A rocha, que passou a 44.000 quilômetros da Terra, sem oferecer risco, foi usada para exercitar o plano de troca de informações entre telescópios e radares
fonte:veja abril
13 out 2017, 11h08
Um pequeno asteroide muito brilhante passou a apenas 44.000 quilômetros da Terra
nesta quinta-feira (perto, em termos cósmicos) e, embora não
representasse nenhum perigo, permitiu aos cientistas se prepararem para o
dia em que um destes objetos significar uma ameaça real. Pesquisadores
da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) aproveitaram a
oportunidade para testar um exercício de defesa planetária durante a passagem da rocha.
“Considero que o exercício foi um grande sucesso”, declarou Detlef Koschny, co-diretor do setor de Objetos próximos da Terra (Near-Earth Objects,
ou NEOs, em inglês) da ESA. “Agimos como se fosse um objeto ‘crítico’ e
nos exercitamos no plano de troca de informações, utilizando
telescópios e sistemas de radar. Estávamos bem preparados e a maioria
das observações e comunicados funcionaram como previsto.”
Batizado de 2012 TC4, o asteroide se
deslocou entre a Terra e a Lua a uma distância mínima relativamente
pequena, mas bem distante do raio de 36.000 quilômetros a partir da
superfície terrestre em que os satélites geoestacionários de
telecomunicações se encontram. A passagem do asteroide “não era
preocupante, mas aproveitaremos para treinar”, disse Koschny.
O exercício foi coordenado pela
Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, junto com a Nasa, a ESA e
vários observatórios do mundo. Tratou-se de um “objeto muito pequeno,
menor do que o previsto, medindo entre 10 e 12 metros”, segundo os
pesquisadores.
O asteroide 2012 TC4 “é muito brilhante e
reflete cerca de 40% de sua luz”, indicou Koschny, acrescentando que
ele gira em torno de si mesmo em 12 minutos, “o que é muito rápido”.
Segundo o cientista a passagem de
asteroides perto da Terra “é bastante frequente”, mas poucos passam a
uma distância preocupante – e os que passam, raramente apresentam um
tamanho ameaçador. A Nasa calcula que a chance de um asteroide
potencialmente perigoso atingir o nosso planeta nos próximos 100 anos é
de apenas 0,01%. Porém, a agência espacial americana admite que, caso
uma rocha gigante venha em direção à Terra sem ser identificada com
antecedência, os cientistas não seriam capazes de impedir a colisão
catastrófica com a tecnologia disponível atualmente. Por isso, os
pesquisadores vêm trabalhando para aprimorar seu sistema de detecção de
objetos espaciais e desenvolver técnicas capazes de evitar as ameaças.
Furacão
Vários observatórios no mundo puderam acompanhar simultaneamente o asteroide 2012 TC4 nos últimos dias e até mesmo alguns amadores conseguiram fazer imagens,
de acordo com o cientista. Contudo, alguns telescópios tiveram
dificuldades. Foi o caso do de Arecibo em Porto Rico, que parou de
funcionar após a passagem recente de furacões na região. “Mas por sorte,
um outro radar americano pode ser utilizado nas últimas noites”,
explicou Detlef Koschny. “Exatamente por isso fizemos esse exercício:
para não sermos surpreendidos por esse tipo de coisa.”
Se o asteroide 2012 TC4 viesse a se
chocar contra a Terra, não seria necessário, a princípio, evacuar a
população, mas simplesmente “advertir as pessoas de que se afastassem
das janelas”, afirma Koschny.
(Com AFP)
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