Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sábado, 26 de agosto de 2017

Lagos que encolhem

Combinações de fatores naturais e interferência humana estão por trás da redução de tamanho de diversos lagos e mares interiores do mundo. Conheça aqui alguns dos casos mais emblemáticos desse fenômeno

 MAR DE ARAL

Um dos casos mais emblemáticos de desastre ambiental provocado por interferência humana é o do Mar de Aral, entre o Cazaquistão e o Usbequistão, ex-repúblicas soviéticas. Em seus tempos áureos, o grande lago de água salgada (quarto do mundo em extensão, com cerca de 68.000 km2 de área), abastecido pelos rios Amu Darya e Sir Darya, abrigava uma próspera indústria pesqueira. Nos anos 1960, porém, o governo soviético decidiu desviar água dos dois rios para irrigar plantações de algodão, arroz, melão e cereais no deserto. O Aral começou a diminuir e as partes secas ficaram contaminadas com os pesticidas usados nas plantações. Os ventos espalharam essas substâncias pela região, cuja saúde dos habitantes piorou drasticamente. Em 1987, o lago dividiu-se em duas partes, uma ao norte e outra ao sul, e a salinidade das águas foi aumentando. O Cazaquistão concluiu uma represa em 2005 que separou a parte norte, em seu território, da parte sul. Enquanto a primeira vem recuperando condições de abrigar vida, a segunda segue desaparecendo. As fotos de 1989 e 2014 mostram a dimensão da tragédia.


Mar Morto

Mar Morto: encolhimento em ritmo acelerado (Foto: iStock)
Os 605 km2 do Mar Morto banham territórios de Israel, Jordânia e Palestina. Esse lago salgado está 400 metros abaixo do nível do mar, e sua salinidade é tão alta que não permite vida. Num único dia quente e seco de verão, o nível da água ali pode baixar até três centímetros por causa da evaporação. Abastecido principalmente pela bacia do Rio Jordão, cuja água é desviada para irrigação, o Mar Morto tem encolhido nos últimos anos em ritmo acelerado: seu nível tem baixado cerca de um metro anualmente.­ Além da seca, a indústria de extração mineral (os minerais do Mar Morto têm sido explorados desde a época do Antigo Egito) contribui para o processo. Nas fotos ao lado, de 1972 e 2011, feitas com cores falsas, são visíveis na parte sul do lago (à direita nas imagens) os projetos de evaporação de sal, os quais expandiram muito a área que ocupam.


Lago Urmia

Lago Urmia: afetado pela seca e pelo desvio de água da sua bacia hidrográfica (Foto: iStock)
Situado no noroeste do Irã, o Lago Urmia (ou Orumiyeh) é o sexto maior lago salgado da Terra. No seu apogeu, ele tinha cerca de 5.200 km2 de área, mas nas últimas décadas seu tamanho diminuiu aproximadamente 10%. As observações via satélite revelaram que o nível das águas caiu cerca de quatro metros entre 1992 e 2011. Enquanto o governo do país alega que a redução se deve à seca e ao aquecimento global, muitos cidadãos iranianos afirmam que o problema está diretamente ligado ao represamento de rios que abastecem o lago. Um estudo publicado em 2007 revelou que tanto a seca quanto a intensificação no uso da irrigação na bacia hidrográfica do lago são responsáveis pelo encolhimento.


Lago Salton

Lago Salton: áreas agora secas não são próprias para a agricultura (Foto: iStock)
Localizado a cerca de 200 quilômetros de Los Angeles, o Lago Salton é o maior da Califórnia, com 960 km2. Ele foi formado acidentalmente quando, no início do século 20, águas desviadas do Rio Colorado romperam canais de irrigação e inundaram a parte mais baixa do vale. A região do lago era ocupada há milênios por um mar, o que explica sua salinidade. O Salton é alimentado basicamente pelo escoamento de água usada na irrigação (a região é fortemente agrícola), daquela oriunda de esgotos urbanos, de lençóis subterrâneos e da chuva, além dos rios New, Alamo e Whitewater. Desde meados dos anos 1980 se nota a redução no nível da água, que após 30 anos caiu 2,4 metros. As fotos aqui apresentadas, de 1984 e 2015, mostram em infravermelho o sul do lago, onde as mudanças foram mais nítidas. Elas se devem sobretudo à redução no despejo de águas vindas da agricultura e do esgoto, agora tratadas e destinadas a outras finalidades. As áreas que emergiram não são próprias para a agricultura.


Lago Chapala

Chapala: peixes endêmicos estão sumindo (Foto: iStock)
Maior lago do México, o Chapala situa-se 45 km ao sul de Guadalajara, no estado de Jalisco, e tinha cerca de 1.050 km2 antes de começar a sofrer, nos anos 1970, com as demandas sobre o uso de suas águas. A expansão da agricultura às margens do Rio Lerma, tributário do lago, começou a retirar-lhe volume, mas o principal fator de interferência foi a decisão do governo estadual de usar o lago para abastecer as indústrias e as residências de Guadalajara, a segunda cidade mexicana. Em março de 2001, o Chapala já havia perdido mais de 225 km2 de área, o que corresponde a uma baixa no nível do lago entre 2 e 4 metros desde 1986, como mostram as imagens (em cores falsas) de satélite. Além de quase não fornecer mais água para seu escoadouro, o Rio Santiago, Chapala passou a conviver com mais resíduos de produtos químicos usados na agricultura, metais pesados e sólidos dissolvidos. A fauna também saiu prejudicada: algas e plantas aquáticas exóticas prosperam, enquanto os peixes nativos estão sumindo, assim como aves migratórias e endêmicas que costumavam povoar a área.



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Aquário brasileiro busca revolucionar a biologia marinha

Um dos mais respeitados biólogos do país realizou o sonho de fundar o maior aquário marinho da América do Sul. O trabalho já gera frutos para a ciência

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VEJA/ABRIL

Inaugurado há cerca de nove meses na zona portuária do Rio de Janeiro (RJ), o maior aquário marinho da América do Sul já recebeu mais de 1,1 milhão de pessoas. Erguer o colosso de 150 milhões de reais levou dez anos de planejamento focado em três pilares: educação, pesquisa e conscientização. Com capacidade para receber até 8 000 animais, de 350 espécies, o AquaRio é também um grande centro de pesquisa. Atualmente, 15 estudos inéditos de universidades brasileiras estão sendo realizados no local, inclusive sobre a proteção a espécies ameaçadas. “Só é possível convencer as pessoas a proteger aquilo que elas conhecem – e o aquário oferece a experiência completa, integrada à divulgação da ciência”, conta o fundador e diretor-presidente, o biólogo Marcelo Szpilman (CRBio 032176/02-D), 56 anos.

A relação de Szpilman com o mar sempre foi intensa: nasceu perto da praia, no bairro de Copacabana, e adorava pescar com o pai. Aos 11 anos, começou a mergulhar. Mas foi James Bond que o levou a seguir carreira de biólogo com o lançamento do filme 007: O Espião que me Amava (1977), devido à icônica cena em que o inglês confronta o antagonista com seu conhecimento de espécies de peixes.

O aquário é capaz de receber até 8 000 animais (Stefano Martini/Estúdio ABC)

O filme não só inspirou Szpilman a estudar biologia como também o fez querer causar um impacto similar na vida das pessoas. Esses dois sonhos foram seu norte desde cedo. Primeiro, ele começou escrevendo livros – ao todo, tem cinco obras renomadas publicadas sobre identificação de peixes e tubarões e é reconhecido como um dos maiores especialistas brasileiros nesse tema.
Hoje ele colhe os frutos do bom trabalho no AquaRio. “Meu sonho é captar cada vez mais jovens brasileiros para a ciência. A maioria nunca viu um aquário e agora tem à disposição um equipamento de nível internacional”, orgulha-se. Todos os dias, mais de 1 000 crianças, de escolas públicas e privadas, passam por ali. “O AquaRio pode proporcionar esse ‘clique’ que eu tive a outros jovens. Já recebi várias mensagens de pessoas que resolveram estudar biologia após uma visita ao aquário. É muito gratificante.”

Referência para a biologia

Hoje, 15 estudos inéditos de universidades brasileiras estão sendo desenvolvidos no AquaRio (Stefano Martini/Estúdio ABC)

Com o perdão do trocadilho, Szpilman acredita que o AquaRio é um divisor de águas no Brasil. “Vamos criar um boom de aquários marinhos. Muitos já me contataram querendo fazer empreendimentos inspirados nele. E, mais do que isso, atualmente, 80% das pesquisas com animais marinhos feitas no mundo são realizadas em aquários”, relata. O próprio AquaRio, que é 100% privado, investe em pesquisas.

Um dos estudos realizados no AquaRio tem potencial para ser utilizado em curto prazo: trata-se de uma pesquisa para combater o branqueamento de corais. “O coral é um animal que vive em simbiose com as algas, que dão cor e nutrientes a ele. Com as mudanças climáticas e a elevação da temperatura dos oceanos, a alga morre. Sem a alga, o coral perde sua cor e também morre”, explica. A famosa Grande Barreira de Coral na Austrália, por exemplo, sofre com esse problema – dois terços dela estão comprometidos com branqueamento de coral. Para reverter isso, a pesquisa conduzida no aquário do Rio de Janeiro utiliza probióticos para melhorar a saúde das algas e dos corais, mesmo com elevação de temperatura. “É exatamente o que eu esperava do aquário: proporcionar pesquisa séria, relevante e inédita”, comemora.

Proteção aos tubarões

Sem medo: desmistificar a ideia que tubarões, que sofrem com a pesca ilegal, são “feras assassinas” é uma das metas do AquaRio (Stefano Martini/Estúdio ABC)

Sua admiração pelos tubarões e seu desejo de preservá-los foram os grandes motivadores para criar o AquaRio. O biólogo já mergulhou com quase todos os tubarões do mundo, especialmente com os tidos como mais perigosos. Para ele, o maior predador dos mares é outro: o ser humano. “Eu queria desmitificar a noção de que os tubarões são feras assassinas. Mas, para isso, sabia que teria que fazer com que as pessoas tivessem contato mais próximo com ele. Por isso, optei por um aquário”, fala.
Com o AquaRio, seu poder de divulgar ciência – antes, por meio de livros e palestras – foi amplificado. “Agora consigo fazer com que as pessoas entendam a importância de preservar o ecossistema como um todo. Os tubarões matam, no máximo, de três a cinco pessoas por ano, e na maioria das vezes é acidental. Por outro lado, a humanidade mata de 100 a 150 milhões de tubarões todos os anos de forma cruel, por meio da pesca ilegal de barbatanas. Cerca de 120 países participam dessa atividade vergonhosa e totalmente insustentável, incluindo o Brasil. Ao capturarem um tubarão, as embarcações ilegais cortam as nadadeiras e devolvem o animal vivo ao mar, incapaz de nadar”, relata.

O motivo: o tráfico de barbatanas movimenta muito dinheiro. “Enquanto 1 quilo de carne de tubarão vale 1 dólar, 1 quilo de barbatana vale 100 dólares. Existe uma demanda extraordinária por elas, especialmente na China. Lá, a sopa de barbatana é um símbolo de status, e muitos chineses, cerca de 300 milhões, entraram na classe média querendo consumi-la”, explica.

No aquário, os tubarões são vistos com outros olhos (Stefano Martini/Estúdio ABC)

Outro agravante pesa contra a proteção dos tubarões: eles não têm tanto apelo para as pessoas como pandas ou tigres. No entanto, no aquário, Szpilman consegue apresentar o animal sob outro prisma. “Ele é o grande carniceiro dos oceanos e consome outros animais em decomposição. Sem ele, os cadáveres só seriam consumidos por microbactérias e microrganismos, causando um problema de saúde pública. Além disso, sem tubarões, a população de outras espécies aumenta, o que causa desequilíbrio ecológico.”

Atualmente, o AquaRio já estuda a reprodução em cativeiro de tubarões, cavalos-marinhos, arraias e outras espécies marinhas, incluindo as ameaçadas. A sociedade inteira agradece.


(CFBio//Aquário brasileiro busca revolucionar a biologia marinha/Divulgação)

A decisão do governo Michel Temer de extinguir Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) gerou revolta de diversos famosos. Os casos que mais chamaram atenção foram da cantora Ivete Sangalo e da modelo Gisele Bündchen. "Qu... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2017/08/25/com-gisele-e-ivete-famosos-se-revoltam-contra-decisao-de-temer-vergonha.htm?cmpid=copiaecolaUm dos mais respeitados biólogos do país realizou o sonho de fundar o maior aquário marinho da América do Sul. O trabalho já gera frutos para a ciência
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Mineradoras canadenses souberam de extinção de reserva na Amazônia 5 meses antes do anúncio oficial

Em março, ministro brasileiro anunciou decisão e outras medidas para o setor mineral em Toronto.

Por BBC
 

Extinção de reserva na Amazônia pegou ambientalistas e centros de pesquisa brasileiros de surpresa (Foto: MÁCIO FERREIRA/ AG. PARÁ/FOTOSPÚBLICAS)
Extinção de reserva na Amazônia pegou ambientalistas e centros de pesquisa brasileiros de surpresa (Foto: MÁCIO FERREIRA/ AG. PARÁ/FOTOSPÚBLICAS)

 
Publicada no Diário Oficial da última quinta-feira (24) sem alarde, a extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), na Amazônia, surpreendeu muita gente e ganhou machetes alarmadas no Brasil e nos principais jornais do mundo. 

Não foi o que ocorreu com investidores e empresas de mineração canadenses. Em março, cinco meses antes do anúncio oficial do governo, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou a empresários do país que a área de preservação amazônica seria extinta, e que sua exploração seria leiloada entre empresas privadas. 

O fim da Renca foi apresentado pelo governo Temer durante o evento Prospectors and Developers Association of Canada (PDAC), em Toronto, junto a um pacote de medidas de reformulação do setor mineral brasileiro, que inclui a criação de Agência Nacional de Mineração e outras iniciativas para estimular o setor. 

Pouco depois do encontro, em abril, o ministério de Minas e Energia publicou no Diário Oficial uma portaria – que passou despercebida pelo público em geral – pavimentando o caminho para o decreto que seria assinado alguns meses depois e dispondo sobre títulos minerários dentro da Renca.

Conexão canadense

Segundo a pasta, esta foi a primeira vez em 15 anos em que um ministro de Minas e Energia brasileiro participava do evento, descrito pelo governo brasileiro como uma oportunidade para "abordar o aprimoramento na legislação brasileira e também demonstrar os planos do governo para incentivar o investimento estrangeiro no setor". De outro lado, movimentos sociais, ambientalistas e centros de pesquisa dizem que não haviam sido informados sobre a extinção da Renca até o anúncio da última quinta-feira. 

O Canadá é um importante explorador de recursos minerais no Brasil e vem ampliando este interesse desde o início do ano. Hoje, aproximadamente 30 empresas do país já exploram minérios em território brasileiro - especialmente o ouro, que teria atraído garimpeiros à área da Renca nos últimos anos. 

Área da reserva comparada à Dinamarca (Foto: BBC)

À BBC Brasil, o coordenador da comissão canadense defendeu a abertura da área amazônica para pesquisas minerais, disse que a "mineração protege a natureza" e afirmou que "não há uma corrida" para explorar a região da Renca, mas que "acha muito saudável" a disponibilização da região para exploração mineral. 

O Ministério de Minas e Energia prometeu responder aos questionamentos enviados pela BBC Brasil durante toda a sexta-feira. No final do dia, entretanto, informou que não daria retorno devido a uma entrevista coletiva de emergência convocada pelo ministro Fernando Coelho Filho. 

Na entrevista, o ministro afirmou que a extinção da área de reserva amazônica, com área um pouco maior que a da Dinamarca, não terá impactos ambientais. Segundo Coelho Filho, o início das atividades de exploração na região ainda deve demorar 10 anos.

'Ninguém pode julgar o Canadá'

Coordenador da recém-criada Comissão de Mineração da Câmara de Comércio canadense, o empresário Paulo Misk participou dos seminários realizados em março no Canadá e não vê problemas na divulgação antecipada do fim da reserva. 

"Não temos pronto nenhum projeto para ser instalado lá", continua o representante canadense. "Por enquanto estamos no campo das perspectivas, promessas e iniciando o processo. Não é tão rápida a resposta." 

Misk afirma que o Canadá é o país que mais investe em pesquisa no mundo e que "os ambientalistas deveriam repensar a nossa posição: a mineração é extremamente benéfica." 

Sobre a Renca, ele afirma que a liberação permitirá que "uma grande área seja preservada".
"Se tiver oportunidade de ter uma mineração bem constituída e legalizada (na região da Renca), olha, eu vou ficar muito feliz porque vai ser para o bem do Brasil e para o bem da sociedade brasileira, especialmente no Pará e no Amapá", diz. 

Misk também afirma que a ocupação da região por empresas de mineração deve inibir a presença de garimpeiros, cuja atuação irregular na região já resulta em contaminação de rios por mercúrio.
Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), o geólogo Luiz Azevedo também esteve em Toronto e concorda. 

"Dizer que o governo está abrindo para o desmatamento é ridículo, é coisa de quem não conhece o assunto", diz. 

"Eu não me atrevo a falar sobre música. Fico impressionado como os artistas agora se atrevem a falar sobre mineração e sobre unidades de conservação", diz, citando a modelo Gisele Bündchen, que criticou o anúncio em suas redes sociais. 

Sobre o anúncio antecipado da extinção da área de preservação na Amazônia, Azevedo diz que o ministro divulgou que "uma área muito grande que seria liberada para pesquisa mineral".
"Foi dito pelo ministro como parte de um pacote de medidas visando mostrar ao investidor que a ideia da Dilma de estatizante tinha acabado."

"O que eles querem são novas áreas para se pesquisar e novas possibilidades. Ninguém pode julgar o Canadá. Eles têm uma mentalidade mais cosmopolita, 70% da população é de imigrantes, então eles pensam nos outros. É um interesse legítimo", avalia.

'Soubemos pela imprensa'

Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o geógrafo Luiz Jardim pesquisa a relação entre empresas de mineração canadenses e o governo brasileiro. 

Ele explica que o evento de março em Toronto, quando o fim da Renca foi anunciado pelo ministro, era formado essencialmente por empresas menores especializadas em pesquisa mineral e investimentos de risco. 

"Há um padrão nessas empresas, chamadas 'juniors'. Elas vêm, fazem as pesquisas e ao longo desse tempo publicam resultados em relatórios na bolsa de valores em Toronto, indicando o que eles encontraram. Esses relatórios fazem elas ganharem valor de mercado. Achando uma jazida significativa, a empresa pede uma licença ambiental e ganha ainda mais valor. Com a licença em mãos, elas anunciam na Bolsa novamente que estão perto do inicio do projeto. Num período de baixa no mercado, como agora, elas costumam vender a operação ou a mina para uma empresa maior interessada e assim fazem seus investidores lucrarem", explica. 

Jardim descorda da tese de que grandes mineradoras podem inibir o garimpo ilegal na região.
"A experiência no rio Tapajós, no Pará, mostra o contrário. O garimpeiro está interessado em minas superficiais, a mineradora chega a veios mais profundos. Eles coexistem e a exploração formal pode até incentivar a vinda de mais garimpeiros." 

Segundo o engenheiro Bruno Milanez, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e membro do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, que reúne 110 órgãos acadêmicos de pesquisa, sindicatos e movimentos sociais, não houve qualquer comunicado sobre a Renca para pesquisadores da área ou comunidades – diferente do que ocorreu com os empresários. 

"Tudo o que acompanhamos foi pela imprensa", diz. 

Sobre esta aproximação entre governo e empresários, Milanez afirma que o movimento é "parte de um processo histórico, que vem se aprofundando" no governo Temer. 

"Isso é reflexo de uma ocupação maior de pessoas do setor corporativo no governo. Hoje, o primeiro escalão da mineração no governo é formado por pessoas que ocuparam cargos de diretorias em empresas", diz. 

"Mas eles estão no governo temporariamente por cargos de confiança, e quando saírem vão voltar a assumir posições em empresas. Eles têm um lado nessa história."


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"Os problemas que enfrentamos têm fundamento principalmente político e não meramente técnico e/ou ambiental"

A declaração é do coordenador da Rede Waterlat-Gobacit, José Esteban Castro, sobre a crise da água.

 5.08.2017 ASA

José Esteban Castro | Foto: Acervo Pessoal
 
Embora o senso comum nos leve a priorizar os elementos técnicos quando refletimos sobre gestão e política de recursos hídricos, o coordenador da Rede Waterlat-Gobacit e Investigador Principal do CONICET na Argentina, José Esteban Castro defende que essas questões são muito mais complexas, exigindo transdisciplinaridade e  intersetorialidade.

Um bom exemplo disso é a tão falada ‘crise’ da água que vem atingindo os grandes centros urbanos brasileiros. Na maioria das vezes, a culpa é atribuída a falta das chuvas e até mesmo aos usuários comuns, devido ao mau uso. Não há uma reflexão mais aprofundada sobre a relação entre essa crise e o modelo desenvolvimentista, por exemplo. Para Esteban, “os problemas que enfrentamos têm fundamento principalmente político e não meramente técnico e/ou ambiental”.

Segundo o sociólogo, a escassez de água não pode ser reduzida  a falta desse bem, mas sim a falta de acesso, que está intrinsicamente relacionada a desigualdade social. “Falar de desigualdade parece uma questão unicamente dos debates da esquerda ou do socialismo, mas não é. Isso é parte da teoria democrática da sociedade capitalista, embora eu queira uma sociedade melhor que a capitalista. (...) A própria democracia capitalista nos países centrais demanda uma equidade em determinados aspectos fundamentais. Por exemplo, não podemos aceitar a desigualdade baseada na cor da pele, ou por conta do lugar que você nasceu. O estado deve intervir para garantir condições básicas para todos. Quando falamos de desigualdade não falamos simplesmente de diferenças: alguns são mais altos, outros mais baixinhos. Falamos do que na teoria social democrática é chamado de desigualdades qualitativas, estruturais, que são inaceitáveis. Então, o que eu quero dizer é que ainda numa sociedade injusta e desigual como é a sociedade capitalista, os princípios da democracia capitalista demandam política públicas que garantam um acesso universal as condições básicas de reprodução da vida, entre elas, o acesso a água limpa”.

José Esteban defende que devemos ter cuidado para que a ‘crise’ da água não oculte ou interfira nos nossos esforços para diminuir essas desigualdades. “O problema mais importante que confrontamos agora são as lutas sociais e políticas que enfrentamos nos nossos países pela desigualdade, pelas injustiças, pelo não acesso aos bens comuns. Não temos guerra, mas temos conflitos e lutas contra essas desigualdades e injustiças. E o mais importante é olhar para isso”.
Participação de José Esteban no Encontro na Fundaj | Foto: Fernanda Cruz / Asacom

Confira a entrevista concedida por José Esteban Castro à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), durante a participação dele no Encontro Democratização da Política e da Gestão da Água: um Desafio Transdisciplinar, ocorrido no último dia 18, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em Recife/PE. O evento fez parte das atividades preparatórias da IX Reunião Internacional da Rede Waterlat-Gobacit, que ocorrerá no período de 3 a 7 de setembro de 2018, em João Pessoa/PB.

ASA - Como as práticas locais de gestão da água podem fortalecer o debate global? 
Esteban - Os temas das práticas de gestão de água têm sido extremamente relevantes porque de alguma forma temos perdido as boas práticas. Falamos muito disso, mas falamos de exemplos de boas práticas que já existiam com relação ao cuidado da água, por exemplo, e que tendem a desaparecer, em alguns casos, devido aos processos de organização, modernização e outras práticas de relacionamento com a água, que começam a mudar o comportamento das pessoas. Essa é uma questão: recuperar e proteger as boas práticas que existem em nossas comunidades. É um debate importante. E a introdução de novas boas práticas.

Outra questão é com relação ao entendimento sobre a qualidade da água e que também tem a ver com as crenças. Nas áreas rurais de alguns de nossos países, às vezes, a pessoa acha que se a água está no rio ela está limpa, mas se vem por uma tubulação já não está. Então elas preferem tomar água poluída do rio do que a água das tubulações, por conta do gosto do cloro, por exemplo. Isso exige um trabalho cuidadoso porque tem tudo a ver com questões culturais, que frequentemente as instituições públicas, os especialistas, e outros agentes a cargo destes temas não estão preparados para intervir com a suficiente sensibilidade para lidar com a diversidade cultural e as contradições que acontecem entre nossas comunidades e as estruturas de governo.

E um outro ponto está relacionado ao mau uso da água. Nas áreas semiáridas não é um problema tão comum, pela falta d’água, mas nos centros urbanos vemos as pessoas lavando calçadas com água tratada. As pessoas confundem  a questão da água ser um bem comum, um direito, com o poder usar como bem quiser.  E muito menos existe a ideia de que água é finita. Nas áreas rurais, sim, porque as pessoas estão mais próximas dessa realidade climática, embora nas áreas litorâneas e grandes cidades, as pessoas nem sabem de onde vem a água que elas usam.

ASA - Você fez uma reflexão no encontro sobre a escassez que tem tudo a ver com a experiência do Semiárido. Temos condições de viver no Semiárido a partir do que existe na região. Você pode explicar melhor esse princípio da escassez?
Esteban - Em geral, se trata de um conceito relativo. Aqui no próprio Nordeste isso existe, por exemplo, porque alguns estados têm uma precipitação mais alta do que outros. O Semiárido se caracteriza por escassez. Mas em que medida, em que ponto? Essa é uma das questões que está dada. O problema é que temos um conceito de escassez que é construído culturalmente, socialmente e politicamente; às vezes até construído pelos meios de comunicação. Em vez de tentar contribuir para desenvolver uma cultura de cuidado de água, de reuso, de água de chuva, se fomenta a ideia de escassez para se justificar grandes obras, para fornecer mais água, fomentando uma cultura de oferta e consumo. Sempre se diz: ‘há uma escassez de água. O Estado tem que trazer mais água aqui para nós’. Os colegas de nossa Rede na Espanha comentam a situação que vivem lá, um país fundamentalmente semiárido. Eles dizem que as políticas dominantes implicam que sempre haverá ‘escassez’ porque quando chega mais água através de grandes obras de infraestrutura como transposições de rios, por exemplo, as pessoas passam a cultivar uma área maior. Sempre vai faltar mais água porque eles seguem incrementando a área de cultivo por razões de lucro, não tem nenhum interesse em adaptar as práticas de agricultura às condições daquele local.

ASA – O Encontro Internacional da Rede Waterlat-Gobacit de 2018 ocorrerá no Brasil. Você pode explicar melhor como funciona e se há alguma relação com o Fórum Mundial de Água que vai ser também aqui no Brasil no ano que vem?
Esteban - Nossa rede é uma rede de pesquisa, ensino e também de intervenção prática sobre temas de política e da gestão de água. Nós fazemos uma reunião internacional regularmente. A próxima será aqui no Nordeste, na verdade, no litoral do Nordeste, será em João Pessoa, na Paraíba, embora nosso interesse seja discutir o Semiárido com muita força. Será de 3 a 7 de setembro de 2018. Ela não tem relação com o Fórum Mundial de Água. Será nossa reunião regular. O tema da reunião é ‘Água, Direitos e Utopias: quais são as prioridades para uma política e gestão democrática da água’. Vocês podem visitar nosso site e ficam convidados a participar: http://waterlat.org/pt/encontros/encontros-abertos/waterlat-gobacit-ix-2018/.
 
A rede Waterlat-Gobacit não participará do Fórum Mundial de Água (FMA), que terá lugar em Brasília, em março de 2018. Participaremos sim do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) porque temos uma forte crítica ao Fórum Mundial. A título pessoal, eu já participei uma vez em 2006, no México, fiz minha contribuição. Na minha experiência, apesar dos organizadores do FMA dizerem que abrem um diálogo com todos os atores, na verdade, eles tendem, na última instância, a defender certos interesses que em nossa interpretação não são os da democratização, da política e da gestão da água que nós defendemos. O Fórum Mundial da Água termina aportando aos interesses de grandes corporações e das agências internacionais de desenvolvimento que, por exemplo, fomentam a privatização da água e dos serviços. Nós não estamos de acordo com isso.
 
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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Equipamentos de informática apreendidos pela Receita devem ser doados a escolas, aprova Comissão de Educação do Senado

23/08/2017 Undime


(A senadora Regina Sousa do PT/PI, relatora, foi favorável ao projeto, que segue para CAE. Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado)
A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou nesta terça-feira (22) projeto segundo o qual equipamentos de informática apreendidos em ações de fiscalização nas aduanas, entregues à Fazenda Nacional ou mesmo abandonados, devam ser destinados para as escolas públicas municipais, estaduais e federais (PLC 123/2015).
A relatora foi a senadora Regina Sousa (PT-PI). A matéria segue para a análise da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) foi a única a votar contra a proposta, argumentando que a Receita Federal já realiza desde o ano 2000 a distribuição de bens apreendidos para outras instituições. E estes bens vão além dos equipamentos de informática, incluindo veículos, eletrônicos e material de escritório.
— Todos os atos de incorporação e doação de mercadorias já estão no sítio da Receita na internet. Tem todas as informações para quem eles doam, incluindo inúmeras instituições de ensino em todo o país — disse a senadora, para quem o projeto, se efetivado, poderá na prática engessar uma política pública que já vem sendo realizada, causando mais resultados negativos do que positivos.
Ela disse também que a doação por parte da Receita tem como objetivo esvaziar seus depósitos num espaço de tempo otimizado, visando justamente abrir espaço físico para objetos apreendidos em ações de fiscalização mais recentes. Por isso ela teme que a proposta, ao condicionar a distribuição para as escolas, possa produzir um efeito negativo para essa logística por parte da Receita.
Para essa administração mais eficiente da mercadoria apreendida, Marta disse que parte dos itens chegam a ser queimados, quando não despertam o interesse de nenhuma instituição.
Em defesa de seu relatório, Regina Sousa argumentou que evitar que parte destes equipamentos sejam queimados é justamente um dos objetivos da proposta. Ela disse ter se reunido com funcionários da Receita que apoiam o projeto, por verem nele mais segurança jurídica nos processos de doação. Mas a senadora também observou que para essa política pública funcionar bem é necessária uma melhor divulgação para as direções das escolas, as quais muitas vezes desconhecem a possibilidade de obter equipamentos.
— Com a aprovação do projeto, se houver uma divulgação boa, as escolas vão se interessar mais e nenhum material de qualidade será perdido — disse Regina Sousa.
Cultura e Educação
Também foi aprovado o projeto do deputado Lúcio Vale (PR-PA) que estabelece a data de 19 de agosto como o Dia Nacional do Ciclista (PLC 76/2017).
Os senadores aprovaram ainda a realização de uma audiência pública com o ministro da Cultura, Sergio Sá Leitão. Também foi aprovada a realização de uma outra audiência, com representantes do Ministério da Educação e especialistas, cujo foco será a nova Base Nacional Comum Curricular. As datas de ambos os eventos ainda serão definidas.
Fonte: Agência Senado

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Funasa financia projetos de educação para combate ao Aedes nos municípios

Por Assessoria de Comunicação Publicação: Ter, 15 Ago 2017 09:44:51 -0300
Última modificação: Qua, 16 Ago 2017 17:51:12 -0300



Foi publicado, no Diário Oficial da União, no dia 14 de agosto, o extrato do Edital de Chamamento Público nº 01/2017 para seleção de projetos oriundos de instituições públicas estaduais, municipais e do Distrito Federal, voltados às ações de Educação em Saúde visando o enfrentamento ao vetor Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Os interessados em pleitear recursos, deverão cadastrá-lo no Sistema de Convênios (https://idp.convenios.gov.br ) junto ao projeto básico e o plano de trabalho no prazo de 18 de agosto a 29 de setembro. Somente serão aceitas uma única proposta a ser apresentada por entidade governamental, com valores estabelecidos no edital, que não prevê contrapartida, conforme estabelece o Art. 79 da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO-2017).

Serão financiados projetos com valor mínimo de R$100.000,00 (cem mil reais) e máximo de R$500.000,00 (quinhentos mil reais) apenas para despesas de custeio, conforme especificado no edital de chamamento.

As propostas deverão ser submetidas, exclusivamente, por meio do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV). Os proponentes que não tiverem acesso ao sistema poderão se cadastrar diretamente no site do Portal de Convênios.

Mais informações poderão ser sanadas pelos telefones (61) 3314.6328, 3314.6626 ou 33146530.
EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO N.º 01/2017/DESAM/FUNASA/MS
EXTRATO - EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO N.º 01/2017/DESAM/FUNASA/MS


http://www.funasa.gov.br/web/guest/em-destaque/-/asset_publisher/rAoNFtfbfnUf/content/funasa-publica-edital-para-financiamento-de-educacao-em-saude-ambiental?inheritRedirect=false&redirect=http%3A%2F%2Fwww.funasa.gov.br%2Fweb%2Fguest%2Fem-destaque%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_rAoNFtfbfnUf%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-1%26p_p_col_pos%3D2%26p_p_col_count%3D9
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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Embarcação afunda em Mar Grande; 22 mortes foram confirmadas

No total, 133 pessoas viajavam na embarcação, 129 passageiros e 4 tripulantes 

 

24.08.2017, 08:24:28
Atualizado: 24.08.2017, 13:52:31
Lancha virou depois de sair do píer de Mar Grande (Foto: Marina Silva/CORREIO)


 
Um acidente envolvendo uma embarcação da Asssociação de Transportadores Maritímos da Bahia (Astramab) deixa desaparecidos na manhã desta quinta-feira (24) em Mar Grande, na Ilha de Itaparica. A Marinha confirmou que 23 pessoas foram encontradas mortas

Ao CORREIO por telefone, o tenente Fernando Araújo contou que, por volta de 11h, havia 17 corpos em Mar Grande - e o restante em Salvador. No total, 133 pessoas viajavam na embarcação, 129 passageiros e 4 tripulantes.

A lancha Cavalo Marinho I, que tem capacidade para transportar 162 passageiros, virou pouco depois de sair do terminal de Mar Grande. O Comando do 2º Distrito Naval informou que ainda não há detalhes sobre o ocorrido.

A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que, preliminarmente, 70 resgatados foram levados para a UPA de Mar Grande e outros 15 deram entrada no Hospital Geral de Itaparica. Destes, dois foram conduzidos para o Hospital do Subúrbio e um para o Hospital Geral do Estado, em Salvador. O estado de saúde das vítimas ainda não foi informado. Outras, 34 vítimas foram atendidas no Terminal Marítimo, em Salvador 

Cinco lanchas, quatro navios da Marinha, com mergulhadores, e 130 militares participam do resgate. Três navios da Base Naval de Aratu e três lanchas da Capitania dos Portos foram deslocadas para o local do naufrágio para auxiliar nas buscas. "Nós recebemos um chamado de emergência via rádio por volta das 8h e, em seguida, mandamos três embarcações de resgate imediatamente. Três navios da base com médico a bordo e todo aparato para dar socorro está a caminho. Também acionamos outros órgãos como o Graer, Samu e Bombeiros", disse o capitão-tenente da Marinha, Fernando Jeann Tôrres Araújo.

Pescadores e moradores auxiliam no resgate levando as vítimas para a areia da praia. Moradores de Mar Grande foram para o pier assim que souberam do acidente. Embarcações particulares tentam se aproximar do local do naufrágio para ajudar a socorrer as vítimas. 

A Polícia Militar, por meio do Grupamento Aéreo (Graer) e da 5ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Ilha de Vera Cruz), informou que 9h uma aeronave do Graer transportou uma das vítimas para o Hospital do Subúrbio, em Salvador. Em seguida o helicóptero retornou para dar apoio às demais vítimas do acidente.

Pai carrega corpo de filho morto em acidente (Foto: Marina Silva/CORREIO)

Sobreviventes 
 
Os sobreviventes do naufrágio da lancha Cavalo Marinho I, na manhã desta quinta-feira (24), começaram a chegar em Salvador por volta das 9h30. Ao desembarcar no Terminal Marítimo, as vítimas foram colocadas dentro de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No local, tinha três ambulâncias do Samu e uma do Corpo de Bombeiros.

Um bebê de um ano que havia sido resgatado do naufrágio não resistiu e morreu por volta das 11h. Equipes do Samu tentaram reanimar a criança, que já chegou ao terminal sem sinais vitais.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em Salvador, as vítimas estão sendo levadas para o Hospital do Subúrbio. Na Ilha, as vítimas estão sendo atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mar Grande. O estado de saúde das vítimas ainda não foi confirmado.

No Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Salvador a comoção é grande. Familiares e amigos chegaram ao local para acompanhar a chegada dos sobreviventes. Muitas pessoas choraram ao reencontrar seus parentes. 

Uma das sobreviventes é a faxineira Morenina Santana, 35 anos. Ela conta que toda quinta-feira vem para Salvador fazer faxina. "Quando eu percebi que tinha virado eu já estava em baixo da água tentando respirar e não cosneguia. Eu pedi tanto a Deus que eu suspendi a cabeça e tive a respiração. As madeiras começaram a quebrar. O barco começou a desmanchar", contou emocionada.

Quem também estava na lancha no momento do acidente foi o produtor musical, Mateus Alves Ramos, 23 anos. Ele pegou a lancha de 6h30. Seu pai, Marival Ramos, pegou a de 6h. Assim que soube do acidente, Marival foi para o terminal náutico de Salvador para onde os sobreviventes estão sendo levados.  "Meu colete eu dei a uma senhora, que desmaiou na água. Me segurei em uma bóia. Eu faço a travessia uma vez na semana.O barco surfou em cima de uma onda e não conseguiu tirar da outra onda", contou Mateus.

A adminsitradora de condomínios Meire Reis, 53 anos,  sobrevieu à tragédia que deixou mortos e feridos depois a lancha Cavalo Marinho virou na manhã desta quinta-feira (24) durante a travessia Mar Grande para Salvador. Ela relata que conseguiu sobreviver pois tinha visto ontem (23) na televisão o naufrágio que aconteceu no Pará.

"Eu vi a reportagem de Belém (Pará) e aí eu perguntei a ele (meu marido) se acontecesse isso aqui o que eu devo fazer. E ele fez e ensinou tudo como fazer para me salvar: respirar, me afastar porque o que mata é o povo que fica em cima. Tudo que ele me ensinou foi o que eu fiz. Hoje eu estou viva e salva graças a ele, ao que ele me ensinou", disse.

O CORREIO tentou contato com a Astramab para confirmar a quantidade de passageiros à bordo da embaração mas, até o momento, não obteve êxito. 
Veja imagens do acidente:
População acompanha o resgate (Foto: Marina Silva/Correio*)


Pescadores ajudam no resgate (Foto: Marina Silva/Correio*)

Embarcação naufraga após sair de Mar Grande (Foto: Reprodução/Foto do Leitor)

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Um hábito noturno aumentaria o risco de câncer de mama

Exposição excessiva à luz artificial após o pôr do sol favorece o surgimento desse tipo de tumor em longo prazo, aponta estudo

Vand Vieira, da Saúde
Campanha pela prevenção do câncer de mama
Câncer de mama: a exposição crônica à luz artificial depois do entardecer bagunça nosso ciclo circadiano (Divulgação/Divulgação)

Você costuma deixar as luzes acesas durante a noite? Pois uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, indica que tal comportamento não aumenta só o valor da conta de energia.

Depois de avaliarem quase 110 mil mulheres, os experts observaram que voluntárias de regiões com maior luminosidade noturna ou que trabalhavam como enfermeiras ao longo da madrugada eram 14% mais propensas ao câncer de mama em comparação às demais participantes.

Os dados foram coletados de 1989 a 2013. Fatores de risco relacionados ao câncer de mama foram incluídos no levantamento para descartar eventuais confusões nos resultados.

Aliás, a associação entre luminosidade noturna e câncer de mama só existiu naquelas que eram ou já foram fumantes ou na turma que estava na pré-menopausa. Por quê? Não se sabe.

A principal hipótese para esse elo começa pelo fato de que a exposição crônica à luz artificial depois do entardecer bagunça nosso ciclo circadiano, o popular relógio biológico.

Como consequência, alteraria o nível e o funcionamento de estrogênio e progesterona — os hormônios sexuais femininos. E sabe-se que essas substâncias, em excesso, estão ligadas a tumores femininos.

“Investigações mais aprofundadas são necessárias para que essa associação seja confirmada e, se for o caso, melhor compreendida”, comentou, em comunicado à imprensa, o oncologista Stephen Stefani, do Hospital do Câncer Mãe de Deus, no Rio Grande do Sul.

Vale destacar que as luzes artificiais não saem apenas de postes ou lâmpadas na sala. O seu celular é uma fonte e tanto de luminosidade — e pode, sim, destrambelhar o relógio biológico, principalmente se você recorre a ele na cama, quando deveria estar dormindo.

Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Saúde.

http://exame.abril.com.br/ciencia/um-habito-noturno-aumentaria-o-risco-de-cancer-de-mama/
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União extingue a Renca e permite exploração mineral na área

Com mais 4 milhões de hectares de área, Reserva Nacional do Cobre e Associados tem alto potencial para exploração de ouro poderá ser concedida para a exploração mineral

Foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (23) o decreto presidencial que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) na divisa entre o Sul e Sudoeste do Amapá com o Noroeste do Pará.

De acordo com reportagem publicada no G1 Amapá, o decreto assinado pelo presidente Michel Temer garante que a abertura da área vai respeitar as normas de preservação ambiental: "A extinção de que trata o art. 1º não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira", diz texto da publicação.
 
Foto:Reprodução/Rede Amazônica
 
Com mais 4 milhões de hectares de área, a Renca tem alto potencial para exploração de ouro poderá ser concedida para a exploração mineral. A proposta de extinção da reserva faz parte do novo pacote de medidas do Governo Federal para ampliação do setor mineral do país e vem sendo discutida desde o início deste ano. Além de ouro, a reserva tem áreas para exploração de outros minerais, como ferro, manganês e tântalo.

Impactos Ambientais

Na opinião de ambientalistas, as atividades mineradoras na Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) poderão trazer riscos às áreas protegidas e aldeias indígenas no Sul do Amapá e Norte do Pará. O alerta consta em um relatório elaborado pela Organização Não-Governamental WWF-Brasil.

"Apesar do forte apelo econômico, o desenvolvimento da atividade minerária pode trazer impactos indesejáveis para as áreas protegidas inseridas na Renca, tais como explosão demográfica, desmatamento, comprometimento dos recursos hídricos, perda de biodiversidade, acirramento dos conflitos fundiários e ameaça a povos indígenas e populações tradicionais", argumentou Maurício Voivodic, diretor executivo da ONG WWF-Brasil.



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Homem é multado em R$ 3 mil por manter pássaros silvestres em gaiolas

Além do crime ambiental, homem de 54 anos também foi autuado por posse ilegal de arma de fogo e munições em Lençóis Paulista. Ele vai responder pelos crimes em liberdade.

Por G1 Bauru e Marília

Polícia Ambiental apreendeu gaiolas, pássaros, armas e munições em Lençóis Paulista (Foto: Divulgação / Polícia Ambiental)
Polícia Ambiental apreendeu gaiolas, pássaros, armas e munições em Lençóis Paulista (Foto: Divulgação / Polícia Ambiental)
A Polícia Ambiental de Barra Bonita (SP) foi à vizinha cidade de Lençóis Paulista (SP) na tarde desta quarta-feira (23) para investigar uma denúncia de pássaros silvestres em cativeiro e acharam mais que isso. Além dos animais presos em gaiolas, os agentes também encontraram armas e munições. 

Pela infração ambiental de manter os pássaros silvestres em cativeiro, o suspeito foi autuado com uma multa de R$ 3 mil. Os animais foram examinados por um veterinário e soltos em uma reserva ambiental da região. 

Ao chegar a uma casa do bairro Alfredo Guedes, os agentes encontraram com um homem de 54 anos uma espingarda calibre 32, cartuchos do mesmo calibre, além de material (chumbo e pólvora) para recarga de munições. No quintal, os policiais encontraram seis pássaros da fauna silvestre sem autorização ambiental. 

O infrator foi conduzido à Delegacia de Polícia de Lençóis Paulista e autuado em fragrante pelo crime de posse ilegal de arma e por crime ambiental contra a fauna silvestre. Ele foi liberado para responder em liberdade. 

 

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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Temer extingue reserva para liberar exploração mineral na Amazônia

Decreto de Temer acaba com a Reserva Nacional de Cobre entre o Pará e o Amapá

Publicado em 23/08/2017 às 15h55
O Globo
Foto: Reprodução | TV Globo                                                                                     Amazônia

Depois de mais de 30 anos fechada à atividade de mineração, uma imensa área da Amazônia rica em ouro poderá ser explorada pela iniciativa privada. Por meio de um decreto publicado na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União, o governo federal extinguiu a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), criada em 1984, ainda durante a ditadura militar. Com isso, uma área de cerca de 47 mil quilômetros quadrados entre o Pará e o Amapá está liberada para extração de ouro e outros minerais nobres.

A expectativa do governo é, agora, iniciar os leilões das áreas para as empresas interessadas em explorar a área. No decreto, assinado pelo presidente Michel Temer, o governo destaca que a extinção da Renca “não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira”.

Apesar de ter cobre no nome, a reserva é rica sobretudo em ouro, mas também em tântalo, minério de ferro, níquel, manganês e outros minerais. Não há informações sobre o tamanho dos depósitos. Mas a avaliação do Ministério de Minas e Energia é que a área poderá se tornar algo de relevância mundial e despertar a atenção de mineradoras de todo o planeta.

A reserva do cobre foi criada por meio de um decreto assinado pelo presidente militar João Figueiredo, que impediu a exploração mineral na mata. A área fechada tem o tamanho equivalente ao do estado do Espírito Santo, ou oito vezes a dimensão do Distrito Federal. O plano dos militares era explorar, por meio de uma estatal, grandes jazidas de cobre na região. Essa intenção, no entanto, não saiu do papel.

Sem mineração, a área reúne florestas protegidas e terras indígenas. Por isso, a liberação da região para as mineradoras preocupa ambientalistas. O governo federal ainda não detalhou como será a entrada de mineradoras na região.

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Serra do Monte Alegre – Mairi – Bahia


quarta-feira, 23 de agosto de 2017


Programada com cuidado e com muita expectativa, os Trilheiros Boca da Onça rumaram na sexta feira de 18 de agosto de 2017 para Mairi – Bahia, para subir a Serra do Monte Alegre, que fica a uma distância de 200 km de Feira de Santana. A caravana de Trilheiros era composta de 16 membros, todos entusiasmados para a nova aventura. Por volta das 19h20min horas estávamos na praça principal de Mairi. Depois de alguns goles de aguardente e cerveja, um jantar no Restaurante Pimenta de Cheiro, e seguimos para o pernoite em Várzea da Roça, uma cidadezinha simpática que fica bem próximo. Éramos convidados de Mikaelle Rios, uma das bravas Trilheiras que é natural daí. Fomos recebidos pela tia de Mika, Dona Santinha, uma mulher alegre, disposta e com jeitão de cangaceira, kkkkk.  Acomodou todo mundo com uma satisfação enorme. 

No sábado dia 19 de agosto, todo mundo acordou cedo, alguns no grito, depois de uma noitada levada a um bom papo, resenha e cerveja.

 Café sertanejo, e de volta para Mairi. Por volta das 08h30min horas estávamos apreciando a estradinha que nos levaria ao pé da Serra de Monte Alegre. Um sobe e desce sem fim, o sol já estava alto e abrasador, mas as belezas do lugar compensam qualquer esforço. Uma mistura de caatinga arbórea  com floresta estacional, fazendas de pecuária, várias espécies nativas, como tamburi, juazeiros, caatinga de porco, carrancudo, gravatá, macambira, etc. A bela fauna nos presenteou com carcarás, gaviões, bem te vis, seriemas, nambus, juritis e vários outros belos animais sobreviventes da ação predatória do homem.

Depois de uma parada para água, rapadura, bananas e outras guloseimas que a turma sempre leva, iniciamos a subida para o topo da Serra. Uma escada auxiliar para começar e depois uma trilha sem muitas dificuldades nos levou até o fim. Uma deslumbrante paisagem pôde ser apreciada para compensar o esforço da turma.









Do topo da Serra onde está uma simpática Capela que durante a semana santa a população da região faz peregrinações, tem-se uma vista privilegiada de uma ampla e bela área, com destaque para: Serra da Caboronga em Ipirá, Serra do Orobó em Rui Barbosa, Serra da Caraconha em Santa Luz, Morros da cidade de Pé de Serra, complexo de Serras no município de Jacobina e o extenso Pediplano Sertanejo que se estende até as Barrancas do Rio São Francisco. Também se avista várias cidades e povoados da região a exemplo de Pintadas, Mairi, Várzea da Roça, Bonsucesso e outros, proporcionando uma bela viagem para os olhos e imaginação dos visitantes.



A convite dos Radialistas Valdir Rios e Ademário Pires da Viva Voz FM, Emissora de Várzea da Roça, ainda concedemos uma boa entrevista de cerca de 1 hora de duração, tratando das atividades dos Trilheiros Boca da Onça e da visita a Serra do Monte Alegre.
Satisfeitos com mais uma aventura coroada de pleno êxito, retornamos a Feira de Santana com a sensação do dever cumprido e energias renovadas. Agora é preparar a próxima para O Cânion do Timbó em Santo Amaro no Recôncavo Baiano. 
Texto: Messias Gonzaga.
Colaboração: Marcio Pimentel.
Edição: Givanildo Lima e Messias Gonzaga.
Fotos: Adriana Alves, Carlos Romero, Cida Porto, Fauh Cergo, Fernando Gonzaga, Gonçalo, Sergio, Uandisson Miranda, Mikaelle Rios, Karine Cerqueira e Marcio Pimentel.
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VIDHA LINUS

CONSULTORIA AMBIENTAL LICENÇAS,ELABORAÇÃO EIV, PRAD. Av Radial B, 122 Bairro Mangueiral CEP 42807-380 CAMAÇARI - BAHIA 71 3040 5033 99168 5797 VBRAMBIENTAL@YAHOO.COM.BR

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