Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Você trocaria crachá e senha do trabalho por um chip sob a pele?

Uma empresa americana substituiu crachás e senhas por chips subcutâneos. A prática tem ganhado força na Europa e é chamada de biohacking

Por Victor Caputo 
Chip com tecnologia RFID
Chip: tecnologia permite uso para diversas tarefas (albln/Thinkstock)

São Paulo – Uma história chamou a atenção nesta semana. Uma empresa de quiosques de vendas chamada Three Square Market, sediada nos Estados Unidos, encontrou uma solução para facilitar a vida de seus funcionários: colocar chips sob a pele da equipe.

A ideia é que a tecnologia seja usada na autenticação de serviços da empresa por meio da tecnologia NFC—a mesma usada em bilhetes únicos no Brasil e pagamentos digitais, como Android Pay ou Apple Pay. Esse implante substituiria senhas e crachás do escritório. Ainda será possível realizar compras na loja interna usando o chip para o pagamento.

O que parece ser uma história do futuro, é um conto bem contemporâneo. Em apenas alguns dias (a partir do dia 1º de agosto), os chips, que têm tamanho de um grão de arroz, serão colocados entre o polegar e o dedo indicador de 50 funcionários da Three Square Market–veja a imagem do chip abaixo. Outros 30 trabalhadores da empresa preferiram não participar do programa—a adição do chip era opcional.

Chip NFC que será usado pela empresa Three Square Market em seus funcionários
Chip que será usado pela Three Square Market custa US$ 300 (Three Square Market/Thinkstock)

O CEO da empresa Todd Westby parece animado com a novidade. “Eventualmente, essa tecnologia será padronizada permitindo que seja usada como seu passaporte, identificação para transporte público, compras, etc”, diz o CEO em pronunciamento à imprensa.

Westby fez alguns esclarecimentos importantes em uma entrevista à rede de televisão americana ABC. Ele afirmou que os dados são criptografados e armazenados de forma segura. “Não há qualquer rastreamento por GPS”, explica.

O projeto não é o primeiro ao redor do mundo. A prática de aliar tecnologia ao corpo humano é chamada de “biohacking”. O programa da Three Square Market está sendo feito em parceria com uma empresa sueca de tecnologia, a BioHax International. Não é ficção científica! Entrevistamos os biohackers que criaram o colírio da visão noturna
 
É da Suécia, aliás, de onde saem grandes exemplos de biohacking. Um texto de abril deste ano, produzido pela agência Associated Press (AP), mostrava outros exemplos.

A companhia Epicenter, sediada em Estocolmo, tem um projeto de chips subcutâneos também. “O grande benefício, eu acredito, é a conveniência”, disse à reportagem o CEO da companhia Patrick Masterton antes de abrir uma porta usando o implante em uma das mãos.

Uma companhia de trens da Suécia, a SJ, recentemente passou a permitir que usuários do transporte usem chips implantados como comprovante de pagamento. A compra continua sendo feita por meio do site ou app da SJ.

A diferença é que um comprovante virtual é enviado ao chip, que é conferido pelo fiscal do trem usando um leitor eletrônico. Estima-se que cerca de 2.000 suecos tenham implantes de chips em seus corpos.

Polêmicas

É claro que a iniciativa não vem sem suscitar questionamentos. Uma das principais preocupações sobre o assunto é relacionada a hackers e privacidade das informações. Alerta: Ataque hacker de hoje é simples e fatal, dizem especialistas
 
Um microbiólogo do Instituto Karolinska, Ben Libberton, da Suécia, comentou o assunto com a AP. A principal preocupação do pesquisador é com qual tipo de informação será armazenada no chip. “Conceitualmente, você poderia conseguir dados de saúde, localização, quanto você trabalha, se está tirando pausas durante o dia e coisas assim”, diz.

http://exame.abril.com.br/tecnologia/voce-trocaria-cracha-e-senha-do-trabalho-por-um-chip-sob-a-pele/

 

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Aumento de nitrogênio vai afetar vida e qualidade das águas, diz estudo

Mudanças climáticas devem elevar níveis de nitrogênio em todos os cenários nos Estados Unidos; fenômeno ‘dissolve’ oxigênio nas águas. 

Por G1
Precipitação eleva níveis de nitrogênio na água e afeta a biodiversidade (Foto: Pixabay)
Precipitação eleva níveis de nitrogênio na água e afeta a biodiversidade (Foto: Pixabay
 
 
 
O aumento no fluxo de chuvas induzido por mudanças climáticas irá afetar a qualidade e a vida das águas no planeta, alerta artigo publicado nesta sexta-feira (28) na “Science”. Isso ocorrerá porque a precipitação aumenta a poluição por nitrogênio nas águas, avalia o estudo. 

O nitrogênio é o nutriente que mais agrava a eutrofização: quando excesso de compostos na água ‘dissolve’ o oxigênio -- o que leva à morte de peixes, algas e, no limite, afeta toda a teia alimentar. 

No estudo, pesquisadores analisaram 21 modelos climáticos diferentes em dois períodos de tempo (2031-2060 e 2071-2100) e verificaram que, nos Estados Unidos, haverá aumento nos níveis de nitrogênio no período em todos os cenários – inclusive naqueles em que esforços forem feitos para amenizar os efeitos de mudanças climáticas. 

O mesmo cenário, preveem os autores, deve ocorrer na Índia e no leste da China, regiões que devem registrar aumento expressivo de precipitação nos próximos anos. 

 
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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Poluição ameaça tornar a Terra um 'Planeta de plástico', diz pesquisador Poluição ameaça tornar a Terra um 'Planeta de plástico', diz pesquisador

Novo levantamento estima que, em 65 anos, humanidade produziu mais de 8 bilhões de toneladas do material; apenas 9% foi reciclado.

Por BBC

Cientistas americanos calcularam a quantidade total de plástico já produzida pela humanidade, e afirmam que ela chega a 8,3 bilhões de toneladas. E essa massa impressionante de material foi criada apenas nos últimos 65 anos. 

A quantidade de plástico pesa tanto quanto 25 mil edifícios Empire State Building, em Nova York, ou um bilhão de elefantes. 

A questão, no entanto, é que itens plásticos, como embalagens, costumam ser usados por curtos períodos de tempo antes de serem descartados. 

Mais de 70% da produção total de plástico está em esgotos, que vão principalmente para aterros sanitários - apesar de que a maior parte dela é acumulada nos ambientes abertos, incluindo os oceanos. 

"Estamos caminhando rapidamente para um 'Planeta de plástico', e se não quisermos viver neste mundo, teremos que repensar a maneira como usamos alguns materiais", disse à BBC o especialista em ecologia industrial Roland Geyer. 

O estudo sobre o plástico feito por Geyer e seus colegas da Universidade de Califórnia, nos Estados Unidos foi divulgado pela publicação científica Science Advances. 

Trata-se da primeira estimativa global de quanto plástico foi produzido, como o material é usado em todas as suas formas e aonde ele parar. Estes são alguns dos principais dados.
  • 8,3 milhões de toneladas de plástico virgem foram produzidas nos últimos 65 anos
  • Metade deste material foi produzido apenas nos últimos 13 anos
  • Cerca de 30% da produção histórica continua sendo usada até hoje;
  • Do plástico descartado, apenas 9% foi reciclado;
  • Cerca de 12% foi incinerado, mas 79% terminou em aterros sanitários;
  • Os itens de menos uso são embalagens, utilizadas por menos de um ano;
  • Os produtos plásticos com uso mais longo estão nas áreas de construção civil e maquinaria;
  • Tendências atuais apontam para a produção de 12 bilhões de toneladas de lixo plástico até 2050;
  • Em 2014, a Europa teve o maior índice de reciclagem de plástico: 30%. A China veio em seguida com 25% e os EUA reciclaram apenas 9%.

Resíduo

Não há dúvida de que o plástico é um material impressionante. Sua adaptabilidade e durabilidade fizeram com que a produção e uso ultrapassasse a maior parte dos materiais feitos pelo homem, com a exceção de aço, cimento e tijolos. 

Desde o começo da produção em massa do plástico nos anos 1950, os polímeros estão em toda parte - incoporados a tudo, desde embalagens até roupas, de partes de aviões a retardadores de chamas. Mas são justamente essas qualidades maravilhosas do plástico que representam um problema crescente.
Nenhum dos plásticos normalmente usados são biodegradáveis. A única forma de se desfazer de seus resíduos é destrui-los através de um processo de decomposição conhecido como pirólise ou por simples incineração - apesar de que este último é mais complicado, por causa de preocupações com as emissões de gases poluentes. 

Enquanto não se desenvolve uma maneira eficiente e sustentável, o resíduo se acumula. Atualmente, segundo Geyer e seus colegas, há restos de plástico suficientes no mundo para cobrir um país inteiro do tamanho da Argentina. 

A expectativa da equipe é que o novo levantamento dê impulso ao diálogo sobre como lidar com a questão. 

"Nosso mantra é: não dá para administrar o que não dá pra medir. Então queremos divulgar esses números sem dizer ao mundo o que ele deveria estar fazendo, mas para começar uma discussão real", afirma o pesquisafor. 

Os índices de reciclagem no mundo estão aumentando e a química moderna trouxe alternativas biodegradáveis ao plástico, mas fabricá-lo continua sendo tão barato que é difícil deixar de lado o produto. 

A mesma equipe de pesquisadores da Universidade da California, Santa Barbara já havia produzido, em 2015, um levantamento do total de resíduos plásticos que vai para os oceanos a cada ano: 8 milhões de toneladas.

'Tsunami'

A ida dos resíduos plásticos para o mar, em particular, é o principal alvo da preocupação dos cientistas nos últimos anos, por causa da comprovação de que parte deste material vai para a cadeia alimentar dos peixes e de que outras criaturas marinhas ingerem pequenos fragmentos de polímeros.
"Estamos enfrentando um tsunami de resíduos plásticos e precisamos lidar com isso", disse à BBC o oceanógrafo Erik van Sebille, da Universida de Utrecht, na Holanda, que monitora a presença do plástico nos oceanos. 

"Precisamos de uma mudança radical na maneira como lidamos com os restos do plástico. Mantendo os padrões atuais, teremos que esperar até 2060 para que mais plástico seja reciclado do que jogado em aterros e no meio ambiente. É devagar demais, não podemos esperar tanto", afirmou.
Outro motivo pelo qual a reciclagem de plástico ainda pode estar avançando lentamente é o design dos produtos, segundo Richard Thompson, professor de biologia marinha na Universidade de Plymouth, no Reino Unido. 

"Se os produtos de plástico fossem criados com a reciclagem em mente, eles poderiam ser reutilizados muitas vezes. Uma garrafa, segundo alguns estudos, poderia ser reciclada até 20 vezes. Isso seria uma redução significativa dos resíduos", disse à BBC. 

Para Rolando Geyer, o ideal da reciclagem "é manter o material circulando pelo maior tempo possível". "No entanto, percebemos no nosso levantamento que 90% do material que de fato foi reciclado - cerca de 600 milhões de toneladas - só foi reciclado uma vez", explica.


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domingo, 23 de julho de 2017

Adesivo fixado ao sutiã denuncia abuso sexual automaticamente

O dispositivo detecta quando alguém tem suas roupas retiradas à força - e avisa pessoas de confiança pelo celular.

Uma pesquisadora do MIT criou uma forma de reportar e prevenir abusos sexuais em tempo real. Seu projeto, que ganhou o nome de Intrepid, consiste em um adesivo que pode ser fixado a qualquer peça íntima – como um sutiã. Ele avisa quando alguém tem a própria roupa arrancada à força, alertando conhecidos da vítima e acionando serviços de emergência.

Para usar o Intrepid, deve-se fazer download de um aplicativo, que é ativado por Bluetooth. Então, a usuária cadastra cinco números de pessoas em quem confia, que serão contatadas caso aconteça alguma coisa.
 
A ferramenta pode funcionar de duas maneiras. Seu “modo ativo”, serve para situações em que a pessoa é incapaz de lutar contra o abusador – como pode acontecer com crianças, idosas ou pessoas inconscientes.
 
“Se alguém está tentando remover uma peça de roupa de seu corpo, nós primeiramente enviamos uma mensagem para confirmar se o ato é consensual ou não. Quem veste o sutiã tem 30 segundos para responder”, explica Manisha Mohan, que desenvolveu a ideia.
 
Caso a pessoa não responda à pergunta no tempo hábil, um alarme começa a soar – avisando quem usa. Se não houver retorno dentro de 20 segundos, uma mensagem com a localização da usuária é enviada aos amigos ou familiares pré-cadastrados. O gravador de voz do celular é acionado, e passa a transmitir o áudio do ambiente na forma de uma ligação.
 

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Trechos do litoral baiano perdem até um quilômetro de faixa de terra em dez anos

Trechos do litoral baiano perdem até um quilômetro de faixa de terra em dez anos
Foto: Divulgação / Prefeitura de Mucuri
Domingo, 23 de Julho de 2017 - 12:40
A erosão vem mudando drasticamente a paisagem de trechos do litoral baiano nos últimos anos. Uma pesquisa divulgada pelo jornal Correio neste domingo (23) aponta que locais como a foz do Rio Jequitinhonha, na cidade de Belmonte, e do Rio Real, na divisa entre a Bahia e Sergipe, perderam até um quilômetro de faixa de terra na última década. O estudo é liderado pelos professores José Maria Landim Dominguez, Abilio Carlos da Silva Pinto Bittencourt e Junia Kacenelenbogen Guimarães, do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Eles explicam que o processo acontece de forma natural por conta da força dos rios. Em cidades, como Mucuri e Prado, que também abrigam desembocaduras fluviais, variações semelhantes podem ser notadas. A área de continente das duas cidades foi reduzida em 400 metros e 900 metros, respectivamente. "A erosão é um processo natural, por isso, essas faixas (próximas ao rio) não devem ser ocupadas de maneira nenhuma. Tudo nessas faixas é vulnerável", relata o professor José Landim em entrevista ao Correio.

http://www.bahianoticias.com.br/noticia/210112-trechos-do-litoral-baiano-perdem-atca-e-um-quilca-ometro-de-faixa-de-terra-em-dez-anos.html?utm_source=principal&utm_medium=link&utm_campaign=destaques
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Os portões do desmatamento

Por Eduardo Pegurier
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Bois no curral de um frigorífico. Foto: Fabio Nascimento

Os satélites são cronistas mecânicos do processo de desmatamento da floresta Amazônica. Ao vasculhar e documentar através dos anos a degradação e os vazios criados pelo corte raso da mata, firmam um veredito: dois terços da área desmatada virou pasto. No chão, a contagem do gado mostra que a Amazônia é território mais de boi do que de gente. Em 2016, a quantidade de gado na região chegou a 85 milhões de cabeças, em comparação a uma população humana de 25 milhões de habitantes -- mais de três bois por pessoa. No município de São Félix do Xingu, que contém o maior rebanho do país, essa proporção chega a 18 para 1.

Os números amazônicos costumam ser imensos. A Amazônia Legal abrange 61% do território do Brasil e contém 40% do rebanho nacional. O gado é mantido em cerca de 400 mil fazendas espalhadas pela região, com tamanhos que variam de alguns poucos até dezenas de milhares de hectares.  Então, quando a  ONG Imazon terminou um novo e detalhado levantamento sobre os frigoríficos da região, a grande surpresa foi encontrar um número pequeno: apenas 128 instalações de frigoríficos ativos, pertencentes a 99 empresas, são responsáveis por 93% do abate anual, algo como 12 milhões de cabeças de gado.

"Se entre 2016 e 2018 a taxa de desmatamento recente se repetir, 90% das novas perdas de floresta estarão dentro da área de influência de compra de 128 frigoríficos"
Já era sabido que os frigoríficos são o gargalo da cadeia de criação do gado. Mas o levantamento do Imazon é inédito porque revelou a geografia da pecuária na Amazônia, vista pela zona de influência destes pouco mais de cem abatedouros. Para se ter uma ideia, ocupar a capacidade de abate anual de um único frigorífico de grande porte demanda uma área de pasto de quase 600 mil hectares, três vezes maior do que o município de São Paulo. O conjunto de frigoríficos analisados no estudo, operando a plena capacidade, demandaria uma área de pasto de 68 milhões de hectares (maior do que o estado de Minas Gerais). Essa quantidade supera a soma dos pastos hoje existentes na região, indicando que o futuro da atividade gerará mais desmatamento.

Esses resultados reforçam o acerto de um processo em curso. Desde 2009, com início no Pará, o Ministério Público Federal pressiona os frigoríficos da região a assinar o chamado TAC da Carne. TAC é abreviação de Termo de Ajuste de Conduta, uma espécie de contrato entre o MPF e cada frigorífico que o assina, o qual passa a ser obrigado a fiscalizar a origem do gado que compra para barrar o "boi de desmatamento".

Paulo Barreto, pesquisador do Imazon que liderou o estudo, compara: "é como se para conversar sobre o problema, houvesse duas opções, reunir num auditório os representantes destas cem empresas frigoríficas ou, como alternativa, alugar cinco estádios como o Maracanã para colocar todos os fazendeiros envolvidos na criação do gado".

Risco de desmatamento

Frigorífico JBS em Santana do Araguaia, Pará. Fonte: Google Earth
Imagem de satélite do Frigorífico JBS, em Santana do Araguaia, Pará. Fonte: Google Earth

A análise que detalhou a influência de tão poucos frigoríficos sobre quase todo o rebanho amazônico envolveu trabalho de detetive e tecnologia de geoprocessamento. A primeira etapa foi obter os endereços de todos os frigoríficos de maior porte e confirmá-los usando imagens de satélite de alta definição, para verificar se naqueles locais havia instalações típicas da atividade, como currais e tanques de tratamento de água.

A partir daí, os pesquisadores queriam responder a pergunta: qual era a zona potencial de compra de cada frigorífico? E dois, como essa zona potencial se relaciona com as áreas já desmatadas e as que estão sob maior risco de desmatamento no futuro próximo?

O primeiro passo era descobrir a distância máxima que cada frigorífico alcançava nas compras de gado. Isso foi feito através de entrevistas telefônicas com os gerentes de frigoríficos e cruzamentos de dados. Havia casos curiosos, como um frigorífico no Acre, que não adquiria boi mais longe do que a 20 km das suas portas, e, no extremo oposto, no Amazonas, havia outro que comprava a mais de 1.000 km de distância, indo até Roraima, para compensar a falta de gado na sua região na época da seca.

"O somatório das regiões de influência dos 128 frigoríficos analisados abrange a quase totalidade das áreas embargadas pelo Ibama e 88% do desmatamento ocorrido na Amazônia entre 2010 e 2015"
O estudo lidou com duas categorias de frigoríficos, aqueles que têm licença SIE (Sistema de Inspeção Estadual), que podem vender carne nos seus estados, e SIF (Sistema de Inspeção Federal), que podem vender no país todo e exportar. Em média, frigoríficos com licenças estaduais têm capacidade para abater 180 animais por dia e compram de fazendas que podem estar a até 153 km de distância. Os frigoríficos com licença nacional abatem 700 animais/dia e vão buscá-los a uma distância que chega a 360 km.

Baseado nas distâncias máximas, o segundo passo era estabelecer a área potencial de compra dos frigoríficos. Hora de voltar à tecnologia geoespacial. "O Imazon tem um mapeamento completo de estradas oficiais e informais na Amazônia, uma base que vem sendo atualizada desde 2008", conta Amintas Brandão Jr., outro dos autores do estudo. "Rodamos uma análise espacial em que você insere no software as coordenadas do frigorífico e a distância máxima que ele compra, digamos, 100 km. Daí, o software sozinho percorre todas as estradas e rios navegáveis acessíveis àquele frigorífico até atingir os tais 100 km. Assim, conseguimos delinear uma zona potencial de compra". Segundo Brandão, o diferencial do trabalho foi este, estabelecer a área de influência de cada frigorífico usando a rede de infraestrutura, a malha de estradas e rios navegáveis por onde o gado pode ser transportado.
O somatório das regiões de influência dos 128 frigoríficos analisados abrange a quase totalidade das áreas embargadas pelo Ibama e 88% do desmatamento ocorrido na Amazônia entre 2010 e 2015.

Desmatamento futuro
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O estudo gerou uma previsão de onde estarão as próximas áreas desmatadas na Amazônia. De novo, os pesquisadores recorreram aos softwares de análise geoespacial. Eles dividiram a Amazônia Legal em quadrados com 1 km de lado. Para cada um deles, foi estimada a probabilidade de desmatamento baseada na presença de fatores que o estimulam, como disponibilidade de transporte por estrada ou rio, distância até mercados e potencial da terra. Criaram, assim, um mapa de probabilidade de desmatamento para toda a Amazônia Legal. Usaram a área desmatada nos três anos anteriores, 1,7 milhão de hectares (17 mil km2), como estimativa do total de desmatamento que poderá ocorrer no triênio 2016 a 2018.  Em seguida, a partir do mapa de probabilidades, determinaram quais são as áreas com maior chance de ocorrência de novos desmatamentos. A última etapa foi sobrepôr as zonas de influência de compras dos frigoríficos. A coincidência entre as duas áreas foi de 90%.
Em outras palavras, se entre 2016 e 2018 a taxa de desmatamento recente se repetir, 90% das novas perdas de floresta estarão dentro da área de influência de compra de 128 frigoríficos.

Consequências

"Da perspectiva da fiscalização, o trabalho pode ajudar no controle do desmatamento mostrando onde estão os 'hot spots', os pontos onde há mais floresta e/ou chance de desmatamento", diz Brandão.
Para Barreto, "chama atenção como um número pequeno de empresas está no fim da cadeia que envolve quase 400 mil pecuaristas". Segundo ele, isso confirma que está certo o caminho de envolver os frigoríficos na fiscalização do desmatamento, como obrigam os acordos com o MPF. Mas destaca que 30% do abate é feito por frigoríficos que não assinaram acordos. Isso significa que não fiscalizam a origem dos seus bois. Pior, esses frigoríficos estão na mesma área de atuação daqueles que assinaram os acordos e, assim, se tornam alternativas para a venda de gado criado em pastos abertos ilegalmente.

O estudo do Imazon criou um panorama detalhado da influência que os frigoríficos podem ter sobre o desmatamento. "Já temos um mapa, as tecnologias estão disponíveis para rastrear o gado da sua origem até o local de abate", diz Barreto. "Falta agora uma pressão consistente e punições para criadores e frigoríficos que compactuam com crimes ambientais". Ele diz que isso aconteceu no caso da febre aftosa, quando o setor percebeu que perderia os mercados mundiais se não fosse feito um programa efetivo de vacinação. A pressão do mercado funcionou para os fazendeiros se organizarem e firmarem parcerias com o governo. Para Barreto, um bom começo seria uma nova rodada de aperto sobre o setor liderada pelo MPF e pelo Ibama.

O Brasil alcançou um bom controle de febre aftosa, um feito e tanto. Se quiser, pode fazer o mesmo para acabar com a pecuária que derruba floresta. Será um enorme passo rumo ao desmatamento zero na Amazônia.

Saiba mais
Imazon:  "Os frigoríficos vão ajudar a zerar o desmatamento da Amazônia?", por Paulo Barreto, Ritaumaria Pereira, Amintas Brandão Jr. e Sara Baima

http://www.oeco.org.br/reportagens/os-portoes-do-desmatamento/ 
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Especialistas defendem mudança na legislação da água mineral


Enquanto o cenário político segue dando provas de que o meio ambiente não é uma prioridade no Congresso, no sul de Minas, população, ONGs, especialistas e integrantes do Ministério Público continuam debatendo alternativas à gestão da água mineral na região.

((o))eco publicou em março uma matéria que mostrou o panorama de protestos que vêm acontecendo desde o final de 2016 nos municípios de Caxambu, Cambuquira e Lambari, por conta da publicação de edital para consulta pela empresa Codemig, que prevê a exploração público-privada do Parque das Águas de Caxambu.

O edital encontra-se suspenso graças a uma recomendação apresentada em maio pelo Ministério Público de Minas e de protestos feitos por ONGs como Ampara e Nova Cambuquira. Em junho, realizou-se um fórum de debate em Caxambu, seguido por duas audiências públicas. A última delas, na Assembléia Legislativa de Belo Horizonte, teve a participação da Codemig e discutiu alternativas à forma de exploração e uma possível gestão compartilhada do Parque das Águas de Caxambu. A proposta está sob análise.

As principais críticas da população têm foco na gestão do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) - órgão do estado ligado ao Ministério de Minas e Energia, por conta da alegada falta de rigidez na cobrança de EIA-Rimas para empreendimentos em curso, da pouca preocupação com o valor cultural e terapêutico das águas minerais e da gestão duvidosa de royalties de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) - assunto que foi alvo de um escândalo de corrupção envolvendo um ex-diretor do órgão, no final de 2016.

Apesar das queixas gerais quanto aos serviços do órgão, o principal (e mais complexo) objetivo das manifestações é para que a água mineral deixe de ser legislada como bem mineral, segundo instituído em 1967 pelo Código de Mineração, o que facilita que esta seja explorada “à exaustão”, conforme feito em minas e aluviões de minérios e metais preciosos e subentendido no Código de Águas Minerais.

A água mineral na PNRH

O promotor Bergson Guimarães trabalhou para que a medida cautelar de paralisação da consulta pública fosse lançada. Foto: Divulgação.
O promotor Bergson Guimarães trabalhou para que a medida cautelar de paralisação da consulta pública fosse lançada. Foto: Divulgação.

Para mudar esse quadro de insatisfação e garantir uma gestão mais cuidadosa, a solução legal defendida pelo promotor de justiça Bergson Cardoso Guimarães, da comarca de Lavras, no sul de Minas Gerais, atesta para que a água mineral sofra uma reclassificação votada em Congresso Nacional e seja integrada à gestão de recursos hídricos pelo Ministério do Meio Ambiente, dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), criada em 2007. O objetivo é que o recurso seja gerido pela Agência Nacional de Águas (ANA) sob princípios de uso racional, sustentabilidade ambiental e inclusão social, já contemplados na jurisdição da PNRH, muito mais atual que o antiquado Código de Mineração.

“Apesar de toda a evolução do arcabouço de tutela ambiental e gestão de águas, a água mineral continua sob o enquadramento das leis minerais.  E os conflitos são visíveis não só no campo doutrinário. Os casos que envolvem as Estâncias Hidrominerais revelam-se sintomáticos dessa situação desordenada”, diz o promotor.

Já na tese de doutorado de 2016, intitulada “A controvérsia sobre as águas : uma proposta de integração institucional e políticas públicas para o segmento de águas minerais no âmbito da gestão de recursos hídricos”, o Professor Doutor do Centro Universitário do Sul de Minas, Pedro dos Santos Portugal Júnior, destaca como benefício da inclusão das águas minerais na PNRH, a  aplicação de ferramentas de políticas públicas para a distribuição mais consciente dos recursos arrecadados pela cobrança por uso da água, a CFEM.

Atualmente esses royalties são repartidos em um percentual de 12% para a União (DNPM e Ibama), 23% para o Estado onde for extraído o bem mineral e 65% para o município produtor. A ideia, segundo o artigo 22 da PNRH, seria reverter os royalties prioritariamente para a bacia hidrográfica em exploração, e fortalecer o papel dos Comitês de Bacia Hidrográfica em processos de tomada de decisão. A proposta também contribuiria para evitar novos crimes de desvio, como o que envolveu o DNPM, o próprio fiscalizador do processo.

Segundo o professor, “os comitês de bacia são os órgãos que permitem a participação social de forma ampla e efetiva. No entanto, tais órgãos precisam ser fortalecidos e a sociedade devidamente envolvida, e nesse caso a educação ambiental tem papel preponderante nesse processo, (...) fato que vemos hoje em dia ocorrer apenas por meio de ONGs que lutam para proteger esses recursos da superexploração e da privatização”.

Ele também descreve na tese que realizou uma pesquisa sobre os parâmetros de gestão adotados em Portugal, Espanha, França, Alemanha, Argentina, Colômbia e Estados Unidos. Desses países, todos, menos Portugal e Espanha, já consideram a água mineral como recurso hídrico e alimento.

Estâncias hidrominerais na SNUC

 Parque das Águas - Caxambu, MG, que abriga uma das maiores estâncias hidrominerais do país. Foto: Wikipédia.

Parque das Águas - Caxambu, MG, que abriga uma das maiores estâncias hidrominerais do país. Foto: Wikipédia.

Uma alternativa bastante interessante ao “gargalo” da água mineral foi descrita em artigo científico publicado em 2008, com o título “ Áreas (des) protegidas do Brasil: as estâncias hidrominerais”. Nele, os pesquisadores do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília, José Augusto Drummond e Alessandra Ninis, indicam que as estâncias sejam enquadradas na lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), como uma categoria das unidades de uso sustentável - já que frequentemente possuem um parque de águas com foco turístico e áreas verdes destinadas à proteção dos mananciais.

O artigo enfatiza o caráter multifuncional da exploração hídrica mineral e seus efeitos sobre a identidade das comunidades locais, a geração de empregos, a difusão de tecnologias e a defesa do meio ambiente. A inclusão desses espaços no SNUC, segundo o artigo, resultaria em uma “maior proteção dos mananciais, na adoção de planos de uso e na formação de conselhos gestores”.
O texto pontua também desafios burocráticos da proposta: “Mudanças de leis têm que passar pelo Congresso Nacional e isso pode abrir um flanco para outras modificações, indesejadas pelos conservacionistas. Uma dificuldade institucional potencial para a transformação das estâncias hidrominerais em UCs seria a questão da posse e da propriedade da terra, muito embora as UCs de uso sustentável não exijam, necessariamente, a dominialidade pública integral.”

Congresso Nacional na contramão 

Desde 2009 paira sobre o Congresso projetos de lei que visam a reforma do Código de Mineração. O tema da reforma não prevê alteração alguma no tópico da água mineral, mas representa a chance de algum representante inseri-la na ordem do dia, conforme conta o professor Júnior:

Instalação da Comissão para a discussão do Novo Código Florestal, em julho de 2013. Foto: Lucio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados.
Instalação da Comissão para a discussão do Novo Código Florestal, em julho de 2013. Foto: Lucio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados.

“Houve uma proposta de lei de autoria do deputado Carlos Bezerra (MT) que usou minha dissertação como base e pedia a mudança desse enquadramento. Porém, a mesma foi arquivada. Órgãos como Abinam (Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral), CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o próprio DNPM, com exceção de alguns técnicos, são contra essa mudança e trabalham arduamente para que ela não ocorra, mantendo o atual enquadramento como minério.”

Em março deste ano o Ministério de Minas e Energia anunciou uma saída à discussão do novo código, pois esta vinha gerando atrasos na liberação de licenças ambientais. O ministro Fernando Coelho Filho anunciou que a reforma seria fatiada e uma das frentes seria um pacote de medidas chamado “Programa de Revitalização da Indústria Mineral”.

O pacote prometia aumentar a contribuição do setor na economia brasileira através da maior eficiência quanto às licenças, da transformação do DNPM em uma agência reguladora e do aumento da fiscalização para evitar desastres como o de Mariana - porém não inclui ações a favor da reclassificação hídrica. Desde então não houve mais divulgações oficiais sobre o assunto.
Por outro lado, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, o Diretor de Recursos Hídricos da Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Sérgio Antônio Gonçalves, forneceu depoimento para essa matéria dizendo que a discussão sobre a água mineral deverá tornar-se pauta no ministério no ano que vem: “A partir de 2018 deveremos iniciar os trabalhos para a revisão do Plano Nacional de Recursos Hídricos e, claro, que esse tema deve ser abordado”, afirmou.

A assessoria de comunicação do Ministério de Minas e Energia também foi contatada e afirma que, mesmo possuindo representação na Câmara Técnica de Águas Subterrâneas por meio do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e tendo assento no Conselho Nacional de Recursos Hídricos por meio de sua Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, não possui perspectiva alguma de discussão interna sobre o assunto.

“No âmbito deste Ministério de Minas e Energia (MME) não houve discussões a respeito de mudanças na legislação que trata de águas minerais. Quanto à transferência de responsabilidades relativas a águas minerais que estão sob a competência do MME e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), tal tema não foi objeto de discussão, visto que não se vislumbra modificar a sistemática já estabelecida e consolidada. Permanecem vigentes, portanto, as determinações do Código de Água Minerais (Decreto-Lei n° 7.841/1945) e legislações correlatas.”
Em resposta  sobre o aumento dos conflitos que vem acontecendo no sul de Minas,  a assessoria alegou que o DNPM apenas cumpre a legislação e não entrou em detalhes sobre a recomendação que paralisou o edital da Codemig:

“Importante salientar que compete ao MME a outorga de concessão de lavra para fins de explotação de águas minerais, cabendo ao DNPM fiscalizar se as atividades ocorrem em conformidade com o que determina a legislação. Nesse sentido, não cabe a este Ministério intervir em eventuais parcerias firmadas pelos concessionários. Em relação à explotação de águas minerais na região citada, o DNPM realiza vistorias periódicas nessas localidades, não tendo sido verificadas irregularidades ou explotação excessiva. Ademais, relatórios de fiscalização são enviados regularmente ao Ministério Público e à Advocacia-Geral da União. As águas minerais são patrimônio da União e, como tal, o Poder Público tem atuado ativamente no sentido de evitar ou coibir práticas indesejáveis.”

http://www.oeco.org.br/reportagens/especialistas-defendem-mudanca-na-legislacao-da-agua-mineral/ 
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Empresas canadenses buscam brasileiros para trabalhar no país

Os salários são animadores. Pode chegar a R$ 19 mil por mês

postado em 23/07/2017 17:30 / atualizado em 23/07/2017 17:53
 Governo do Canadá/Reprodução

O Canadá é um dos países favoritos de brasileiros que procuram morar fora. Entre os aspectos positivos do país de 35 milhões de habitantes estão: o elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), políticas sociais, receptividade e também as oportunidades de emprego. Este pode ser o momento para quem sonha em viver no país norte-americano. Brasileiros profissionais das áreas de tecnologia da informação e comunicação (TIC) e usinagem podem participar de um processo seletivo para trabalhar em empresas canadenses.

São 216 vagas abertas, com salários que variam de 77 mil a 95 mil dólares canadenses (R$ 194 mil a R$239 mil) por ano, ou R$ 19 mil mensais.

Todo o processo de recrutamento será feito online: depois de cadastrar seu perfil e currículo no portal, será realizada uma curadoria dos currículos e entrevistas através de videoconferência com os selecionados. A fase de entrevistas acontece entre os dias 11 e 19 de setembro.

Através do site é possível ver as vagas anunciadas e quais as empresas que estão contratando. Os candidatos devem enviar currículo já em francês. Não há custos para participar do processo seletivo e, caso seja aprovado, a empresa contratante será responsável pelas despesas com visto e hospedagem.

Todas as vagas fazem parte do programa de recrutamento da Missão América Latina 2017, do qual participam empresas canadenses para contratar profissionais brasileiros, mexicanos e colombianos do setor de tecnologia.
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Congresso ABES / Fenasan 2017

O maior encontro de Saneamento Ambiental das Américas 

 


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Trata-se de uma realização conjunta das duas entidades de maior representatividade técnica em saneamento no País: a ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) e a AESabesp (Associação dos Engenheiros da Sabesp).

Em uma edição única e exclusiva, em São Paulo - SP, serão reunidos os três eventos mais tradicionais do setor: o 29º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, da ABES, o 28º Encontro Técnico AESabesp e a 28ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente – FENASAN. Juntos, constituirão a maior realização de cunho técnico e mercadológico, em saneamento ambiental e meio ambiente, já realizado no continente americano.

Essa edição acontecerá entre os dias 2 a 6 de outubro de 2017, no moderno espaço São Paulo Expo. Trata-se do antigo Centro de Convenções Imigrantes, que foi totalmente reformulado e ampliado. No dia 2.10.2017 será celebrada a sua solenidade de abertura. Os dias 3, 4 e 5 de outubro estão reservados para as ações do Congresso e da Feira. E no dia 06 haverá uma programação de visitas técnicas.

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VIDHA LINUS

CONSULTORIA AMBIENTAL LICENÇAS,ELABORAÇÃO EIV, PRAD. Av Radial B, 122 Bairro Mangueiral CEP 42807-380 CAMAÇARI - BAHIA 71 3040 5033 99168 5797 VBRAMBIENTAL@YAHOO.COM.BR

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