O Sertanejo terá que contar com a fé, cobrar e ajudar a preservar o Jacuipe, para que seus tormentos não sejam ainda maiores
03 Fev 2017 18:10
Valdir Rios
Cidade São josé do Jacuipe - Divisa com Várzea da Roça |
Confiante
em suas visões distorcidas, parte da população assim como gestores públicos
descomprometidos, não tem dado a devida atenção aos problemas que
continuadamente tem dado causa a morte dos rios. Neste dilema, com todo esse descaso, a recuperação torna-se mais difícil e
obviamente mais cara.
O
jacuipe, tem sido um destes rios que
nada se faz a não ser degradar. Nas cidades ou populações ribeirinhas, utiliza-se
das águas para consumo humano/animal e como retribuição encaminham para estas
mesmas águas, seus dejetos e lixos e seguindo via rio, parte disso percorre o curso
das águas chegando também às populações a montante, que além de conviver com o
aspecto paisagístico negativo, estão em constante risco de saúde, já que o rio
poluido é um habitat ideal pra vetores de doenças.
Assim,
neste habito degradante, para a maioria
da população, toda esta problemática não é algo questionável ou se é, suas
atitudes na demonstram isso. Tanto que transparece ser natural os contaminantes
oriundos de esgotos, agrotóxicos, até lixo e efluentes hospitalares que vem rio
acima (jusante) fazerem parte do seu dia a dia convivendo com tudo isso sem
nenhuma ou pouca atitude tomar.
Em
meados dos anos 2010, quando jovens de
Várzea da Roça desenvolvendo um trabalho acadêmico fizeram exploração desde a nascente
(Cachoeira do Morro Doido, Morro do Chapeu-Ba) até sua foz (Rio Paraguaçu,
prox. Pedra do Cavalo), um Raio X pode ser traçado de modo a obter
preliminarmente um diagnostico da situação. Segundo membros da equipe, encontraram
pocilgas que descartavam as fezes sem tratamentos diretamente no rio, esgotos
nas áreas urbanizadas, retirada das matas ciliares, acumulo de lixo, animais
mortos se decompondo dentro da água, além de oficina e postos de lavagens
veicular com suas tubulações canalizada para o leito do rio.
Apesar
do rio percorrer um trecho de 437 Km, até chegar a sua foz no Rio Paraguaçu, observando-se
em alguns pontos e pontes da BA 130 e BR 324, é possível, por meio de uma amostragem simbólica, verificar
que a situação do Jacuípe, se agrava em Gavião, Riachão e Feira de Santana. No
município de São José do Jacuípe na divisa com Várzea da Roça, apesar das
baronesas denunciar um certo volume de carga orgânica, ainda assim, a olho nu, o
rio, apresenta um quadro melhor devido a retenção que as barragens do França,
Morrinhos e de São José fazem com parte das impurezas.
O
Rio Jacuípe é o principal afluente do Paraguaçu, que por sua fez abastece
grande parte das cidades do recôncavo e da capital baiana (Salvador). Apesar da
qualidade das suas águas serem questionadas, abastecem ainda assim os
municípios do Vale a qual leva seu nome, e numa espécie de blender com as águas
da Barragem de Pedras Altas, também sai dos reservatórios feito em sua calha
uma média de 50% das águas que matam a sede da população da região Sisaleira.
A
gestão das águas neste e demais rios da região tem sido uma caixa preta que
poucos possuem o acesso e quase nada de concreto há de informação. Tendo a
certeza apenas do abandono governamental que por décadas permeia o rio, tendo o descaso levado a morte, agravado, com pesca predatória, uso
indiscriminado de agrotóxicos (principalmente em lavouras que por muito tempo
era cultivadas às sua margens), a aplicação de herbicidas, e o avanço da
destruição da Caatinga.
Somente
resta crê que uma população consciente, gestores novos com maior compromisso
ambiental e um Ministério Público da Bahia e um INEMA atuante, possa dar uma
repaginada na história desse e tantos outros rios que estão morrendo, para que
também não morra aqueles que dependem destas águas para sobreviver.
A
implantação de esgotamento sanitário, a gestão adequado do lixo nas cidades e
vilas ribeirinhas, a recuperação da mata ciliar e proibição ou controle de
determinadas atividades às margens ou leitos, dariam uma sobrevida ao rio
garantindo o seu uso por maior tempo e com qualidade dos seus recursos.
Tendo
uma carga tributária alta como é no Brasil, que se trabalha quatro dos doze
meses do ano pra repassar pro governo, seria de esperar melhor eficiência na
gestão dos recursos naturais e nos serviços essências e indispensáveis a população.
VALDIR BARRETO RIOS
Eng. Ambiental e Radialista
71 9 9168 5797 (zap)
vbrambiental@yahoo.com.br
Parabéns Valdir, muito bem narrado a história do nosso grandioso Rio Jacuípe, que vem contribuindo tanto para a sobrevivência de muitas gentes, financeiramente e tbm na alimentação; para o ser humano, e como tbm animal, é lamentável o que vem acontecendo, pena que muitos não tem a compreensão de zelar e preservar sua própria saúde, e o bem que tanto lhe serve!!!
ResponderExcluirObrigado, precisamos cobrar maiores ações, porque as ações ambientais tem ficado muito nos discursos de políticos e empresas, além disso a população precisa reconhecer e agir, sem os recursos naturais não haverá vida.Abraços
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