Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sábado, 19 de agosto de 2017

O desconhecido 'Leonardo Da Vinci' inglês que era detestado por Isaac Newton

Os escritores da sua época o chamavam de "desprezível", "desconfiado" e "ciumento". E Isaac Newton, o grande matemático, astrônomo e físico, o detestava tanto que após sua morte mandou queimar o único retrato que existia dele.

  • Há 8 horas
A parte inferior à direita diz: "Robert Hooke 1635-1703 nascido na ilha de Wight. Um dos homens mais engenhosos que já existiu".

Apesar disso, vários historiadores do século XXI o chamam de "Leonardo (da Vinci) inglês".
Sem dúvida, Robert Hooke (1635-1703) é um homem difícil de definir.
É possível ter uma ideia de como era sua fisionomia pelo retrato feito pela pintora de história Rita Greer, em 2012, a partir de descrições escritas de Hooke.

Margeando o quadro, há nada menos que 13 especialidades, de astrônomo a arquiteto, de físico a fisiologista.

Mas talvez seja preciso destacar algumas de suas conquistas e frustrações para tentar entender a razão pela qual Hooke foi qualificado de maneiras tão discordantes.

Ficou famoso por...

Ainda que você nunca tenha ouvido falar dele, pode conhecer ao menos uma parte de seu trabalho, porque foi Hooke quem deu o nome da unidade básica da vida: a célula.

Vista ampliada de duas seções diferentes de poros de cortiça
 
Vista ampliada de duas seções diferentes de poros de cortiça, a que Hooke chamou de células.
Deu esse nome porque porque sua forma o fez recordar das celas onde viviam monges, conhecidas como cellulas.
A palavra apareceu em Micrographia, um livro que teve um enorme êxito - que, acredita-se, tenha sido o primeiro best-seller científico da história - devido a sua linguagem simples e, em algumas partes, até engraçadas.
Além disso, as ilustrações eram gravuras espetaculares do mundo em miniatura, mostrando detalhes nunca antes vistos, maravilhas como a estrutura do gelo e da neve.

Página do livro Micrographia, de Hooke, com gravura de inseto ocupando toda a página.
Direito de imagem Wellcome Images 
As ilustrações eram de alta qualidade, sendo várias delas enormes.
Isso foi possível graças a uma ferramenta que naquele momento era uma novidade: o microscópio.
Hooke aprimorou a precisão do microscópio adicionando um mecanismo de enfoque de parafuso e uma fonte de luz. Antes disto, para focar algo com um microscópio era preciso mover o objeto que se estava observando.

Ilustração do microscópio de Hooke
Hooke também explicou como usar o microscópio.
Além disso, há uma lei que leva seu nome: a lei de Hooke, sobre o comportamento das molas, que permitiu o desenvolvimento dos primeiros relógios verdadeiramente precisos e se usa, entre outras coisas, na ciência de materiais e na engenharia de construção.

E fez muito mais

Hooke deixou um legado extraordinariamente amplo, que inclui o desenho de vários edifícios conhecidos de Londres.

Trabalhou com o reconhecido arquiteto Christopher Wren após o grande incêndio de Londres. Juntos, deram à cidade desde o Observatório Real de Greenwich e o Monumento ao Grande Incêndio até a Catedral de São Paulo, cuja cúpula usa um método de construção concebido por Hooke.

hospital de Bethlem
Direito de imagem Wellcome Images 
O hospital de Bethlem, outra de suas obras.
Além disso...

Hooke chegou à teoria de que a luz era feita de uma onda, uma ideia que séculos mais tarde formaria a base da física por partículas do século XX e a teoria quântica.
Descobriu que a matéria se expande quando é aquecida.

Compreendeu que o ar que respiramos é formado por pequenas partículas com grandes espaços entre elas.

Seus primeiros estudos sobre madeira petrificada e outros fósseis fizeram dele um dos primeiros a se dar conta de que eram restos de seres vivos. É uma ideia que parece óbvia agora, mas que naquele momento era revolucionária.

Choque de egos

Por que então um indivíduo tão significativo não é tão conhecido?
Não era porque Hooke não era apreciado em sua época. Não somente o seu livro foi muito bem recebido como também durante muito tempo ele foi presidente da prestigiosa Royal Society, uma prova do respeito que contava no mundo científico.

Mas Hooke tinha um poderoso rival: Sir Isaac Newton.

Sir Isaac Newton
Direito de imagem wellcomeimages 
Sir Isaac Newton, rival de Hooke
Os dois tiveram graves embates porque ambos queriam ser conhecidos como a mente científica mais brilhante da época.

Enquanto Hooke estava vivo, a concorrência entre ele e Newton era equilibrada. Mas, historicamente, Newton foi o vencedor, indiscutivelmente.

A tensão entre eles explodiu quando Newton publicou o seu livro "Philosophiæ Naturalis Principia", mais conhecido como Principia, em 1687, que continha sua lei da gravitação universal.
O problema era que Newton não foi o primeiro a postular sobre a força que mantinha os corpos celestiais em seu lugar.

Tratava-se de uma ideia que a comunidade científica vinha desenvolvendo ao longo de anos. E Hooke tinha sido peça chave nesse desenvolvimento, durante a década de 1670, quando observou que os planetas eram atraídos pelo Sol e que essa força era mais forte quanto mais próximos estivessem os objetos.

No entanto, foi Newton que criou a rigorosa prova matemática necessária.
Mas Hooke estava convencido de que Principia não existiria sem a sua contribuição pessoal e começou a mais amarga de suas disputa, exigindo o crédito e Newton negando-se a dá-lo.
Hooke morreu em 1703 e Newton ocupou seu cargo de presidente da Royal Society.

Dizem que Newton se esforçou para manchar a reputação de Hooke. Teria mandado retirar o único retrato que havia de Hooke, que teria sido destruído ou abandonado intencionalmente quando a Royal Society se mudou para outro prédio.

O certo é que, à medida que a boa reputação de Newton crescia, a de Hooke se deteriorava, sendo visto como um cientista amargurado que tentava ganhar crédito pelo trabalho dos outros.
A disputa contaminou mais de 200 anos de literatura histórica sobre aquele que hoje é chamado por alguns de "Leonardo da Vinci inglês".

http://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-40988370 
Share:

China importa milhões de burros para usar na medicina tradicional

Países africanos cancelam exportações por causa do furor no país asiático pela gordura da pele do asno

Um grupo de burros.
Bom para a circulação sanguínea, para a menstruação irregular, para a anemia, insônia ou vertigens. Para muitas doenças, a medicina tradicional chinesa recomenda o ejiao, um alimento considerado tão virtuoso quanto o ginseng. Mas há um problema: o apreciado ejiao é feito com gelatina da pele do burro, e a demanda chinesa por esses animais está se tornando insustentável. Vários países africanos proibiram a exportação de seus asnos, por causa do aumento das vendas para a Ásia que ameaçava dizimar seus rebanhos.

No mês passado foi o Níger, depois que suas exportações de burros se multiplicaram por três em um ano; Burkina Faso decidiu o mesmo em agosto. Como explicou o diretor de Saúde Pública à agência AFP, sua população de 1,4 milhão de burros estava sendo “superexplorada” pela demanda de peles na Ásia.

O apetite não está direcionado somente para a África. Os números da agência de Alfândega do porto de Qingdao, um dos maiores da China, indicam que a entrada de peles de burro cresceu quase 150% entre 2013 e 2015, de 9,32 toneladas para 22,44 toneladas. México, Peru e Egito estão entre os principais países de origem. Na Espanha, onde existem poucos exemplares de burro, “não há nenhuma evidência de que estão sendo vendidos”, de acordo com Dilfenio Romero, presidente da Associação de Amigos do Burro.

A cada ano, a China produz cerca de 5.000 toneladas de ejiao, o que exige, segundo cálculos da principal fabricante desta gelatina, Shandong Donge Ejiao, cerca de 4 milhões de peles. De cada pele é possível obter entre 1,5 e 2,5 quilos de gelatina. Mas a produção chinesa local só chega a 1,8 milhão de peles.

Déficit de burros no país

A própria população chinesa de burros caiu 3,5% ao ano desde o início dos anos 90. Hoje, a segunda maior economia do mundo, habitada por 1,37 bilhão de pessoas, só tem uma população de 4 a 5 milhões de burros, em comparação com os 11 milhões que chegou a ter a um quarto de século, de acordo com o Anuário Estatístico da Pecuária chinesa. A grande maioria deles, 97% é criada em algumas áreas do norte da China.

“É difícil criar o burro, seu período de crescimento é longo e não é fácil criá-los em larga escala”, afirmou para a mídia oficial chinesa Bu Xun, diretor do Centro de Biotecnologia da Academia de Ciências Agrícolas de Shandong, uma província no nordeste na China, onde está concentrada a maior parte destes animais no país e, não é coincidência, a maior produção de ejiao.
Sun Yujiang, professor da Universidade de Agricultura de Qingdao e secretário geral da União de Estratégia e Inovação Tecnológica da Indústria do Burro, também aponta entre as razões para o declínio a mecanização da agricultura e a falta de subsídios oficiais para a criação destes animais, que existem para outras espécies, como o porco ou a vaca.

Essa falta de incentivos pode mudar, no entanto. O desequilíbrio entre a oferta e a demanda faz com que o preço tenha disparado e crescido cerca de 23% ao ano, diz Bu. Um aumento que repercutiu no preço do “ejiao”. De acordo com a Associação de Produtores de Ejiao em Shandong, em 2010 uma pele de burro custava menos de 500 yuans (240 reais), enquanto que hoje ultrapassa os 2.600 yuans (1.250 reais).

Também um alimento habitual

“Tanto os preços do ejiao como da própria carne do burro — um alimento comum, especialmente nas regiões do norte da China, onde alguns bolinhos feitos com essa carne são considerados uma especialidade — estão subindo. A indústria está estudando novos produtos como o leite de burra ou o sangue de burro. Está se tornando um setor promissor, e por isso o Governo começou a prestar mais atenção nele, com subsídios para as grandes fazendas que criem mais de mil burros, então é possível que vejamos um aumento neste setor e na população de burros até 2020”, acredita o professor Sun.
Enquanto isso, os altos preços dispararam as falsificações. No início deste ano, a agência de notícias oficial Xinhua informou que “pessoas começaram a usar as peles de mulas, cavalos, porcos ou bois para a produção de medicamentos falsos”. Todo um anátema para os fabricantes, de acordo com Sun: “É impossível substituir a gelatina de burro pela de qualquer outro animal: alguns dos nutrientes contidos só existem na pele do burro”.

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/06/economia/1475775231_389146.html?rel=mas



 

 

Share:

A pele de tilápia (que ia para o lixo) vira “o ovo de Colombo” no tratamento de queimaduras

Pesquisadores no Ceará descobrem o poderoso efeito do couro que diminui as dores da cicatrização

  ELPAÍS/BRASIL

 


Deitado em uma cama de hospital, o balconista Francisco Rostana Gabriel, 22, tem as duas pernas e um braço cobertos com pele de peixe. Faz dez dias que ele está internado no núcleo de queimados do Instituto Dr. José Frota, hospital municipal de Fortaleza. Depois de tantos dias, a pele do peixe se transformou em uma espécie de couro, e aderiu ao corpo do paciente. “Pode bater”, diz o doutor Edmar Maciel, presidente do Instituto de Apoio ao Queimado, dando pequenos toques na perna de Gabriel com os nós dos dedos. “É um couro duro mesmo, tá vendo?”.

Gabriel teve grande parte do corpo queimado em um acidente envolvendo a explosão de um botijão de gás. Quando chegou ao hospital, recebeu os primeiros cuidados, como a limpeza dos ferimentos e a aplicação de pomada cicatrizante. No dia seguinte, como procedimento padrão, teve de tomar anestesia geral para fazer a troca dos curativos. “A dor é tão grande, que parecia que eu estava sendo queimado de novo”, disse. A equipe do hospital então perguntou se ele aceitaria fazer o tratamento com pele de tilápia. “Eu aceitei, porque disseram que dói menos”, conta Gabriel. "E realmente, a dor melhorou muito". Ao todo, o rapaz recebeu 40 peles deste peixe, que também é conhecido em algumas regiões como Saint Peters, já que trata-se do mesmo peixe, geneticamente modificado. Com o passar dos dias, o material vai se transformando em um couro duro e só é retirado, com a ajuda de vaselina, depois que a pele do paciente começa a cicatrizar. Essa é uma das vantagens do uso da tilápia: como o curativo não precisa ser trocado todos os dias, como no método convencional, o paciente sofre menos.

O tratamento de queimaduras com a pele da tilápia é fruto de uma pesquisa iniciada em 2015 pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em parceria com o Instituto Dr. José Frota. Os pesquisadores tiveram a ideia de aplicar o material na medicina depois de descobrirem que 99% da pele deste peixe vai parar no lixo. Pensando nisso, formaram uma equipe para estudar a viabilidade do uso deste material na cicatrização de queimaduras, baseando-se em outras experiências registradas. “Em outros países, são usadas peles de outros animais como porco, rã e cachorro”, explica Edmar Maciel, que também é o coordenador da pesquisa. “Mas descobrimos que a pele da tilápia tem alta concentração de colágeno, é resistente à pressão, tem boa umidade e por isso adere bem na pele humana e evita que o paciente perca líquido, uma das complicações das queimaduras”. Além disso, o material, por enquanto, sai de graça.

O uso da pele ainda está em fase de pesquisa para queimaduras de segundo grau. Por isso, ela não é aplicada em todas as pessoas que chegam ao hospital. Há um critério que envolve idade e estágio da queimadura, além de o paciente precisar aceitar participar da pesquisa. "Já teve gente que não quis participar, por achar que poderia, por exemplo, ficar com cheiro de peixe no corpo", conta Maciel. Mas isso não ocorre. Para ser utilizada, a pele da tilápia passa por um tratamento especial de limpeza e a esterilização, feitos nos laboratórios da UFC. Depois, o material é enviado a São Paulo, onde recebe uma irradiação para matar possíveis vírus. Só então volta para a Universidade, onde pode ficar armazenado sob uma temperatura de 3 a 4 graus por até dois anos. Ao todo, o processo de limpeza dura de sete a dez dias, incluindo o envio para São Paulo. O cheiro é totalmente eliminado.



O professor Odorico Moraes segura duas embalagens com peles de tilápia prontas para o uso.
O professor Odorico Moraes segura duas embalagens 
com peles de tilápia prontas para o uso.

Hoje, 1.000 peles de tilápia formam o banco de peles da UFC, de onde são enviadas para o hospital à medida em que há necessidade. Odorico Moraes, diretor do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Medicamentos da UFC, explica que a demanda depende de fatores como a época do ano. "Em junho, época das festas de São João aqui no Nordeste, quando fazem fogueiras e soltam balões, a demanda cresce", explica. Os médicos calculam que 97% dos casos de queimadura envolvem a população de baixa renda. A maioria dos acidentes são provenientes de choques elétricos e água quente, como o caso do garoto Cristiano, de seis anos. "Ele brigou com a irmã e ela atirou água quente nele, queimando parte da perna", explicou a mãe, Rita de Cássia, 31. Ela autorizou o uso da tilápia no garoto, que apresentava acelerada cicatrização, dois dias após dar entrada no hospital.
“Isto aqui é o ovo de Colombo”, diz o professor Odorico Moraes. "A tilápia cresce rápido, ganha peso rápido, come de tudo, é criada no mundo todo e se adapta facilmente a diferentes ambientes", diz. Por isso, seu uso é tão viável, assegura. O professor calcula que cada pele, de cerca de 10 x 20 centímetros, tenha um custo de 8 a 10 reais, mas ainda não é possível afirmar, com certeza, quanto custará no mercado. Neste momento, os pesquisadores estão em fase de seleção do laboratório que fará a produção em larga escala, para então, obter o registro na Anvisa e aí passar a comercializar o produto. Além do tratamento de queimaduras, os pesquisadores já utilizaram o material, também em caráter de pesquisa, para implante dentário,reconstituição óssea e da vagina. "Fizemos a reconstituição da vagina de duas pacientes que nasceram com a Síndrome de Rokitansky, uma síndrome rara em que a pessoa nasce sem a vagina", explicou o doutor Edmar Macedo. "Nos dois casos obtivemos ótimos resultados".

A medida da dor

Além do poder cicatrizante, os médicos pesquisam agora as propriedades analgésicas e anti-inflamatórias da pele da tilápia. "Como os pacientes que usam a tilápia relatam tomar menos remédio para dor do que aqueles tratados com o método convencional, acho que há algo aí que merece ser investigado", explicou Mariana Vale, professora e pesquisadora da UFC. Os pesquisadores ainda não sabem, porém, se a dor melhora porque a pele do peixe isola os ferimentos, ou se, de fato, libera alguma substância analgésica.


O balconista Francisco Rostana Gabriel é atendido pelo doutor Edmar Maciel.
O balconista Francisco Rostana Gabriel é atendido pelo doutor Edmar Maciel.

Para medir a dor, a pesquisadora utiliza um aparelho chamado analgesímetro, com uma extremidade pontiaguda feita de silicone. A médica espeta a ponta em uma parte do corpo e pede para que o paciente diga quando incomodar. A pressão feita é mensurada no aparelho, na medida de gramas. Depois, ela vai próximo da área queimada, e repete o procedimento. Dali é tirada uma média, que é refeita a cada dia, para observar o quanto a dor diminui. "O que já podemos dizer é que há muita diferença no limiar da dor entre aqueles que usam a tilápia e os que fazem o tratamento convencional", conta a pesquisadora.

Share:

Do Capim Guiné de Raul à sustentabilidade, Piritiba sedia Desafio Digital

Cidade imortalizada em letra de música do rei do rock brasileiro, com 25 mil habitantes e a 316 km de Salvador, promove evento com foco nos Objetivos Sustentáveis da ONU 

17.08.2017, 16:19:19                    CORREIO DA BAHIA

Resultado de imagem para piritiba
                                         Foto: Disponível em meio digital (internet)


Imortalizada nos versos de Raul Seixas e Wilson Aragão no clássico “Capim Guiné”, a cidade de Piritiba (a 316 km de Salvador), situada na Chapada Diamantina, reunirá especialistas em sustentabilidade e inovação nesta sexta-feira, 18 de agosto, quando será realizado o evento Piritiba 2030 – Desafio Digital, a partir das 8h30, no Espaço Happy Day.

Em Capim Guiné há um sítio no sertão de Piritiba onde foram plantados, com muito esforço, árvores frutíferas, legumes e verduras: Plantei um sítio/No sertão de Piritiba/Dois pés de guataiba/Caju, manga e cajá/ Peguei na enxada Como pega um catingueiro/Fiz acero, botei fogo/Vá ver como é que tá.

Já a Piritiba do século 21 busca ser inserida no mapa dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), os 17 indicadores de sustentabilidade estabelecidos pelos países signatários da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, a fim de que sejam atingidos até 2030.

Entre os palestrantes do evento promovido pela Prefeitura de Piritiba estão Cleonice Rehem, assessora de Educação Superior da Secretaria de Educação Superior (SESu) do Ministério da Educação (MEC), Claudete Alves, coordenadora da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) na Bahia, Marcelo Alves, superintendente da Sudene, Álvaro Oyama, fundador e diretor executivo da Fábrica de Florestas, José Amâncio, professor do curso de Engenharia de Computação da Uefs, Eduardo Athayde, diretor do Wordwatch Institute (WWI) no Brasil e Beatriz Lima, vice-presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.

“Vou falar sobre o Estado do Mundo [Relatório sobre sustentabilidade produzido pelo WWI] e a importância da nova visão da conectividade virtual, via internet, onde qualquer pessoa conectada pode ter acesso a tudo, e o impacto positivo que esta rede pode representar para pequenas cidades como Piritiba e lugares remotos”, adianta Eduardo Athayde, um dos palestrantes do evento.

Hackathon

Depois das palestras, já no período da tarde, a atração do Piritiba 2030 ficará por conta de um hackathon - uma competição de ideias na qual cinco equipes de jovens com idade a partir de 16 anos irão propor aplicativos para smartphones ou tablets no sentido de minimizar problemas que afetam a população da cidade.

O objetivo é estimular a percepção dos jovens piritibanos sobre a importância de sua participação na solução dos desafios diários que assolam os cidadãos. Uma comissão definirá as equipes vencedoras, que serão premiadas. O primeiro lugar ganha R$ 1.000, o segundo R$700 e o terceiro R$500.

“Queremos promover a integração de pessoas que têm potencial de desenvolver projetos de interesse coletivo. Outro objetivo do evento é oferecer espaço para que o cidadão piritibano, especialmente o jovem, sinta-se parte do processo de transformação da cidade. Nossa ideia é fazer com que a juventude perceba que pode deixar de ser plateia e passar a ser um agente transformador, daí a importância do hackathon”, explica o professor José Amâncio, que é nascido em Piritiba.

Cidade

Banhado pelo Rio Jacuípe, o município de Piritiba (do tupi piripirityba, que significa "ajuntamento de juncos”), atualmente com cerca de 25 mil habitantes, segundo dados do IBGE, começou a ser desbravado no final do século 19 pelo coronel João Damasceno Sampaio, a partir da Fazenda Cinco Várzeas, na época toda coberta por Mata Atlântica.

A partir da inauguração da Estrada de Ferro em 1934, Piritiba viveu a bonança do desenvolvimento comercial, quando passou a receber comerciantes de diversas regiões do estado. Com uma economia baseada, principalmente, na agricultura, o município chegou a exportar farinha de mandioca, mamona, coco babaçu e ouricuri, pó de palha do ouicurizeiro e gado.

Na Piritiba sertaneja do “Maluco Beleza” Raul Seixas e de Wilson Aragão “Tem abacate/jenipapo/E bananeira/Milho verde/macaxeira/Como diz no Ceará”. A Piritiba do século 21 tem tudo isso, como antigamente, mas busca agora fazer com que a sustentabilidade e inovação andem de mãos dadas por toda a cidade.

SERVIÇO:

O quê: Piritiba 2030 – Desafio Digital Quando: Sexta-feira, 18 de agosto. Horário: das 8h30 às 18h30. Local: Espaço Happy Day, Piritiba. Mais informações: (74) 3628-2111 /3628 - 2153

PROGRAMAÇÃO

8h30 – Solenidade de abertura com o Prefeito Municipal Samuel Santana
09h15 – Apresentação histórica de Piritiba – Professor Edenilson Soares
09h30 – Eduardo Athayde (representante no Brasil do WWi) – WWi, PNUD e os ODS 2030
10h10 – Coffe-break
10h30 – Marcelo Neves (Superintendente da Sudene) – Ações da Sudene nos pequenos Municípios do Nordeste
11h10 – Álvaro Oyama – Fabricando Florestas
12h – Almoço
14h – Claudete Alves (Universidade Federal da Bahia) – Oportunidades digitais para o desenvolvimento do município
14h30 – Cleunice Rehen (Assessora de Ensino Superior do Ministério de Educação) – Capacitação de jovens à distância
15h20 – Beatriz Lima (Vice-presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia) – Conservação de patrimônio histórico
15h40 – Coffe-break
16h00 – Visitação das demonstrações
16h50 – Apresentação do Hackhaton
17h00 – Apresentação dos times do Hackathon
18h15 – Premiação do Hackhaton
18h30 – Encerramento do evento


 

Share:

Querida, engoli o médico!

De câncer a Alzheimer, máquinas engolíveis, 100 vezes menores que uma partícula de poeira, tratam doenças desafiadoras e consertam o corpo por dentro






Na noite de 29 de dezembro de 1959, a Sociedade Americana de Física, ainda em clima natalino, se reuniu para assistir a Richard Feynman. O cientista estava prestes a ganhar seu Prêmio Nobel em eletrodinâmica quântica, mas preferiu provocar seus pares com um tema totalmente diferente. 


Feynman queria que sua plateia imaginasse o potencial de “engolir um médico”. “Imaginem um cirurgião mecânico dentro de um vaso sanguíneo, indo até o coração e dando uma olhada nas redondezas”, Feynman disse, numa época em que a palavra “nanotecnologia” nem existia. “Ele descobre uma válvula defeituosa, tira uma faquinha e remove o problema.” 

Quase seis décadas depois, a visão de Feynman está ganhando contornos reais, e num lugar inusitado: à beira do Mar Vermelho. Na Arábia Saudita, a pesquisadora Niveen Khashab se inspira no trabalho de outro vencedor do Nobel para criar nanorrobôs que diagnosticam e tratam as doenças que desafiam as técnicas convencionais, como câncer e Alzheimer.

A história de Khashab começa no Nobel de Química de 2016. Ele foi dado ao seu orientador, Sir Fraser Stoddard, que conseguiu criar conseguiu criar os menores elevadores e alavancas do mundo, manipulando átomos. Ele chamou sua invenção de máquinas moleculares. Khashab pegou gosto por máquinas pequenas, na escala nano (veja mais no infográfico abaixo), e começou a explorar seu potencial na medicina.  Mas em vez de sintetizar novos remédios, seu foco é na entrega dessas substâncias.

É que a entrega de um medicamento é mais importante do que parece. Pense na quimioterapia, por exemplo. Ela é eficaz, mas ineficiente: mata células doentes, só que destrói as boas também. “A droga vai para todo canto: no estômago, traz náusea, no cabelo, traz queda. Muito pouco chega no tumor em si”, explica a pesquisadora da Universidade Rei Abdullah de Ciência e Tecnologia (Kaust, na sigla em inglês). Engolindo uma nanopartícula cheia de quimioterapia, que só se abre no lugar exato do câncer, refinar muito sua pontaria da quimioterapia, sem alterar a droga em si.

CÂNCER

Tratando tumores com (nano)GPS

Só tem um problema nessa história. Os nanorrobôs são basicamente moléculas. Moléculas são pequenas demais para carregar uma câmera ou algo assim. Então como é que eles “sabem” em qual parte do corpo devem agir? A ideia, afinal, é que a liberação só aconteça no lugar certo, para evitar danos em outras regiões.

Uma das soluções foi o magnetismo. Dá para ter componentes metálicos (geralmente ouro) nessas moléculas: assim, elas podem ser guiadas pelos pesquisadores de fora do corpo, com uma espécie de imã. Além disso, os cientistas instalaram “portas” nos nanorrobôs. São elas que permitem uma medicação entregue à la Netflix: on demand.

Essas portas, é claro, precisam ter sensores para saber quando abrir e quanto fechar. E mesmo cegos, os nanorrobôs percebem a mudança de ambiente. As portas podem ser acionados por mudanças de pH, por exemplo. Seu estômago é ácido. O intestino delgado é alcalino.

Pensando em câncer de intestino, por exemplo: o pesquisador, então, pode preparar uma porta que fica fechada no agressivo ambiente estomacal, mas que se desfaz assim que ele chega no intestino. Remédios convencionais, diga-se, já fazem esse truque. A diferença é que as tampas das nanomáquinas podem responder a mais diferenças de ambiente dentro do organismo.

Já existem portas  de nanorrobôs que se abrem com mudanças de temperatura – o que é bem útil para o câncer, já que as células em um tumor são levemente mais quentes que as saudáveis.

O avanço mais recente do laboratório da Kaust foi tornar essas nanomáquinas responsivas a outro agente: a luz. Elas podem ser ativadas por médicos usando tipos de luz que penetram o corpo, como a infravermelha. O próximo passo é tornar o processo reversível: portas que abrem com a luz e voltam a se fechar quando ela desliga.

Nem só de remédio se faz um minidoutor. As nanomáquinas também realizam exames  e podem carregar material fluorescente. Dentro do organismo, ele se ilumina quando exposto à luz infravermelha, o que pode revelar o tamanho preciso de um tumor.

Duplo agente

As partículas também podem ter dupla função: aplicar o medicamento e, ao mesmo tempo, fazer um exame. Em testes com células de tumor pancreático, os pesquisadores da Kaust colocaram duas substâncias diferentes na mesma nanopartícula. Metade era doxorrubicina, um quimioterápico. A outra, um corante fluorescente, o iodeto de propídio. Esse corante não consegue penetrar em células saudáveis. Logo, todas as que aparecem “pintadas” estão com problemas.

Em um experimento com ratos, o nanorrobô conseguiu levar as duas cargas com segurança até o alvo. O quimioterápico conseguiu matar 70% das células cancerosas – e o iodeto ajudou a revelar o sucesso do tratamento.

A nanoquimioterapia da Kaust está na etapa dos testes com animais. Mas resultados promissores também foram encontrados com a nova queridinha das terapias contra o câncer: a imunoterapia.

O menor superherói do mundo

Somos tão vulneráveis a tumores porque eles enganam o sistema imunológico, que não consegue reconhecer que ele é uma ameaça. Esse processo é chamado de checkpoint imunológico. Mas ele só acontece quando há contato físico entre o tumor e a célula. As drogas de imunoterapia, então, criam uma espécie de barreira entre o tumor e as células de defesa. Nisso, o corpo reconhece o câncer e solta os cachorros do sistema imunológico para cima da doença.

Mas, tal qual a quimioterapia, o tratamento não age só no lugar desejado. Em até 30% dos casos, o sistema imunológico entra em surto e reage a tudo: até aos próprios órgãos do corpo. É comum atacarem o pâncreas, o que causa um quadro similar a diabetes tipo 1 e, nos casos mais graves, parada cardíaca. Cinco pacientes (cujo câncer estava em remissão) morreram desse jeito no ano passado.
Nessa cena de tragédia, entra o menor super-herói do mundo. Os primeiros testes com ratos terminaram há alguns meses. As nanopartículas, carregadas com medicamentos de imunoterapia, controlaram a liberação dos remédios na região específica do câncer. “Isso impediu que o sistema enlouquecesse”, conclui a professora Khashab.


 
Nano
 
As máquinas tem de 80 a 100 nanômetros
1.000 vezes menores que a espessura de um fio de cabelo
15.000.000 vezes menores que uma pulga

Híbridos
 
O nanorrobô é feito de organossílica, uma versão modificada do óxido de silício. O material é poroso e resistente, mas também responde a estímulos do ambiente e é biodegradável

A entrega inteligente
 
No laboratório, eles são mergulhados em líquidos que contêm medicamentos. Uma vez carregados, vão para dentro do corpo aguardar “instruções”.
Navegação: Os cientistas guiam os robôs como em um videogame ¿ mas, em vez de um joystick, manipulam um campo magnético, que pode direcionar milhares de máquinas, de uma vez só.

Inserção: É eletroestática que mantém o porta-malas do robô lacrado até ele chegar ao alvo – o núcleo recebe carga positiva e a tampa tem carga negativa. Na hora H, os cientistas iluminam a área da doença com laser. A luz inverte a carga da tampa. As cargas se repelem, a tampa é ejetada e o remédio sai.

Utilidades :Para facilitar diagnósticos, os robôs entregam corantes que revelam a área exata de tumores. No futuro, poderão fazer biópsias: hoje, eles já capturam e transportam pedacinhos de células humanas.

ALZHEIMER

Com a faca na mão

Vale lembrar que no início do texto, o cientista Richard Feynman queria mais que um comprimido inteligente. Ele propunha um pequeno cirurgião. E é exatamente assim que as nanomáquinas planejam tratar o Alzheimer.

A doença é causada por proteínas que se acumulam descontroladamente, danificando células cerebrais – pelo menos, essa é a teoria mais aceita. Essas proteínas são chamadas de beta amiloides. A estratégia das nanomáquinas é ao estilo Rambo: ela chega destruindo essas proteínas acumuladas e desafogando o cérebro.

O problema é chegar no cérebro. É que esse órgão é muito esperto: ele se isola de todas as porcarias que colocamos no corpo e que vão parar no sangue. A barreira hematoencefálica  filtra tudo que sobe da corrente sanguínea em direção à massa cinzenta. Poucas substâncias têm passagem liberada. Mas uma delas é o colesterol.

A equipe de Khashab, então, usou um colesterol fake e fez as nanomáquinas anti-Alzheimer com ele. Como no caso do câncer, elas carregam corante fluorescente. Chegando nos emaranhados do Alzheimer, fazem tudo brilhar. Lá de fora do corpo, os médicos acendem a luz infravermelha. Veem onde está o problema e – BOOM. A segunda carga da nanomáquina é um pedacinho de ouro. A luz infravermelha explode o núcleo de ouro, esquenta a temperatura do local e o calor destróid as proteínas que causam o Alzheimer.

DIA A DIA

Antibióticos em equilíbrio

Mas não precisamos ir tão longe quanto e o Alzheimer o câncer: atire a primeira pedra quem nunca esqueceu de tomar antibiótico na hora certa. Isso não só atrapalha na recuperação como facilita o surgimento das famosas superbactérias.

Seu antibiótico é dividido em todas essas doses porque qualquer tratamento funciona melhor com estabilidade contínua. Em um mundo ideal, o remédio chegaria ao sangue na concentração certa e manteria esse nível até o fim do tratamento. Mas seu corpo está fica, o tempo todo, tentando se livrando de substâncias estranhas. A gambiarra dos médicos, então, é dividir o remédio em várias doses, de modo que a quantidade de droga agindo no corpo seja a mesma o tempo todo.

É esse delicado equilíbrio que você estraga ao pular uma dose de remédio. Já com um sistema inteligente para a entrega das drogas, a coisa muda de figura. Em vez de ter de tomar os antibióticos na hora certa, bastaria engolir um nanorrobô cheio de antibiótico, e ele vai despejando a substância nos intervalos exatos.

Alergia e pressão alta

Esse tipo de tecnologia também pode permitir adaptações malucas nos medicamentos: já reparou como sua alergia piora à noite? Hipertensão, artrite, angina, AVCs e até tumores têm picos de atividade dependendo da hora do dia. Adaptar as nanomáquinas para responder não apenas à luz, mas também a estímulos do seu relógio biológico, pode abrir espaço para a cronoterapia, que visa tratar doenças de acordo com a “hora do rush” de cada uma.

O problema do nanolixo

Uma vez que o nanorrobô cumpre sua missão, surge um outro problema: o que fazer com ele depois? Como descartar o bichinho? Um dos grandes riscos é que o corpo encontre dificuldade na hora de metabolizá-los – ou seja, de quebrar as moléculas deles em partes bem pequenas, que possam ser eliminadas com facilidade. Sem isso, as maquininhas podem se acumular no fígado ou nos rins, prejudicando o organismo todo.

Para evitar isso, os cientistas têm desenvolvido nanorrobôs biodegradáveis. O segredo, aí, é construí-los à imagem e semelhança das moléculas mais nobres do universo conhecido: as de DNA.

O DNA não compartilha elétrons entre suas moléculas. Isso tornaria a ligação entre elas rígida demais. No lugar, elas têm interações mais fracas, como pontes de hidrogênio. São fáceis de montar e desmontar. Graças a essa característica, aliás, o DNA forma estruturas complexas.

As nanomáquinas estão sendo projetadas para ter a mesma versatilidade: montam-se automaticamente, como peças de um quebra-cabeça, e também se desintegram sozinhas depois de um tempo, de modo que não se acumulem no corpo.

Cirurgia, medicação, diagnóstico. Enfim: é difícil prever quais dessas aplicações terão o melhor potencial em testes com humanos. Para a nanoquimioterapia, Niveen Khashab é otimista. Sua previsão é que, entre sete e dez anos, seu sistema comece a ser usado em formulações médicas.
Mais do que oferecer soluções imediatas, porém, as nanomáquinas apontam uma tendência. Como disse Feynman em 1959: “Há muito espaço para a ciência lá embaixo [na escala molecular]”. Hoje, esse espaço já conta com a elite da ciência, e promete para a medicina um futuro grandioso, ainda que cada vez mais diminuto.



Niveen M. Khashab nasceu no Líbano. Começou sua carreira nos EUA, na Universidade da Flórida.
Como pesquisadora, foi orientada por Sir Fraser Stoddart, vencedor do Prêmio Nobel. Em 2009, escolheu voltar ao Oriente Médio, convidada pela Kaust. “Queria fazer parte do esforço de mostrar um outro lado da região”, afirma. Por seu trabalho com o “médico engolível”, recebeu o Prêmio L’Oréal-Unesco Para Mulheres na Ciência, agraciado às pesquisadoras que mais impactaram suas áreas de estudo.

https://super.abril.com.br/ciencia/querida-engoli-o-medico/ 
Share:

Prefeitura de Alcobaça instala urnas para ouvir opinião de pacientes atendidos na rede de saúde

"É preciso ouvir a população para avaliarmos a qualidade dos serviços públicos que oferecemos", afirmou o Secretário de Saúde de Alcobaça, Robson Mattos.


publicado em 15/08/2017 às 16h05min
Neuzabrizola/Ascom
  
Com a iniciativa de ouvir o que pensam os alcobacenses, a Secretaria de Saúde instalou urnas para os pacientes atendidos nas unidades de saúde manifestar suas opiniões. Ao todo, foram instaladas nove urnas, em cada uma das unidades básicas de saúde.
As opiniões depositadas serão avaliadas e discutidas semanalmente pela equipe da Secretaria de Saúde. Os dados serão tabulados e avaliados junto aos responsáveis para encaminhamento e providências.
De acordo com Ravena Dantas (Coordenadora da Atenção Básica), a iniciativa é avaliar o trabalho dos profissionais e toda a rede de saúde que atendem os pacientes do município. "Para melhorar o atendimento do SUS, a Secretaria de Saúde abriu um novo canal para ouvir a população e já preparamos nossas equipes para analisar e responder, com trabalho, cada uma das sugestões, críticas ou outras opiniões sobre os serviços", argumentou.
O Prefeito Léo Brito disse que seu governo vai viabilizar novos canais de interação com os alcobacenses, com a criação de uma Ouvidoria da Saúde. Neste canal o usuário terá um e-mail e um número de telefone WhatsApp para se manifestar. “Nós temos que ouvir a população. Denúncias, reclamações, elogios e sugestão", explicou.

Share:

Vigilante da Serra da Capivara é morto por caçadores

Conflito entre guardas do Parque da Capivara e caçadores. 

... Atualizado às 18/08/2017 20:52
Romário Antunes
 
Um conflito entre guardas do Parque Nacional da Serra da Capivara e caçadores ocorrido por volta das 14h da tarde desta sexta-feira (18), resultou na morte do guarda Edilson Pereira dos Santos. O crime na localidade de Cambraia, território do município de João Costa.  Durante a troca de tiros, outros dois vigilantes  e dois caçadores ficaram feridos. 

De acordo com as primeiras informações repassadas ao meionorte.com, os guardas da guarita que fica localizada entre as cidades de Coronel José Dias e João Costa perceberam a presença de três caçadores na região e teve início tiroteio. 

O guarda Edilson foi alvejado, chegou a ser socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU da cidade de João Costa, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e  morreu. 

O corpo de Edilson Pereira dos Santos será encaminhado para perícia no município de Picos e outra perícia está sendo realizada no local do crime. Um inquérito deve ser aberto para investigar a morte.
Edilson Pereira dos Santos era funcionário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),
Edilson Pereira dos Santos
Edilson Pereira dos Santos (em destaque)
Edilson Pereira dos Santos (Crédito: Reprodução)
Edilson Pereira dos Santos (Crédito: Reprodução)

Fonte: Portal Meio Norte

Share:

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Mais de 400 mortos e 600 desaparecidos devido a inundações na Serra Leoa

 Segundo as estimativas da Cruz Vermelha, cerca de nove mil pessoas terão sido afetadas pelos deslizamentos de terra e inundações

EPA/SOCIETY FOR CLIMATE CHANGE COMMUNICATION SIERRA LEONE

As inundações que atingiram a Serra Leoa na segunda-feira provocaram mais de 400 mortos e 600 pessoas continuam desaparecidas, anunciou esta sexta-feira, em Genebra, o presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

"Hoje, contámos mais de 400 mortos", declarou aos jornalistas Elhadj As Sy.
Segundo as estimativas da Cruz Vermelha, cerca de nove mil pessoas terão sido afetadas pelos deslizamentos de terra e inundações na capital da Serra Leoa, Freetwon, e arredores.

Funerais em massa têm estado a ser realizados em Freetown, onde prosseguem as buscas para tentar encontrar vítimas na lama e nos destroços das casas destruídas.

O Governo alertou os residentes para saírem de zonas em risco, dado que as chuvas deverão manter-se nos próximos dias.

As autoridades contrataram 600 coveiros para os funerais em cemitérios onde estão sepultadas milhares de vítimas da epidemia de Ébola que afetou aquele país da África Ocidental em 2014-15.
O Presidente da Serra Leoa, Ernest Bai Karoma, participou em alguns dos funerais na quinta-feira.

 

Share:

domingo, 13 de agosto de 2017

Perigo na mesa: saiba quais são os alimentos com mais agrotóxicos no Brasil

Cada brasileiro consome, em média, cinco litros de veneno a cada ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Europa vive, atualmente, crise em razão de contaminação de ovos pela substância fipronil 

13.08.2017, 06:00:00

Correio da Bahia


Um alerta baseado na suspeita de contaminação de ovos com fipronil, um pesticida utilizado para eliminar parasitas das galinhas, foi lançado na primeira semana de agosto pelo organismo responsável pela segurança alimentar e sanitária da Holanda (NVWA). Países como França, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Suíça e Suécia já foram avisados e milhares de aves tiveram de ser sacrificadas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o fipronil "moderadamente tóxico" para o homem quando usado em grandes quantidades e pode causar vômitos e problemas neurológicos se ingerido em doses elevadas. A substância está presente em vários produtos antiparasitários empregados em animais domésticos, como spray ou coleiras antipulgas. A partir de 30 de setembro a substância já não mais será vendida porque sua produção será suspensa. 

Campeão mundial no consumo de agrotóxicos desde 2008, o Brasil ainda não registrou casos relacionados ao escândalo dos ovos contaminados (que já se alastra pela União Europeia), mas o país tem razões de sobra para se preocupar em relação ao nível de contaminação dos alimentos servidos para sua população.  Sem perceber, cada brasileiro consome, em média, o equivalente a um galão de cinco litros de veneno a cada ano, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os agrotóxicos são utilizados na agricultura para eliminar insetos ou ervas daninhas nas plantações, aumentando a produtividade das lavouras. No entanto, aqueles usados na produção da maioria dos alimentos no Brasil causam danos ao meio ambiente e à saúde do produtor rural e do consumidor.
Intoxicação
De acordo com o Inca, além da contaminação dos alimentos, da terra, das águas (que em algumas situações torna-se imprópria para o consumo humano), temos a intoxicação de seres vivos, como os mamíferos, peixes, aves e insetos. Regiões com alto uso desses produtos apresentam incidência de câncer bem acima da média nacional e mundial.
Em 2010, o mercado brasileiro movimentou 7,3 bilhões de dólares e representou 19% do mercado global de agrotóxicos. Soja, milho, algodão e cana-de-açúcar representam 80% do total de vendas nesse setor.
Os alimentos que mais consomem agrotóxicos no Brasil, conforme lista da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), são: soja (40%), milho (15%), cana-de-açúcar e algodão (10% cada), cítricos (7%), café, trigo e arroz (3 cada%), feijão (2%), batata (1%), tomate (1%) maçã (0,5%) e banana (0,2%).

Risco à saúde

A pesquisadora e professora de Geografia Agrária da Universidade de São Paulo (USP), Larissa Bombardi, estuda o alto índice de agrotóxicos que consumimos no Brasil e os reflexos que eles representam para a saúde. A especialista observa que o agrotóxico mais vendido no Brasil é o herbicida glifosato.

“Se a gente pensar na quantidade de toneladas de glifosato que é vendido no Brasil, é grave. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) o glifosato pode vir a causar câncer. A gravidade da nossa permissividade é essa. Vejo como um atentado à saúde da população como um todo”, alerta.
Segundo um dossiê realizado pela Abrasco entre 2005 e 2015, agrotóxicos classificados como inseticidas podem causar alterações no cromossomo, lesões hepáticas, contrações musculares involuntárias, asma e arritmias cardíacas; fungicidas, doença de Parkinson e cânceres, por exemplo. Já os herbicidas podem levar à indução da produção de enzimas hepáticas, de vários tipos de câncer, fibrose pulmonar, entre outras enfermidades.
Um estudo realizado por Bombardi em 2012 revelou que, no Brasil, houve uma intoxicação por agrotóxico a cada 90 minutos entre os anos de 1999 e 2009 - mais de 60 mil pessoas intoxicadas em dez anos. De acordo com a pesquisa, para cada notificação de intoxicação, outras 50 deixam de ser registradas.

Bahia

A Bahia foi o estado da região Nordeste que mais aplicou agrotóxicos nas lavouras entre 2007 e 2013 (45,9%), segundo dados do relatório nacional do programa de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, divulgado ano passado pelo Ministério da Saúde.
Sétimo maior consumidor de agrotóxicos do País (cerca de 56 milhões de quilos), o estado tem na região Oeste uma das regiões que mais utilizam esse tipo de produto, principalmente em lavouras de soja, milho e algodão. No período analisado pelo estudo, a Bahia aplicou em média 12 kg de agrotóxico por hectare de área plantada. Em todo o Nordeste, a incidência de intoxicações passou de 1,56 para 5,39 casos por 100 mil habitantes.

Brasil conta com programa  para recolher embalagens usadas de agrotóxicos. Descarte inadequado do produto pode poluir água e solo (foto: Arquivo / Gov. Federal)

Logística Reversa

Além da questão do consumo, outro ponto a ser observado refere-se à destinação adequada das embalagens de agrotóxicos pós-uso, uma vez que o descarte incorreto representa riscos ao meio ambiente, como contaminação do solo e da água, além da própria saúde dos seres vivos.

No primeiro semestre deste ano, o Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas) retirou das lavouras do Nordeste do Brasil 2.742 toneladas dessas embalagens. Essa quantidade corresponde a 12% do total destinado no País. Durante o primeiro semestre deste ano, 1.678 toneladas de embalagens foram devolvidas na Bahia, 7,1% do total nacional.

“O programa (de recolhimento de embalagens) se mantém como referência mundial. Com a integração dos elos da cadeia produtiva agrícola (agricultores, fabricantes e canais de distribuição, com apoio do poder público), estamos prontos para acompanhar as necessidades do setor”, destaca João Cesar Rando, diretor-presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), organização responsável pelo Campo Limpo.


Share:

VIDHA LINUS

CONSULTORIA AMBIENTAL LICENÇAS,ELABORAÇÃO EIV, PRAD. Av Radial B, 122 Bairro Mangueiral CEP 42807-380 CAMAÇARI - BAHIA 71 3040 5033 99168 5797 VBRAMBIENTAL@YAHOO.COM.BR

QUAL SEU IDIOMA?

Postagens mais visitadas

Total de visualizações de página

ARQUIVOS DO BLOG

Arquivo do blog