Falta de compromisso e seriedade às questões ambientais ecoa forte fazendo um coro à voz do ministro.
VALDIR RIOS
Eng. Ambiental & radialista
25 mai 2020 22:20
Motivado por denúncias de Sergio Moro,
o ministro do STF Celso de Mello divulgou nesta
sexta (22), a tão esperada reunião ministerial, ocorrida
no dia 22 de abril.
A bombástica reunião teria ocorrida em um clima de pôs-pelada
de futebol, daquelas onde o treinador e seus jogadores decidem ir ao boteco da
esquina encher a cara de pinga, para lavar roupa suja, xingar a torcida e a mãe
do juiz pelo mal desempenho do seu time.
Não seria deselegante retratar a cena de um campo de várzea
se estas melancólicas cenas não tivessem ocorrida entre os mais altos cargos
públicos do país a qual se espera um mínimo de responsabilidade ao uso da
palavra.
Para os mais atentos à causa ambiental a fala do ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles,
sugerindo que o governo aproveitasse o foco da imprensa na cobertura da
pandemia do novo coronavírus para “ir passando a
boiada” e promover mudanças em "regramentos e normas", não é tida por
novidade já que desde seu primeiro dia ao comando do ministério este tem atuado
constantemente contrariando leis, criando obstáculos para atuação dos
profissionais além de tentar desconstruir várias conquistas em desfavor dos
povos indígenas e unidades de conservação UCs.
Diante do desserviço até aqui não é de esperar
algo que fosse diferente, porém vale salientar que sua fala também é
reproduzida em ações tanto no estado como vários municípios.
Assim, muitos prefeitos seguem uma
controvertida máxima: “não fala o que ele fala, mas faz o mesmo que ele faz”.
Não é necessário ser especialista para perceber
que tem sempre ações negativas ocorrendo próximo, é bem verdade que o meio
ambiente vive em constante ataque por agressões humana e as vezes quem deveria
defender é também parte nas ações.
A União serve de modelo e de certa forma, suas
ações são replicadas aos demais entes, seja por um alinhamento político ou
devido a norma legal, quando se tem que seguir por hierarquia a lei superior.
O meio ambiente possui leis especiais nas três
esferas de governo, união, estados, DF e municípios, mas isso não quer dizer
eficácia ou que a natureza está protegida. Na verdade, texto da lei significa
muito pouco diante de agentes públicos inescrupulosos que fazem dos órgãos
ambientais um puxadinho dos seus interesses.
Há vários casos onde o aparato da máquina
pública contribui direto e indiretamente nos crimes ambientais indo as vezes
além, corroborando no uso da borracha do esquecimento através da morosidade ou
do faz de conta.
Na base da repercussão geral o ministério de
Sales e alguns municípios seguem aparelhado
pela omissão confundindo os papeis, quando de forma clara faz corpo mole
na tomada de medidas contra os potenciais criminosos ambientais a exemplo de
Mariana, Brumadinho, mancha de óleo nas praias do nordeste, incêndios na
Amazônia e por último naufrágio do navio carregado de minério também na costa
nordestina.
Não é preciso procurar muito para registrar lagoas
e rios sendo aterradas ou contaminados, desmatamento e queimadas, aplicação
descontrolada de agrotóxicos e herbicidas, invasões patrocinadas à áreas de
preservação, corte irregular de arvores, leis sendo alterada para atender
interesses econômico.
Ou Seja, há um grande misto de irregularidades
possível de ser encontrado por ai.
Assim é bom lembrar que sempre existirão Ricardo Salles em todos os níveis da administração pública.
[...] estes, as vezes não falam, mas fazem suas sapequices.