- 04/01/2017 11h16
- Brasília
Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil
Publicado no Diário Oficial da União de hoje (4) o decreto presidencial que nomeia Nísia Trindade Lima presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Pesquisadora, professora e gestora desde 1987, Nísia será a primeira mulher a comandar a fundação, após ter sido a candidata com maior número de votos em uma eleição interna da entidade.
A escolha do nome de Nísia foi feita após repercussão negativa de que o governo escolheria a pesquisadora Tania Cremonini de Araújo, segunda candidata mais votada para o cargo. Diante disso, na semana passada, o então presidente do órgão, Paulo Gadelha, enviou uma carta a Temer e concedeu entrevistas à imprensa, pedindo que o Palácio do Planalto mantivesse a tradição e nomeasse a candidata mais votada.
Divulgado em novembro, pela comissão eleitoral da Fiocruz, o resultado das eleições trouxe Nísia com 59,7% dos votos em primeira opção e Tania com 39,6% dos votos, também como primeira opção. Em órgãos vinculados ao governo, como, por exemplo, universidades federais, uma lista tríplice é tradicionalmente enviada ao presidente da República, que pode escolher o nome que preferir.
Ao fazer o anúncio da nomeação, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitiu ontem que o nome da segunda colocada, Tania, chegou a ser cogitado, mas que a solução negociada com Temer foi a "mais adequada" para a Fiocruz e que favorece a unidade da instituição.
Biografia
Nísia faz parte do quadro de pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC) desde 1987. Ela tem bacharelado em Ciência Social pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (EURJ), mestrado em ciência política e doutorado em sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.
Foi chefe do departamento de pesquisa da COC entre 1989 e 1991. Posteriormente foi vice-diretora da entidade, entre 1992 e 1994; e diretora entre 1998 e 2005. Ao longo de sua gestão, o COC criou o Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde, em 2000, formando aprimeira turma de mestrado e doutorado já no ano seguinte.
Desde 2011, ela é vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz e diretora da Editora Fiocruz. É também professora adjunta de sociologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e participa dos conselhos editoriais dos periódicos Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência; História, Ciências, Saúde-Manguinhos; Caderno de História da Ciência-Instituto Butantan e Escritos da Fundação Casa de Rui Barbosa.
Durante as eleições que a colocaram em primeiro lugar da lista tríplice, Nísia elencou 10 compromissos centrais para o avanço da instituição, dando destaque para defesa do direito universal à saúde; promoção da ciência, da tecnologia e da inovação em benefício da sociedade; valorização dos trabalhadores e promoção das relações de trabalho inclusivas e com respeito à diversidade; e promoção a qualidade e a integração na atenção, na vigilância e na promoção à saúde.
Fiocruz
Além de ser uma instituição voltada à pesquisa, a Fiocruz produz medicamentos e vacinas para o Sistema Único de Saúde (SUS) e desenvolve produtos biológicos e medicamentos. Ela conta com 16 entidades vinculadas, para atividades de pesquisa, ensino, assistência, informação e produção.
Edição: Maria Claudia
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