Motivados pelo ressurgimento
de algumas espécies animais nativos da caatinga, amigos,amantes da natureza e autoridades se reuniram
neste sábado (15), na Câmara de Vereadores de Várzea da Roça, no período da
tarde.
Estiveram presentes o
comerciante Sidney Sales da Cruz Rios, contador Valfredo Barreto Rios, O
presidente da Câmara e vereador Jamilson Nunes e José Maciel, o Secretário de Educação Milton Filho, os ambientalistas, Alan Araújo , Roque O. Rios e Renato
Trindade, o Engenheiro Ambiental Valdir Barreto Rios e a Psicóloga Vânia Cássia
Silva de Oliveira.
A iniciativa visa fortalecer
ações que garantam a preservação da caatinga (fauna e flora) tendo de imediato
a meta de conscientizar os caçadores a não caçar e matar espécies como veado
catingueiro, tatu, tamanduá aves que até então dava por extinto na região e
passou a ser avistado ultimamente com maior frequência.
A ideia é transformar os
fazendeiros, proprietários rurais e caçadores em protetores, transformando-se
em Amigos da Caatinga.Para tanto vai
ser desenvolvido um trabalho direto com estas pessoas, visando a mudança dos
seus hábitos.
Outras frentes foram criadas
e algumas reivindicações feitas tanto ao Secretário de Educação Milton Filho,
como a Presidente da Casa SR. Jamilson Nunes e ao vereador José Maciel. Ao
Secretário foi solicitado a comemoração do dia 05 de junho (meio ambiente) e
implantação da Educação Ambiental como disciplina escolar a partir de 2018
conforme prevê LEI Nº 12.056 DE 07 DE JANEIRO DE 2011 que “Institui
a Política de Educação Ambiental do Estado da Bahia”.
Para Milton Filho a proposta
vem em um momento importante já que somos testemunhos da devastação e dos
problemas ambientais que se tem enfrentado por conta da intervenção humana,
“sentarei com a equipe para avaliar a forma de atender o pleito” disse.
Aos vereadores foi
solicitado a criação de leis que torne mais rígido o controle de herbicidas e
outros defensivos no município, de forma que possa amenizar a contaminação do
ar, solo e da água.
De imediato ficou acertado
campanhas educativas em rádio, redes sociais, carro de som, panfletos e outras
frentes nas comemorações do 1º de maio.
Nova reunião ficou marcada
para criar ou fortalecer uma entidade voltada às causas ambientais, buscar uma atuação mais firme das autoridades policiais, MP-BA e INEMA, devendo ainda elaborar
uma proposta a ser levado ao Executivo Municipal no sentido de criar a
Secretária de Meio Ambiente pra fazer valer as Leis Ambientais no município.
Um dia após aprovarem um texto recortando ainda mais a Floresta Nacional de Jamanxim,
parlamentares membros de outra comissão mista votaram para desmembrar
outras duas Unidade de Conservação do oeste do Pará: o Parque Nacional
de Jamanxim e a Floresta Nacional de Itaituba II, que originalmente não
estava na matéria. As mudanças beneficiam mineradores que exploram ouro
na região.
Em dezembro, o governo Temer alterou, via Medida Provisória, os
limites do Parque Nacional de Jamanxim. A mudança foi pontual: 862
hectares foram tirados para dar lugar a ferrovia Ferrogrão. Em
compensação, o governo anexou 51 mil hectares de uma área pertencente à
Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós no Parque. Após a ampliação,
o parque passou a abrigar um território de 909 mil hectares e a APA do
Tapajós passou de 2.039.580 hectares para 1.988.445 hectares. Isso até a
Medida Provisória ir para o Congresso.
Após tramitar em uma comissão mista formada por deputados e
senadores, a matéria foi descaracterizada. Foram apresentadas 7 emendas à
proposta original em fevereiro. O relator, deputado José Reinaldo
(PSB-MA), acatou parcialmente 4 emendas. A votação, feita em menos de 10 minutos na manhã desta quarta-feira (12),
incluiu a diminuição na Floresta Nacional de Itaituba II e a criação de
mais três Áreas de Proteção Ambiental: a APA de Rio Branco, a APA de
Carapuça e a APA de Trairão.
Com as mudanças do relator, a chamada Medida Provisória da Ferrogrão
ficou assim: 273 mil hectares do Parque Nacional do Jamanxim foram
transformados nas Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Carapuça e Rio
Branco e 71 mil hectares do Parque foram incorporados à Floresta
Nacional do Trairão. As mudanças também atingem a Floresta Nacional
Itaituba II, que teve 42% do seu território transformado na Área de
Proteção Ambiental do Trairão (Veja Tabela).
A criação e recategorização de unidades de conservação de categorias
mais restritivas em APAs sinaliza a legalização de títulos de terra e de
passivos ambientais do grosso dos proprietários de terra legítimos e
invasores, já que essa a categoria de unidade de conservação mais branda
do país. Um parque nacional, por exemplo, é uma unidade de 'Proteção Integral',
onde só é permitido a visitação. Já uma Floresta Nacional é uma unidade
de 'Uso Sustentável' cujo objetivo é a exploração de produtos
florestais (madeiras, sementes, etc), mas não permite propriedades
privadas dentro. Já uma APA, a mais branda de todas, comporta
propriedades privadas e produção, com pouquíssimas restrições.
Na Medida Provisória 758, o governo aumentou a proteção da área no
entorno da BR 163, ao anexar 51 mil hectares da Área de Proteção
Ambiental (APA) do Tapajós no Parque Nacional de Jamanxim, uma categoria
mais restritiva. Os parlamentares fizeram o movimento contrário: retiraram 442,865 mil hectares do Parque, sendo que 79% dessa redução foram para as APAs e 21% viraram floresta.
A criação das APAs, segundo admite o relator, deputado José Reinaldo,
permitirá a continuidade de atividades mineradoras anteriores à criação
de reservas ambientais com a justificativa de que “ali há investimentos
muito grandes que não podem ser desconhecidos”.
O relator destacou ainda que os pequenos produtores rurais foram
prejudicados com a criação das Unidades de Conservação em 2006, criadas
para impedir o aumento de desmatamento ao longo da BR 163, que estava
sendo asfaltada. Autor da emenda que cria a APA de Carapuça, o deputado
Francisco Chapadinha (PTN-PA) afirmou que a mudança de categoria
“concilia a continuidade das atividades produtivas com a preservação
ambiental”.
A demanda no Congresso é recategorizar ou até sustar as Unidades que
impedem o aumento da produção agropecuária e exploração mineradora no
seio da Amazônia. O movimento ganhou força recentemente com a diminuição
de áreas protegidas no Pará pelas Medias Provisórias 756 e 758. As
modificações feitas pelos congressistas nos dois textos já atingem 1
milhão de hectares em pelo menos 5 unidades de conservação: nas
Florestas Nacionais de Jamanxim e Itaituba II, nos Parques Nacionais do
Jamanxim e São Joaquim e na Reserva Biológica Nascentes da Serra do
Cachimbo. *Com informações da Agência Senado.
Está pronto para ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) o projeto de lei (PLS 198/2013)
que cria o Programa Nacional de Incentivo à Educação Escolar Básica
Gratuita (Pronie). O projeto autoriza a dedução no Imposto de Renda,
por pessoas físicas e Jurídicas, de doações feitas para escolas da
educação infantil e dos ensinos fundamental e médio.
De
autoria do senador licenciado Blairo Maggi (PR-MT), o projeto cria o
Pronie para incentivar a doação de recursos privados que sirvam para
ampliar os investimentos e melhorar a qualidade da educação escolar
gratuita em todo o país, ou seja, nas escolas públicas e nas escolas
privadas sem fins lucrativos. O projeto recebeu voto favorável do
relator, o senador Ivo Cassol (PP-RO), e ainda terá de passar pelas
Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Educação, Cultura e Esporte
(CE).
Pessoas físicas e jurídicas
poderão fazer doações ou patrocinar projetos de instituições de ensino
gratuito para melhoria da educação escolar básica, construção, ampliação
ou reforma de escolas, aquisição de equipamentos e materiais didáticos
ou atualização e aperfeiçoamento de profissionais da educação.
As
pessoas físicas poderão deduzir até 100% dos valores doados a projetos
educacionais, limitado a 6% do Imposto de Renda devido, tendo como
referência a declaração de ajuste anual feita no modelo completo. O
contribuinte terá apenas que informar, na aba "pagamentos efetuados" da
declaração do Imposto de Renda, nome e CNPJ da escola que recebeu a
doação e o valor doado.
As pessoas
jurídicas tributadas com base no lucro real poderão deduzir até 100% dos
valores doados, observado o limite de até 4% do Imposto de Renda
devido. Entretanto, as pessoas jurídicas não poderão deduzir os valores
para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das Empresas (CSLL). Já as
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido poderão deduzir
50% das doações efetuadas.
Não serão
dedutíveis doações a instituições privadas sem fins lucrativos que
tenha em seu corpo diretor “pessoa física vinculada ao doador ou
patrocinador, assim considerados o cônjuge e parentes até terceiro
grau”.
Todas as instituições
beneficiadas com doação ou patrocínio estarão sujeitas a fiscalização
dos órgãos públicos competentes, quanto à movimentação financeira e ao
alcance dos objetivos.
O autor do
projeto lembra que o artigo 205 da Constituição determinou que a
educação, além de ser um direito de todos, é dever do Estado e da
família e deve ser “promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade”.
Blairo Maggi argumenta,
na justificação do projeto, que com a proposta "dá-se às pessoas físicas
e jurídicas a oportunidade de direcionar parte dos gastos que
derivariam da receita de Imposto de Renda para doações e patrocínios
diretos, ao alcance da demanda e do acompanhamento da sociedade local".
Para ele, "a grande vantagem do mecanismo é a oportunidade de uma
colaboração direta de pessoas e empresas a demandas objetivas de escolas
públicas e comunitárias gratuitas de sua própria comunidade,
estreitando os laços de cidadania”.
O
relator do projeto diz que o mérito da proposta é inegável, pois o
Estado “deve oferecer instrumentos que facilitem o financiamento privado
da educação, tanto das instituições públicas quanto das instituições
privadas sem fins lucrativos”. Cassol acredita que a medida vai ampliar a
participação da sociedade no desenvolvimento da educação e melhorar a
qualidade do ensino.
Os
municípios com os melhores índices de inclusão de pessoas com
deficiência serão premiados com valores em dinheiro. É o que propõe o Projeto de Lei do Senado 89/2017, que cria o prêmio Cidade Acessível.
A
iniciativa é do senador Ciro Nogueira (PP-PI). O objetivo é dar
destaque aos municípios com mais de 50 mil habitantes que tenham as
melhores políticas públicas para pessoas com deficiência. Os valores em
dinheiro seriam definidos pelo governo federal.
Pelo
texto, serão premiados os dez municípios mais bem classificados
individualmente nas categorias habilitação e reabilitação; saúde e
assistência social; educação, cultura, esporte, turismo e lazer; moradia
e transporte e mobilidade. Cada município só poderá ser premiado em uma
categoria a cada ano.
O projeto
também determina que os recursos recebidos pelo município como prêmio
serão obrigatoriamente aplicados em ações e serviços públicos voltados à
promoção da cidadania e da inclusão social da pessoa com deficiência.
Ao
justificar a proposta, Ciro Nogueira explicou que a intenção do prêmio é
“homenagear e divulgar boas iniciativas de inclusão das pessoas com
deficiência”.
Para o senador Romário
(PSB-RJ), um dos principais defensores das leis de inclusão, algumas
cidades já estão adiantadas nesse processo, independentemente de
prêmios. Mas, apesar de o Congresso ter aprovado, em 2015, a Lei de
Inclusão da Pessoa com Deficiência, ainda há muito o que ser feito.
A
lei prevê igualdade de oportunidades e proíbe qualquer tipo de
discriminação contra cidadãos com deficiência. Também especifica os
direitos constitucionais à saúde, à educação e ao trabalho e o direito à
cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer.
-
O Brasil tem crescido bastante. Muitas coisas avançaram. A política
pública em relação às pessoas com deficiência a cada dia melhora, mas a
falta de respeito, a desconsideração e o preconceito tem de começar a
mudar dentro da nossa cabeça – argumentou ele.
O
projeto que cria o prêmio Cidade Acessível está na Comissão de Direitos
Humanos e Legislação Participativa do Senado aguardando o recebimento
de emendas. De lá, seguirá para Comissão de Educação, para decisão
terminativa.
A 4ª edição do Encontro dos Municípios
com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), uma iniciativa da Frente
Nacional de Prefeitos (FNP) em parceria com o Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), será realizado de 24 a 28
de abril, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília (DF). As
inscrições estão abertas e são gratuitas! Mais de 2 mil pessoas já estão
inscritas.
A ideia do evento é
reunir prefeitos, gestores municipais, autoridades do governo federal,
parlamentares, além de representantes de entidades, universitários e
professores para pautar os mais diferentes assuntos que envolvem os
municípios. Este ano, o tema será "Reinventar o Financiamento e a
Governança das Cidades”. Para tanto, a Frente Nacional de Prefeitos
organizou uma programação bastante diversificada. Haverá salas
temáticas, eventos de parceiros, espaços para estandes etc. A
programação completa está disponível no portal do evento.
Serão
22 salas temáticas com diferentes assuntos. Entre eles: inovações para
transformar a gestão e qualificar o gasto; garantia da qualidade e do
acesso universal à saúde; financiamento e implementação da Nova Agenda
Urbana e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); cidades
inteligentes, humanas e eficientes; desafios da mobilidade urbana;
eficiência energética, iluminação pública e energias renováveis;
transparência na gestão, prevenção e combate à corrupção, entre outros.
A
Undime participará do encontro na sala temática intitulada "Os desafios
federativos para a promoção da cidadania e da transversalidade na
Educação". Na ocasião, a vice-presidente da Undime e Dirigente Municipal
de Educação de Costa Rica (MS), Manuelina Martins, representará a
instituição e falará sobre os desafios da expansão da oferta de vagas de
educação infantil para garantia do direito à Educação, com discussões
de alternativas para a sua expansão de forma qualificada e sustentável.
Diz-se que foi embaixo dessa mesma árvore que Buda alcançou a
iluminação - Ashoka deu status de realeza ao galho e o plantou em um
vaso de ouro.
Essa história, baseada no poema épico Maja-vansha ("A grande linhagem", em tradução livre), fala da espécie de figueira que os cientistas chamam de Ficus religiosa.
Mas ela não é a única que existe. Há mais de 750 tipos de
figueira - e nenhuma outra planta influenciou tanto a imaginação no
transcorrer da história.
Raízes aéreas
A maioria das espécies da Ficus enterra suas raízes abaixo da superfície, mas algumas preferem mostrá-las ao público.
Um
exemplo são as figueiras estranguladoras, plantas extraordinárias que
crescem a partir de sementes soltas por aves e outros animais no topo
das árvores.
Em seguida, elas lançam suas raízes aéreas, que vão
se tornando cada vez mais grossas até cobrirem a árvore que lhes serviu
como anfitriã.
Algumas vezes, elas se tornam uma espécie de
parasita, chegando a um tamanho tão grande que chegam a matar a árvore
que invadiram.
Dois países têm as figueiras estranguladoras em seu brasão.
Um
deles é a Indonésia, onde a árvore simboliza a unidade dentro da
diversidade - suas raízes despontando para fora representam as inúmeras
ilhas que compõem a nação.
O outro é Barbados, que deve seu nome à
imagem que o explorador português Pedro a Campos viu quando seu barco
chegou à ilha, em 1536.
A embarcação passou por muitas figueiras estranguladoras que cresciam ao longo da costa, do tipo chamado Ficus citrifolia.
Era
uma massa de raízes marrons e avermelhadas saindo dos galhos das
árvores, como grandes mechas de pelos emaranhados - e foi por isso que
Campos chamou a ilha de Barbados.
Testemunha da história
Mas as figueiras estranguladoras já haviam conquistado a mente humana havia muito tempo.
Budistas, hindus e jainistas têm venerado essa árvore por mais de dois milênios.
Ela também aparece nos hinos de guerra cantados pela
civilização védica há 3,5 mil anos. E, 1,,5 mil anos antes, apareceu na
mitologia e na arte da civilização do Vale do Indo.
Estão presentes ainda em histórias de ficção, folclore e ritos de fertilidade.
A mais notória é a figueira-de-bengala (Ficus benghalensis), uma árvore tão grande que de longe parece um pequeno bosque.
Dizem
que uma figueira-de-bengala do Estado de Uttar Pradesh, na Índia, é
imortal. Outra, mais ao sul, teria florescido no lugar onde uma mulher
desesperada se jogou na pira funerária do marido, morrendo queimada -
essa árvore, em Andhra Pradesh, pode abrigar 20 mil pessoas.
Alimento indispensável
Os
primeiros europeus a desfrutarem da sombra de uma figueira-de-bengala
foi Alexandre, o Grande e seus soldados, que chegaram à Índia em 326
a.C.
As histórias dessa árvore logo chegaram ao filósofo grego Teofrasto, o fundador da botânica moderna.
Teofrasto estava estudando a figueira comestível, Ficus carica, e notou pequenos insetos que entravam e saíam dos figos.
Mais de 2 mil anos se passaram até que os cientistas
se deram conta de que cada espécie de figo tem seus próprias vespas
polinizadoras.
Cada espécie de vespa de figueira só pode colocar
seus ovos nas flores de seus figos correspondentes, uma relação que
começou há mais de 80 milhões de anos e mudou o mundo.
As espécies
da árvore devem produzir figos durante o ano inteiro para garantir que
suas vespas polinizadoras sobrevivam, o que é uma ótima notícia para os
animais que comem a fruta, já que eles teriam dificuldade para encontrar
comida em todo o período.
Dessa forma, os figos sustentam mais animais do que qualquer outro tipo de fruta.
Há
mais de 1,2 mil espécies que comem figos, incluindo um décimo de todas
as aves do mundo, quase todos os morcegos que se alimentam de frutas e
dezenas de tipos de primatas.
Por isso, ecologistas acreditam que, se essa fruta desaparecesse, todo o resto entraria em colapso.
Acredita-se ainda que presença de figos maduros durante todo o ano teria ajudado a sustentar nossos primeiros antepassados.
Além disso, o alimento estaria relacionado ao desenvolvimento de cérebros maiores nos nossos antecessores.
Há
até uma teoria sugerindo que as nossas mãos evoluíram como ferramentas
para avaliar quais figos são mais macios e, portanto, doces e ricos em
energia.
Domesticadas
As espécies de figueira estavam entre as primeiras plantas domesticadas, há vários milhares de anos.
Os egípcios antigos dominaram uma espécie chamada Ficus sycomorus, cujas vespas polinizadoras estavam extintas ou nunca haviam chegado ali, o que os impedia de produzir figos maduros.
Mas
graças à sorte ou à engenharia, os agricultores desenvolveram um método
para enganar a árvore e amadurecer seus figos: tirar um pedaço delas
com uma faca.
Em pouco tempo, os figos viraram a base da agricultura egípcia - eles até treinaram macacos para subir nas árvores e cortá-las.
Os
faraós levavam figos secos às suas tumbas para alimentar suas almas
durante a viagem à outra vida. Além disso, acreditavam que a deusa
Hathor surgiria de uma figueira mítica para dar as boas-vindas ao
paraíso.
O rei Nabucodonosor 2º plantou várias Ficus carica nos
jardins suspensos da Babilônia. O rei Salomão, de Israel, homenageou-as
com músicas. Os gregos e romanos antigos diziam que os figos eram um
presente dos céus.
Sua atração talvez se deva a outra característica
crucial. Além de ser doce e saborosa, a fruta contém fibras, vitaminas e
minerais.
Um exemplo famoso do poder dos figos é descrito na Bíblia.
Ezequiel,
rei de Judá, estava à beira da morte com uma praga de furúnculos, mas
conseguiu se recuperar depois que suas servas aplicaram uma espécie de
pomada feita com figos picados na sua pele.
Medicamentos
desenvolvidos durante milênios utilizaram não apenas o fruto, mas também
sua casca, folhas, raízes e o látex que desprende dela.
Ruínas escondidas
As figueiras não apenas ajudaram civilizações, mas também testemunharam seu declínio e até ajudaram a ocultar suas ruínas.
As
grandes cidades da civilização do Vale do Indo se multiplicaram entre
3300 e 1500 a.C. e desapareceram até 1827, quando um desertor da
Companhia das Índias Orientais chamado Charles Masson as encontrou.
Na época, árvores estranguladoras gigantescas dominavam a paisagem - as ruínas saíam de misteriosos montes delas.
O colapso dessa civilização se deve a uma prolongada seca, o mesmo que aconteceu nas pirâmides maias de Tikal, na Guatemala.
Na
ilha de Krakatoa, na Indonésia, a vida foi extinta em 1883, logo após a
erupção de um vulcão. Os figos foram excelentes veículos para estimular
a formação de áreas arborizadas novamente.
Com base nisso, os
cientistas estão replicando esse efeito nos trópicos, plantando
figueiras para acelerar a regeneração da floresta tropical em áreas que
perderam árvores devido ao desmatamento.
Arma contra mudanças climáticas
A capacidade de regenerar a vegetação não é o único elemento que permite às figueiras ajudar no combate às mudanças climáticas.
No
noroeste da Índia, as pessoas estimulam as raízes a cruzarem os rios,
formando pontes naturais para serem usadas nas temporadas de chuvas, que
frequentemente deixam vários mortos.
Na Etiópia, as árvores
ajudam os agricultores a cultivar durante a seca, proporcionado sombra
vital às plantações e abrigo para as cabras, algo que também poderia ser
aplicado em outros lugares com condições extremas.
A longa
história de 80 milhões de anos das figueiras é uma lembrança de que
somos os últimos a povoar a Terra. E de que, sem dúvidas, nosso futuro
estará mais seguro se incluirmos essas árvores nos nossos planos.
A poluição propicia o surgimento dos tumores na mama e também dificulta o diagnóstico do câncer
postado em 12/04/2017 06:00
/ atualizado em 12/04/2017 08:35
Correio Braziliense
Viver
em um ambiente com o ar poluído pode ser fator de risco para o câncer
de mama. A constatação foi feita por pesquisadores dos Estados Unidos
após analisar dados de quase 28 mil mulheres colhidos entre 2001 e 2009.
Chegou-se à conclusão de que o contato regular com os poluentes aumenta
a densidade das mamas — caracterizada pela percentagem mais elevada de
tecido fibroglandular. Essa condição propicia o surgimento dos tumores e
também dificulta o diagnóstico da doença.
Divulgado
neste mês na revista Breast Cancer Research, o estudo da Universidade
da Califórnia é o maior do tipo. Os investigadores concluíram que cada
unidade de aumento na concentração de partículas finas (PM2,5) eleva a
chance de ter as mamas densas em 4%. Essas partículas inaláveis passam
pelas vias respiratórias e se instalam nos pulmões e em outras partes do
corpo. Seus constituintes químicos são conhecidos por incluir poluentes
que têm propriedades de perturbação do sistema endócrino.
As
mulheres analisadas que tinam seios densos apresentaram 20% mais
probabilidades de terem sido expostas a maiores concentrações de PM2,5.
Por outro lado, aquelas com menor densidade tinham 12% menos
probabilidade de terem sido expostas a altas concentrações de PM2,5. A
líder do estudo, Lusine Yaghjyan, ressaltou, no artigo divulgado, a
necessidade de que a relação entre os fatores seja mais investigada.
Quarta, 12 de Abril de 2017 - 21:10 BAHIA NOTICIAS
A Assembleia Legislativa da Bahia recebe na próxima segunda-feira
(17) um seminário sobre a formação e atribuições dos agentes
comunitários de saúde e de combate às endemias. O evento acontece a
partir das 9h, com a presença de profissionais da área e representantes
da Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde; Fundação
Osvaldo Cruz; do Conselho Estadual de Saúde, entre outros. A atividade
faz parte do cronograma de ações da Comissão Especial que trata do tema
na Câmara Federal.
A biotecnologia desenvolvida já foi licenciada pela empresa Biozeus, que dará sequência ao projeto
por
Léo Rodrigues ? Correspondente da Agência Brasil
Publicada em 09/04/2017 11:09:57
Foto: Agência Brasil
A picada da aranha armadeira pode
provocar, nos homens, o priapismo. Trata-se de uma ereção involuntária e
dolorosa que, se não for tratada, pode levar à necrose do pênis em
alguns casos. No laboratório, porém, cientistas da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Ezequiel Dias (Funed) mostraram que
o veneno desse aracnídeo pode ser manipulado em favor da saúde e levar a
um novo medicamento para disfunção erétil, com algumas vantagens em
relação aos já existentes no mercado. A biotecnologia desenvolvida já
foi licenciada pela empresa Biozeus, que dará sequência ao projeto.
De origem sul-americana, a aranha armadeira é bem distribuída no
sudeste brasileiro, tanto em áreas rurais como em áreas urbanas.
Conhecida cientificamente como Phoneutria nigriventer, ela é também
chamada popularmente de aranha-de-bananeira por ser constantemente
encontrada em cachos de bananas. Seu veneno é extremamente potente e
pode provocar a morte de pequenos mamíferos. A picada em humanos não é
incomum.
Segundo dados preliminares do Ministério de Saúde, o país registrou
no ano passado 171.576 acidentes com animais peçonhentos. A maioria dos
casos estão relacionados com escorpiões. Foram 90.026 registros. Os
episódios com aranhas vêm em segundo lugar e envolvem 28.799
notificações, das quais 14% se relacionavam com a aranha armadeira. A
maioria dos acidentes ocorre quando a espécie se esconde entre entulhos
ou busca abrigo nas residências, misturando-se às roupas e aos sapatos.
A pesquisa da UFMG e da Funed teve início há mais de dez anos, quando
a molécula responsável pelo priapismo – a toxina PnTx(2-6) – foi
isolada do restante das substâncias do veneno. Os primeiros estudos
buscaram mostrar o processo pelo qual essa molécula levava à ereção. A
toxina mostrou atividade nos canais para sódio, que são altamente
distribuídos pelo organismo e presentes, por exemplo, no sistema nervoso
e nos músculos do coração.
“Nós começamos a estudar qual a parte da toxina atuava nesses canais,
para que pudéssemos removê-la. Ao final, dos 48 resíduos de aminoácido
que compõem a toxina, nós selecionamos um grupo de 19 aminoácidos e
eliminamos o resto. E a partir desse estudo, pudemos sintetizar o
peptídeo PnPP 19. Aí, já não era mais a molécula do veneno. Era outra
molécula produzida em laboratório”, explica a pesquisadora Maria Elena
de Lima Perez Garcia, do departamento de química e neurologia da UFMG.
O peptídeo PnPP 19 foi testado em ratos, onde foi verificada a ereção
sem os efeitos indesejados. “Para nossa surpresa, ele não mostrou
toxicidade nenhuma nos animais. E também não foi imunogênico, isto é, o
organismo não produziu anticorpos contra a substância. Observamos que
não houve nenhuma outra alteração no tecido do pênis além da ereção. E
também não houve ação nos canais para sódio no restante do organismo”,
relata Maria Elena.
Medicamentos
Os testes com a nova molécula vêm sendo conduzidos pela pesquisadora
Carolina Nunes Silva, que desenvolve seu doutorado em cima da pesquisa.
Ela acredita que um medicamento com base no peptídeo, por ter um
mecanismo diferente, poderia atender pacientes com contraindicação aos
que hoje estão em circulação, como o Viagra ou o Cialis.
“O grande problema do Viagra é que ele não pode ser usado por pessoas
que tem problemas cardiovasculares. E, pelo que vimos, um medicamento a
partir do peptídeo não teria esse problema. Nós fizemos testes isolados
nos corações dos ratos e também em canais pra sódio expressos
exclusivamente no miocárdio e não foi observada nenhuma ação”, diz a
pesquisadora. Ela avalia ainda que é possível imaginar medicamentos que
combinem as duas drogas. “O efeito aditivo pode atender a pacientes que
não sejam tão responsivos ao Viagra”, acrescenta.
Resultados mais recentes mostraram que o peptídeo estimulou a ereção
em ratos com diabetes ou hipertensão, enfermidades que podem provocar a
disfunção erétil. A molécula também não provocou alteração na pressão
arterial dos roedores. Essa é uma boa notícia para muitas pessoas
diabéticas e hipertensas com contraindicação ao Viagra ou ao Cialis,
pois são medicamentos que podem amplificar a vasodilatação e levar a
quedas acentuadas e perigosas da pressão arterial.
Um medicamento a partir do peptídeo PnPP 19 possivelmente não geraria
esse efeito indesejado. “Os avanços da pesquisa nos animam. Quando
começamos os estudos, era mais pela curiosidade em entender a
farmacologia do veneno. Pela toxicidade da substância, não imaginava que
íamos chegar a um medicamento e hoje estamos caminhando nessa direção.
Confesso que foi praticamente um golpe de sorte, porque quando passamos a
trabalhar com os 19 aminoácidos, a molécula deixou de ser tóxica e, ao
mesmo tempo, continuou ativando a ereção sem nenhum efeito secundário.
Tem uma dose de conhecimento, mas também uma dose de sorte”, diz Maria
Elena.
Patente
A UFMG detém a patente da biotecnologia que desenvolveu o peptídeo
PnPP 19. Em dezembro de 2016, foi feita a transferência de tecnologia
para a Biozeus, que passou a ter os direitos de exploração da molécula. A
empresa, que existe desde 2012, promove a articulação entre as
instituições científicas e as indústrias farmacêuticas.
“Nós mapeamos estudos com potencial para gerar fármacos que atendam a
uma necessidade médica global. E fazemos os ensaios que podem comprovar
a viabilidade do produto. A indústria hoje busca minimizar riscos.
Então, ela evita realizar as primeiras fases dos testes, que envolvem
uma aposta financeira alta. Atualmente, ela prefere licenciar projetos
mais desenvolvidos. Aí, entra a nossa empresa", explica Perla Borges,
analista de projetos da Biozeus.
Alguns testes mais complexos e mais caros estão sendo realizados no
exterior. Se as etapas ocorrerem dentro do esperado, o produto pode
chegar ao mercado em 2023. Os ensaios pré-clínicos com animais levariam
mais dois anos. Os testes clínicos com humanos demandariam
aproximadamente quatro anos, parte deles desenvolvidos pela Biozeus e
outra pela indústria que vier a se interessar pelo remédio.
A Biozeus está estudando a melhor formulação. Uma das possibilidades é
o desenvolvimento de um medicamento para aplicação tópica, como pomada,
gel, creme ou adesivo. Testes preliminares na UFMG mostraram que a
aplicação do peptídeo na pele dos ratos provocou ereção. Um remédio com
essas características, além de reduzir bastante os riscos de efeitos
adversos, pode obter uma tramitação mais rápida nos órgãos de saúde.
Em
um ano de plataforma Videocamp, produções do Circuito Tela Verde
chegaram a quase 23 mil espectadores. Projeto é coordenado pelo MMA.
LETÍCIA VERDI Quarta, 12 Abril 2017 17:00
Uma parceria firmada em 2016 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA)
com o Instituto Alana propiciou um aumento significativo no alcance de
público para os filmes que trabalham a conscientização ambiental. Em um
ano, foram 305 solicitações de vídeos do Circuito Tela Verde (CTV) na
plataforma Videocamp,
exibidos a 22.917 expectadores. Antes, a distribuição dos filmes era
feita apenas por meio de DVDs enviados pelos correios para os espaços
exibidores.
A plataforma Videocamp, gerida pelo Instituto Alana, assume o cinema
como poderosa ferramenta de transformação da sociedade. Além dos filmes,
o site oferece um “guia prático para conduzir discussões”, por exemplo.
Para ter acesso aos filmes, basta preencher um cadastro no próprio
site. Uma vez disponíveis, os conteúdos da mostra podem ser exibidos em
todo o território nacional e em algumas localidades no exterior.
“O Circuito Tela Verde é uma política pública em que o MMA exerce seu
papel de articulador, identificando e selecionando vídeos que
potencializem o debate entorno das problemáticas socioambientais,
disponibilizando esses vídeos a espaços exibidores”, explica a diretora
do Departamento de Educação Ambiental, Renata Maranhão. Segundo ela, a
parceira com a Videocamp ampliou o número de espaços exibidores,
aumentando ainda mais o alcance do circuito e seu potencial de
contribuir com a construção de sociedades sustentáveis.
A diretora de Comunicação do Instituto Alana, Carolina Pasquali,
conta que os filmes reunidos na Videocamp têm como missão divulgar
causas que merecem ser amplificadas e histórias que merecem ser
contadas. “Para isso, a plataforma possibilita que seus usuários
organizem exibições públicas gratuitas de alguns títulos catalogados”,
explica.
TELA VERDE
O Circuito Tela Verde (CTV) é uma iniciativa do Departamento de
Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), realizada em
parceria com a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura.
O CTV promove regularmente uma mostra nacional, com o objetivo de
discutir desafios e propostas para as questões socioambientais do país e
divulgar e estimular atividades de Educação Ambiental por meio da
linguagem audiovisual. O circuito atende os princípios básicos da
Política Nacional de Educação Ambiental como a vinculação entre ética,
educação, trabalho e as práticas sociais, além do reconhecimento e
respeito a pluralidade e à diversidade individual e cultural.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): 2028-1227
Correntes de ar mais fortes, provocadas
pelas mudanças climáticas, tornam as turbulências mais frequentes e
intensas, segundo novo estudo
Da redação VEJA/ABRIL
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10 abr 2017, 17h41
- Atualizado em 10 abr 2017, 18h27
Turbulências devem se tornar mais frequentes por causa das mudanças climáticas, indica um estudo publicado na última edição do periódico Advances in Atmospheric Sciences. O maior impacto será na ocorrência de turbulências severas – capazes de derrubar passageiros sem cinto de segurança e provocar a queda de objetos –, que se tornarão duas vezes e meia mais comuns até o fim do século.
“Nosso novo estudo traça o quadro mais
detalhado até agora de como a turbulência nos aviões vai responder às
mudanças climáticas”, afirma em comunicado Paul Williams, da
Universidade de Reading, no Reino Unido, que conduziu o estudo. “Mesmo
os passageiros mais experientes devem alarmar-se diante da perspectiva
de um aumento de 149% na ocorrência de turbulência severa, que
frequentemente hospitaliza viajantes e comissários de bordo ao redor do
mundo.” Os resultados da pesquisa apontam para a necessidade de
adaptações nos aviões, a fim de evitar e suportar turbulências mais
intensas no futuro.
A turbulência pode acontecer por
diversas razões, incluindo trovoadas, nuvens, mudanças na pressão
atmosférica ou o choque entre diferentes temperaturas do ar. Porém, às
vezes, ela é imprevisível e ocorre quando o céu está completamente claro
e limpo – quando isso acontece, normalmente é porque a aeronave
atravessou um ponto de encontro entre jatos de vento verticais de
diferentes velocidades. Segundo Williams, devido às mudanças climáticas
essa instabilidade nas correntes de ar vai se tornar cada vez mais
intensa e frequente.
Maior turbulência
Para avaliar qual seria o impacto das
mudanças nas correntes, Williams conectou os dados de 21 modelos de
turbulência em um supercomputador, tomando como referência um avião que
realiza um voo transatlântico a uma altitude de 12.000 metros. Depois,
simulando o cenário que está previsto para o fim deste século, ele
projetou o dobro da quantidade de CO2 presente na atmosfera hoje em dia.
Comparando os resultados, percebeu que todos os graus de turbulência,
desde as mais leves até as mais extremas, aumentaram.
De acordo com os dados obtidos pela
equipe, além do acréscimo expressivo na ocorrência de turbulência
severa, a média da frequência de turbulências leves vai aumentar 59%, a
de leves a moderadas, 75%, a de moderadas, 94% e a de moderadas a
severas, 127%.
“Minha principal prioridade para o
futuro é investigar outras rotas de voo ao redor do mundo”, diz
Williams. Segundo ele, também é preciso expandir o estudo, avaliando
diferentes modelos climáticos e cenários de aquecimento global com
altitudes e estações variadas.
Novo estudo demonstra que, milhões de anos
antes dos humanos, as formigas controlavam o ambiente para cultivar
alimentos, mesmo em condições desfavoráveis
Da redação VEJA/ABRIL
access_time
12 abr 2017, 19h46
- Atualizado em 12 abr 2017, 19h52
A formiga saúva é um dos tipos de espécies agricultoras que vivem no Brasil (VEJA.com/Folhapress/Folhapress)
Há 30 milhões de anos, as formigas revolucionaram a agricultura para lutar contra a seca. Elas começaram a plantar seus próprios alimentos
– fungos, no caso – em ambientes onde a umidade era baixa e a comida
não crescia em estado selvagem. Tudo isso muito antes de os humanos desenvolverem suas próprias técnicas de plantio, o que, segundo as estimativas, aconteceu cerca de 19.000 anos atrás. Em um estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica britânica Proceedings of the Royal Society B, um grupo de pesquisadores indica que os pequenos insetos
já possuíam uma agricultura sofisticada o suficiente para criar
extensas plantações de fungos nos habitats secos da América do Sul.
“Essas sociedades sofisticadas de
formigas agricultoras vêm praticando agricultura sustentável em escala
industrial há milhões de anos”, disse em comunicado Ted Schultz, do
Museu Nacional de História Natural Smithsonian nos Estados Unidos,
coautor do estudo. “Estudar a sua dinâmica e como as suas relações com
os fungos evoluíram pode oferecer lições importantes para os nossos
próprios desafios com as nossas práticas agrícolas. As formigas
estabeleceram uma forma de agricultura que fornece toda a nutrição
necessária para suas sociedades usando uma única cultura que é
resistente a doenças, pragas e secas em uma escala e nível de eficiência
que rivalizam com a agricultura humana.”
O cultivo feito por grandes colônias
desses insetos nas úmidas florestas tropicais do Brasil e do Panamá já
era conhecido pelos pesquisadores, embora representassem uma forma de
agricultura mais primitiva. Agora, os cientistas descobriram que, mesmo
em ambientes de pouca umidade, as formigas desenvolveram uma forma de
cultivo sofisticada, capaz de levar esses fungos às regiões secas da
América do Sul. Muito antes dos humanos, esses animais conseguiram
utilizar suas técnicas para plantar alimentos em regiões nas quais o
cultivo seria naturalmente inviável. Além disso, segundo os
pesquisadores, elas “domesticaram” os fungos, aprendendo a
fertilizá-los, livrá-los de parasitas, controlar seu crescimento e
manter as condições ideais para o cultivo.
A equipe de cientistas analisou o DNA de
119 espécies de formigas, das quais 78 praticavam agricultura e outras
41 não. Com os dados em mãos, eles foram capazes de construir a primeira
árvore completa da evolução das formigas cortadeiras, revelando qual
era o parente não agrícola vivo mais próximo das agricultoras atuais.
Dessa forma, foi possível olhar para os antecedentes geográficos dessas
espécies, deduzindo quando, onde e sob que condições surgiram traços
particulares.
A equipe estava interessada em saber
quando as formigas começaram a praticar uma agricultura mais sofisticada
– isto é, quando algumas culturas de fungos passaram a depender da sua
relação com as formigas para sobreviver. De acordo com a árvore
genealógica montada, isso aconteceu justamente no momento em que o
planeta estava resfriando, quando áreas mais secas se tornaram
prevalentes.
Os fungos, que até então haviam evoluído
para viver em florestas úmidas, não estavam aptos a sobreviver de
maneira independente naquele clima. Por isso, assim como humanos que
vivem em um clima seco ou temperado e criam plantas tropicais em
estufas, as formigas cuidadosamente desenvolveram técnicas para manter a
umidade dentro de seus jardins de fungos. “Se está ficando um pouco
seco demais, as formigas saem, pegam água e acrescentam [à terra]”,
disse Schultz. “Se está muito úmido, elas fazem o oposto.”
Encontrado
na costa do Panamá, o 'Synalpheus pinkfloydi', que gera estalo mais
alto que um tiro com sua garra rosa, foi identificado por grupo de
cientistas britânicos, brasileiros e americanos.
Por BBC
O 'Synalpheus pinkfloydi' usa sua grande garra para gerar um barulho capaz de matar peixes pequenos (Foto: Arthur Anker)
Uma nova espécie de camarão marinho foi batizada em homenagem à banda
Pink Floyd graças a um pacto entre cientistas que o descobriram, que são
fãs de rock.
O Synalpheus pinkfloydi usa sua grande garra para gerar um barulho tão alto que é capaz de matar peixes pequenos.
Os membros da equipe por trás da descoberta estavam em busca de uma
oportunidade para celebrar os roqueiros ingleses se identificassem uma
nova espécie de camarão rosa - "pink" é a palavra em inglês usada para
designar essa cor.
A espécie, com uma garra rosa, foi descrita no periódico Zootaxa por
cientistas da Universidade Oxford, no Reino Unido, da Universidade
Federal de Goiás, no Brasil, e da Universidade Seattle, nos Estados
Unidos.
Sammy De Grave, chefe de pesquisa do Museu de História Natural de
Oxford, disse gostar de Pink Floyd desde a adolescência. "Ouço desde que
(o álbum) The Wall foi lançado em 1979, quando eu tinha 14 anos",
afirmou.
Cientistas de Oxford
divulgaram capas de disco fictícias do Pink Floyd 'inspiradas' na
descoberta de camarão; essa seria uma capa para o 'The Wall' (Foto: Kate
Pocklington)
"Fazer a descrição dessa nova espécie de camarão-pistola foi a chance
perfeita para finalmente homenagear minha banda favorita."
De Grave já batizou outros crustáceos com referências a lendas do rock.
O nome de uma outra espécie de camarão, a Elephantis jaggerai, foi
inspirada no vocalista da banda Rolling Stones, Mick Jagger.
O camarão-pistola, ou camarão-de-estalo, é capaz de gerar energia sônica ao fechar sua garra rapidamente.
A nova espécie desse tipo de camarão é encontrada na costa do Pacífico do Panamá.
Ele produz um som de 210 decibéis, um dos mais altos de todo o oceano.
Isso supera o barulho de um tiro, que varia entre 140 e 190 decibéis de
acordo com a arma usada.
Ilustração colocando o 'Synalpheus pinkfloydi' no álbum 'Animals' (Foto: Chris Jarvis)
Medida
é criticada por grupos ambientalistas que afirmam que mudanças vão
deixar terras vulneráveis à exploração irregular; relator nega. Proposta
segue para plenário da Câmara.
Por Gustavo Garcia, G1, Brasília
Uma comissão especial no Senado aprovou nesta terça-feira (11) , por 12
votos a 3, uma medida provisória que altera os limites da Floresta
Nacional do Jamanxim, no Pará, e cria a Área de Proteção Ambiental (APA)
do Jamanxim.
A proposta segue agora para análise do plenário da Câmara e, se for
aprovada pelos deputados, deverá ainda ser analisada pelo plenário do
Senado.
De acordo com o deputado José Priante (PMDB-PA), relator da proposta, a
APA do Jamanxim terá 486 mil hectares no município paraense de Novo
Progresso.
O objetivo dessa APA, segundo o parlamentar, é regularizar a ocupação
de terras por pessoas que estavam na região antes do estabelecimento da
Floresta Nacional do Jamanxim, em 2006. O relatório de Priante prevê
que, na APA do Jamanxim, serão permitidas atividades de pesca, manejo
florestal, minerária e agropecuária.
Com a regularização, essas pessoas conquistarão a propriedade das
terras que ocupam e, segundo Priante, terão “segurança” para explorar,
de forma “sustentável”, os recursos minerais e agropecuários da área.
Catorze grupos de ambientalistas, entre os quais a WWF-Brasil e o
Instituto Socioambiental, apresentaram uma carta aberta contra a
aprovação da medida. Essas entidades argumentam que terras categorizadas
como APA estão menos “protegidas” do que áreas classificadas como
Floresta Nacional.
Os grupos ambientalistas dizem que a recategorização das terras pode
deixá-las “vulneráveis” à exploração irregular e à especulação
imobiliária.
“A MP 756 visa legalizar extensas áreas ocupadas ilegalmente por
grileiros que se aproveitam do fato de haver na região ocupantes com
mais de três décadas na região, misturando-se a eles e tentando
confundir a opinião pública”, diz trecho da carta das organizações
não-governamentais.
Priante negou que seu relatório vá permitir a “devastação” de áreas da Amazônia.
“Eu me sinto à vontade com o relatório, sem qualquer peso na
consciência de estar tentando ampliar área que possa contribuir com
devastação, com destruição da floresta [...] Apenas estamos recorrendo
às diversas modalidades que existem na legislação ambiental para que
possamos atender à preocupação originária da MP”, declarou.
Outras mudanças
Os parlamentares também incluíram na MP a alteração da categoria da
unidade de conservação (UC) da Reserva Biológica Nascentes da Serra do
Cachimbo, também no estado do Pará, para Parque Nacional Nascentes da
Serra do Cachimbo. Esse trecho também foi criticado por ambientalistas.
A crítica ocorre porque também será criada uma APA dentro de uma parte
dessa área, o que, na avaliação de opositores, pode diminuir a proteção
sobre a região.
O relator argumentou que, com a mudança, a área poderá ser melhor
aproveitada com a exploração do potencial turístico da região. “Tem
cachoeiras belíssimas”, opinou.
Priante disse, ainda, que atualmente essa área já é explorada
irregularmente, e que a criação da APA vai submeter os ocupantes da
região à legislação ambiental, o que hoje não acontece.
Os integrantes da comissão também modificaram o texto original da MP
para alterar os limites do Parque Nacional de São Joaquim, em Santa
Catarina, e modificar o seu nome para Parque Nacional da Serra
Catarinense.
Parlamentares contrários a essa modificação argumentaram que o tema é
“estranho” ao objetivo original da medida, o que, na avaliação deles,
pode provocar uma judicialização da proposta.
Outros pontos
O relator também retirou da proposta a ampliação do Parque Nacional do
Rio Novo sobre a Floresta Nacional do Jamanxim, porque, segundo Priante,
no local já há autorização para a realização de atividades de
exploração de recursos.
Outro ponto modificado pelo relator com relação ao texto original diz
respeito ao avanço da criação da APA do Jamanxim sobre uma área em que a
floresta já foi derrubada e que já é explorada. “Isso criaria um
conflito entre ambientalistas e pessoas que já exploram a região”,
explicou o relator.