Com sede em Pinhais, na Grande Curitiba, Hitech Electric oferece dois modelos para o uso urbano e também em áreas fechadas
- Renyere Trovão GAZETA DO POVO
A tecnologia elétrica automotiva ainda engatinha no Brasil. No mercado, apenas BMW i3 é movido com 100% de energia limpa. Os demais modelos disponíveis combinam eletricidade e motor a combustão, chamados assim de híbridos. É caso do BMW i8, Toyota Prius, Lexus CT200h, Ford Fusion Hybrid e Mitsubishi Outlander PHEV.
Mas agora o i3 terá a companhia de outros dois representantes conectados na tomada: o e.coTech2 e o e.coTech4. Os nomes soam estranhos mesmo para quem acompanha os movimentos da indústria automotiva. Trata-se de veículos feitos na China e que têm como porta de entrada no Brasil uma empresa paranaense, de Pinhais, na Grande Curitiba.
A Hitech Electric (www.hitech-e.com.br) começa a vender os veículos por valores bastantes chamativos para um automóvel elétrico: R$ 44.890 (e.coTech2) e R$ 49.890 (e.coTech4). A dupla não chega só. Há ainda dois modelos de caminhão leve elétrico, o e.coCargo (R$ 56.990) e o e.coTruck (R$ 59.990).
Os modelos são desenvolvidos pelo grupo Aoxin New Energy, uma estatal que é a principal fornecedora de caminhões da China.
As novidades estarão no showroom de revendedores em algumas cidades do Brasil, como Curitiba, Cascavel e São Paulo, a partir da primeira semana de julho de 2017. Por enquanto, as vendas ocorrem apenas para B2B (empresas). “Ainda estamos credenciando revendedores, com a ideia de ampliar os braços para outros estados”, diz Rodrigo Contin, 34 anos, fundador do negócio em 2016.
Pelas fotos fica claro que a intenção do empresa não é competir com i3 ou os híbridos citados acima. O visual não é um convite ao consumidor para entrar neste universo sem emissão de gases poluentes.
Por isso, o empresário aposta que a demanda virá de quem já entende os benefícios e a economia de um veículo elétrico no uso urbano e, principalmente, em locais fechados, como condomínios, instalações industriais, clubes, hotéis, prefeituras e parques.
“É um design exótico, que foge do perfil tradicional, mas que tem tido uma aceitação muito grande dos clientes. Além disso, é possível personalizar os veículos em diferentes cores e plotagens”, ressalta o empresário.
A prefeitura de Curitiba e a Itaipu Binacional fizeram uma parceria com a Renault e utilizam o quadriciclo elétrico Twizy em ações internas. Recentemente a seguradora Porto Seguro adquiriu 16 unidades do modelo para atendimentos a sinistros pelas ruas de São Paulo.
Gasto de R$ 4,50 por recarga
Os carros da Hitech são de baixa performance, com velocidade máxima entre 50 e 60 km/h. A autonomia alcança 120 km rodando com média de 35 km/h. Há a opção de modelos com duas ou quatro portas, para levar dois ou quatro passageiros.O veículo é movido com dois tipos de baterias: a de gel (comuns em carros a combustão), que tem uma vida útil de 74 mil km, e a de íons de lítio, que encarece os modelos em R$ 12 mil, porém seu ciclo de recargas dura 180 mil km.
A recarga da gel demora pelo menos 6 horas, enquanto a da íon-lítio é feita em apenas 30 minutos.
No Paraná, o custo o reabastecimento elétrico é de R$ 4,50 (referência Curitiba) e pode ser em qualquer tomada comum - os veículos são bivolt.
Até o fim do ano, a startup de Pinhais pretende trazer o modelo e-go, que será capaz de rodar por 350 km com uma recarga e atingir 140 km/h.
A economia média anual em combustível pode chegar a R$ 10mil e o retorno do investimento ocorre em 36 meses, garante Contin, que é engenheiro mecânico e chefe de equipe da Hitech Racing de Fórmula 3 desde 2009.
Como comparativo, para rodar os mesmos 120 km de autonomia doe.coTecho com um Peugeot 208 1.2 Flex (15,1 km/l no uso urbano), seriam gastos R$ 27 em gasolina - hoje o preço médio do litro está R$ 3,29 na capital paranaense. O hatch é considerado o modelo com motor a combustão mais econômico do país atualmente.
Parcerias fortes
A intenção da Hitech é comercializar1 mil unidades até o fim de 2018. Para tanto, a companhia fez uma parceria com uma grande empresa de manutenção automotiva brasileira para fazer a revisão. O serviço em lojas da empresa (são 163 espalhadas pelo país) custa R$ 178,30 e tem garantia de 12 meses.
“O custo de manutenção chega a ser 10% do valor cobrado por um motor a combustão. Não tem troca de óleo e nem de filtros e velas e há uma redução de 50% nos desgastes de suspensão e freio”, pontua Contin.
Além disso, também conta com a parceria de bancos para financiamento, como é o caso da Caixa, que já tem uma linha específica para modelos elétricos, e do Santander, que está próximo de lançar uma linha também.
Destaque para o aplicativo que monitora o veículo de forma remota, repassando informações sobre problemas e nível de bateria; a instalação de um controlador de velocidade que identifica radares e desacelera o carro automaticamente; e um dispositivo de recarga da bateria que pode ser instalado em prédios e condomínios.
“A intenção da empresa não é só ampliar o nicho de elétricos no país, mas também trazer soluções para o uso diário no setor”, finalizada.
A Hitech Electric também comercializa seus produtos na própria sede, que fica na Av. Maringá, 397, em Pinhais.
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