Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sábado, 2 de setembro de 2017

A cidade dos apóstolos e dos milagres

Pesquisadores encontram evidências do povoado em que, segundo a Bíblia, Jesus Cristo realizou a multiplicação dos pães e devolveu a visão a um cego

Crédito: Divulgação
REVELAÇÃO O sítio que melhor corresponde à bíblica Betsaida (Crédito: Divulgação)

Um vilarejo às margens do mar da Galileia, de acordo com a Bíblia, possui significância especial na vida de Jesus. Seu nome é Betsaida, que seria o local de origem de três dos apóstolos de Cristo — André, Felipe e Pedro — além do lugar onde ele realizou uma série de milagres, como a multiplicação dos pães e peixes e a cura do homem cego. Agora, em agosto, uma equipe de pesquisadores israelenses revelou a descoberta da vila, fato que sempre esteve envolto em controvérsias acadêmicas. “Estou praticamente certo de que achamos Betsaida”, disse à ISTOÉ o arqueólogo responsável pelas buscas, Mordechai Aviam, professor de arqueologia na Faculdade Kinneret, em Israel. “Mesmo que, na minha área de estudo, não se possa normalmente falar em certezas absolutas.”
Uma imagem que ilustra um dos milagres de Cristo: palco de adoração (Crédito:Divulgação)
A chave para encontrar Betsaida foi localizar o que ela se tornaria depois: uma cidade romana rebatizada de Julias, em homenagem à filha do imperador Augusto. Os pesquisadores sabem disso graças a textos antigos do historiador Josefo que falam sobre sua fundação. O vilarejo onde Jesus atuou era muito pequeno, e provavelmente deixou pouquíssimo ou nenhum indício arqueológico para os dias atuais. Já um assentamento ligado a Roma seria mais desenvolvido, com estruturas duradouras.

Foram justamente essas as evidências encontradas por Aviam. Entre os achados estão duas moedas (uma delas retratando a face de Nero, datada do ano de 66 d.C.), uma parede coberta com cerâmicas do período e uma estrutura do que foi um mosaico, além de restos de uma casa de banho (edifício fundamental numa cidade romana). Além disso, objetos de épocas posteriores encontrados comprovam que o lugar era palco de adoração já nos primórdios do cristianismo (os templos de então eram feitos em locais de importância bíblica). Os mais relevantes mostram a existência de ruínas bizantinas que os arqueólogos acreditam ser de um monastério construído ao redor de uma igreja. Também há restos daquilo que teria sido um antigo engenho de açúcar do período das Cruzadas.
VESTÍGIOS Moeda coma face de Nero, do ano 66 d.C.: assentamento romano
À BEIRA-MAR

A localização de Betsaida há tempos está envolvida em controvérsias científicas. Antes da nova descoberta, especulava-se que o sítio de e-Tell, onde também foram encontrados artefatos romanos, pudesse ser a velha morada dos apóstolos. Mas a posição não batia porque ele não ficava à beira-mar, o que não faz sentido para uma vila de pescadores. Foi só com o novo achado, no sítio de el-Araj, que as peças começaram a se encaixar. “A chance de ser Betsaida é muito maior do que a do sítio anterior”, afirma o arqueólogo Rodrigo Silva, professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo.

Os próximos passos da pesquisa visam precisamente cristalizar a noção de que a morada dos apóstolos ficava em el-Araj. A possibilidade de serem encontradas evidências diretamente ligadas a Jesus ou aos seus seguidores é baixa, mas não inexistente. Se conseguir fundos para financiar as buscas, as escavações devem se entender por mais quatro ou cinco anos.

 ISTOÉ

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Incêndio sem precedentes em Los Angeles, mais de 500 casas evacuadas




AFP
Um incêndio sem precedentes atingiu neste sábado um subúrbio de Los Angeles, levando à evacuação de centenas de casas
© Fornecido por AFP



Um incêndio sem precedentes atingiu neste sábado um subúrbio de Los Angeles, levando à evacuação de centenas de casas da segunda maior cidade dos Estados Unidos e provocando a destruição de uma casa.
O prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, declarou durante uma conferência de imprensa no sábado que o incêndio, batizado de "Tuna", já afetou cerca de 2.000 hectares e que era "o maior da história de Los Angeles".
Uma casa foi destruída, indicaram os bombeiros de Los Angeles. Mais de 300 casas foram evacuadas em Burbank, subúrbio limítrofe onde se encontram os estúdios Disney e Warner Bros.
Um total de 180 casas queimaram em Los Angeles, e outras em Glendale, um município vizinho.
Mais de 500 bombeiros foram mobilizados para lutar contra o fogo. Outros 100 que tinham sido enviados a Houston, Texas, para ajudar nas operações de resgate pelo furacão Harvey, voltarão a Los Angeles nas próximas horas para reforçar o combate ao incêndio.
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Opinião. Cinco ideias para uma floresta ordenada, produtiva e sustentável

Opinião. Cinco ideias para uma floresta ordenada, produtiva e sustentável

António Saraiva 02.09.2017 / 13:00

 DINHEIRO VIVO/PORTUGAL

Fotografia: Fernando Fontes / Global Imagens
Fotografia: Fernando Fontes / Global Imagens

Portugal tem na floresta um património com uma enorme importância, do ponto de vista ambiental, social e também económico. A fileira florestal representa cerca de 3% do PIB e é responsável por perto de 10% das exportações, provenientes em grande parte de setores industriais com um fortíssimo conteúdo nacional. Além disso, este setor é um ativo empregador: suporta 12% do total do emprego das indústrias transformadoras. 
 
Todo este património requer por parte do poder político uma atenção, que durante largos anos escasseou, para ultrapassar as sérias dificuldades que enfrenta; desenvolver todas as potencialidades que encerra e inverter a tendência de aumento das importações de matérias-primas florestais, face ao decréscimo da produção nacional. 
 
A tragédia que os incêndios provocaram este ano chamou a atenção da opinião pública para os problemas da floresta. 
 
Debateu-se e legislou-se apressadamente grande parte de uma reforma legislativa que, reconheço, já estava a ser preparada pelo governo desde agosto de 2016. Não entrarei aqui na polémica sobre as soluções preconizadas para importantes e recorrentes questões como o cadastro florestal ou o ordenamento florestal. 
 
Quero apenas chamar a atenção para o facto de a reforma da floresta ir muito mais além da resolução do problema dos incêndios e exigir muito mais do que uma reforma legislativa. Foco-me, por isso, em cinco ideias-chave para que a floresta portuguesa se torne ordenada, produtiva e sustentável:
 
1. A floresta é um domínio muito complexo, que tem obrigado ao envolvimento de muitos ministérios (atualmente oito). É preciso resolver os problemas de coordenação entre os vários ministérios e mesmo dentro de cada um dos ministérios en- volvidos. 
 
2. 96% da floresta portuguesa é pertença de privados – cerca de 400 mil proprietários florestais. O caminho a fazer tem de contar com o seu envolvimento. Sem proprietários florestais apoiados e mobilizados, nenhuma política florestal terá sucesso. 
 
3. É fundamental promover o associativismo florestal, indispensável à necessária alteração estrutural da floresta portuguesa, sobretudo em áreas onde predomina o minifúndio. Este processo já se iniciou, mas de forma muito lenta e insuficientemente apoiada pelos poderes públicos. As associações florestais que o país tem são de grande valia e podem, se estiverem devidamente apoiadas, fazer uma excelente prevenção com os seus sapadores florestais. 
 
 4. O futuro passa pela certificação florestal, que não só aumenta o valor das matérias-primas mas acima de tudo obriga a uma gestão sustentável, muito mais promissora na prevenção dos fogos, para além de muitas outras vantagens. A certificação é fundamental para que a produção de matéria-prima possa acompanhar a dinâmica das indústrias de base florestal, aproveitando todas as potencialidades da floresta. 
 
5. A importância da floresta em termos ambientais e sociais converte-a num bem público usufruído por toda a população e justifica, mais do que noutros setores, incentivos mais significativos ao investimento, à formação, à investigação e à inovação, aplicando os seus resultados no terreno. 
 
Apostemos na prevenção, vigilância e combate aos incêndios mas, sobretudo, retiremos todas as consequências da certeza que só uma floresta rentável e integrada num modelo económico viável pode ser eficazmente protegida.

 DINHEIRO VIVO/PORTUGAL

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Um euro basta para comprar uma casa nas aldeias italianas

Autarcas lutam contra a desertificação e degradação urbana com vendas de imóveis abandonados e em ruínas. Preço é simbólico e obriga a reabilitar

Ana Margarida Pinheiro 02.09.2017 / 08:00

DINHEIRO VIVO/PORTUGAL

Fotografia: D.R.
Fotografia: D.R.
No centro histórico de Patrica – “o mais belo da Ciociaria” – o silêncio “é ensurdecedor”. À semelhança de outras cidades e vilas italianas, os moradores trocaram a calma do campo pelos grandes centros urbanos. 
Resultado: Só no centro histórico existem 38 moradias por ocupar. A maioria das casas foi abandonada há vários anos e, sem dono, estão à beira da ruína. Mas por pouco tempo, acredita Lucio Fiordalisio, presidente da Câmara. É que está em campo a nova campanha de reabilitação da cidade: “Em Patrica, casas a um euro”. 
O slogan deixa pouca margem para dúvidas e quer ser o chamariz de novos moradores. “Fiordalisio está a iniciar aqui uma das mais importantes e ambiciosas iniciativas já realizadas”, conta First, morador da cidade. 
Na prática, a iniciativa que foi lançada no mês passado dá “a oportunidade para comprar uma casa no centro histórico por um preço simbólico de um euro”, refere o município na sua página de internet. Em troca o novo dono “assume-se empenhado em realizar obras de requalificação” num período de três anos e, enquanto isso, está isento de impostos. 
Fiordalisio não é o único autarca italiano a lutar contra a desertificação das zonas históricas nas aldeias e cidades de pequena dimensão. Mais uma dúzia de aldeias, a começar pela Sicília, em 2008, têm utilizado o imobiliário para contrariar o declínio demográfico e relançar a economia. 
A campanha foi iniciada por Vittorio Sgarbi, presidente da câmara de Salemi, na Sicília. Com várias moradias em risco de colapsar e para evitar a infiltração da máfia, o autarca fez a primeira liquidação de imóveis. Gangi, na província de Palermo seguiu-lhe as pisadas e entre as várias campanhas realizadas já conseguiu novos donos para 100 moradias. Os pedidos, no entanto, são dez vezes mais. “As pessoas compraram, tanto que agora há já poucas casas disponíveis”, disse recentemente Giuseppe Pane, autarca local. 
Carrega Ligure em Alessandria, L’Aquila no Parque Nacional de Abruzzo, Montieri, Pizzone na Isernia, Maremma Montieri em Grosseto. Em todas estas cidades há imóveis a preço de saldo, com o objetivo da requalificação como critério essencial. Apenas o tempo para o fazer varia entre elas: pode ir de 6 meses a dois anos. 
Os compradores estão a chegar de todos os países do mundo, com especial apetite pelas ilhas. Em Portugal, os governos têm optado pela criação de programas habitacionais com menos impostos, ou incentivos a trabalhar fora das grandes cidades. O problema demográfico, por cá, afecta o interior do País.
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Manifestantes em Petrolina pedem a revitalização do Rio São Francisco

O ato começou na Praça do Galo e terminou com um abraço simbólico no Velho Chico. 

Por G1 Petrolina
Manifestantes pedem a revitalização do Velho Chico (Foto: Reprodução / TV Grande Rio)  Manifestantes pedem a revitalização do Velho Chico (Foto: Reprodução / TV Grande Rio)

Neste sábado (2), vários homens, mulheres e crianças foram às ruas de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, para chamar a atenção sobre os problemas enfrentados pelo Rio São Francisco. Em uma passeata, que durou cerca de 1h30 e passou pelas principais ruas do centro da cidade, os manifestantes pediam a revitalização do Velho Chico.
“ A importância do movimento é justamente essa: esclarecer a população sobre a situação crítica que se encontra o São Francisco e cobrar de nossos representantes, nossos políticos, união", explica Carlos Pereira, um dos organizadores do ato.
Entre as centenas de manifestantes, tinham pessoas de várias cidades. O advogado Francisco Vital saiu de Caruaru para participar da passeata. “Hoje nós precisamos dar um pontapé inicial para não deixarmos o rio morrer, um rio da integração nacional” destaca Francisco. 


O ato em defesa do Velho Chico passou pelas principais ruas do centro de Petrolina (Foto: Reprodução / TV Grande Rio)
O ato em defesa do Velho Chico passou pelas principais ruas do centro de Petrolina (Foto: Reprodução / TV Grande Rio)
 
 
Com muitos cartazes e vestidos de branco, o grupo chamava a atenção das pessoas que estavam nas ruas. Foi assim durante todo o percurso. No final da passeata, um grande cordão humano foi formado para abraçar o Velho Chico. De acordo com Carlos Pereira, este é apenas o começo do movimento.
“ Não foi um movimento partidário, esse movimento não terminou agora, ele é contínuo. Será produzido um documento desse evento que será entregue a governadores, ao congresso nacional, governo federal. Teremos outras caminhadas, e é importante que a cada dia isso possa se avolumar para que a gente possa exigir providências efetivas para salvar o Velho Chico”

G1, PETROLINA-PE 

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Dezoito caçadores são detidos com mil aves mortas no sertão de SE

Publicado: Sexta, 01 de Setembro de 2017, 17h27 | Última atualização em Sexta, 01 de Setembro de 2017, 20h02
 
 
Cardineiras, petrechos e motos apreendidas durante a Operação Migratorius, realizada no Ceará em 2013 
Foto: Ibama
Foto: Ibama 
 
Brasília (01/09/2017) – Operação de combate à caça realizada pelo Ibama na divisa dos municípios de Itabi e Gararu, em Sergipe, resultou na apreensão de mil aves abatidas e na aplicação de 14 autos de infração, que totalizam R$ 329 mil. Dezoito pessoas foram detidas e conduzidas para a delegacia. Os animais abatidos foram incinerados na região de Capela (SE).

Após denúncias, agentes ambientais iniciaram a operação para interromper a matança de aves em rota migratória no sertão de Sergipe. Cerca de 200 caçadores abatiam cardineiras (Zenaida auriculata) na região. A espécie, também conhecida como avoante ou arribaçã, se desloca em grupos enormes e tem hábito de fazer ninhos diretamente no solo da caatinga, em áreas chamadas de pombais, que chegam a ter 12 km² de extensão, com 3 a 4 ninhos por km². Este hábito torna a arribaçã uma presa fácil. Técnicos do Instituto estimam que cerca de 2 mil aves eram mortas por dia.

“A caça de avoantes durante esse período é duplamente cruel: milhares de aves adultas são mortas em plena fase reprodutiva, comprometendo a sobrevivência da espécie, e os filhotes abandonados acabam morrendo de fome”, disse o coordenador de Operações de Fiscalização do Ibama, Roberto Cabral.

A caça de animais silvestres nativos ou em rota migratória é considerada infração ambiental prevista no Decreto 6.514/08, que estabelece multa de R$ 500 a R$ 5 mil por espécime, além da apreensão dos petrechos. Os infratores poderão ser denunciados pelo Ministério Público e responsabilizados judicialmente pelo crime ambiental. A legislação prevê detenção por seis meses a um ano e a pena pode ser triplicada em caso de caça profissional.

“O Ibama dará continuidade às ações de educação ambiental e fiscalização para evitar o abate das aves na região", disse o chefe da Divisão Técnico-Ambiental (Ditec) da Superintendência do Ibama em Sergipe, Luciano Bazoni.

Assessoria de Comunicação do Ibama
imprensa@ibama.gov.br
(61) 3316-1015
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Debate sobre a Renca terá "tempo e espaço" suficientes, garante ministro

Titular de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho afirmou que intenção do governo é permitir a exploração legal de minérios e preservar o meio ambiente


por Portal Brasil publicado: 02/09/2017 12h42 última modificação: 02/09/2017 12h42
 


Decreto que extingue a Renca determina proteção à vegetação, unidades de conservação e terras indígenas
Foto: Jefferson Rudy/MMA
Decreto que extingue a Renca determina proteção à vegetação, unidades de conservação e terras indígenas
Com a decisão de discutir por 120 dias o futuro da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), haverá "tempo e espaço suficiente" para governo e sociedade civil apresentarem suas propostas para a área. A avaliação é do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que ressalta a disposição do Executivo em ouvir todos os lados da questão.
"A gente vai ter o tempo e o espaço suficiente para fazer as coisas às claras", disse o ministro, após participar de um evento com investidores na China. Coelho Filho integra a delegação brasileira chefiada pelo presidente da República, Michel Temer, para visita de Estado aos chineses e reunião de cúpula do Brics.
Na última quinta-feira (31), o governo determinou a paralisação de todos os procedimentos relativos a eventuais direitos minerários na Renca. No prazo de 120 dias, o ministério apresentará ao governo e à sociedade as “conclusões do debate e eventuais medidas de promoção do desenvolvimento sustentável, com garantia de preservação”, informou a pasta.
Segundo o ministro, a intenção é mostrar as atividades ilegais na região e como serão os mecanismos de fiscalização na área. "[Queremos] desenvolver sim, mas também preservar o meio ambiente", disse. “Esses locais estavam e vão permanecer intocados. Muitas reservas ambientais são estipuladas por leis, às quais o decreto não se sobrepõe”, garantiu.
Ele vê como possível desenvolver a mineração junto com preservação das florestas. Ele cita como exemplo o Projeto Carajás, localizado na Floresta Nacional de Carajás. A mina ocupa, de acordo com Coelho Filho, apenas 2% da floresta e a atividade econômica ajuda a financiar projetos de preservação ambiental.
“Outros países, como Austrália e África do Sul, já fazem isso. O Brasil tem grande potencial em mineração que não pode ser desperdiçado, mas conciliado com a preservação do meio ambiente. Pela lei brasileira, qualquer investimento em mineração tem que passar por estudos de impacto ambiental, analisados pelos órgãos responsáveis”, afirmou.
Atividades
No dia 23 de agosto, o governo brasileiro publicou o Decreto nº 9.142, que extinguiu a Renca e liberou a área de aproximadamente 47 mil quilômetros quadrados, localizada nos Estados do Pará e do Amapá, para a realização de atividades minerárias pela iniciativa privada.
Na última segunda-feira (28), um novo decreto regulamentou a exploração mineral onde não houver unidades de conservação, terras indígenas e faixa de fronteira, que acabou suspenso na quinta-feira.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério de Minas e Energia

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Como formigas criam 'balsas' para sobreviver às inundações causadas pela tempestade Harvey

31 agosto 2017  BBC

Rede de formigas de fogoNão é lama, mas sim milhares de formigas | Foto: @The_Reliant/Twitter


Entre as imagens das enchentes provocadas pela passagem da tempestade Harvey pelo Texas, chamou a atenção uma foto que mostra as águas barrentas de um rio.
Isso porque se trata de uma ilusão de ótica: a "lama" nada mais é que uma crosta de formigas-de-fogo, que encontraram na união de esforços uma forma de evitar o afogamento.
Usando seus próprios corpos, os insetos se empilham para criar uma espécie de balsa e flutuam pelas áreas inundadas. E embora entomologistas digam que se trata de um comportamento comum da espécie, as imagens da "mancha" logo se espalharam pelas redes sociais.

Segundo Jim Hardie, especialista da Royal Entomological Society, em Londres, explica à BBC que as balsas podem ser formadas por até 100 mil formigas.
Com a gordura de seus corpos, elas criam uma rede resistente à água que protege a rainha do grupo. E, assim, viajam em busca de um novo local para cavar seus formigueiros.
 
 
Rede de formigas de fogo             Imagem compartilhada por Bill O'Zimmermann via Twitter | Foto: @The_Reliant/Twitter
Mas não há sacrifícios fatais dos súditos: as formigas criam um sistema de bolsas de ar, que aquelas que ficam na parte de baixo usam para respirar.
"As formigas da parte de baixo estão bem", assegura Hardie.

Membrana

Para manter a integridade da rede, as formigas produzem uma espécie de membrana que já chamou a atenção de cientistas por causa do potencial aproveitamento na engenharia.

"Elas são duras na queda. Têm contingências para tudo, até para furacões", diz Hardie.
  https://ichef.bbci.co.uk/news/624/cpsprodpb/37F2/production/_97622341_1d2776f2-cfed-45fb-86ae-d65a43af3a5d.jpg
Formigas ganharam nome popular por causa de dor causada por picadas | Foto: Biosecurity Queensland
Para sobreviver enquanto flutuam, as formigas praticam um certo tipo de canibalismo - se alimentam de suas próprias larvas. Em terra firme, porém, voltam à dieta ornívora normal, que vai inclui ovos de outros insetos, carne, sementes e até lixo humano.

Cuidado!

As formigas-de-fogo (solenopsis invicta) receberam esse apelido por causa da dor causada por suas picadas. Originária da América do Sul, a espécie chegou acidentalmente aos EUA no início do século 20, e ocorre também por Austrália e China, entre outros países.
 
Formiga de fogo
Direito de imagem Getty Images 
Espécie é conhecida pela agressividade
Se incomodadas, são agressivas e podem atacar animais domésticos e mesmo o gado. E, quando picam uma vítima, emitem sinais para que outras formigas também a ataquem.

BBC 
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A revolucionária invenção que, sem eletricidade, fornece água potável para hondurenhos

  • 29 agosto 2017
Estudiantes de Cornell em Honduras
A cada semestre, mais de 60 estudantes de engenharia e outras disciplinas de Cornell viajam a Honduras com o projeto AguaClara (Foto AguaClara)
"Antes da estação de tratamento, tínhamos apenas a água do rio para beber. Muita gente ficava doente. Mas agora nossa água potável vem da própria torneira".

É o que conta Ramon Ribera, líder comunitário no vilarejo de Támara, que fica 25 km ao norte da capital de Honduras, Tegucigalpa.

Os próprios moradores cuidam da estação que mudou a vida dos 6.500 habitantes. Isso graças a uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Universidade Cornell, nos EUA, como parte do projeto AguaClara - a construção de estações de tratamento de água que operam sem eletricidade.

Mais de 60 mil pessoas estão sendo beneficiadas pela ideia que o engenheiro americano Monroe Weber-Shirk teve ao trabalhar em El Salvador durante a guerra civil dos anos 1980.

Projeto social

"Trabalhei em campos de refugiados entre 1982 e 1983 e presenciei a necessidade de água potável", contou Weber-Shirk, professor de engenharia ambiental em Cornell, à BBC Mundo (serviço em espanhol da BBC).
  
 
Membros da comunidade aprendem sobre o funcionamento e o gerenciamento das estações de tratamento (Foto AguaClara)
"Mas as tecnologias disponíveis não eram apropriadas para servir comunidades rurais na América Latina. E mesmo em algumas cidades era difícil operar e administrar estações de tratamento".

Weber-Shirk comanda o AguaClara Labs, programa que a cada semestre leva a Honduras estudantes de Cornell para trabalhar com o tratamento de água em comunidades locais, usando um sistema cuja simplicidade tem como fator-chave o funcionamento sem eletricidade.

"Temos também uma tecnologia de código aberto e sem patentes", acrescenta o engenheiro. "O sistema se baseia em avanços físicos e químicos".
O principal componente é a gravidade, porém. Explica-se: a água poluída não pode ser limpa de formas mais simples, como o uso de de cloro, por causa da presença de sedimentos ou resíduos de fezes.
 
Estudiantes de Cornell em Honduras
A tecnologia de purificação foi criada pelo engenheiro ambiental Monroe Weber-Shirk (à esquerda) (Foto AguaClara)  
 
 
Para solucionar esse problema, os pesquisadores de Cornell desenvolveram um processo que começa com o uso de um coagulante químico para unir partículas na água, formando partículas maiores - e mais pesadas.

A água é, então, enviada a um tanque de sedimentação em que as partículas se sedimentam no fundo. A água da parte superior vai para um filtro de areia de camadas múltiplas que capturam partículas "fujonas".

Por fim, a água é purificada com cloro antes de ir parar nos tanques de abastecimento da comunidade.

"Cada morador tem água potável quando abre a torneira", ressalta Weber-Shirk.

Ramon Ribera acrescenta ainda que a tecnologia permite que pessoas sem grandes qualificações operem as usinas.

Já foram construídas 14 estações em território hondurenho, a maioria em pequenas comunidades como Támara, com menos de 15 mil habitantes. O projeto está sendo expandido para a Nicarágua e a Índia.
 
Estudiantes de Cornell em Honduras
As usinas fornecem água potável a mais de 60 mil pessoas em Honduras (Foto AguaClara)
"Temos versões diferentes, com fluxos que variam entre um e 100 litros d'água por segundo. Para se ter uma ideia, 100 litros d'água por segundo podem servir às necessidades de uma comunidade de 30 mil pessoas".

O laboratório trabalha em parceria com engenheiros e técnicos que trabalhar para a ONG hondurenha Água para o Povo (APP), que constrói as usinas e treina a comunidade para operá-las.
A APP monitora o funcionamento das estações de tratamento e os casos de doenças nas comunidades, mas é a própria comunidade que cuida da qualidade da água.

"Os moradores vigiam, por exemplo a formação de lodo, por exemplo. E avisam que não vão pagar a conta caso encontrem sedimentos na água", explica Jacobo Nuñez, diretor da APP.
Em Támara, a tarifa mensal cobrada de cada residência equivale a R$ 13.
 
 
Estudiantes de Cornell em Honduras
Tecnologia usa produto para aumentar tamanho de partículas e processo de separação por sedimentação em tanques (Foto AguaClara)

Cooperação

O programa recebe fundos de várias fontes.
As pesquisas, por exemplo, são financiadas pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA e pela Agência de Proteção Ambiental Americana.
Mas Weber-Shirk teme que o programa de cortes de custos do governo do presidente Donald Trump possa afetar os recursos.

A construção das unidades de tratamento é financiada por um programa de cooperação internacional com a Suíça, o Rotary Club e as municipalidades.
Os cerca de 65 estudantes de Cornell que participam do AguaClara a cada semestre vêm de vários setores da vida acadêmica.
"Vêm tanto da engenharia, como da administração e da comunicação", explica Weber-Shirk.
 
 
Estudantes de Cornell em Honduras
Estudantes de várias áreas trabalham no projeto (Foto AguaClara)
"Eles recebem problemas para desenvolver novo conhecimento para criarmos desenhos melhores para as usinas", explica o acadêmico.
"Creio que o mais importante que aprendi com o projeto é que nosso trabalho no laboratório afeta diretamente a vida de pessoas necessitadas", diz Erica Marroquin, estudante de engenharia que viajou para Honduras.

"Precisamos ter consciência de que nosso trabalho conta. Não só como uma questão de motivação, mas para que saibamos que podemos mudar o mundo."

Expansão

Weber-Shirk espera que o AguaClara alcance outros países da América Latina.
Uma ex-aluna do engenheiro, por exemplo, criou uma empresa beneficente, a AguaClara Reach, para identificar possíveis sócios.
"Estamos interessados em encontrar instituições de engenharia na América Latina que queiram oferecer a tecnologia da AguaClara em suas regiões. Estamos abertos para contatos também de governos", afirma Weber-Shirk.

BBC BRASIL 
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O que são os 'rios voadores' que distribuem a água da Amazônia

Fluxos aéreos, que atravessam a atmosfera rapidamente, causam chuvas a mais de 3 mil km de distância, no sul do Brasil, no Uruguai, no Paraguai e no norte da Argentina.

Por BBC

Os
 Os "rios voadores" estão acelerando devido ao aquecimento global e causando chuvas mais intensas (Foto: Gerard Moss)
   
 Neste momento, rios poderosos levam umidade para vastas regiões da América do Sul. Mas eles não são rios comuns. São "rios voadores". 
É assim que são popularmente conhecidos os fluxos aéreos maciços de água sob a forma de vapor que vêm de áreas tropicais do Oceano Atlântico e são alimentados pela umidade que se evapora da Amazônia. 

Eles estão a uma altura de até dois quilômetros e podem transportar mais água do que o rio Amazonas. 

Esses rios de umidade, que atravessam a atmosfera rapidamente sobre a Amazônia até encontrar com os Andes, causam chuvas a mais de 3 mil km de distância, no sul do Brasil, no Uruguai, no Paraguai e no norte da Argentina e são vitais para a produção agrícola e a vida de milhões de pessoas na América Latina. 

Mas como eles nascem e se movem? E quais efeitos podem ter? 

Para entender isso, a BBC Mundo falou com José Marengo, meteorologista e coordenador geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), e Antonio Nobre, pesquisador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ambos do Brasil.

Alta velocidade

"O oceano Atlântico tropical norte é um oceano quente e sua evaporação é muito intensa", explica Marengo. 

"Você pode imaginar que existam ventos mais ou menos fortes, os ventos alísios, que transportam toda essa umidade nos níveis mais baixos da atmosfera", diz. 

"Em qualquer rio, há áreas muito tranquilas e outras de alta velocidade, que chamamos de jatos de rio", conta o especialista. 

"Quando um rio voador se encontra com os Andes, ele adquire uma maior velocidade em seu núcleo que constitui um low jet level - ou jato de baixo nível - , aquele que transporta uma maior quantidade de umidade mais rápido". 

"Então, ele faz uma curva para o sudeste e chega à Bacia do Rio da Prata, causando chuvas no local".

Árvores que transpiram

Outro componente essencial dos rios voadores é a umidade produzida pelas árvores da floresta amazônica. 

Em artigos, Nobre relatou a incrível função que estas árvores cumprem. "Medimos a evaporação da floresta em milímetros, como se estivéssemos medindo a espessura de uma folha de água acumulada no chão". 

"No caso da Amazônia, o número é de cerca de 4 milímetros por dia. Isso significa que, em um metro quadrado haveria quatro litros de água. Podemos usar esses dados para calcular quanto transpira uma árvore no mesmo período apenas calculando a área ocupada pela sua copa", disse Nobre à BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC). 

Uma árvore frondosa, com uma copa de 20 metros de diâmetro, transpira mais de 1.000 litros em um único dia, acrescenta. 

"Na Amazônia, temos 5,5 milhões de quilômetros quadrados ocupados por florestas nativas, com aproximadamente 400 bilhões de árvores dos mais variados tamanhos". 

"Nós fizemos a conta, que também foi verificada de forma independente, e surgiu o incrível número de 20 bilhões de toneladas (ou 20 bilhões de litros) de água que são produzidos todos os dias pelas árvores da Bacia Amazônica".

O enigma do desmatamento

Mas muitas dessas árvores estão em perigo. Os últimos dados divulgados pelo Inpe indicam que o desmatamento está no seu nível mais alto desde 2008. 

E uma das grandes incógnitas é o efeito que isso pode ter sobre os rios voadores. Os dados existentes não permitem que isso seja determinado. 

"O que foi identificado é que as chuvas estão mais intensas", disse Marengo à BBC Mundo.
"Imagine um ônibus que vai parando de lugar em lugar. Agora imagine um ônibus expresso que não para do início ao fim. O que estamos vendo é que as chuvas estão cada vez mais concentradas em alguns dias no sul do Brasil, norte da Argentina, Uruguai", explicou o meteorologista. 

"Parece que os ventos estão mais fortes, que o jato, os rios estão mais fortes. São as conclusões das projeções dos modelos climáticos para o futuro". 
"Isso que nos preocupa. Se houver chuvas mais intensas em áreas vulneráveis ​​como São Paulo ou Rio de Janeiro, a possibilidade no futuro de desastres naturais associados a fortes chuvas, como deslizamentos de terra e inundações em áreas urbanas e rurais, também aumenta", adverte.
"No Brasil, esses fenômenos causam grandes perdas de vida".

Chuva em outras frentes

Mas nem toda chuva na região centro-sul da América do Sul ocorre por causa dos rios voadores.
"A chuva do Uruguai, por exemplo, não é exclusivamente da Amazônia. Uma parte vem da Amazônia e outra das frentes frias do sul", disse Marengo. 

"Algo que não poderíamos identificar é o quanto de chuvas vem de uma determinada região. Por exemplo, para o sul do Brasil saem da Amazônia e de outras fontes, como as frentes frias ou brisa do oceano. Ou até mesmo por evaporação de regiões agrícolas do Centro-Oeste e Pantanal".
"É uma das maiores questões: poder quantificar a água que sai da Amazônia para a Bacia do Prata, que inclui Uruguai, norte da Argentina e sul do Brasil." 

Mas quando a chuva cai em um campo do Uruguai ou Argentina, talvez muitas pessoas não imaginam que parte dessa água começou sua viagem a milhares de quilômetros. 

Neste sistema de interconexões tão delicado e profundo, fica claro por que é tão vital para todos proteger a floresta amazônica. 

A importância destes fluxos de água se popularizou no Brasil graças ao projeto Rios Voadores, criado pelo aviador e ambientalista Gerard Moss. 

Ele se inspirou nas investigações de Marengo e Nobre e voou milhares de quilômetros seguindo as correntes de ar, pegando amostras de vapor de água. 

Moss queria que o conhecimento sobre esses fluxos chegasse ao sistema educacional. Seu programa já alcançou cerca de 900 mil crianças no Brasil. 

"Fico feliz em ver que, depois de passar pelo programa, uma criança nota pela primeira vez uma grande árvore na frente de sua escola", disse Moss à BBC Mundo. 
 
"Antes, nem crianças nem adultos tinham a noção de que, sem os rios do céu, secam os rios da terra", diz, por sua vez, Antonio Nobre. 

"Não se entendia que os rios de vapor são tão vulneráveis ​​às perturbações humanas como outros rios", acrescentou. 

"E, principalmente, muitas pessoas não sabiam que as florestas que bombeiam umidade são essenciais para que os rios voadores sigam cruzando a atmosfera".

BBC BRASIL 

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Índice de Limpeza Urbana mostra que lixões a céu aberto afetam 75 milhões de brasileiros

Sexta-feira, 01/09/2017, às 22:56,
A disposição inadequada de lixo urbano vai custar  entre US$ 3,25 bilhões a US$ 4,65 bilhões ao Brasil no período que vai de 2016 a 2021, não só em perda de saúde das pessoas, como também em impactos ambientais graves.  Isso acontece porque ainda há muitos lixões a céu aberto espalhados pelos municípios, sobretudo entre as 3.049 cidades que foram alvo de estudo. Os dados foram coletados em 2015 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e estão na segunda edição do Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (Islu), elaborado pelo Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana e pela PwC (disponível aqui)  e que acaba de ser divulgado.

São cerca de 75 milhões as pessoas afetadas pelos lixões a céu aberto  espalhados  pelo  país. É bom lembrar que a Política Nacional de Resíduos Sólidos , sancionada em 2 de agosto de 2010, dava o prazo de quatro anos para as cidades brasileiras acabarem com os lixões, sob pena de elas terem que responder por crime ambiental. Mas a política é uma das muitas que não pegaram, como se vê. E, se o cenário permanecer como está, ou seja, se as cidades continuarem crescendo mais demograficamente do que os progressos na área de saneamento ambiental, nos próximos dez anos a situação, é claro, tenderá a se agravar.

O Sistema Único de Saúde, segundo o estudo lançado pelo Sindicato, gasta anualmente cerca de R$ 1,5 bilhão tratando de pessoas que têm doenças causadas pela falta de destinação e de tratamento correto de resíduos sólidos. Surtos de dengue, por exemplo, poderiam simplesmente não existir em alguns lugares não fossem a sujeira e a destinação inadequada de resíduos sólidos. É questão de saúde pública, e deveria ser tratado como tal.  A sugestão dada pela equipe que elaborou o relatório é que a sociedade civil comece a exigir mudança – também – nesta realidade. Como se vê, não está nada fácil ser cidadão comum num país com falhas tão graves em políticas de respeito ao socioambiental.

E o estudo revela ainda que há 17 milhões de brasileiros que não têm sequer coleta de lixo na porta de casa, portanto, muito mais abandonados à própria sorte no que diz respeito à saúde do que quaisquer outros.  Só para ilustrar: este número equivale à população da Holanda. O que fazer?

Uma das conclusões do Índice  é que as cidades que contam com um planejamento de limpeza urbana também apresentam um desempenho melhor.

“O estudo mostra que 75% dos munícipios com esse tipo de plano e arrecadação específica dispõem o lixo em aterros sanitários, ante 24% daqueles sem arrecadação e planejamento de sustentabilidade”, diz o texto do índice, que tem como objetivo suprir a falta de informações sobre a coleta de resíduos nas cidades brasileiras e mapear o cumprimento das recomendações da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

 Os municípios mais bem pontuados no Islu foram os do Rio Grande do Sul, que implantaram aterros sanitários regionais, criando uma escala econômica. Esta pode ser uma boa sugestão, mas se não quisermos continuar deixando unicamente nas mãos do estado a solução do problema, de fato é preciso que os cidadãos passem a encarar os lixões a céu aberto como um problema, assim como a falta de saneamento.

O Instituto Trata Brasil, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público formada por empresas que se interessam pelo avanço do saneamento básico e pela proteção dos recursos hídricos, decidiu investir numa abordagem otimista para mostrar a importância de se levar água e esgoto tratado para todos os cidadãos. Com o minidocumentário “O Básico que salva vidas” , deixa que os moradores  de várias comunidades paulistas contem como a vida deles mudou depois que a região onde moram recebeu o direito de ter tais serviços básicos à porta de casa. Da saúde das crianças - que agora não têm mais diarreia causada pela sujeira na água que bebiam – até outros benefícios, como a costureira que agora pode receber sua clientela porque não tem mais lama na porta de casa, são visíveis as transformações na vida de todos os moradores.

A pergunta é: por que, então, criar sistema de esgoto eficiente e de água tratada não é prioridade para os governantes? Em conversa com o presidente do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos, há cerca de quatro anos, ele me respondeu a essa questão de forma bastante direta: falta vontade política.

“Uma obra por cima da terra, como construção de estádios ou postos de saúde, fica bem para a imagem do prefeito ou do governador, muito mais do que rede de esgoto, que fica debaixo da terra e ninguém vê”, disse-me ele.

Nada a comentar, a não ser concordar. Termino este texto com uma informação que não deixa ninguém orgulhoso de estar vivendo num mundo com tanta desigualdade:  de acordo com documento da Organização das Nações Unidas (ONU), o número de pessoas sem acesso à água potável em casa é de 2,1 bilhões em todo o mundo. O quadro fica ainda pior se considerarmos que 860 milhões ainda passam fome em todo o mundo.

Bem, mas aí passaríamos a convocar para a reflexão socioeconomistas que pudessem nos explicar melhor a mágica que faz com que os países ricos fiquem a cada dia mais ricos enquanto os países pobres continuam pobres.

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Hot Spots in a Freezing Ocean Offer Lessons in Climate Change


Researchers with the British Antarctic Survey in Antarctica, where they dropped heated panels into the ocean in an effort to learn how marine life will fare as temperatures rise. Credit Gail Ashton

Climate change will dramatically alter life in the oceans, scientists say, but there’s so much still to learn about marine ecosystems that it’s hard to know exactly how.
On Thursday, researchers with the British Antarctic Survey offered a glimpse of that future with the results of an unusual study years in the making.
The scientists heated a patch of the sea floor off the coast of Antarctica and tracked the effects on a few local species. Some animals responded by doubling their growth, stunning the researchers.
At the same time, there was evidence that animals that thrive on warmth might crowd out less resilient species. The study was published in the journal Current Biology.
The cold, dry ecosystems on Antarctica itself can’t support anything bigger than an insect. But the Southern Ocean swirling around the continent paradoxically teems with life.
A rich supply of nutrients fosters a food web that includes single-celled algae, bottom-dwelling worms and other animals. This ecosystem ultimately supports such predators as fish, penguins and whales.
Climate change is a big concern here, because heat-trapping gases like carbon dioxide are having their biggest impacts near the poles. Computer models predict that in 50 years the Southern Ocean will warm by about 1.8 degrees Fahrenheit, and by 3.6 degrees Fahrenheit within a century.
“We’re going to start to see changes there first,” said Gail V. Ashton, a co-author of the new study and a marine ecologist now at the Smithsonian Environmental Research Center in Tiburon, Calif.
Trying to predict those changes, scientists have been gathering various sorts of clues. Some look at the natural ranges of Antarctic species, observing the highest temperatures they tolerate. Others put animals into laboratory tanks and manipulate the aquatic environment.
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Sets of heated and unheated panels were placed on concrete slabs about 45 feet below the surface of the ocean, near the Rothera Research Station in Antarctica. Credit Sabrina Heiser
But these experiments have shortcomings of their own. “Control is also a weakness,” said Rebecca L. Kordas, a marine ecologist at Imperial College London who was not involved in the new study. “Too much control may yield unnatural responses.”
In recent years, scientists like Dr. Kordas have attempted another kind of experiment: heating the ocean itself. The research typically involves putting heated panels underwater, close to shore, and then observing how the temperature increases affect the growth of tiny animals on the seafloor.
Scientists previously used this method off the coasts of British Columbia and Australia. In the new study, British Antarctic Survey researchers picked a much tougher site: about 45 feet deep in the Southern Ocean, off the coast of the Antarctic Peninsula.
The study sheds new light on Antarctic ecosystems, said Julian Gutt of the Helmholtz Centre for Polar and Marine Research in Germany: “To my knowledge, it is unique.”
Dr. Ashton traveled to Rothera Research Station on Adelaide Island to begin the experiment. She and her colleagues sailed offshore and then dove underwater to set the panels on concrete footings on the ocean floor.
To power the panels, the scientists ran 600 feet of cable to a station generator on shore. The experiment began in January 2014, but before long the cables were severed.
“We’re not sure if it was an iceberg or a ship that dinged them,” Dr. Ashton said.
She and her colleagues rigged up more protections and started again in June 2014. They managed to keep the project running till March 2015.
Each panel warmed the water, but just a thin layer eight-hundredths of an inch deep. One set of panels had enough power to increase the temperature by 1.8 degrees Fahrenheit; another set heated the water by 3.6 degrees Fahrenheit. For control purposes, a third set of panels was left unheated.
Dr. Ashton donned scuba gear and dove periodically to track the progress of the experiment. (In the winter, she and her colleagues needed to use a chain saw to cut a hole in the ice.) Sinking to the sea floor, she took pictures showing that animal larvae had settled on the panels and had begun to grow.
At the end of the experiment, Dr. Ashton and her team hoisted the panels from the seafloor. Back at the station, she inspected the marine life under a microscope.

Researchers prepared concrete slabs that would support the heated panels dropped into the Southern Ocean. Credit Gail Ashton
When the experiment began, Dr. Ashton had been skeptical that she’d see much change. “I was quite naïve,” she said.
Some of her more optimistic colleagues had pointed out that biochemical reactions can occur faster at higher temperatures. They thought animals on the warm panels might grow 10 percent faster.
But it didn’t take many dives for Dr. Ashton to realize that the animals were growing even more quickly. One species of worm grew 70 percent faster on a panel heated by 1.8 degrees Fahrenheit, compared with its growth on unheated panels.
Filter-feeding animals called bryozoans doubled their growth on heated panels, crowding out other species that seemed to fare well on unheated panels.
What drives this growth? “We don’t really know,” Dr. Ashton said. She is now investigating whether higher temperatures might switch on a special set of genes that speeds up development in some species.
The results on the panels heating water by 3.6 degrees Fahrenheit were even more puzzling. On some, animals grew more; on others, less. Even within each species, Dr. Ashton and her colleagues found that individuals varied a lot in how well they fared.
Grace Saba, a marine ecologist at Rutgers University, cautioned that some animals might not be able to grow so fast in a warmer climate.
During the experiment, an abundant supply of algae fueled the growth of the bryozoans. But when the whole ocean gets warm, the algae may suffer, too, leaving the bryozoans to starve.
“With those increases in growth rates comes higher demand for food,” she said.
Dr. Kordas said that it’s hard to tackle these questions when so few climate experiments have been carried out in the ocean, compared to the many that have been done on land.
“The marine scientific community really needs to catch up to broaden our understanding,” she said.

 NYTIMES
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VIDHA LINUS

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