutos florestais, além de rastrear desde a autorização de exploração até o transporte, armazenamento, industrialização e exportação dos produtos.  
“O sistema representa um avanço fundamental para a gestão dos recursos florestais no país”, defendeu Sarney Filho. O ministro está em sua segunda gestão à frente do Meio Ambiente – assumiu a pasta em maio de 2016. De hoje a sexta-feira (12/05), quando o presidente Michel Temer completará o primeiro ano de governo, o Portal MMA publica série de matérias sobre as principais realizações da agenda ambiental.
OBRIGATORIEDADE
Todos os estados da Federação devem estar utilizando o Sinaflor até o dia 1º de janeiro de 2018. Previsto no Artigo 35 da Lei 12.651/2012 (Código Florestal Brasileiro), o sistema contribuirá para conter o desmate nos biomas brasileiros e, ao mesmo tempo, desenvolver a economia relacionada aos produtos florestais no país.
A plataforma agiliza a certificação dos Planos de Manejo Florestal Sustentável e dá mais segurança à transferência de créditos de madeira ao sistema do Documento de Origem Florestal (DOF). Todas as informações serão integradas à base do Cadastro Ambiental Rural (CAR), para um acompanhamento real da dinâmica de desmate nos estados.
Segundo o coordenador geral de Flora e Floresta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), André Sócrates, o Sinaflor dará transparência ao processo para que os órgãos ambientais e de controle possam executar as políticas públicas com segurança. “Estamos fazendo a capacitação do sistema junto aos órgãos estaduais”, afirmou Sócrates.
TRANSPARÊNCIA
Para o ministro do Meio Ambiente, a participação dos estados e dos demais setores, como o empresarial, é fundamental no processo. “O modo como o sistema foi elaborado e está sendo implementado vai ao encontro dos eixos da nossa gestão: parceria, qualidade técnica e transparência”, declarou.
Os dados referentes à documentação de origem florestal estarão disponíveis publicamente, dentro dos limites previstos pela legislação. “A orientação é que tudo aquilo que não for proibido seja disponibilizado para o controle social por parte da população”, explicou o ministro. 
PIONEIROS
O estado de Roraima foi o primeiro a emitir licenças pelo Sinaflor. O presidente da Fundação do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) de Roraima, Rogério Martins, ressalta que o sistema reduzirá a quantidade de processos físicos, tornando mais ágil a emissão de autorizações. 
A Femarh/RR começou a operar o sistema em 30 de janeiro, cadastrando empreendimentos, consultores técnicos, projetos e análises conduzidas pelo órgão ambiental. Rondônia e Acre também já adotam o sistema. No Amapá, o sistema está em fase de implantação.
Os próximos estados a utilizar o Sinaflor serão Amazonas, Tocantins e Maranhão. Pará e Mato Grosso têm sistemas próprios que serão integrados ao Sinaflor. Aqueles que não integram a Amazônia Legal terão um processo de implementação mais ágil, que será realizado a partir do segundo semestre deste ano.
CONTROLE ELETRÔNICO
Desenvolvido pelo Ibama, o Sinaflor garante a informatização em toda a gestão florestal. “Desde o plano de manejo até o produto final, haverá uma marcação eletrônica de tudo o que aconteceu”, explicou a presidente do Ibama, Suely Araújo. “Isso vai trazer segurança e reduzir o número de fraudes”.
Ao longo do ano, o Ibama conduzirá capacitações com equipes dos órgãos estaduais de meio ambiente. Até o momento, já foram firmados 23 acordos de cooperação. 
A sociedade civil considerou o lançamento do Sinaflor uma medida positiva para a agenda ambiental no país. “A habilidade de integrar ferramentas é fundamental, e o Sinaflor é mais do que isso, é uma ruptura e uma sinalização extremamente importante”, analisou Marcelo Furtado, da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, um movimento formado por 150 entidades do setor privado, da sociedade civil e da academia. 
O QUE É
O Sinaflor integra o controle da origem da madeira, do carvão e de outros produtos ou subprodutos florestais, sob coordenação, fiscalização e regulamentação do Ibama. Esse controle incluirá um sistema nacional que integrará os dados dos diferentes entes federativos, coordenado, fiscalizado e regulamentado pelo órgão federal competente, o Ibama.
A análise das solicitações feitas pelos usuários ganha agilidade na medida em que os dados ficam disponíveis para o Ibama e as secretaria de estado de Meio Ambiente em tempo real. O sistema também oferece mais segurança à transferência de crédito de produtos florestais para o sistema do Documento de Origem Florestal (DOF).

*Com informações da Assessoria de Comunicação do Ibama.  
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227/ 1311/ 1437
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Programa Água Doce é debatido em Sergipe

Gestores locais e do governo federal reuniram-se nesta quarta-feira (10/05) para discutir a política que garante acesso à água de qualidade.
Quarta, 10 Maio 2017 17:30
DA REDAÇÃO
Representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA) encontraram-se, nesta quarta-feira (10/05), com gestores da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) de Sergipe para discutir o Programa Água Doce (PAD). O encontro faz parte de uma série de eventos que vêm acontecendo desde março nos estados atendidos pelo programa que garante o acesso à água de boa qualidade às comunidades do semiárido brasileiro. 
O objetivo é discutir e apresentar a execução do programa. Em Sergipe, a equipe estadual apresentou a situação local do Água Doce durante encontro que conta com a participação das comunidades e dos gestores municipais beneficiados. “Como o programa tem o propósito de uma gestão compartilhada, é muito importante que nessa transição de gestões municipais os novos gestores conheçam o PAD, vejam a importância e o resultado dele no sentido da saúde, da qualidade de vida da comunidade e se envolvam na continuidade da gestão compartilhada”, destaca o diretor de Revitalização de Bacias Hidrográficas e Acesso à Água e coordenador nacional do PAD, Renato Saraiva.
Também foram discutidos os componentes e a metodologia do programa. “O objeto do convênio não é a implantação do sistema, mas a aplicação da metodologia do Programa Água Doce para a recuperação, implantação e gestão do programa. Se nós não tivermos cuidado com a gestão, desde o diagnóstico social e ambiental e técnico, e o dimensionamento adequado do dessalinizador, corremos o risco de não dar certo. Por isso que temos sistemas em outros estados funcionando há mais de 10 anos”, explicou Saraiva. “O objetivo não é fazer a obra, mas ter uma estação de tratamento de água funcionando e produzir água de qualidade”, reafirmou.
O secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, ressaltou que o programa tem como meta estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados ambientais e sociais na gestão de sistemas de dessalinização.
SITUAÇÃO LOCAL 
Em Sergipe, o programa está em fase de implantação. Ao todo, serão 33 comunidades beneficiadas com o sistema de dessalinização, sendo 25 na primeira etapa e oito na segunda. Os municípios contemplados pelo programa são: Monte Alegre, Tobias Barreto, Simão Dias, Canindé de São Francisco, Poço Verde e Carira.
A Semarh, que coordena as ações locais do Programa Água Doce através de convênio com o MMA, já recebeu investimento de mais de R$ 6,6 milhões para implantar 33 sistemas de dessalinização, atendendo cerca de 13 mil pessoas que estão em áreas afetadas por escassez hídrica.
O Programa Água Doce (PAD) é uma ação do governo federal, coordenada pelo MMA em parceria com diversas instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. O objetivo é estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para o consumo humano, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na gestão dos sistemas de dessalinização em comunidades do semiárido brasileiro. O programa conta com uma rede de cerca de 200 instituições, que envolvem 10 estados e parceiros federais.

*Com informações da Assessoria de Comunicação da Semarh.
http://www.mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-informma?view=blog&id=2322
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227/ 1311/ 1437

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Controle de origem para produtos florestais

ESPECIAL// Ministério do Meio Ambiente publica série de matérias sobre ações do primeiro ano da atual gestão do ministro Sarney Filho.

Quarta, 10 Maio 2017 00:30
LETÍCIA VERDI*
Lançado pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, no dia 7 de março, o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) será um aliado no combate ao desmatamento ilegal no Brasil. A plataforma, totalmente eletrônica, controlará o processo de origem da madeira, do carvão e de outros produtos e subprodutos florestais, além de rastrear desde a autorização de exploração até o transporte, armazenamento, industrialização e exportação dos produtos.  
“O sistema representa um avanço fundamental para a gestão dos recursos florestais no país”, defendeu Sarney Filho. O ministro está em sua segunda gestão à frente do Meio Ambiente – assumiu a pasta em maio de 2016. De hoje a sexta-feira (12/05), quando o presidente Michel Temer completará o primeiro ano de governo, o Portal MMA publica série de matérias sobre as principais realizações da agenda ambiental.
OBRIGATORIEDADE
Todos os estados da Federação devem estar utilizando o Sinaflor até o dia 1º de janeiro de 2018. Previsto no Artigo 35 da Lei 12.651/2012 (Código Florestal Brasileiro), o sistema contribuirá para conter o desmate nos biomas brasileiros e, ao mesmo tempo, desenvolver a economia relacionada aos produtos florestais no país.
A plataforma agiliza a certificação dos Planos de Manejo Florestal Sustentável e dá mais segurança à transferência de créditos de madeira ao sistema do Documento de Origem Florestal (DOF). Todas as informações serão integradas à base do Cadastro Ambiental Rural (CAR), para um acompanhamento real da dinâmica de desmate nos estados.
Segundo o coordenador geral de Flora e Floresta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), André Sócrates, o Sinaflor dará transparência ao processo para que os órgãos ambientais e de controle possam executar as políticas públicas com segurança. “Estamos fazendo a capacitação do sistema junto aos órgãos estaduais”, afirmou Sócrates.
TRANSPARÊNCIA
Para o ministro do Meio Ambiente, a participação dos estados e dos demais setores, como o empresarial, é fundamental no processo. “O modo como o sistema foi elaborado e está sendo implementado vai ao encontro dos eixos da nossa gestão: parceria, qualidade técnica e transparência”, declarou.
Os dados referentes à documentação de origem florestal estarão disponíveis publicamente, dentro dos limites previstos pela legislação. “A orientação é que tudo aquilo que não for proibido seja disponibilizado para o controle social por parte da população”, explicou o ministro. 
PIONEIROS
O estado de Roraima foi o primeiro a emitir licenças pelo Sinaflor. O presidente da Fundação do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) de Roraima, Rogério Martins, ressalta que o sistema reduzirá a quantidade de processos físicos, tornando mais ágil a emissão de autorizações. 
A Femarh/RR começou a operar o sistema em 30 de janeiro, cadastrando empreendimentos, consultores técnicos, projetos e análises conduzidas pelo órgão ambiental. Rondônia e Acre também já adotam o sistema. No Amapá, o sistema está em fase de implantação.
Os próximos estados a utilizar o Sinaflor serão Amazonas, Tocantins e Maranhão. Pará e Mato Grosso têm sistemas próprios que serão integrados ao Sinaflor. Aqueles que não integram a Amazônia Legal terão um processo de implementação mais ágil, que será realizado a partir do segundo semestre deste ano.
CONTROLE ELETRÔNICO
Desenvolvido pelo Ibama, o Sinaflor garante a informatização em toda a gestão florestal. “Desde o plano de manejo até o produto final, haverá uma marcação eletrônica de tudo o que aconteceu”, explicou a presidente do Ibama, Suely Araújo. “Isso vai trazer segurança e reduzir o número de fraudes”.
Ao longo do ano, o Ibama conduzirá capacitações com equipes dos órgãos estaduais de meio ambiente. Até o momento, já foram firmados 23 acordos de cooperação. 
A sociedade civil considerou o lançamento do Sinaflor uma medida positiva para a agenda ambiental no país. “A habilidade de integrar ferramentas é fundamental, e o Sinaflor é mais do que isso, é uma ruptura e uma sinalização extremamente importante”, analisou Marcelo Furtado, da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, um movimento formado por 150 entidades do setor privado, da sociedade civil e da academia. 
O QUE É
O Sinaflor integra o controle da origem da madeira, do carvão e de outros produtos ou subprodutos florestais, sob coordenação, fiscalização e regulamentação do Ibama. Esse controle incluirá um sistema nacional que integrará os dados dos diferentes entes federativos, coordenado, fiscalizado e regulamentado pelo órgão federal competente, o Ibama.
A análise das solicitações feitas pelos usuários ganha agilidade na medida em que os dados ficam disponíveis para o Ibama e as secretaria de estado de Meio Ambiente em tempo real. O sistema também oferece mais segurança à transferência de crédito de produtos florestais para o sistema do Documento de Origem Florestal (DOF).

*Com informações da Assessoria de Comunicação do Ibama.  
http://www.mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-informma?view=blog&id=2321
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227/ 1311/ 1437
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Água: Ministério institui encontros formativos

Assinatura da portaria ocorreu durante a abertura do V Encontro Nacional de Educação Ambiental para Gestão da Águas, nesta terça, em Brasília.

Terça, 09 Maio 2017 20:30
TINNA OLIVEIRA



O Ministério do Meio Ambiente (MMA) institucionalizou os encontros formativos de educação ambiental para gestão das águas, por meio da assinatura de uma portaria que garantirá a continuidade do processo e a realização dos encontros a cada dois anos. A formalização foi feita pelo secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA, Edson Duarte, representando o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, na abertura da quinta edição do encontro nacional, realizada em Brasília, nesta terça-feira (09/05).  
Para o secretário, a gestão das águas é uma agenda prioritária e urgente. “A assinatura da portaria que institui o Encontro como evento a ser realizado a cada dois anos, sob a responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e da Agência Nacional de Águas (ANA), é um marco nesta edição”, disse. Edson Duarte também chamou a atenção para a mobilização de educadores do Brasil, da América Latina e do Caribe, para o Processo Cidadão do 8º Fórum Mundial da Água, reforçando a importante presença de lideranças juvenis para gestão das águas.
“Assumimos com a ANA, em 2016, a organização do 8º Fórum, ao lado do Governo do Distrito Federal, considerando sua relevância para o estabelecimento de compromissos políticos e incentivos de ações, além do debate profundo e qualificado sobre temas relacionados aos recursos hídricos”, destacou. Ele explicou que o Fórum será realizado pela primeira vez em país do Hemisfério Sul e reforçou o convite para a participação de todos. 
“Espero, portanto, que este encontro contribua para que o 8º Fórum motive a sociedade a questionar nossas legislações, políticas, modelos de gestão e padrões de consumo e que colabore, ainda, na conscientização e mobilização para a proteção de florestas e rios”, concluiu.
Participaram também da mesa de abertura: a secretária executiva adjunta do CBN Paranapanema e presidente da Câmara Técnica de Educação, Capacitação, Mobilização Social e Informação em Recursos Hídricos, Suraya Modaelli; a delegada jovem do Conselho Mundial da Água para as Américas, Tatiana Silva; a representante do Fórum Cidadão, Taciana Leme; o chefe da Unidade Estratégica de Água da Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal, Sérgio Augusto Ribeiro; e a diretora da Agência Nacional de Águas, Gisela Forattini. 
O quinto encontro tem por objetivo o diálogo, a troca de experiências e o fortalecimento da rede de educadores ambientais que atuam na gestão hídrica do país. A iniciativa faz parte do processo de formação continuada e permanente, que é uma das Prioridades do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) para os próximos quatro anos. O evento acontece até sexta-feira (12/05).

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227/ 1311/ 1437
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Aberta consulta sobre aves da Amazônia

Contribuições podem ser enviadas para o site ara.cemave.net até 31 de agosto e servirão para a oficina de avaliação do estado de conservação que será realizada em setembro


AVE AMAZÔNIA BANNER

Brasília (10/05/2017) – Está aberta a consulta para avaliação do estado de conservação das aves da Amazônia. As contribuições podem ser enviadas até 31 de agosto por meio de fichas-base disponiveis no Atlas de Registros de Aves Brasileiras (ARA), no site ara.cemave.net.

As informações vão servir para a próxima oficina de avaliação do estado de conservação das aves brasileiras, que abrangerá 224 espécies da Amazônia, especialmente aquelas da região de Belém-Xingu-Tapajós e outras que ocorrem em toda Amazônia.

A oficina ocorrerá entre 25 a 29 de setembro, em Brasília. Serão convidados pesquisadores com experiência na Amazônia, principalmente nas áreas dos centro de endemismo Belém-Xingu-Tapajós, somando cerca de 15 especialistas. Antes, porém, os interessados podem dar suas contribuições por meio da consulta ampla.

O processo de avaliação de risco de extinção das espécies é contínuo e cíclico, com intervalos de cinco anos entre uma avaliação e outra. 

A avaliação do estado de conservação das aves brasileiras está em seu segundo ciclo e é conduzida pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As oficinas de avaliação são realizadas por biomas – Caatinga, Amazônia, Mata Atlântica, Campos Sulinos, Cerrado e Pantanal.

Serviço:

Mais informações podem ser obtidas com Alexandre Luiz Padovan Aleixo (Coordenador de taxon) e Diego Mendes Lima (ICMBio/Cemave) pelo e-mail cemave.sede@icmbio.gov.br 

Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
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Países celebram Dia das Aves Migratórias

Campanha internacional tem sete espécies embaixadoras, das quais duas ocorrem no Brasil: Andorinha-de-bando e Maçarico-de-papo-vermelho.

Terça, 09 Maio 2017 18:30
RENATA MELIGA 

Nesta quarta-feira (10/05) é comemorado o Dia Mundial das Aves Migratórias (World Migratory Bird Day), data instituída pela Convenção sobre Espécies Migratórias (CMS, na sigla em inglês), em 2006, com objetivo de aumentar a conscientização da sociedade sobre a necessidade de conservação das aves migratórias e seus habitats. 
A analista ambiental Krishna Bonavides, do Ministério do Meio Ambiente, destaca que, “por ser uma data de âmbito mundial, é uma ferramenta importante de sensibilização da sociedade sobre as ameaças que as aves migratórias enfrentam, sua importância ecológica e sobre a necessidade de cooperação internacional para conservá-las”. 
Com o tema “O Futuro Deles É Nosso Futuro - Um Planeta Saudável para Aves Migratórias e as Pessoas", a campanha de 2017 tem como objetivo sensibilizar sobre a necessidade de uma gestão sustentável dos recursos naturais, demonstrando que a conservação das aves também é crucial para o futuro da humanidade.
INICIATIVA
Todos os anos, pessoas em diversas partes do mundo organizam eventos públicos, tais como festivais de aves, programas de educação, exposições e passeios de observação de pássaros para comemorar e dar visibilidade ao tema. 
Esse é um dos objetivos do Encontro Nacional de observadores de Aves (Avistar 2017), que será realizado entre 19 e 21 de maio, no Instituto Butantan, em São Paulo. O evento promove o registro, conservação e conhecimento da avifauna brasileira, além de estimular uma relação saudável com a natureza, turismo responsável, ciência-cidadã e relação responsável dos usuários com as unidades de conservação.
Durante o Avistar, Pedro Develey, diretor da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil, instituição parceira do MMA, irá falar sobre a “Aliança del pastizal”, uma iniciativa que tem como objetivo integrar o desenvolvimento do Pampa com a conservação da biodiversidade, por meio da promoção de técnicas de manejo favoráveis ao meio ambiente. A Alianza del Pastizal, representada no país pela Save Brasil, conserva mais de 100 mil hectares de campos nativos e 12 espécies de aves globalmente ameaçadas de extinção. 
EMBAIXADORAS 
O Dia Mundial das Aves Migratórias, neste ano, tem sete embaixadores, entre aves aquáticas e terrestres ou aves de rapina, que voam sobre diferentes partes do mundo, mas enfrentam ameaças semelhantes durante a migração. Das sete espécies embaixadoras, duas ocorrem no Brasil: andorinha-de-bando (Hirundo rustica) e Maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutus). 
Classificada na categoria Menos Preocupante (LC) na avaliação de seu estado de conservação, a andorinha-de-bando é uma espécie amplamente distribuída no mundo, podendo ser encontrada na Europa, África, Ásia, Américas e norte da Austrália. Segundo a analista ambiental Nadinni Oliveira, também do Ministério do Meio Ambiente, a ave está presente periodicamente em todo o território brasileiro, sendo vista principalmente entre setembro e março. 
Já o maçarico-de-papo-vermelho é considerado como Criticamente em Perigo (CR) na Lista Nacional Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. Krishna Bonavides conta que a subespécie que ocorre no Brasil (rufa) migra do Círculo Polar Ártico ao sul do Brasil, Uruguai e da Argentina, sempre em regiões costeiras e nunca dentro do continente, e passa o período não-reprodutivo no Brasil, havendo concentrações populacionais especialmente no Maranhão e no Rio Grande do Sul. “As principais ameaças descritas para a espécie no Brasil é o declínio da qualidade do habitat devido a atividades humanas nas praias”, explica. 
CONVENÇÃO 
A implementação da Convenção sobre Espécies Migratórias no Brasil é coordenada pelo Departamento de Conservação e Manejo de Espécies do Ministério Meio Ambiente. “Com isso, buscamos ampliar a representação sobre conservação de aves migratórias em fóruns internacionais e também, juntamente com o ICMBio, a implementação do Plano de Ação Nacional para Conservação de Aves Limícolas Migratórias”, informa Krishna Bonavides. 
A Convenção sobre Espécies Migratórias (CMS) tem como objetivo conservar as espécies que migram tanto pela via terrestre, quanto marinha e/ou aérea, desconsiderando as fronteiras físicas entre os países e demandando esforços comuns e uma efetiva cooperação internacional. Trata-se de um acordo intergovernamental, concluído sob a coordenação da ONU Meio Ambiente.
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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Bill Gates alerta os pais: celulares só depois dos 14 anos

Getty Images
Bill Gates, em sua casa, restringe tempo de uso dos smartphones (Getty Images)

Bill Gates, em sua casa, restringe tempo de uso dos smartphones (Getty Images)
De acordo com o site especializado em tecnologia Alphr, limitar o tempo que as crianças passam em frente às telas ainda é um problema sério para a maioria dos pais – até em lares que foram construídos com o dinheiro gerado pela revolução tecnológica. Em uma entrevista para o “The Mirror”, o fundador da Microsoft, Bill Gates, revelou a estratégia que adota com os filhos Jennifer, Rory e Phoebe, hoje com 20, 17 e 14 anos, respectivamente.


“Nós separamos um tempo em que o acesso às telas é proibido. No caso deles, essa iniciativa os ajuda a irem para a cama em um horário razoável”, contou Bill Gates. “E estamos sempre fuçando novas maneiras de utilizar o celular, como para ajudar nas lições de casa e no contato com os amigos, mas também ficamos atentos aos excessos.”

E, apesar de ser um fã dos smartphones, ele adotou rigorosas restrições na utilização dos dispositivos pelos filhos: “Nós não utilizamos celulares à mesa, durante as refeições. Também não compramos celulares para eles antes dos 14 anos. É claro que eles reclamaram e se compararam com as outras crianças que já tinham os aparelhos.”


O que não foi revelado na entrevista é qual telefones seus filhos têm. Em 2009, Melinda Gates revelou que os produtos da Apple estavam em sua lista negra. “Existem poucas coisas que são proibidas em casa. Mas não compramos iPhones e iPods para as crianças.” A declaração acabou complicando a vida da esposa do bilionário, que acrescentou: “De tempos em tempos, eu olho para meus amigos e até penso que não me importaria de ter os iPhones que eles têm”. Ou seja, ainda não está claro se Phoebe, a caçula da família, terá que se contentar com um Microsoft Lumia 950 ou se as restrições dos pais em relação à rival já foram superadas.

http://www.forbes.com.br/colunas/2017/04/bill-gates-alerta-os-pais-celulares-so-depois-dos-14-anos/
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terça-feira, 9 de maio de 2017

Três trabalhos científicos que podem mudar o mundo

posteriores para confirmar essa hipótese poderiam ajudar a elaborar políticas mais apropriadas para reduzir a criminalidade.

Um dos estudos relaciona um aumento na oferta de drogas em Nova York a uma redução da criminalidade

Todos os anos as revistas científicas publicam centenas de artigos. O valor deles varia entre os que tempos depois serão desmascarados como completas falsidades até aqueles que mudarão o mundo, como os quatro artigos com os quais Albert Einstein revolucionou a física em 1905, ou as duas páginas na Natureem que James Watson e Francis Crick fizeram o mesmo com a biologia. Para ajudar a escolher melhor o que ler entre tanto material, a editora Springer Nature, gigante das publicações científicas, quer propor uma seleção dos trabalhos publicados em suas revistas de modo a destacar os que têm maior potencial de transformar nosso mundo. A multinacional, que tem quase 13.000 funcionários e um faturamento equivalente a 5,2 bilhões de reais por ano, criou uma iniciativa chamada Change the World, One Article at a Time ("Mude o mundo, um artigo por vez"), com a qual seleciona os 180 trabalhos de todas as disciplinas científicas que, consideram, terão mais impacto social. Aqui fazemos referência apenas a três deles, mas na seleção, que terá livre acesso até agosto deste ano, podem ser encontrados alguns dos últimos achados em tecnologia energética, ciências sociais e investigação biomédica, entre outros campos.

1. Como nossos hábitos afetam nossos filhos e netos

Recentemente, esta ideia seria considerada uma heresia científica. O genoma se transmitia aos filhos sem refletir a vida que o pai havia levado. A fusão entre o espermatozoide e o óvulo era como um reset no qual se criava um novo indivíduo, com uma informação que refletia o acervo do pai e da mãe, mas não as mudanças acumuladas ao longo de suas vidas.
Em um artigo publicado na Nature Reviews Endocrinology, Romain Barrès e Juleen R. Zierath, pesquisadores da Universidade de Copenhague (Dinamarca), oferecem uma visão do que se sabe sobre a influência dos hábitos paternos na saúde das gerações posteriores, em especial no que se refere à diabetes tipo 2. Essa doença, que se caracteriza por altos níveis de açúcar no sangue e resistência à insulina, está crescendo na esteira da epidemia global de obesidade.
A desnutrição nas primeiras fases da vida pode predispor posteriormente à obesidade
Segundo os autores, foram identificadas 100 variantes genéticas que explicam 10% da predisposição a essa doença. O resto do caráter hereditário da diabetes poderia ser explicado pela epigenética, ou seja, as modificações produzidas pelo ambiente na atividade dos genes. Observou-se, por exemplo, que uma má nutrição infantil (ou mesmo no estágio intrauterino) está associada a doenças do coração e do metabolismo muitos anos depois. Imagina-se que, quando um feto ou uma criança se vê privado de alimento nas etapas iniciais do seu desenvolvimento, o organismo se reprograma para enfrentar uma vida de fome. Se mais adiante essa pessoa tiver um acesso abundante à comida, estará mais propensa à obesidade e a doenças como a diabetes.
Estudos epidemiológicos realizados com pessoas que passam fome durante guerras permitiram observar que essas mudanças no metabolismo podem ser transmitidas aos filhos e inclusive aos netos. Em experimentos com animais, viu-se que pais que consumiam muita gordura podiam desenvolver resistência à insulina em várias gerações posteriores.
O artigo também fala dos benefícios que o exercício pode propiciar à prole. Em estudos com ratos, observou-se que se os pais fizerem exercício os filhotes machos pesam menos e têm menos gordura, enquanto as fêmeas desenvolvem mais músculos e toleram melhor a glicose.
Os autores apontam que, apesar de terem sido observados efeitos como os mencionados, sabe-se pouco sobre os mecanismos que os produzem, e por isso eles ressaltam a importância de compreendê-los melhor para poder desenhar tratamentos e políticas públicas de saúde. Para recordar a complexidade desses mecanismos, eles lembram um artigo no qual se mostra que o exercício dos pais pode ser prejudicial para os filhos. O trabalho, realizado com ratos e assinado por pesquisadores da Universidade do Leste da Carolina (EUA), mostrava que quando os pais se exercitavam de forma regular durante muito tempo as crias ficavam programadas para uma vida de pouco gasto energético. Isso fazia com que os ratos fossem mais propensos à obesidade.

2. O problema do excesso de higiene

As melhoras na higiene produziram muitos benefícios para a saúde, mas é possível que também tenham tido alguns efeitos secundários. Isto é o que tenta explicar outro dos artigos selecionados pela Springer Nature. Em um trabalho liderado por Christopher Lowry, da Universidade do Colorado em Boulder, conta-se como a falta de exposição a alguns micróbios com os quais convivemos há milênios pode ter nos deixado com um sistema imunológico "destreinado".
No sistema de defesa do organismo contra os agentes patogênicos, a inflamação é fundamental. Entretanto, esse mecanismo também pode produzir doenças. Sabe-se que a inflamação pode causar problemas psiquiátricos, como a depressão, algo observado por exemplo em pessoas que receberam injeções de interferon-alfa, um tratamento para doenças como a hepatite B e alguns tipos de câncer. As proteínas que compõem esse medicamento produzem um efeito inflamatório, e isto por sua vez faz com que alguns pacientes se deprimam.
O excesso de higiene pode eliminar micróbios que ‘treinam’ nosso sistema imunológico
A prevalência de doenças causadas pela inflamação indesejada, como é o caso das alergias e da asma, cresceu nos últimos anos. Entretanto, ainda não se conhecem bem os mecanismos que provocam esses efeitos. Uma das hipóteses propostas para explicar esse fenômeno é a dos velhos amigos. Esta epidemia se deveria, em parte, a uma menor exposição a micro-organismos com os quais convivemos e que treinam os circuitos que regulam o sistema imunológico e suprimem a inflamação inapropriada. A falta de contato com nossos velhos amigos tornaria os habitantes do mundo moderno mais vulneráveis a problemas do desenvolvimento neurológico, como o autismo e a esquizofrenia, ou a questões relacionadas com o estresse e a ansiedade.
Além de propor um estudo mais aprofundado da relação entre os micro-organismos com os quais convivemos e as falhas no sistema imunológico, os pesquisadores sugerem a possibilidade de tratar estas enfermidades com probióticos. Neste sentido, recordam que já são usados saprófitos (um tipo de micróbio que se alimenta de material em decomposição) como imunoterapia em um teste clínico com doentes de câncer. Embora não sirva para prolongar a vida dos pacientes, a exposição a esses organismos melhorou sua capacidade cognitiva e sua saúde emocional.

3. Mais drogas, menos crimes

Nova York é um exemplo da redução mundial da criminalidade das últimas décadas. Entretanto, como dizem três pesquisadores da Universidade da Cidade de Nova York em outro dos artigos selecionados, não existe uma explicação satisfatória. O trabalho publicado na revista Dialectical Anthropology aponta que uma maior oferta de drogas ilegais e uma menor demanda pode estar por trás do fenômeno.
Nos EUA, 17% dos detentos estão cumprindo pena por crimes cometidos para conseguir dinheiro para drogas. O aumento da oferta e a redução da demanda estariam por trás de uma queda no preço dos entorpecentes e isso, por sua vez, reduziria a necessidade de cometer crimes para ter acesso a eles.
Nos EUA, 17% dos detentos estão presos por crimes cometidos para conseguir dinheiro para drogas
Entre os possíveis motivos para a diminuição da criminalidade em Nova York (e no resto do mundo, embora de uma forma menos evidente) encontra-se a ação policial, a legalização do aborto e até uma menor exposição ao chumbo. No entanto, foi difícil demonstrar uma relação de causalidade. No artigo, os autores apontam que, apesar da queda do preço da cocaína e da heroína entre 1981 e 2007, não se estudou em detalhe a relação entre isso e a diminuição dos crimes violentos e contra a propriedade que se observou no mesmo período.
Utilizando análises etnográficas e econômicas, consideram que sua hipótese é possível e que poderia ter efeitos sobre as políticas antidrogas. Segundo eles, apesar de o aumento das prisões e do número de policiais ser normalmente associado à redução da delinquência, também existem análises que mostram que essas políticas podem produzir efeitos contrários.
Na opinião dos pesquisadores, ao provocar uma queda na oferta e o consequente incremento nos preços dos entorpecentes, o combate às drogas poderia ser contraproducente porque voltaria a fazer crescer o número de crimes. Estudos posteriores para confirmar essa hipótese poderiam ajudar a elaborar políticas mais apropriadas para reduzir a criminalidade.
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VIDHA LINUS

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