Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sábado, 1 de abril de 2017

João Moreira Salles: “O apego ao movimento de 1968 é desmesurado e conservador”

Depois de Berlim e festival na França, cineasta lança ‘No intenso agora’ no Rio e em SP

João Moreira Salles no debate do festival em Paris. Divulgação
O ruído de talheres no café de Paris não interfere na límpida pregação de João Moreira Salles (Rio de Janeiro, 1962) sobre seu novo documentário, No intenso agora. No filme, ele revisita o movimento de maio de 1968 e registros amadores variados, incluindo os feitos por sua mãe na China. Investiga a natureza das imagens e das motivações humanas enquanto claramente desfruta da arenga que cria em torno de um tema "tão mitificado da economia simbólica da esquerda”. "Há um apego desmesurado com algo que começou tantos anos atrás que impede, às vezes, de enfrentar fatos da história", diz ele, e informa que o café em que estamos foi ponto de encontro dos manifestantes franceses há 50 anos. Embora não tenha feito novas imagens em Paris - o filme é um trabalho monumental de garimpo de arquivos -, ele conta que conhece a geografia do conflito na época, graças a leituras e a visita a pé que fez guiado por um podcast do jornal The Guardian sobre 1968 há alguns anos.

O cineasta e diretor da revista Piauí soa animado com as duas exibições do filme na competição do Cinéma du Réel, o festival de documentários que premiou seu Santiago em 2007 e se encerra neste domingo no Centro Pompidou. A promoção da obra, que já o levou a Berlinale em fevereiro, deve fazê-lo visitar em breve mais um punhado de destinos, incluindo Buenos Aires e Tel Aviv. O filme estreia em São Paulo e no Rio de Janeiro no É tudo Verdade, entre 20 e 30 de abril.

Pergunta. Você fez um retrato generosamente humano, mas politicamente muito duro de maio de 1968 em Paris. Como foi dissecar o corpo vivo de 1968 aqui?
Resposta. Você tem razão. Está vivo. Não é um corpo. É um ser que pulsa, mas depende muito de quem vê. É muito interessante apresentar o filme aqui por razões óbvias. 1968 ainda está vivo para boa parte das pessoas que participaram e algumas delas estavam na sessão de domingo e outras na sessão de segunda. Curiosamente, a de segunda foi muito mais plácida e serena do que a de domingo, que foi muito quente. Alguns dos diretores que estavam lá, em especial um, tiveram reações fortes. Um diretor, um sujeito que parece que é muito bacana, um militante de vida inteira, considerou, e ele foi muito eloquente e assertivo, que o filme é muito derrotista, que o filme traz uma visão pessimista de maio de 1968. É uma visão legítima da qual eu evidentemente discordo. No domingo, a segunda pessoa a falar foi também militante de 1968. Antes de falar sobre o achava do filme, ele ficou apontando as cenas em que ele aparecia e depois discordou do companheiro dele. Ele disse que o filme é um retrato comovido, porém realista, de uma geração que foi para a rua mudar o sistema e derrubar o Governo e não conseguiu uma coisa nem outra. Conseguiu outras, que não estavam na agenda prevista, não estavam no programa.

P. No seu filme cenas mostram que a pauta de cultura e comportamento estavam no movimento...
"As pautas que acabaram se impondo, das minorias, das mulheres, da liberdade sexual, não eram explicitamente o que a garotada reivindicava"
R. Na verdade, não. Isso foi muito mais nos Estados Unidos do que aqui, que era muito mais político. Há uma espécie de dissonância entre o espírito libertário e a prática política. Eu pus poucas cenas de marcha, mas, nas marchas, é "ordem unida". Os gritos são os velhos gritos da esquerda histórica. É um movimento essencialmente de homens. As pautas que acabaram se impondo, das minorias, das mulheres, da liberdade sexual, não eram explicitamente o que a garotada reivindicava. A reivindicação era estritamente política. A pauta era derrubar o regime e, principalmente, derrubar o modo de produção. Não estou inventando a roda. Isso não é um insight original, é o que vem à medida que você vai lendo os relatos e percebe o que estava em jogo. Curiosamente, na segunda-feira, estava lá (Romain) Goupil, diretor de Mourir à 30 ans (Morrer aos 30 anos, citado no documentário). No final, ele veio me dar um abraço apertado, longo, e me disse, sem que eu tivesse estimulado, exatamente isso: "Nós vencemos onde não achávamos que fôssemos vencer, porque não era nossa preocupação. A gente queria derrubar o de Gaulle, a gente queria trocar o sistema socialista por outro, pelo socialismo libertário. Nada disso foi alcançado”.

P. No filme, há uma citação dizendo algo como “as mulheres não queriam voltar para casa, nem os gays queriam mais se esconder”. E, de fato, foi isso que aconteceu. Não houve restauração completa.
R. Mas, agora, vai perguntar para a juventude marxista-leninista, trotskista - os anarquistas talvez sejam exceção-, mas para os maoístas, se essa eram as razões pelas quais eles estavam na rua? Não, não era.

P. Em resumo, seu filme é uma crítica aos que aqui em Paris, no Brasil ou em qualquer lugar tentam viver de uma visão que você considera não realista de 1968.
R. Eu acho que a história anda, a fila anda. A nostalgia mata. Por que buscar em maio de 1968 as energias? Tem tanta coisa importante acontecendo hoje em dia, tantas lutas importantes. Por que buscar exemplos de um tempo que foi deslumbrante? A sociedade era diferente, a sociedade. O (um dos principais líderes de Maio de 1968, Daniel) Conh-Bendit diz isso muito bem e é considerado um canalha por muita gente. O Conh-Bendit diz que 68 acabou, e isso não quer dizer que não teve importância capital. Assim como a Revolução Francesa foi uma revolução capital, mas ninguém sai na rua pensando em Robespierre. Sai pensando nas questões contemporâneas. Tem um apego desmesurado com algo que começou tantos anos atrás que impede, às vezes, de: número 1, enfrentar fatos da história; e, número 2, perceber que há de novo forças neste momento que exigem outro tipo de enfrentamento, outro tipo de luta. O apego é conservador, como todo o apego ao passado é conservador. Vou repetir isso quantas vezes me perguntarem: isso não é sinônimo de que não acho que, naquele momento, aquela luta foi deslumbrante, generosa, libertária, mudou a sociedade, mas passou. 68 não está vivo. Negar a história é o primeiro caminho para a ilusão.
"É um ensaio sobre 68, claro, mas também é um ensaio sobre a natureza das imagens e por que elas são feitas, em que condições elas são feitas"

P. O filme é também uma investigação sobre você, como foi Santiago. Minha impressão era que você ficou muito feliz de encontrar a sua mãe, que escrevia durante a viagem à China, uma ensaísta como você.
R. Fiquei muito feliz de encontrar minha mãe feliz, mais do que qualquer outra coisa. A felicidade que ela está vivendo naquele momento eu, como adulto, vi muito pouco. Reencontrá-la tão feliz de estar viva para mim foi uma revelação bacana.

P. No intenso agora parece ser feito também para ser ouvido, uma leitura em voz alta. Ele soa como um ensaio, no qual os registros da sua mãe conversam com os seus. Você considera o filme um ensaio?
R. Bacana, eu não tinha pensado nisso (sobre os escritos dele e da mãe), mas talvez você tenha razão... Existe uma tradição de cinema de ensaio, mas não tem muita gente que faça isso hoje em dia. O Chris Marker, por exemplo, é um grande ensaísta de cinema. Existem outros. Sim, eu penso no meu filme como ensaio, mas não digo isso porque soa pretensioso. É um ensaio sobre 68, claro, mas também é um ensaio sobre a natureza das imagens e por que elas são feitas, em que condições elas são feitas. O que se pode dizer de imagens feitas em diferentes regimes políticos. Como é a imagem feita na democracia, como é a imagem feita num regime totalitário, como é a imagem feita com medo, como é a imagem feita na alegria.

P. Os registros que você recupera, como os rolos de cineastas anônimos que captaram cenas da Primavera de Praga, me remeteram ao filme exibido antes do seu no domingo, Paris é uma festa, de Sylvain George, que filmou a quente os protestos contra a reforma trabalhista na França.
R. Com a diferença de que a vida dele não estava em jogo...
"2013 não modificou o filme. O filme modificou a minha maneira de ver 2013" 

P. Um retratado do filme, acho que em Morrer aos 30 anos, fala que o divisor de águas em 1968 foi a repressão policial aos estudantes. Difícil não pensar no filme de George, no Brasil de 2013 e depois.
R. Uma pergunta inevitável sobre o filme tem sido se 2013 o motivou ou modificou. 2013 não modificou o filme. O filme modificou a minha maneira de ver 2013. Comecei a fazer o filme em 2011 e foi curioso editá-lo enquanto as ruas no Brasil estavam pegando fogo. A Laís (Lifschitz, uma das editoras do filme), que montou o primeiro corte de cinco horas comigo, ia para as ruas enquanto estávamos trabalhando. Talvez tenha a ver com a questão da velocidade dos resultados. Os efeitos de 68 na sociedade foram sentidos ao longo dos anos. Um amigo contou que, depois de 68, mais pessoas deixaram de se tratar como vous (o tratamento formal na França) para tu, por exemplo. Eu não sei se algo semelhante não está em curso a respeito de 2013. A dissolução do sistema político brasileiro que estamos vendo não é um efeito de 2013? Será que antes de 2013 membros da elite econômica ou todos os tesoureiros do antigo partido hegemônico teriam sido presos? Políticos da antiga oposição entrariam na mira? Estou pensando alto, especulando.

A jornalista viajou à França a convite do Ministério de Relações Exteriores Francês.

 

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Como reconhecer os maus-tratos psicológicos no casal

Esse tipo de violência é mais aceita nos relacionamentos que a violência física, mas pode causar mais danos


O maltrato psicológico é difícil de detectar. Getty

Os maus-tratos psicológicos entre casais são um tipo de violência, eu diria que o mais generalizado e, sobretudo, o mais normalizado. É um tipo de violência pouco detectável, difícil de provar, embora seu poder lesivo possa ser imensamente superior ao da violência física, muito mais óbvia e na qual vítima acaba tomando medidas para se defender ou proteger. É sutil, intermitente, mas constante, o que deriva numa grande dependência emocional por parte de quem o sofre, por causa da destruição lenta, mas segura, da autoestima da vítima. E esse é o seu maior poder de agressão, a progressiva anulação da pessoa maltratada, que chega a duvidar inclusive do seu próprio valor como ser humano. A desvalorização e a culpa são os protagonistas emocionais de um fino trabalho de distorção da realidade em que a pessoa passa a crer que merece isso, que ninguém mais irá querê-la, e que esse é o preço de não ficar sozinha e não assumir o estigma de fracasso contido num divórcio.


Uma pista para identificar esses abusos é a tendência a ocultar coisas por medo da reação depreciativa ou desproporcionada do outro: temor de contradizê-lo, deixar que ele tome decisões no seu lugar, aceitar fazer sexo sem ter vontade, evitar opinar em público diante dele, observar que ele minimiza seus feitos e lhe culpa pelos erros, que ocupa o papel de uma mãe ou pai que sabe o que é bom para você, organiza seu tempo livre sem lhe consultar, olha o seu celular, provoca tensão ou medo de errar, julga o que você faz, diz ou veste, responsabiliza você pelo estado de ânimo dele(a) mesmo(a), faz você se afastar pouco a pouco das relações que são só suas (amigos, família), até que, definitivamente, você vai deixando de ser você para se tornar uma espécie de fantasma que tenta se encaixar num suposto modelo feito sob medida para os desejos de outra pessoa. É terrorismo íntimo.
A maioria dos estudos epidemiológicos concluem: há muito mais mulheres do que homens vítimas de violência psicológica no contexto das relações de casal. Uma das conclusões extraídas do primeiro estudo sobre violência doméstica realizado pela OMS, em 2005, foi que a violência mais habitual na vida das mulheres é exercida pelo cônjuge, superando o índice de agressões consumadas por conhecidos ou estranhos.


“Esta ânsia irracional de domínio, de controle e de poder sobre a outra pessoa é a força principal que alimenta a violência doméstica entre os casais", diz Luis Rojas Marcos

As consequências dos maus-tratos psicológicos reiterados são de toda espécie, já que submetem a pessoa a estresse crônico, o que propiciará a aparição de doenças físicas ou servirá como estopim daquelas que só estavam em estado latente. Alguns sintomas visíveis que respondem à somatização do estresse emocional são ansiedade, problemas com o sono e/ou alimentação, cansaço crônico, cefaleias, tristeza, apatia, depressão, consumo de psicofármacos e alto risco de abuso do álcool.
Não há um perfil específico de pessoa mais vulnerável aos maus-tratos, pois ele se dá em todas as culturas e contextos socioeconômicos. O que há é um perfil de pessoa maltratada psicologicamente, já que essa forma de violência vai configurando mudanças na personalidade de quem a sofre, tais como insegurança e baixa ou nula autoestima, percepção de impotência para manejar o entorno, culpabilidade, sensação de fracasso na vida, sentimentos ambivalentes e tendência a minimizar a gravidade dos maus-tratos, ou mesmo justificá-los adotando a visão de realidade do agressor, sem ter consciência de que em muitos casos se é vítima de maus-tratos psicológicos. Isto é mais frequente do que se acredita: há grandes doses de violência normalizada nas relações, e especialmente nas de casal.
Vão sendo toleradas pequenas humilhações, sutis desprezos, violações da intimidade mediante a permissão, explícita ou não, de olhar meu celular ou minhas redes sociais; submeto-me ao seu julgamento sobre mim, começo a pedir permissão (e não a opinião) para tomar decisões, aguento seus surtos de irritabilidade para não piorá-los, aceito repetidamente as desculpas, e tudo isso sustentado pela crença de que o amor tudo pode, e que se quisermos que dure é necessário ser flexível. Quando dizemos na terapia de casal que o amor é condição necessária, mas não suficiente, as pessoas se surpreendem. Fizeram-nos acreditar que, uma vez que a gente ama, o resto está feito, e vamos transitar durante o resto da nossa vida por um fluido caminho de rosas. Quando aparecem formas tóxicas de se vincular, muita gente as suporta em nome do amor, e em nome desse suposto amor (que não o é) um vai degradando o outro, vai anulando, a tal ponto em que chega um dia em que esse outro já não sabe nem quem é, nem em que sua vida se transformou.

Quanto ao perfil da pessoa que comete os maus-tratos psicológicos, é paradoxalmente alguém extremamente dependente e inseguro, com escassa capacidade empática, muito controlador.
É verdade que as estatísticas refletem que um alto índice de abusadores psicológicos procedente de lares onde foram educados sob modelos de relação baseados nos maus-tratos e no controle, e também que o uso e abuso do álcool favorecem a aparição deste padrão de conduta. Entretanto, essas são variáveis que explicam apenas parcialmente um padrão de comportamento tóxico, já que em última instância todos somos livres para escolher como queremos ser e que tipo de relações queremos construir.

Insisto em que as circunstâncias influem, mas não determinam, logo nada justifica os maus-tratos contra outros, ainda que eles mesmos tenham sido vítimas.

Disponível: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/30/ciencia/1490879725_914376.html

 

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Poluição gerada pelas fábricas mata mais de 100.000 chineses por ano

Estudo calcula pela primeira vez o impacto do comércio internacional sobre a saúde dos cidadãos 

Um menino corre perto de uma central térmica de carvão em Pequim (China). Getty Images / EPV


Comprar produtos feitos na China sai muito barato para moradores dos países ricos e terrivelmente caro para os chineses. A enorme poluição atmosférica gerada pela indústria chinesa, e deslocada pelo vento, está associada a mais de 3.100 mortes prematuras por ano na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, de acordo com um novo estudo internacional. No entanto, o consumo voraz de produtos chineses na UE e nos EUA está ligado a cerca de quase 110.000 mortes prematuras por ano na China pela poluição do ar causada pela produção. Os moradores dos países ricos têm computadores, celulares e brinquedos baratos, e as multinacionais ganham mais dinheiro, mas em troca de centenas de milhares de mortes prematuras na China.

O novo estudo, liderado pelo economista Dabo Guan, é o primeiro a calcular os impactos na saúde transfronteiriça do comércio internacional e da poluição atmosférica deslocada. O trabalho, publicado na quarta-feira na revista Nature, utiliza dados de poluição por partículas finas (PM2,5), tomados em 2007 em todo o mundo. Essas partículas, com menos de 2,5 milésimos de milímetro, penetram no mais profundo dos pulmões, os alvéolos, e podem atingir a corrente sanguínea, provocando doenças respiratórias e cardiovasculares.

Dos 3,45 milhões de mortes prematuras relacionadas com esse tipo de poluição naquele ano, cerca de 12% (411.000) estavam relacionadas com poluentes atmosféricos emitidos em outra região do planeta. E os autores vinculam 22% das mortes (762.400) à produção de bens e serviços em uma região para serem consumidos em outra.

“Algumas regiões consomem enquanto outras produzem e sofrem os efeitos na saúde”, lamenta o economista Dabo Guan
“Algumas regiões consomem enquanto outras produzem e sofrem os efeitos na saúde”, lamentou em uma conferência de imprensa Guan, pesquisador da Universidade de East Anglia, em Norwich (Reino Unido). A cada milhão de consumidores na Europa Ocidental há 416 mortes associadas à poluição PM2,5 em outras regiões do mundo, de acordo com o estudo. O número dessas mortes diminui para 339 por milhão de consumidores nos EUA. No trabalho participaram cerca de vinte cientistas de importantes instituições da China e dos EUA, como o California Institute of Technology e as universidades de Princeton e Pequim.

“Se o preço dos produtos importados é baixo porque nas regiões de produção as leis contra a poluição são menos rigorosas, então a poupança dos consumidores poderia estar sendo gerada às custas de vidas perdidas em outras regiões”, dizem abertamente os autores na revista Nature. Estudos anteriores calculam que, no mundo, 90% das mortes prematuras devido à poluição atmosférica são causadas pela PM2,5.

“Nosso estudo calcula até que ponto a poluição do ar é um problema global em uma economia global”, explica Qiang Zhang, pesquisador especialista em química atmosférica da Universidade Qinghua, em Pequim pesquisador. “Os países desenvolvidos deveriam incentivar o consumo responsável para mitigar os efeitos negativos sobre o meio ambiente. E os países em desenvolvimento deveriam melhorar a eficiência de suas economias para reduzir as emissões locais”, propõe Zhang.
O físico Julio Díaz, autor de numerosos estudos sobre a poluição na Espanha, aplaude o novo estudo, mas alerta sobre suas “limitações próprias de um trabalho global”. A pesquisa conduzida por Guan, como destaca Díaz não calculou a dose de poluição necessária para provocar efeitos sobre a saúde em cada região, por exemplo, dependendo das diferentes pirâmides de população. O estudo de Guan extrapola através de estudos anteriores. “Não deixa de ser um modelo informático aproximado de emissões e de carga de doença”, adverte Diaz.

Disponível: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/29/ciencia/1490806329_742990.html

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A pluralidade dos biomas preservados pelo ICMBio

Considerado o país com a maior biodiversidade do planeta, o Brasil conta com o apoio das unidades de conservação federais para manter o seu rico patrimônio ecológico


Publicado: Quarta, 22 de Março de 2017, 18h20
Foto: Acervo ICMBio

Lorene Lima
lorene.cunha@icmbio.gov.br

Brasília (22/03/2017) – Compostos por fauna e flora singulares, características físicas, climáticas, geográficas e litológicas (das rochas) importantes para o ecossistema, os seis biomas brasileiros – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal – renderam ao Brasil o título de país com a maior biodiversidade do planeta.

Para proteger e conservar esses ambientes tão diversos, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atua nas 327 unidades de conservação (UCs) federais espalhadas por todos esses biomas, apresentando e editando normas e padrões de gestão das UCs, propondo a criação, regularização fundiária e apoiando a implementação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Cada bioma guarda um vasto patrimônio ecológico, que o ICMBio ajuda a preservar por meio da gestão das unidades de conservação, divididas entre os grupos de proteção integral e de uso sustentável. Cabe às UCs o papel de proteger os habitats e ecossistemas, atuando para manter a preservação das especificidades de cada uma dessas áreas naturais.

AMAZÔNIA

Detentora de 49,29% do território brasileiro, a Amazônia é hoje o maior bioma do mundo, que abrange nove países (Brasil, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana Francesa e Suriname). Entre as UCs que compõem esse conjunto de riquezas naturais temos a Floresta Nacional (Flona) do Tapajós. Criada em 1974, a Flona está localizada às margens do Rio Tapajós, na região do estado do Pará. De acordo com José Risonei, gestor da UC, “essa é a Floresta Nacional que mais abriga pesquisa científica no país”. Risonei comenta, ainda, que a cobertura florestal preservada, o Rio Tapajós com suas águas verdes e mornas, e a enorme beleza cênica da região tornaram a Flona uma das unidades de conservação mais visitadas na região norte do Brasil.

CAATINGA

Único bioma exclusivo do Brasil, a Caatinga possui uma biodiversidade também restrita, isso porque parte de sua variedade biológica não é encontrada em nenhum lugar do mundo, o que torna o trabalho em busca da conservação da região algo primordial. Faz parte desse bioma a Estação Ecológica (Esec) Raso da Catarina, que protege mais de 100 mil hectares da Caatinga. José Tiago dos Santos, gestor da UC, conta que essa é uma das poucas porções contínuas do bioma na região. Na Esec, que fica localizada nos municípios baianos de Paulo Afonso, Jeremoabo e Rodelas, podem ser encontradas algumas espécies ameaçadas de extinção, como a arara-azul-de-Lear e a onça-parda. “Todo esse patrimônio é defendido de pressões, principalmente da caça e tráfico de animais silvestres, com o esforço da equipe e de alguns parceiros, como a Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal”, explica.

CERRADO

Segundo maior bioma da América do Sul, o Cerrado é a região que possui a vegetação de savana mais rica do mundo. O bioma é composto por inúmeras espécies de plantas nativas e diversas espécies endêmicas de animais. De todos os biomas brasileiros, esse é o que mais sofre com a ação humana e um dos motivos é que apenas uma parcela de seu território é protegido por UCs.

Fernando Tatagiba, gestor do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, explica que na atual realidade, com as altas taxas de devastação do Cerrado, gerando perda e fragmentação acelerada de habitat, o parque se torna fundamental para a manutenção da vida na região.

De acordo com Tatagiba, a unidade de conservação, localizada nos municípios de Alto Paraíso de Goiás (GO) e Cavalcante (GO), é palco de centenas de pesquisas científicas. Outro dado bastante representativo é que o crescente número de visitantes tem contribuído de forma importante para a disseminação de conhecimento, bem-estar humano e desenvolvimento econômico na região. “Por sua riqueza, diversidade e representatividade de paisagens e ecossistemas, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é reconhecido como Patrimônio Natural Mundial, juntamente ao Parque Nacional das Emas (GO), o que muito nos honra e aumenta a responsabilidade da sociedade como um todo, na valorização e conservação desta joia da natureza”, ressaltou o gestor.

Fotos: Acervo ICMBio

MATA ATLÂNTICA


O bioma mais rico em biodiversidade é também o mais ameaçado do planeta. A principal parte dos remanescentes da vegetação nativa da Mata Atlântica ainda se mostra vulnerável às ações humanas, o que ocorre desde a chegada dos portugueses ao Brasil. Como aliada na conservação desse bioma, a Floresta Nacional de Ipanema foi criada em 1992. Localizada a 120 km da cidade de São Paulo, a UC está em uma área de tensão ecológica, entre Cerrado e Mata Atlântica. Proteger, conservar e restaurar os remanescentes do bioma é uma das importantes missões da unidade de conservação.

O responsável pela gestão da área protegida, Rafael Costa, conta que a Flona abriga um dos mais importantes patrimônios históricos brasileiros, formado por sítios arqueológicos que remontam aos primórdios da ocupação do território nacional pelo homem europeu, além de testemunhos da história da industrialização nacional e de fatos ligados à definição do Brasil como nação.

Segundo Rafael, a UC “apresenta uma rica biodiversidade regional, composta por 539 espécies de vertebrados, onde atualmente encontram-se cerca de 36 espécies que merecem atenção quanto ao seu estado de conservação, inclusive espécies animais e vegetais de ocorrência regional exclusiva”.

PAMPA

Um dos biomas de áreas de campo em clima temperado mais importantes do mundo, o Pampa é restrito ao estado do Rio Grande do Sul, ocupa 63% do território gaúcho, apresentando ecossistema diverso, com espécies endêmicas, como o sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus atroluteus). A Área de Proteção Ambiental (APA) de Ibirapuitã é a única unidade de conservação federal desse bioma. Raul Coelho, gestor da UC, diz que Ibirapuitã protege parte dos 43% dos remanescentes campestres que existiam no sul, principalmente perdidos na conversão para áreas de agricultura e silvicultura.

Sobre a importância da unidade para a região, o gestor explica que “a APA foi criada com o intuito de conservar os remanescentes da mata aluvial e os recursos hídricos; melhorar a qualidade de vida das populações residentes; proteger as espécies ameaçadas de extinção; preservar a cultura e a tradição do gaúcho da fronteira, além de fomentar o turismo ecológico, a educação e a pesquisa científica”.

PANTANAL

É uma das maiores extensões úmidas contínuas do mundo, com grande potencial cênico e rica biodiversidade. O Pantanal mantém boa parte da sua cobertura vegetal nativa, o que, segundo pesquisadores, pode ser o motivo da permanência de espécies que em outros biomas já estão em extinção. O bioma conta com expressiva presença de comunidades tradicionais, como os povos indígenas e quilombolas, que no decorrer dos anos ajudaram a difundir a cultura pantaneira.

Nuno Silva, responsável por gerir o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, conta que a UC desempenha uma função fundamental na conservação das populações de peixes, pois apresenta alta diversidade de habitats para o crescimento, alimentação e reprodução das espécies, servindo como um repositório de recursos pesqueiros para o sistema pantaneiro. ''No Parque Nacional do Pantanal Matogrossense são encontradas 70% das espécies de peixes existentes no Bioma Pantanal”, comenta. O parque é considerado uma das regiões mais importantes do mundo para as aves aquáticas. A relevância da unidade de conservação é reconhecida internacionalmente, tendo sido designado Sítio Ramsar pela Convenção sobre Áreas Úmidas, a Convenção Ramsar, e Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Campanha da Fraternidade 2017

A Campanha da Fraternidade, realizada todos os anos pela Igreja Católica no Brasil, traz em 2017 o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, tendo como lema “Cultivar e guardar a Criação”. A campanha aborda os seis biomas brasileiros, suas características e significados, desafios e as principais iniciativas já existentes na defesa da biodiversidade e da cultura dos povos originários.

Entre as ações propostas está o aprofundamento de estudos e debates nas escolas públicas e privadas sobre o tema. Além disso, a campanha chama a atenção para a necessidade de a população defender o desmatamento zero para todos os biomas e suas composições florestais.


Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280

Disponível: http://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/8797-a-pluralidade-dos-biomas-preservados-pelo-icmbio
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Programa de parcerias público-privadas avança

ICMBio divulga resultado da seleção de consultorias para estudos de viabilidade econômica em mais 4 UCs. Etapa precede concessões de serviços de apoio à visitação

Publicado: Quarta, 29 de Março de 2017, 16h57                               ICMBIO
 
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Elmano Augusto
elmano.cordeiro@icmbi.gov.br

Brasília (29/03/2017) – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) acaba de divulgar o resultado do processo seletivo de consultorias no âmbito do programa Parcerias Ambientais Público-Privadas (PAPP). As consultorias, dirigidas a quatro unidades de conservação (UCs), visam promover estudos de viabilidade econômica para subsidiar ações de gestão e futuras concessões de serviços de apoio à visitação.

Para a Reserva Extrativista (Resex) do Rio Unini (AM), foi escolhida a Fundação Vitória Amazônia (FVA); para a Área de Proteção Ambiental (APA) da Costa dos Corais (AL), a Plantuc - Projetos Socioambientais; e para as florestas nacionais (Flona) de Canela (RS) e de São Francisco de Paula (RS), a Natureza Urbana/Felsberg.

No caso da Resex do Rio Unini, a consultoria deve avaliar a delegação de serviços de concessões de uso, especialmente da pesca esportiva, e a reversão de parte dos recursos que vierem a ser arrecadados com essa atividade para as populações beneficiárias da unidade.

Na APA, será realizado, entre outras coisas, estudo de mercado que identifique, sobretudo, alternativas de ordenamento das atividades de visitação, de modo a diminuir a pressão sobre o principal atrativo do local, que é o passeio às piscinas naturais.

Já no caso das Flonas de Canela e São Francisco de Paula, os consultores deverão fazer levantamento das possibilidades de aplicação dos instrumentos jurídicos identificados em estudos anteriores sobre uso público, com vistas a tornar mais eficiente a gestão da visitação nas UCs.

O processo seletivo foi conduzido por comissão criada pelo ICMBio, tendo como órgão executor o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam).

O PAPP é um programa conjunto do Ministério do Meio Ambiente e ICMBio. Tem o objetivo de formular e fomentar parcerias ou alianças ambientais público-privadas para o aproveitamento sustentável das potencialidades econômicas das UCs.

A ideia é melhorar a gestão e a conservação da biodiversidade e gerar benefícios sociais e econômicos para moradores do entorno das unidades. O programa conta com apoio financeiro do Fondo Multilateral de Inversiones (Fomin), Banco Interamericano, Fundo Socioambiental (FSA) e Caixa Econômica Federal.

. Matéria relacionada: Prorrogadas inscrições para estudos de viabilidade  
. Saiba mais sobre concessões de serviços de uso público nas UCs, clicando aqui.

Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280
Disponível: http://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/8808-sai-resultado-de-selecao-do-papp-em-4-ucs
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Seca prolongada no Nordeste desperta interesse por dessalinização

30/03/2017
A escassez de água, em decorrência da seca que já dura cinco anos no Nordeste, despertou o interesse de empresas e governos para soluções de tecnologia que promovam a dessalinização da água do mar.

No último dia 13, o governo do Ceará lançou edital para contratar empresa responsável pela elaboração de uma planta de dessalinização na região metropolitana de Fortaleza, com capacidade para gerar 1 metro cúbico por segundo (m³/s) de água potável para a rede de abastecimento. Esse volume equivale a cerca de 15% do consumo de Fortaleza.

Desde 2016, os 17 municípios da região, nos quais moram quase metade da população cearense, são submetidos a uma tarifa de contingência para economizar água.

De acordo com o diretor da Região Nordeste, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), Francisco Vieira Paiva, “a dessalinização faz parte de um contexto mundial. A indústria usa a dessalinização para processos industriais. Com relação ao consumo humano, países semelhantes ao Brasil, com regiões [climáticas parecidas com as do] Nordeste, têm experimentado essa tecnologia, porque é uma forma de minimizar o impacto às populações. No Ceará, isso salvaguardaria nossos açudes”, explicou.
Saiba Mais

    Dificuldades hídricas são reflexo de condições naturais do Nordeste
    Com chuvas de fevereiro, intensidade da seca é amenizada no Nordeste

O assunto foi tema de simpósio da Abes, na última semana, em Fortaleza. Oportunidade em que alguns especialistas nacionais falaram sobre os impactos das tecnologias de dessalinização na matriz hídrica do país e também sobre reúso das águas.

Embora seja uma realidade em outros países, como Israel e Arábia Saudita, a dessalinização ainda está em seus primeiros passos no Brasil. Fernando de Noronha (PE) é o exemplo pioneiro de alcance público: possui uma usina de dessalinização para consumo humano que apoia o sistema de abastecimento da ilha, especialmente nos períodos de estiagem. O distrito estadual possui apenas um açude, o Xaréu, além de poços.

Outras experiências são de iniciativa privada, especialmente industrial. Sérgio Hilsdorf, gerente de aplicações e processos da empresa Veolia, dá o exemplo de uma usina termelétrica que será implantada em Sergipe, que vai utilizar água dessalinizada em seus processos. Ele considera prioritário o uso das tecnologias de dessalinização para atender o consumo humano.

Ele afirmou que “a água dessalinizada pode ser utilizada na indústria, mas grandes plantas foram construídas com o objetivo de fornecer água potável para a população das cidades litorâneas com problemas crônicos de falta de chuva. Considero que lançar mão de uma técnica que não é barata, deveria ser para uso nobre, que é o uso potável”.

Segundo o diretor da Abes no Nordeste, o uso de água dessalinizada para abastecimento de cidades já era debatido no Ceará 15 anos atrás. Mas, à época, não havia políticas públicas para abranger a inovação. Apesar de a ideia apenas agora começar a tomar contornos reais, Paiva considera que o momento é ideal.

“Acredita-se, sempre, que até dia 19 de março [dia de São José, padroeiro do Ceará] vai chover, mas vemos que a realidade não é mais essa. A população, as indústrias e o consumo aumentam. De alguma forma, à adesão a esta nova tendência está atrasada, mas sempre é o momento para começar”, lembrou ele.




Fonte: Agência Brasil
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5 parques para conhecer a Bahia

A Bahia é um Estado privilegiado quando o assunto é biodiversidade: nele estão cenários de três biomas diferentes. No extremo sul, é reconhecido pela sua importância na preservação da Mata Atlântica remanescente. Ao norte, a aridez da Caatinga mostra suas cores e formas. No interior, em direção às fronteiras com Tocantins, Piauí e Goiás, o Cerrado se faz presente. Isso sem mencionar o bioma marinho e costeiro que se estende por todo o litoral do estado.

Para proteger toda essa diversidade e esse patrimônio natural vêm as Unidades de Conservação. De acordo com o CNUC (Cadastro Nacional de Unidades de Conservação), na Bahia existem 200 unidades, 15 das quais são parques. O WikiParques selecionou cinco parques para quem quiser conhecer um pouco da vasta riqueza natural baiana:

Parque Nacional da Chapada Diamantina

Vista parcial do Vale do Pati, no Parque Nacional da Chapada Diamantina. Foto: MAF Papi
Vista parcial do Vale do Pati, no Parque Nacional da Chapada Diamantina. Foto: MAF Papi

Criado em 1985, o parque abriga uma das paisagens naturais mais icônicas do país. Os platôs, vales e cachoeiras da Chapada Diamantina compõem o cenário que se estende por mais de 150 mil hectares no interior da Bahia. A predominante Caatinga se mescla com um pouco do Cerrado na Chapada Diamantina, que está numa zona de transição entre os biomas. A mistura aumenta ainda mais a riqueza e biodiversidade do parque, localizado a 425 quilômetros de Salvador.

Parque Nacional Marinho dos Abrolhos

Registro de uma tartaruga nas águas do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. Foto Sabrina de Saturno
Registro de uma tartaruga nas águas do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. Foto Sabrina de Saturno

O parque marinho equivale a uma área mais de 90 mil hectares em pleno alto mar. Para chegar às cinco ilhas que compõe o parque, é preciso pegar um barco em Caravelas, cidade no litoral sul baiano. A travessia de 260 quilômetros a partir de Porto Seguro vale a pena. Abrolhos é uma local privilegiado quem quer ver de perto as belezas da vida marinha. Para quem prefere ficar com a cabeça acima d’água, de julho a novembro é possível ver o espetáculo das baleias jubartes.

Parque Nacional do Descobrimento

Falésias no Parque Nacional do Descobrimento. Foto Izabel Reigada
Falésias no Parque Nacional do Descobrimento. Foto Izabel Reigada

O Parque Nacional do Descobrimento está entre as unidades de conservação  da Bahia que compõem as Reservas de Mata Atlântica da Costa do Descobrimento, território reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial Natural. Criada apenas em 2012, a unidade possui mais de 22 mil hectares de extensão que protegem uma rica diversidade de fauna e flora. Destaque para presença de aves endêmicas e ameaçadas de extinção como o mutum-do-sudeste (Crax blumenbachii) e o pica-pau-de-coleira-do-sudeste (Celeus torquatus tinnunculus). Localizada no extremo sul do estado, o parque está a cerca de 180 quilômetros de Porto Seguro.

Parque Estadual da Serra do Conduru

Registro do Parque Estadual da Serra do Conduru. Foto Pedro da Cunha e Menezes
Registro do Parque Estadual da Serra do Conduru. Foto Pedro da Cunha e Menezes

O Parque Estadual da Serra do Conduru é uma área de relevante valor para conservação. Seus quase 10 mil hectares de extensão apresentam uma rica biodiversidade, com cerca de 458 espécies arbóreas por hectare. Criado em 1997, o parque representa um importante bloco florestal de Mata Atlântica remanescente no nordeste, com altos níveis de endemismo de espécies de fauna e flora. O parque está a menos de 300 quilômetros de distância de Salvador.

Parque Nacional do Alto Cariri

Montanhas no Parque Nacional do Alto Cariri. Foto Marcelino Dias
Montanhas no Parque Nacional do Alto Cariri. Foto Marcelino Dias

Apesar de também localizado no extremo sul da Bahia, num importante reduto de Mata Atlântica, o Parque Nacional do Alto Cariri está longe do litoral. Serra acima, os 19 mil hectares de extensão abrigam cumes com mais de 1.000 metros de altitude. Criada em 2010, a unidade é o lar de espécies ameaçadas de extinção, como o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus), o maior primata das Américas. O parque está a aproximadamente 150 quilômetros de distância de Porto Seguro.

Disponível: http://www.wikiparques.org/5-parques-para-conhecer-na-bahia/
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Projeto Circula Beco realiza atividades em Tanquinho

Este projeto é uma extensão das ações promovidas pelo movimento “O Beco é Nosso”, responsável pela principal intervenção urbana promovida na Bahia nos últimos anos. 

sexta-feira, 31 de março de 2017 12:51 
Calila Noticias



O projeto ‘Circula Beco’ está realizando diversas atividades em Tanquinho, dentre elas oficinas gratuitas de Pulverografia e Grafitti. O evento teve início na manhã de quinta-feira,30, e se encerrará no próximo domingo (02/04).

As apresentações musicais estão agendadas para o domingo (2), a partir das 10h, no Parque Santo Antônio, mesmo espaço onde está acontecendo as oficinas de arte. O reggaeman Gilsam, os cantores Venus Carvalho e Marcos Heyna (do projeto Baianíssimos) e Arani vão animar o público.
Para o prefeito Luedson Soares (PTN), a realização do ‘Circula Beco’ é de grande importância para a população da cidade, pois ajuda a incentivar e fazer com que os jovens e adultos desenvolvam e mostrem os seus talentos artísticos.



Também haverá exposições de diversas tendências das artes plásticas e do artesanato produzido no Portal do Sertão. Teremos ainda a apresentação do grupo de capoeira Cadenciante.
Este projeto é uma extensão das ações promovidas pelo movimento “O Beco é Nosso”, responsável pela principal intervenção urbana promovida na Bahia nos últimos anos, realizada no Beco da Energia, em Feira de Santana, desde julho de 2015.

O Circula Beco tem o apoio da Prefeitura Municipal de Tanquinho e da Secretaria de Educação e Cultura. Todas as atividades do projeto são financiadas pelo Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Secretaria de Cultura e do Governo do Estado da Bahia.

Para a Secretária de Educação e Cultura Glória Marluce Lima, a realização do evento é muito importante pois além de embelezar a cidade com as grafitagens, traz a cultura para próximo da população, envolvendo principalmente os jovens.

O projeto abre ainda a oportunidade para artistas local, a exemplo do Grupo Musical Arani que é da cidade e além de receber um incentivo financeiro, terá o seu trabalho divulgado em outras edições do ‘Circula Beco’ nas cidades que pertencem ao Portal do Sertão.

Disponível: http://www.calilanoticias.com/2017/03/projeto-circula-beco-realiza-atividades-em-tanquinho.html
ASCOM – Prefeitura Municipal de Tanquinho
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Mesmo na seca, agricultor de Ipirá passa de 140 para 300 litros de leite por dia com a assistência técnica do Adapta Sertão


Da redação do VR14
Jorge Henrique, Joyres Lima e Carol Soares
 
O agricultor José Antônio, proprietário da fazenda Santo Antônio, localizada nas proximidades  do povoado João Velho, município de Ipirá, aumentou sua produção em 110%  durante 16 meses que vem recebendo a assistência técnica do  Projeto Adapta Sertão.
O aumento da produção de leite, contraria a média da região, onde a maioria dos produtores vem tendo dificuldades para alimentar seus animais,  devido a longa estiagem que atinge a Bahia e já é considerada a maior dos últimos 100 anos.
José, recebe mensalmente a visita do técnico do Adapta Sertão, Jocivaldo Basto,  que também é ipirasene, o qual compartilha com ele novos conhecimentos e tecnologias que vem proporcionando o aumento da produção como uma alimentação balanceada para as vacas, melhora no manejo e na estrutura física da propriedade e também a gestão financeira da fazenda, além do incentivo do  plantio da palma adensada, principal alimento dos animais neste período de seca.
 
"Eu tirava cerca de 140 litros de leite por dia, hoje com as mudanças que eu fiz, de manejo, de horário de alimentação, cheguei a tirar 300 litros, isso em apenas poucos meses de mudanças, e quero continuar assim crescendo e aumentado cada vez mais. Minha meta agora é chegar nos 400 litros, e com a ajuda do projeto vai ser possível" Disse José Antônio.
As ações de assistência técnica desenvolvidas pelo Adapta Sertão atendem atualmente 50 produtores, nos municípios de Ipirá, Pé de Serra, Capela do Alto Alegre, Mairi, Capim Grosso, Pintadas e Baixa Grande, tendo como objetivo a implementação do MAIS (Módulo Agroclimático Inteligente e Sustentável), que é dividido em MAIS Leite, MAIS Cordeiro, MAIS poli cultivo e MAIS Pasto com Caatinga. 
O Projeto busca sempre transformar o produtor familiar em um micro empreendedor rural, auxiliando-o no acesso de políticas públicas e programas de governo, a partir de uma experiência construída de baixo para cima, por instituições locais que representam os interesses das famílias produtoras. Além de colocar a disposição da agricultura familiar os recursos de pesquisas científicas e a alocação de recursos técnicos, financeiros e humanos.
Segundo o coordenador do MAIS Leite, o médico veterinário Igor Cezar, o projeto busca tornar os produtores e produtoras resilientes as mudanças climáticas. 
“A gente entende como resiliência climática, que o produtor deve ter segurança hídrica e alimentar, um rebanho estruturado, e ganhando dinheiro. Tudo isso baseado em um componente climático, ou seja, a gente precisa preservar o meio ambiente e recuperar a Caatinga, porque senão a gente não vai conseguir sobreviver as grandes mudanças climáticas que ainda estão por vir ” Disse igor.

A equipe de Agência de Comunicação, VR14 produziu uma matéria em vídeo que será veiculada também na TVE Bahia

Adapta Sertão
O Adapta Sertão é uma coalizão de organizações que atua no semiárido Brasileiro buscando viabilizar estratégias e tecnologias sociais para adaptação a mudança climática da agricultura familiar.    Tem como foco de atuação inicial o interior da Bahia, especificamente, o Território Identidade Bacia Jacuípe e municípios vizinhos.
O Adapta Sertão promove o cooperativismo como forma de desenvolvimento local e aposta no empreendedorismo para fazer frente aos desafios. Sua estratégia começa pela estruturação das propriedades rurais a partir do Modulo Agroecológico Inteligente e Sustentável (MAIS), que foi cuidadosamente desenhado a partir de experimentação e observação prática visando permitir às famílias agricultoras continuar a produzir alimentos também durante as secas anuais ou no caso de uma estiagem prolongada.

O acesso ao crédito, o beneficiamento e processamento adequado dos produtos, o estímulo a comercialização são as outras vertentes trabalhadas no modelo proposto.

Depois de muita pesquisa, experimentação de campo e visitas técnicas nas unidades demonstrativas de agricultores baianos com vários níveis de desenvolvimento e inovação, o Adapta Sertão desenvolveu o MAIS. O MAIS surge de uma reflexão profunda para incluir o novo cenário climático no planejamento da produção agrícola e pecuária da região semiárida. De fato, cada bioma brasileiro está sendo afetado por uma mudança, seja falta ou excesso de chuva, que precisa de tecnologias e estratégias inovadoras de adaptação. 

O MAIS nesta perspectiva é um sistema pioneiro, pois olha à mudança do clima como oportunidade para fortalecer o cooperativismo, a pecuária e a agricultura regional.



 
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Municípios mineiros questionam exploração público-privada de suas águas

Por Gabriela Machado André                             Fonte: O ECO
Fotos da manifestação realizada em Caxambu no início de março. Divulgação ONG Nova Cambuquira.

Fotos da manifestação realizada em Caxambu no início de março. Divulgação ONG Nova Cambuquira.

Em fevereiro foi aberta a consulta pública para o edital da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), que visa consolidar uma parceria público-privada para a comercialização das águas minerais de Caxambu e Cambuquira, municípios integrantes do Circuito das Águas do Sul de Minas Gerais, reconhecidos internacionalmente pelo valor terapêutico de suas fontes.

O edital foi recebido com insegurança pela população local e colocou em evidência um assunto ainda mal resolvido no país: o gerenciamento de um recurso essencial à vida e cada vez mais vulnerável à superexploração.

Título de “Comunidade Azul” em risco

Segundo relatou Ana Paula Lemes de Souza, atual tesoureira e ex-presidente da ONG Nova Cambuquira, organização que luta a favor da preservação das águas minerais, a notícia sobre o edital foi comunicada no mesmo período em que Cambuquira e a Universidade Federal de Lavras recebiam dois seminários sobre a gestão da água como bem público, tendo como principais palestrantes, pesquisadores suíços da Universidade de Berna e da organização Movement of Citizenship Waters.

Momento em que o título de "Comunidade Azul" é entregue pela presidente do Conselho dos Canadenses, Maude Barlow. Estão presentes na foto a ex-presidente e atual tesoureira da ONG Nova Cambuquira, Ana Paula Lemes (abaixada, à esquerda) e o promotor de justiça Bergson Guimarães, de terno e gravata, à direta da Maude Barlow, que segura a placa destinada à cidade. Foto: Sylvio Britto / Jornal O Encontro.
Momento em que o título de "Comunidade Azul" é entregue pela presidente do Conselho dos Canadenses, Maude Barlow. 

Estão presentes na foto a ex-presidente e atual tesoureira da ONG Nova Cambuquira, Ana Paula Lemes de Souza (abaixada, à esquerda) e o promotor de justiça Bergson Guimarães, de terno e gravata, à direta da Maude Barlow, que segura a placa destinada à cidade. Foto: Sylvio Britto / Jornal O Encontro.

O anúncio teve muita repercussão não apenas pela coincidência com os seminários, mas também por Cambuquira ter recebido em 2014 o certificado de “Comunidade Azul”, título concedido pelo órgão canadense “Conselho dos Canadenses”, a municípios que seguem diretrizes humanitárias na gestão pública de suas águas.

A pedido da ONG Nova Cambuquira, a presidente do Conselho dos Canadenses, Maude Barlow -- que também é ex-conselheira da Assembleia Geral da ONU -- enviou no dia 2 de março uma carta ao governador Fernando Pimentel (PT-MG) questionando o edital e defendendo a manutenção das águas locais como um ”bem público sob controle público”.

Na carta, ela também cita o dado divulgado em um relatório da ONU que revela que, em menos de uma década, a demanda global por água vai superar a oferta em 40%.

Segundo a tesoureira Ana Paula, outra carta foi redigida nesse período, mas pela equipe da ONG, e enviada à Codemig. O objetivo foi comunicar a insatisfação da comunidade quanto à iminente perda do título de “Comunidade Azul” e os riscos que uma gestão não-participativa poderiam trazer para o meio ambiente e a cultura da região.

“Colocar as fontes sob gestão de parceria público-privada fará com que Cambuquira perca o reconhecimento internacional e o controle de sua água, que passa a ser um bem gerido pelas empresas que querem somente o lucro e não se preocupam com a preservação”.

Ela também conta que a organização é a favor da reclassificação legal da água, de bem mineral (conforme ainda consta hoje na legislação) para recurso hídrico, e da revitalização do turismo nas estâncias hidrominerais por meio de soluções como a disseminação do uso terapêutico ou “crenoterápico”(tratamentos feitos com base no uso de águas minerais) das águas: “Se assim for estabelecido, haverá limitações exploratórias, justamente pelo entendimento de que a água é um bem social, necessário à sobrevivência do homem. Uma outra ideia seria a retomada de uma Comissão das Águas, voltando a valorizá-las enquanto um bem medicinal, com tratamento pelo SUS.”
 
Proposta sob impasse

No dia 4 de março, houve uma manifestação nas ruas de Caxambu, organizada pela Associação Amigos do Parque (Ampara) e a ONG RenovaMata, com a participação da ONG Nova Cambuquira, parceiros locais, ativistas e moradores da região. “Temos força popular e união. Até a Câmara de Vereadores, por meio de todos os vereadores, se posicionou contra, oficialmente, perante a Codemig”, disse Ana Paula.  Além da Câmara de Cambuquira, os vereadores de Caxambu também são contra a forma como o edital foi feito.

Como reflexo dos protestos, no dia 9 de março, a Promotoria de Justiça de Cambuquira lançou uma medida cautelar onde foi requerida a suspensão imediata da consulta pública, e o caso atualmente aguarda a resposta do Juiz Federal.

otos da manifestação realizada em Caxambu no início de março. Foto: Divulgação ONG Nova Cambuquira.
Fotos da manifestação realizada em Caxambu no início de março. Imagem: Divulgação ONG Nova Cambuquira.

Perguntados sobre o movimento contrário ao edital, a Codemig, através de sua assessoria de comunicação, afirmou que a empresa ainda não foi questionada judicialmente sobre o assunto e reforça que não houve abertura de edital para licitação, mas apenas uma consulta pública prévia.
“A futura licitação procura estabelecer uma parceria produtiva com sócio apto a assegurar a execução do serviço com qualidade, em benefício de Minas Gerais e dos mineiros”, afirmou. A assessoria também esclareceu que as fontes nas quais o acesso ao público já é liberado, permanecerão sem alterações.

O prefeito de Caxambu, Diogo Curi (PSDB), afirmou que o poder executivo municipal não é contrário à exploração das águas minerais, “porém desde que seja feita com responsabilidade, respeitando a vazão natural das águas e sem bombeamento, para não afetar a nascente”, afirmou. Ainda segundo o prefeito, a exploração deveria se limitar a parte da “vazão da fonte, com muita cautela, para que nosso patrimônio seja preservado para as futuras gerações.”

O caso de São Lourenço

Até 2015, a exploração nas fontes de Cambuquira e Caxambu eram feitas por uma subsidiária da empresa estatal Copasa, e agora a ideia é implementar um sistema que remete ao aplicado no município de São Lourenço, onde o parque de águas é explorado em regime de concessão privada desde 1994, pelo grupo Perrier/Nestlé.

“São Lourenço é o triste exemplo do que não pretendemos seguir”, completa Ana Paula, em referência às denúncias de superexploração e falta de transparência que a Nestlé sofreu no final da década de 90.

Na época, ativistas da associação de São Lourenço, Amar’Água, e integrantes do Ministério Público de Minas, como o promotor de justiça Bergson Cardoso Guimarães, da Coordenadoria Regional, em Lavras - também envolvido no processo atual com a Codemig - trabalharam juntos para levar à frente acusações como a do incremento da capacidade de engarrafamento da fonte Primavera.

Segundo consta no registro histórico feito pela Amar’Água, desde que a Nestlé iniciou a exploração na fonte Primavera, a vazão subiu de uma média de 8 mil litros/ hora para 24.910 litros/hora, e houve a desmineralização artificial das águas para a padronização de seu sabor - o que resultou na diminuição da quantidade dos minerais em fontes vizinhas e o rebaixamento do terreno próximo à lavra.

A exploração da fonte Primavera foi proibida em 2002 e seu subproduto, a água Pure Life, foi retirada do mercado. Atualmente, temas como a falta de um estudo hidrogeológico aprofundado para determinar a capacidade de reposição dos aquíferos (feito pela última vez em 1997), a confidencialidade nos números de exploração pela Nestlé e a ocupação urbana desordenada em São Lourenço, resultando na impermeabilização de áreas de recarga dos lençóis freáticos e a captação em poços ilegais; preocupam os envolvidos no conflito.

Soluções paliativas para um problema sistêmico

O promotor Bergson Guimarães trabalhou para que a medida cautelar de paralisação da consulta pública fosse lançada. Foto: Divulgação.
O promotor Bergson Guimarães trabalhou para que a medida cautelar de paralisação da consulta pública fosse lançada. Foto: Divulgação.

O promotor Bergson coordena atualmente 79 promotorias de Justiça do Meio Ambiente no estado de Minas e explica que uma solução prática adotada em São Lourenço foi o pedido de tombamento do parque, para que este se torne um patrimônio sociocultural e a prestação de contas também seja feita ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).

O pedido foi aberto em 2013, e apenas recentemente começou a ser estudado. Segundo Bergson, é importante que a medida seja efetivada mesmo tendo caráter paliativo, já que o Iepha não possui ingerência direta sobre as questões de vazão e controle da exploração. “As fontes e parques gravados como patrimônio cultural ganham proteção também como bens de interesse sociocultural. Nesse caso, para se fazer uma alteração em alguma fonte, haverá que se ter o posicionamento de mais forças. ”

O promotor comenta ainda que os órgãos responsáveis pelas fontes do estado não conseguem efetuar um controle eficaz da exploração: “O DNPM só tem três técnicos para fiscalização em Minas Gerais. O problema da Supram - Sul de Minas [órgão ambiental do Estado que realiza o EIA/RIMA para as concessões de lavra], assim como o de outras regiões, é que o sistema se apresenta ainda muito refém do poder econômico e das entidades industriais que, direta ou indiretamente, dominam os conselhos. Os servidores ganham mal e trabalham com pouca estrutura. Dessa forma é impossível a análise devida de cada empreendimento”.

O promotor também é autor do livro “Direitos coletivos ambientais e a exploração (in)sustentável das águas minerais”, lançado em 2009. Oito anos após a produção do livro, ele confirma a relevância e urgência da maioria das informações contidas no livro e chama a atenção:

“Os problemas de exploração das águas subterrâneas, rebaixamento dos aquíferos, e suas consequências socioambientais se alastram não apenas no Circuito das Águas e municípios vizinhos, mas também em regiões com as mesmas características hidrominerais, como Ibirá, Campos do Jordão, Poá, Itapecerica da Serra, Serra Negra, Águas de Lindóia e Águas de Santa Bárbara, em São Paulo; e Caldas Novas, em Goiás”.

http://www.oeco.org.br/reportagens/municipios-mineiros-questionam-exploracao-publico-privada-de-suas-aguas/ 
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quarta-feira, 29 de março de 2017

Síndrome do bebê sacudido: as graves consequências de perder a paciência

Chacoalhar uma criança por apenas alguns segundos pode provocar danos cerebrais e até a morte

EL PAÍS/BRASIL



Em algumas ocasiões, quando um bebê chora de maneira inconsolável, os pais ou cuidadores podem chegar a perder o controle e acabar chacoalhando-o, sem saber dos riscos que o gesto representa. Esse comportamento, ainda que seja por alguns segundos, é muito perigoso. A síndrome do bebê sacudido ou chacoalhado é o conjunto de lesões cerebrais produzidas quando se agita bruscamente a criança, e pode produzir sequelas graves ou até a morte, devido à frágil anatomia do pequeno. Nos Estados Unidos, trata-se da principal causa de morte entre bebês com menos de 1 ano, quando vítimas de abuso. A Associação Espanhola de Pediatria (AEP) qualifica esta síndrome como relativamente frequente, com 20 a 25 casos para cada 100.000 crianças menores de 2 anos em todo o mundo. Na Espanha, calcula-se que ela atinge cerca de 100 bebês dentre os 450.000 que nascem a cada ano no país (dados de 2014).

Apesar de poder ocorrer até os 5 anos de idade, os casos são mais frequentes quando a criança tem entre seis e oito semanas – normalmente, o período em que um bebê chora de maneira mais descontrolada. Os bebês com cólica ou similares são os que têm mais risco de sofrer a síndrome. “O motivo mais frequente é um choro inconsolável e prolongado que provoca a frustração e a irritação do adulto que cuida daquele bebê, que acaba por chacoalhar a criança. Outra causa é a tentativa de reanimá-la diante de uma situação que o cuidador entende como uma ameaça de vida (um espasmo do soluço, um engasgamento ou um ataque de tosse)”, explica a AEP.

Se movemos um bebê com muita força, se o cérebro sofrer danos, o mais provável é que ele pare de chorar. Além disso, quando se chacoalha um bebê, sua cabeça gira sem controle, já que os músculos de seu pescoço estão pouco desenvolvidos e dão pouco suporte para a cabeça.

Sintomas e consequências

Os principais sintomas desta síndrome são irritabilidade, dificuldade para ficar desperto, problemas respiratórios, falta de apetite, vômitos ou paralisia. Pode haver ainda consequências que podem não ser visíveis, como uma hemorragia no cérebro ou nos olhos, danos na medula espinhal e pescoço, ou fraturas nas costelas. Em casos mais moderados, a criança pode aparentar não ter sofrido lesões, mas a longo prazo apresenta problemas de saúde, aprendizagem e desenvolvimento.

As consequências podem ser uma doença óssea ou a ruptura dos vasos sanguíneos ou dos nervos que percorrem o tecido cerebral. Se o ato de chacoalhar acaba com o impacto da criança contra alguma superfície, as consequências podem ser ainda piores, chegando a destruir as células do cérebro, impedindo que este receba oxigênio suficiente.

Apenas alguns segundos são suficientes para que se produza uma lesão irreparável no cérebro, reiteram os especialistas. As consequências mais frequentes são a cegueira total ou parcial, surdez, atraso na aprendizagem, deficiência mental ou enjoos frequentes. Nos casos mais graves, a criança pode morrer. Segundo a AEP, uma em cada 10 bebês que sofrem da síndrome morre.

A importância de procurar ajuda e se informar

Os especialistas destacam que existem fatores psicológicos que podem aumentar o risco de agitar um bebê: expectativas não realistas sobre como a criança deveria ser, ter pais jovens e inexperientes que estejam sofrendo de estresse, abuso de álcool e drogas, depressão, entre outros. Segundo os dados, essa conduta é mais comum entre os homens.

As formas de prevenção mais eficientes incluem assumir que o choro contínuo pode ser normal entre os bebês, mas que melhora com o tempo; buscar ajuda quando nos irritamos; e educar e informar os outros adultos envolvidos nos cuidados com a criança sobre as graves consequências de sacudi-la.

Apesar da relativa frequência, é uma síndrome sobre a qual pais de primeira viagem nem sempre são informados. O caso mais conhecido foi o do alpinista suíço Erhard Loretan, que em 2001 matou seu bebê de sete meses ao chacoalhá-lo durante um episódio de extrema irritabilidade, e que decidiu tornar seu caso público para alertar outros pais.

Nada justifica sacudir uma criança. Os especialistas aconselham que se um pai ou mãe “está tendo problemas para controlar as emoções produzidas pela maternidade ou paternidade, que procure ajuda, já que alguns segundos são suficientes para que o bebê sofra consequências irreparáveis”. “E certifique-se de que todas as pessoas que cuidam de seu filho saibam dos riscos da síndrome do bebê sacudido”, recomendam.

*Fontes: Mayo Clinic, Instituto Nacional de Saúde dos EUA e Associação Espanhola de Pediatria.

Disponível: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/22/ciencia/1490179256_566279.html

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Camaçari volta a ter problemas, com fortes odores provenientes da industria

Fortes odores voltaram a causar falta de ar e dores de cabeça na população de Camaçari

29 Mar  2017 15:05h
VALDIR RIOS

Imagem ilustrativa (Google)


Camaçari teve mais uma noite de daquelas de tirar o sossego dos moradores.  Além de tirar o sono pelo forte odor, para alguns este fato, traz a  preocupação que algo não está bem quando se trata das questões ambientais.

Durante a madrugada desta quarta-feira (29), moradores da sede  do município, voltaram a ser acordados com grande mau cheiro resultante das  atividades industriais. 

Moradores reclamaram de sufocamento a dores de cabeça forte. Vejamos alguns depoimentos:

“ Já passavam das 4:00 quando acordei sufocada com o forte odor que exalava no ar, tentei dormir novamente, tapando o nariz, faz a tentativa foi inútil, parece que só fazia aumentar”.  
N.  C  –Parque Satélite.

“Odor muito forte!! E por sinal aqui em casa estamos todos com dor de cabeça... Aqui na GLEBA C o odor ainda permanece ate o momento”.       U. A – Gleba C

“Aqui no Parque das Mangabas está horrível também”.
 Juliane – Parque das Mangabas

“ Cheiro horrível aqui no centro”.  L. B  - Centro

“ Isso nunca terá fim, não é do interesse dos responsáveis se não acabar, pelo menos amenizar essa fedentina pois a maioria dos mesmos não reside na cidade, isso repercute na saúde de todos”.
M. S. – Gleba C

“Não suporto mais está situação, além do fedor do vazamento de gás natural que vem dos postos de gasolina, vem outros fedores que não sei de onde provocando ainda mais dor de cabeça e falta de ar”
Anônimo - Alto da cruz

Problemas como estes têm ocorrido com maior frequência e sem as devidas explicações por  parte das autoridades competentes. 

Em novembro de 2016 e fevereiro de 2017, durante todo um dia de cada um destes meses, material particulado (fuligem industrial) caiu dos céus de Camaçari sujando casas e causando incomodo até mesmo nas refeições dos moradores no horário de meio-dia.

Recentemente uma explosão ocorreu em uma empresa que trata resíduos perigosos e a população tem desconhecimento dos fatos assim como os riscos dos quais estão expostos.

Outro fator que tem causado certo medo na população, é o barulho vindo do setor industrial.

A população teme que os ruídos que provocam poluição sonora, sejam apenas um sobreaviso de que algo não esta certo e os  riscos de grandes  acidentes podem ser cada vez maiores.
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VIDHA LINUS

CONSULTORIA AMBIENTAL LICENÇAS,ELABORAÇÃO EIV, PRAD. Av Radial B, 122 Bairro Mangueiral CEP 42807-380 CAMAÇARI - BAHIA 71 3040 5033 99168 5797 VBRAMBIENTAL@YAHOO.COM.BR

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