Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Macaco paraplégico volta a andar em uma semana

Tratamento criado por cientistas da Suíça retoma a comunicação entre o cérebro e a medula lesionada por meio da transmissão sem fio de sinais elétricos. As primeiras etapas dos testes com humanos foram iniciadas

ostado em 10/11/2016 07:41 / atualizado em 10/11/2016 08:50

Apenas sete dias depois de sofrer um trauma na medula espinhal e perder os movimentos da pata, um macaco rhesus voltou a andar. A recuperação quase imediata foi resultado de uma terapia criada por cientistas da Suíça baseada em uma interface que une implantes eletrônicos no cérebro e no local lesionado. O estudo foi detalhado na edição desta semana da revista britânica Nature e, para os autores, poderá ajudar na reabilitação de humanos.
A equipe construiu um tipo de ponte elétrica entre a medula espinhal e o cérebro, uma estratégia explorada por outros especialistas. “Para fazer isso, temos alavancado uma década de pesquisa de nosso laboratório, que foi construído sobre o conhecimento acumulado em quase 100 anos de pesquisa na fisiologia da medula espinhal por grupos de todo o mundo”, detalha ao Correio Marco Capogrosso, um dos autores do estudo e pesquisador do Instituto Federal Suíço de Tecnologia.

A tecnologia é composta por um conjunto de microeletrodos implantado no córtex motor, região cerebral responsável pelo controle dos movimentos da perna. Esse dispositivo está interligado a uma rede sem fio responsável por receber os sinais elétricos desses neurônios e enviá-los a um computador externo, que interpreta os sinais cerebrais graças a um algoritmo desenvolvido pelos cientistas. “Ele é capaz de dizer quando o animal gostaria de realizar uma flexão ou um movimento de extensão da perna”, conta Capogrosso.

A flexão é usada para impulsionar o pé para a frente, e o movimento de extensão, para suportar o peso do animal. “Ambos os movimentos envolvem a ativação de muitos músculos, que são precisamente coordenados pelo sistema nervoso”, complementa o cientista. Quando o computador detecta a intenção de realizar um desses movimentos, envia essa informação, via bluetooth, para outro dispositivo eletrônico implantado na medula espinhal do animal. A comunicação entre esses sistemas resulta na produção de movimentos coordenados das patas.

Os pesquisadores testaram o sistema em dois macacos rhesus. As cobaias tinham uma das patas paralisadas devido a uma lesão parcial na medula espinhal. Uma delas recuperou parte do movimento na primeira semana após a ocorrência do trauma e conseguiu andar em uma esteira e no chão. O outro primata levou duas semanas para se recuperar. Segundo a equipe suíça, não será difícil repetir o experimento em humanos. “Matrizes de microeletrodos do cérebro já foram utilizadas em estudos recentes envolvendo pacientes que aprenderam a controlar braços robóticos, enquanto o sistema de estimulação da medula espinhal é muito parecido com os utilizados em clínicas para estimulação cerebral profunda”, diz Capogrosso. A revista Nature ressaltou que o uso de uma interface neuroprotética para ativar um músculo complexo da perna de um primata é um feito inédito.

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VIDHA LINUS

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