Segundo o estudo, mulheres que não associam exercícios físicos como metas complicadas e sim como hobbies têm melhor desempenho
31 maio 2017, 19h21
Você fica cansado ou com preguiça só de pensar em praticar atividades físicas? Muitas pessoas entram na academia e desistem quando percebem que não estão perdendo peso logo de cara, mas saiba que isso pode mudar. Segundo estudo publicado no jornal BMC Public Health, as pessoas podem aprender a gostar de serem fisicamente ativas apenas reajustando certas opiniões e expectativas em relação ao treino.
O estudo
No estudo, os pesquisadores perguntaram a 40 mulheres, com idade entre 22 e 49 anos, o que fazia com que elas se sentissem felizes e bem sucedidas. Em seguida, eles analisaram como a prática de exercícios físicos fomentava ou minava esses sentimentos. Todas elas, mesmo se praticavam exercícios regularmente ou não, buscavam as mesmas coisas: estabelecer conexões significativas com outras pessoas, sentir-se relaxadas e livres de pressões durante as horas de lazer e atingir suas metas pessoais, seja no cotidiano, na vida pessoal ou profissional.
Prazer ao se exercitar
A grande diferença, segundo os especialistas, era que as mulheres mais inativas viam o exercício físico como algo contraproducente em relação a seus objetivos. De acordo com elas, para a atividade física fazer algum efeito, teria que acelerar os batimentos cardíacos e induzir ao suor, ou seja, o oposto de algo relaxante que fariam em seu tempo livre.
Além disso, seguir uma rotina de exercícios diários, por exemplo, tomaria muito tempo e colocaria uma pressão maior sobre si mesmas. A dificuldade de se comprometer com o cronograma e atender às expectativas acaba fazendo com que se sintam fracassadas.
Em contrapartida, as mulheres que mais praticam exercícios não compartilhavam dessas opiniões. Para elas, o exercício estava associado aos desejos de conectividade social, tempo de lazer e sentimento de dever cumprido. Segundo Michelle Segar, diretora de pesquisa sobre saúde e esportes da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, essa mudança na mentalidade deve acontecer para mulheres enquanto não são fisicamente ativas.
“Essas mulheres se sentem alienadas pelo exercício ou sentem que falharam quando tentaram praticá-lo no passado”, disse ela. “Elas têm uma definição muito limitada de como a prática de atividades físicas deveria ser.”
Mudanças
Essa definição vem de décadas de publicidade de empresas ligadas ao universo fitness e pesquisas científicas mais antigas, que sugeriam exercícios de alta intensidade como a melhor forma de praticar atividade física. “Isso não é mais uma verdade”, explicou Michelle. “As novas recomendações sobre a prática sugerem que as pessoas façam o que for melhor para elas.”
Em vez de pensar no exercício como algo que toma seu tempo em vez de aproveitar o tempo livre ou socializar com amigos, a pesquisadora recomenda associá-lo a uma forma de fazer com que essas coisas aconteçam. “Podemos usar a atividade física como uma maneira de relaxar, se reunir com amigos e dar um passeio agradável. Praticar ao ar livre aumenta o humor e nos faz sentir bem”, disse.
Caminhar, por exemplo, é uma boa maneira de se manter ativo no dia a dia, mas é possível fazer mais que isso. De acordo com a pesquisadora, o mais importante é que qualquer atividade física é melhor do que nenhuma. “Você não precisa fazer 30 minutos de cada vez, não precisa suar e não precisa odiar o que está fazendo. Você só precisa escolher aproveitar o tempo quando vê oportunidades”, concluiu Michelle.
Poder da cafeína
Você sabia que o cafezinho diário pode ajudar a melhorar seu desempenho atlético? Um novo estudo, publicado no Journal of Applied Physiology, mostrou que a cafeína, mesmo consumida horas antes, dá um “boost” de energia e melhora a performance dos exercícios. A pesquisa foi desenvolvida na Universidade de São Paulo pelo professor de fisiologia e nutrição Bruno Gualano, de acordo com informações do The New York Times.
Segundo o especialista, os atletas podem se beneficiar da cafeína antes de um evento, mesmo sem se abster nos dias anteriores, como dito em pesquisas anteriores. Para testar a ideia, sua equipe recrutou 40 ciclistas competidores de São Paulo para realizar alguns testes sobre o impacto da cafeína na saúde e no desempenho das pedaladas. Antes, eles precisaram responder perguntas sobre seu consumo normal de cafeína. Com base nessas informações, os ciclistas foram separados em três grupos: baixo consumo de cafeína (um copo de café ou menos por dia), consumo moderado (dois copos), alto consumo (três copos ou mais).
Depois, os competidores fizeram testes relacionados ao desempenho atlético. Em três visitas diferentes, depois de ingerirem determinada quantidade de cafeína, eles precisaram pedalar até queimar 450 calorias, o que geralmente levava 30 minutos para os atletas. Na primeira, uma hora antes do exercício, ingeriram um comprimido contendo 400 miligramas de cafeína, o equivalente a quatro copos de café normal. Em outra, ingeriram um comprimido placebo idêntico ao anterior, também uma hora antes. Na terceira, realizaram as atividades sem nenhum tipo de estímulo.
Ao comparar os tempos realizados, quase todos os ciclistas pedalaram com mais intensidade e mais rápido depois de ingerirem a pílula de cafeína, completando a corrida 3,3% mais rápido do que sem e 2,2% mais rápido do que a pílula placebo. Em comparação, 2% a 3% do ganho poderia ajudar a ganhar alguns minutos de avanço em uma maratona, por exemplo. Os resultados foram similares independente do consumo habitual de cafeína de cada atleta.
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