Sim, as abelhas estão morrendo! Poucos sabem, mas elas já entraram
para a lista de espécies em risco de extinção. A densidade populacional
das abelhas está sendo reduzida a níveis que podem comprometer a
manutenção e a preservação da biodiversidade do planeta, queda na
produção de alimentos e impacto econômico.
Abelhas não são apenas simples insetos produtores de mel, mas,
também, grandes polinizadores naturais e fundamentais para a manutenção
do equilibro do ecossistema. São responsáveis por quase 70% da
polinização de diversas culturas que garantem quase a metade da produção
de alimentos no mundo. No Brasil, culturas como do café, melão,
maracujá, laranja, soja, algodão, maçã e caju são dependentes de
polinizadores. A redução e extinção das diversas espécies de abelhas
resultaria em um grande desequilíbrio ambiental e em uma significativa
diminuição da produtividade de culturas.
A ameaça de extinção surgiu por causa de algumas ações irresponsáveis
do homem, como a destruição de habitats naturais, turismo descuidado,
extensas áreas de monoculturas, espécies invasivas, mudança climática e,
principalmente, uso excessivo e descontrolado de pesticidas. Essas são
as principais causas pelo desequilíbrio da população de abelhas no
mundo.
No Brasil, o uso indiscriminado e irracional de agrotóxicos e
pesticidas é apontado como o maior responsável pela redução das abelhas.
Diversos casos de mortes de colmeias e contaminação de mel já foram
relatados. Em agosto de 2010, 250 mil colmeias morreram e cerca de 10
toneladas de mel foram contaminadas devido à uma aplicação incorreta de
agrotóxico. Ainda, nesse mesmo ano, no interior de São Paulo, mais de
500 mil abelhas foram dizimadas por envenenamento, atribuído ao uso de
um avião de pulverização de canaviais.
Em outubro de 2016, o US Fish and Wildlife Service (FWS) – o Ibama
dos EUA – colocou a abelha de “cara amarela”, nativa da região do Havaí,
na lista de espécies em extinção. As principais razões foram a inclusão
de espécies de plantas e animais invasores e o aumento da urbanização
das ilhas, que favoreceu o turismo descuidado e promoveu o desequilíbrio
e a destruição do habitat natural dos insetos.
Ainda não há uma causa definida para essa catástrofe, mas o risco
iminente de extinção das abelhas frequentemente é associado aos
pesticidas e à poluição. Precisamos rever alguns conceitos e entender
que não somos a única espécie que habita esse planeta.
Esse texto foi inspirado no artigo. Brasil. Ministério do Meio
Ambiente/IBAMA. Efeitos dos Agrotóxicos sobre as abelhas silvestres no
Brasil. 2012 e na matéria (http://dlnr.hawaii.gov/ecosystems/hip/projects/yellow-faced-bee/) divulgada no site Division of Forestry and Wildlife do estado do Havaí.