Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A Venezuela também é problema nosso!?



“Imigração Venezuelana para o Brasil: “Ainda não atentamos para o tamanho do problema”. 
16 nov 2016 19:00h 
 


O momento sociopolítico vivido no Brasil, não tem sido dos melhores. Há crise nas instituições principalmente no executivo, ocorrido com a queda de governo e a série exponencial de delitos cometido com o dinheiro público, além do novo velho governo que não conta com o apoio popular, dificultando uma retomada lenta e silenciosa captada apenas por aqueles que apesar de tudo preferem manter a esperança.
Apesar de tudo que se vive e das constantes incertezas, longe do povo brasileiro viver as privações que desafiam os venezuelanos, causado por puro  egocentrismo de um governo autoritário travestido de socialismo, onde pra sustentar-se no poder, fita os olhos ao horizonte imaginário sem ver o sofrimento do seus compatriotas.
Mesmo estando separados por fronteiras, brasileiros de Roraima especificamente de Boa Vista capital e da pequena cidade Pacaraima, veem e vivem de perto parte desta situação. São casas invadidas, furtos e fome, e os serviços públicos oferecidos só pioram, ocasionado pelo grande numero de venezuelanos e alguns outros haitianos que chegam a estas cidades.  Sem solução local naquele país, por aqui o caos aumenta e a crise humanitária não tem sido ainda maior dado a solidariedade de grande parte dos habitantes destas e outras cidades que também começam a receber os refugiados.

Vejamos o que diz alguém que lida com esta situação:

 







 J. R. Rodrigues.
Advogado e jornalista 









Imigração Venezuelana para Roraima: “Ainda não atentamos para o tamanho do problema
Como já é parte da cultura do Povo Brasileiro, só atentamos para o problema quando ele alcança uma proporção gigantesca e os prejuízos são evidentes. Assim, mais uma vez assistimos com muita preocupação a escalada desenfreada da imigração de nacionais venezuelanos para Roraima, especialmente aqueles que se deslocam para Pacaraima e Boa Vista, mas já havendo registros de um considerável número para outros municípios.
Nos preocupa sobretudo por que não há nenhum sinal de que o Governo Venezuelano venha nos próximos dias promover alguma mudança na condução dos rumos da economia e da política, assim, a escassez de alimentos e de todos demais produtos básicos, a precariedade nos serviços de saúde, a violência e todos os males que já afligem o sofrido povo venezuelano há quase duas décadas não sofrerão nenhum revés e muito pelo contrário só serão ampliados. Dessa forma não resta nenhuma outra alternativa aos venezuelanos, especialmente para aqueles de menor poder aquisitivo, a não ser a “fuga” para os países vizinhos.
Nos compadecemos, somos solidários e sofremos ao ver indígenas, idosos, jovens, crianças e adultos perambulando nas ruas, sendo explorados, na eminência de adentrarem ao mundo do tráfico e da prostituição, etc., mas temos a consciência de que nosso Estado não tem condições de receber os cerca de 50 mil venezuelanos que já estão em terras roraimenses, muito menos de aguentar o fluxo crescente que soma mensalmente um acréscimo de pelo menos 5 mil novos imigrantes.
Louvamos a iniciativa do Governo do Estado, que implantou algumas medidas, do Governo Federal, que mesmo timidamente, tem tomado ciência do problema e algumas instituições como a UFRR que tem se mostrado dispostas a debater a situação. Ocorre que a grosso modo, entendemos que todos estão subestimando esse enorme problema, tratando no modo de “deixa estar para ver como é que fica” e tememos que quando alguma iniciativa conjunta e concreta for buscada, as soluções sejam bem mais complexas e dispendiosas.
Por isso, cada um deve fazer a sua parte, devendo a Câmara Federal – por exemplo – tomar ciência da dimensão deste problema e que os Governos Federal, Estadual e Municipais envolvidos adotem as providências que a Lei permite, dando o tratamento adequado na dimensão que o problema requer, buscando ajudada das forças armadas com Hospitais de Campana, de Organismos Internacionais como ONU, Médicos Sem Fronteiras e outras ONG’s e todos quantos puderem enviar ajuda humanitária por que sabidamente Roraima não tem condições de – sozinho – atender dignamente essas dezenas de milhares de venezuelanos que necessitam de abrigo, alimentos, remédios, etc., serviços que hoje sequer os brasileiros conseguem ter acesso. Ansiamos por um desfecho que possa unir os organismos internacionais, os órgãos públicos, setor privado, sociedade em geral e mais uma vez alertamos que isso deve ocorrer imediatamente.

José Raimundo é Advogado e jornalista Diretor da Rádio Roraima Am 590, em Boa Vista Roraima e é nosso convidado deste sábado.
VALDIR RIOS
 Eng. Ambiental e Radialista

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