Em entrevista sincera no programa "Mais Você", Augusto Cury, um dos psiquiatras mais badalados do país, fala sobre saúde emocional e dilemas contemporâneos
1 nov 2016, 17h59 - Atualizado em 1 nov 2016, 18h03
A apresentadora Ana Maria Braga recebeu nesta terça-feira (1), no matinal Mais Você, o médico psicanalista Augusto Cury. Autor de best-sellers de autoajuda e bem-estar, o paulista participou de um longo papo sobre satisfação pessoal e dilemas do mundo contemporâneo.
Logo de cara, Ana perguntou se ele se considerava realista, otimista ou pessimista. “Sou um otimista realista”, se apresentou, explicando que o otimista não se preocupa muito com as consequências de seus atos, enquanto o otimista realista se importa com suas ações e é, ao mesmo tempo, regado por esperança.
Logo de cara, Ana perguntou se ele se considerava realista, otimista ou pessimista. “Sou um otimista realista”, se apresentou, explicando que o otimista não se preocupa muito com as consequências de seus atos, enquanto o otimista realista se importa com suas ações e é, ao mesmo tempo, regado por esperança.
Nem sempre foi assim. Quem escuta as sábias palavras de Cury não pode imaginar as tristezas de seu passado. A conversa continuou cercando as histórias da faculdade de medicina, que cursou na juventude. Durante a formação, por um quadro depressivo, se afastou das obrigações acadêmicas para mergulhar em autoconhecimento. Cury contou que sofre hipersensibilidade, um patamar além da sensibilidade que todos temos, capaz de causar dor e angústias. Para aplacar essas sensações, começou então a escrever. E, finalmente, depois desta fase de caos emocional, encontrou-se na psiquiatria.
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Pessoas emocionalmente famintas
Foi a partir dela que começou a estudar o comportamento humano. Como um dos exemplos, cita as pessoas emocionalmente famintas, que são pautas de suas pesquisas. “Existem aqueles que são mendigos emocionais. Morando em belas casas e apartamentos, eles mendigam o prazer de viver, pois precisam de muitos eventos para ter prazer. Por isso, temos recomendado que os pais não deem muitos presentes para seus filhos, porque podem viciar o córtex cerebral a necessitar cada vez mais de eventos para sentir pequenas experiências de contentamento. A melhor nutrição é a formação da criança. O melhor presente que os pais podem dar aos filhos é a sua história”, afirma.
Para ele, o cárcere desses sentimentos é perigoso. “Se a pessoas é minimamente atendida, o que vai transformá-la em alguém emocionalmente rico é o quanto ‘ela faz muito do pouco’. Quem é emocionalmente pobre precisa de muito, de aplausos, para sentir migalhas de prazer. O segredo da felicidade inteligente se encontra nas coisas simples. Se você não encontrar a felicidade nas pequenas coisas, será um miserável morando em palácios”, explica
“Ninguém pode mudar alguém”
Outro dilema, desta vez claramente contemporâneo, é a questão do ciúme no contexto de redes. Para ele, existe o moderno conceito de “saudade de mim”, que trata-se do hábito de cobrar do outro a atenção, o amor e o afeto que não se tem com a própria saúde emocional.
Um dos passos para se livrar deste problema seria cobrar menos das pessoas que amamos para não levar a vida a ferro e fogo. “Eu sempre digo que as coisas ficam mais difíceis quando tentamos modificar os outros. Elogie e troque mais. Ninguém pode mudar alguém, apenas piorá-lo”, finaliza.
Disponível: http://claudia.abril.com.br/sua-vida/quem-precisa-de-muito-para-viver-e-emocionalmente-pobre/
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