Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sábado, 30 de dezembro de 2017

Novos personagens na mesa de debates sobre o clima em 2018

 Cena de 'The Crown', nova série do Netflix

G1

Sábado, 30/12/2017, às 04:00,

Houve um tempo, não muito distante, em que as elites monárquicas tinham um peculiar tratamento antiestresse: a caça. Era só alguém estar de cabeça quente por um motivo qualquer que o remédio recomendado era pegar em armas e matar bichos, alados ou quadrúpedes. Lá se iam, assim, lindos espécimes de nossa fauna. Morriam por uma causa nada nobre.

Estive observando isso numa cena belíssima da série “The Crown”, produzida pela Netflix. O estressado da vez era o rei George VI, aquele que precisava conviver com uma gagueira e uma timidez pouco condizente com sua função na vida. Quando foi informado pelo médico que tinha uma doença grave, câncer no pulmão, George foi caçar belas aves num território perto de seu palácio.

E, enquanto caçava e pensava sobre sua doença, fumava um cigarro atrás do outro.

É possível que os pesquisadores que ajudaram a montar a cena tenham feito de propósito. É fácil, hoje, identificar o elo entre fumo e câncer de pulmão, e ver o rei soltar fumaça em meio a uma crise de tosse remete a maioria dos espectadores a um mundo em que a ciência ainda engatinhava nas questões médicas. Chega a dar nervoso.

Para quem é ligado a causas ambientais, porém, outro detalhe da cena não passará despercebido. A desinformação dos cientistas com relação à doença que ainda hoje é, muitas vezes, fatal, se iguala à falta de conhecimento sobre a importância da biodiversidade, sobre a extinção de algumas espécies. Vivia-se naquela época – falo do meio do século passado – como se a natureza em volta fosse eterna. E aquela elite britânica, lado a lado com outras tantas, dava o pior exemplo quanto ao cuidado com os animais. Desde então, desde sempre, a humanidade só vem marcando gols contra na maneira como trata seus bichos, só porque os consideram animais inferiores.

Foi assim que comecei a minha reflexão para fazer uma espécie de previsão sobre o que pode acontecer no mundo, no ano que começa daqui a pouco, no tema que me compete: o desenvolvimento sustentável. Porque, acima de qualquer coisa, o que a humanidade precisaria ter é coragem para assumir que vem mancando em muitos quesitos, sobretudo porque sempre se imaginou "top dez" em tudo. Está mais do que na hora de botar o pé no chão e dar uma trava nessa super autoavaliação.

Enquanto a vida de George VI se ia, o corpo dele tomado por um tumor maligno, o primeiro ministro Winston Churchill e outros lordes do parlamento se debatiam em questões políticas. O valor da vida, incluindo aí o ambiente em que se vive, perde de goleada para o valor que se dá ao poder, ao capital. Não é possível que, até hoje, passe despercebido este erro grosseiro.

Mas não vamos perder as esperanças, porque, no fim das contas, se estamos debatendo sobre isso num espaço da grande mídia destinado ao tema é porque andamos para a frente, sim. E, se em 2017 Donald Trump enterrou alguns dos progressos e fez retroceder algumas décadas, outro nome surge para tentar alavancar uma empreitada gigante para conter o uso abusivo dos combustíveis fosseis no mundo: Emmanuel Macron, atual presidente da França.

Poucos dias depois do fim da COP23, que reuniu líderes mundiais em Bonn, na Alemanha, convocados pelas Nações Unidas, onde quase nada ficou decidido, Macron chamou os líderes para uma outra reunião, chamada “Um Só Planeta”. Mais de 60 chefes de estado compareceram e até o Banco Mundial entrou na lista das promessas para injetar urgência nas ações para baixar as emissões de carbono. Foram anunciados investimentos de 26 trilhões de dólares em projetos de energia limpa.

Macron falou, e foi enfático: o plano de Donald Trump para tirar os Estados Unidos do Acordo de Paris enfraqueceu as medidas que já poderiam estar mais adiantadas desde a COP21, em 2015, quando o Acordo foi negociado. E, para dar um bom exemplo, prometeu parar de financiar perfurações para achar petróleo em seu país a partir de 2019, “salvo em situações excepcionais”.

As declarações de Macron puxaram uma enxurrada de ações. A Exxon Mobil concordou em publicar uma análise sobre como seus ativos serão vendidos num mundo dois graus mais quente. Quatorze países, incluindo a Alemanha, a Etiópia e a Costa Rica, prometeram desenvolver planos para compensar suas emissões até 2050. Uma aliança liderada por Canadá e Reino Unido para eliminar totalmente o carvão de sua produção incluiu mais países e agora já são 26 no total. Outros 36  países, incluindo a Austrália, a Grécia e as Ilhas Marshall, pediram à Maritime International Organization (Organização Marítima Internacional) que reduza as emissões de frete.

E mais: os líderes caribenhos se comprometeram a investir US$ 8 bilhões, em parceria com bancos de desenvolvimento, para a região se recuperar de furacões. E o preço sobre o carbono também foi uma promessa conseguida na reunião de Macron.

Em resumo, sim, pode ser apenas retórica, podem ser apenas falsas promessas. Mas o importante é que Emmanuel Macron puxou uma liderança sobre o tema.

Correndo paralelo para tentar deixar Trump e sua turma para trás, a China acaba de anunciar um Sistema Nacional de Comércio da Emissão de Carbono. É um passo à frente na direção de um mercado nacional de carbono que, como não podia deixar de ser, pretende ser alçado como o “maior do mundo”. Coisas de chineses.


2018, portanto, pode ser o ano em que os “outros” países começarão a descobrir que não precisam dos Estados Unidos para tomar atitudes em prol de uma mudança de hábitos regida pela decisão de baixar as emissões de carbono e, consequentemente, melhorar um pouco as condições de vida de muitos.  Sempre que eu escrevo dessa forma, fico com a sensação de que os leitores também podem estar julgando esta uma retórica inútil. Vou  legislar em causa própria, mas vou insistir: não é.

Na verdade, “baixar as emissões” é uma expressão que implica em mudanças. Voltando à cena com que iniciei este texto, ninguém pode negar, hoje, que houve uma transformação concreta na sociedade com relação ao hábito de fumar desde que a Ciência demonstrou que este é um hábito que pode levar humanos à morte. É disso que se trata, é disso que estamos precisando.

Uma transformação concreta nos nossos hábitos não quer dizer deixar todos os ganhos para trás, não implica em retrocesso. Mas, sim, pode ser feita justamente a partir dos conhecimentos científicos que hoje estão provando que há um excesso de gases poluentes na atmosfera e que este excesso está causando fenômenos que podem nos afastar, cada vez mais, de uma qualidade de vida. A partir disso, é possível começar a repensar alguns hábitos, incluindo o tratamento que se dá aos animais.

A sugestão está na mesa de debates. E, em 2018, parece que vai ganhar mais pulverização com a entrada de novos personagens na discussão, o que é muito bom. Que venha o novo ano! Feliz festa para vocês, leitores!

G1 
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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Vídeo de artistas contra redução de área de proteção no PR viraliza

Projeto em tramitação na Assembleia pode diminuir em 70% a maior unidade de conservação do Sul do Brasil.

Mariana Franco Ramos
Correspondente em Curitiba (PR)
10 dez 2017 10h58  atualizado em 12/12/2017 às 07h25 
 
Um grupo de 40 artistas paranaenses, incluindo o ator Luís Melo, da TV Globo, a cantora Rogéria Holtz e o humorista Diogo Portugal, está se mobilizando para evitar a redução em quase 70% da maior unidade de conservação do Sul do Brasil. Trata-se da Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana, localizada na região dos Campos Gerais, a 35 quilômetros de Curitiba. 

O clipe “Pare. Preste Atenção!”, lançado por eles em 30 de novembro, já atingiu a marca de 500 mil visualizações e mais de um milhão de pessoas alcançadas, entre YouTube e Facebook. O objetivo é pressionar os deputados estaduais para que não aprovem o projeto de lei  527/2016, diminuindo a APA de 392 mil para 126 mil hectares. O vídeo foi produzido pelo Observatório de Justiça e Conservação e está disponível nos links www.youtube.com/watch?v=AMNDtGkajWc e www.facebook.com/justicaeco .
Clipe lançado no dia 30 de novembro já atingiu mais de um milhão de pessoas.
Clipe lançado no dia 30 de novembro já atingiu mais de um milhão de pessoas.
Foto: Reprodução/YouTube
Uma das compositoras da música é a cantora curitibana Raissa Fayet. Quando foi convidada a gravar um depoimento sobre o assunto, ela viu a oportunidade de mobilizar a classe artística e fazer um movimento maior, como no caso da demarcação de terras indígenas. “A minha bisavó nasceu em uma das cidades por onde passa a escarpa. Tenho uma ligação afetiva. Também sou super ativista socioambiental; a favor da preservação do que resta na nossa terra sagrada. Temos pouco e ainda querem desmatar. Precisamos botar a boca no trombone”, contou. 

De autoria do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSDB), e do primeiro secretário da Casa, Plauto Miró (DEM), o PL 527 divide opiniões entre ambientalistas e o setor produtivo. Na justificativa, os dois parlamentares argumentam que pretendem garantir "maior segurança jurídica" aos agricultores. A alteração na legislação permitiria, ainda, a realização de ações mais ostensivas nos setores de pecuária e mineração. O líder do governo Beto Richa (PSDB) na Alep, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), também referendava o texto original, entretanto, optou por retirar a assinatura, após fazer uma “autocrítica”. 

O projeto se baseia em um estudo da Fundação ABC, ligada ao agronegócio, e que não foi tornado público até hoje. Por ser uma entidade privada, a ABC justifica que não precisa divulgar o teor do levantamento. Na mensagem, constam apenas as coordenadas e um "novo mapa" para a APA, feitos pela fundação com base em imagens de satélite. Não foram detalhadas questões como metodologia, critérios e ferramentas utilizadas para se chegar ao perímetro. Conforme os deputados governistas, contudo, a matéria nada mais faz do que regularizar áreas já produtivas entre o Primeiro e o Segundo Planalto Paranaense. 

A Escarpa Devoniana é uma formação geológica rochosa que se formou há mais de 400 milhões de anos, no período Devoniano. Ela fica localizada dentro da APA e deu nome à unidade de conservação de uso sustentável, criada em 1992, para proteger importantes remanescentes de dois ecossistemas associados ao bioma Mata Atlântica e altamente pressionados por décadas de exploração: a Floresta com Araucária e os Campos Naturais, além de espécies animais ameaçadas de extinção. Na APA, também existem atrativos turísticos, como o Cânion do Guartelá, em Tibagi e os parques estaduais de Vila Velha, em Ponta Grossa, do Monge, na Lapa, e do Cerrado, em Jaguariaíva.
"Mutilação" 
 
De acordo com o vice-presidente do Observatório, Aristides Athayde, todas as áreas de proteção ambiental são fantásticas porque funcionam como laboratório de convivência entre o homem e a natureza. “Nós, seres humanos, nos educamos e aprendemos a agir com o mundo natural graças à existências dessas APAs (…) Aqui no nosso caso, o governo do Estado não consegue, em primeiro lugar, admitir que o desenvolvimento e a conservação andam lado a lado. E, em segundo lugar, não admite que aquele que desrespeita o meio ambiente – que não é propriedade do dono da terra ou do governante, e sim de todos - deve no mínimo sofrer as consequências previstas pela lei”, opinou.
Também fundador do HUB Verde e membro da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado disse que a intenção dos autores do PL é transformar a área num grande canteiro de soja e pinus. “Não falamos nem em redução, e sim mutilação. É tirar 70% de uma região em que os diferentes pedaços de terra dialogam entre si, têm suas peculiaridades e riquezas. Todos com quem conversamos se convencem de que por trás desse projeto existem interesses escusos, egoístas e gananciosos”, comentou.
 
Debate 
 
Diante de tantas opiniões divergentes, Traiano se comprometeu a “esgotar o debate”, ouvindo todos os segmentos, e assegurou que a mensagem não será votada em 2017. O texto segue em análise na Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais da Casa, sem previsão de ir a plenário. “Acho normal a participação de todos, colocarem-se contrários a matérias que venham a mexer com o meio ambiente e outras decisões que possam afetar a economia do Estado, segmentos produtivos... A Casa aqui é aberta para discussão. Vejo com bons olhos, não me posiciono contra. Agora, é uma coisa muito técnica. E, portanto, acho que o aval de quem realmente tem bagagem e conhecimento é que vai preponderar numa decisão futura”. 

O tucano falou que assistiu ao vídeo e que não tem nada a contestar. “Também recebi aqui na Casa um movimento de ambientalistas que vieram trazer documentos. Recebi, encaminhei à Comissão e dei a informação de que nós pedimos ao Conselho Estadual da APA que se manifeste (…) Eu apareço no clipe sim, até porque, na forma como eu fui questionado, dava a impressão de algo que estava sendo induzido a uma questão de ordem pessoal e eu me posicionei”, completou. Ele negou, ainda, que tenha se arrependido de assinar a matéria. “Pelo contrário. Em nada na vida me arrependo. Prefiro errar convicto muitas vezes do que ficar indeciso naquilo que for fazer. A minha função é de mediador. Vou fazer isso, no sentido de conduzir uma boa decisão sobre o assunto”.
Mesmo com o adiamento da votação do projeto, Aristides Athayde reiterou que a mobilização continua. Até agora, quase 100 mil e-mails foram enviados pela sociedade aos deputados por meio do site www.osultimoscamposgerais.com.br, pedindo a rejeição da matéria. “As questões ambientais não vão mais passar despercebidas. Chamamos a atenção da sociedade, graças ao esforço voluntário de artistas e ambientalistas, e conseguimos tocar fundo na alma do paranaense”, comemorou.
 
Artistas envolvidos 
 
O narrador do curta “Pare. Preste Atenção!” é Luís Melo, atualmente no ar com a novela “O outro lado do paraíso”, na TV Globo. O trabalho conta com a participação de Du Gomide, produtor da canção, O Vagabundo Nato, Marano, Lucas Ajuz, Dow Raiz, os instrumentistas Galeno de Castro (percussão) e Renan Henche (baixo), Bernardo Bravo, Dow Raiz, Gus Benke, Karla Keiko, Laís Mann, Lucas Lepca, Nathalia Picoli, Rodolpho Grani, Rodrigo Lemos, Thais Morell, Ticho Looper, Tuyo, Veronica Rodrigues e Uyara Torrente. 

Também participaram Leo Fressato, Ana Larousse, Daniel Dach, Galeno de Castro, Juliana Zaniolo, Kelly Eshima, Lucas Ajuz, Ravi Brasileiro, Renaclo Filho, Rimon Guimarães, Vivian Reinmann e Tim Kenny. Henrique Paulo Schmidlin e o montanhista e ativista ambiental conhecido como “Vitamina". A mixagem e masterização da música são assinadas por Fred Teixeira. Fábio Farina fez a pré-produção. Há ainda uma versão com legendas em português e tradução para libras feita por Fernanda Bruni e colaboração de André Gomides e Gabriel Teixeira.

 TERRA

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Ministério Público quer suspensão de licença para garimpo no Amazonas

Por Vandré Fonseca
segunda-feira, 18 dezembro 2017 20:22
O ECO

Rio Madeira, Amazonas. Foto: Wilson Dias/ABr - Agência Brasil
Rio Madeira, Amazonas. Foto: Wilson Dias/ABr - Agência Brasil

Manaus, AM -- O procurador da República Aldo Campos da Costa pediu à Justiça a suspensão imediata das licenças concedidas e impedimento de novas autorizações dadas ao garimpo no Rio Madeira, pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Na ação civil pública, ele argumenta que o Ipaam não tem competência para conceder as licenças, por se tratar de uma atividade que resulta em significativo impacto ambiental e atingir dois estados da federação, Amazonas e Rondônia.

Na semana passada, o Ipaam renovou cinco Licenças de Operação Ambientais e concedeu mais duas a cooperativas de garimpeiros que atuam ao longo do Rio Madeira, em quatro municípios do Amazonas (Humaitá, Novo Aripuanã, Borba e Manicoré). Essas licenças haviam sido suspensas pelo próprio Ipaam porque as cooperativas descumpriram exigências ambientais que tratavam do destino do mercúrio usado no garimpo.

As exigências estavam previstas na Resolução 14 de 2012 do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cemaam), que trata do uso de mercúrio e cianeto em garimpos do estado. Esta resolução estava em discussão no conselho, mas antes que fosse aprovada uma nova redação, o Ipaam decidiu licenciar o garimpo, passando por cima da resolução, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental (Taca).

A iniciativa do governo estadual foi criticada por organizações não governamentais e ambientalistas, que divulgaram uma nota de repúdio. Na nota, eles destacam os efeitos do garimpo sobre a floresta, a saúde das populações do Rio Madeira, além da governança sobre os recursos naturais da região.
O documento lembra dos ataques de garimpeiro contra o ICMBio, Incra e Ibama em Humaitá, no dia 27 de outubro último. “Acreditamos que a legalização das atividades de extração mineral e em especial, de ouro no Estado, deve levar em consideração o princípio da precaução, ainda mais quando se trata do uso indiscriminado do Mercúrio, com o uso de equipamentos precários e não regulamentados, como dragas e tratores, que afetam de forma bastante negativa os leitos dos rios e sua dinâmica hidrológica”, diz a nota. Ela faz referência ainda ao Acordo de Minamata, assinado pelo Brasil e que torna mais rígidos o descarte e armazenamento de mercúrio.

Para o procurador, essa discussão seria superada com a concessão da liminar, pois o estado ficaria impedido de legislar sobre o licenciamento do garimpo. “Essa legislação estadual pertinente à utilização do mercúrio atinge principalmente esses garimpos no sul do Amazonas, no Rio Madeira, e no garimpo do Juma”, afirma Aldo Campos da Costa.

De acordo com o Ministério Público Federal, o garimpo no Rio Madeira atinge uma área de mais de 37 mil hectares, no Sul do Amazonas. A ação aponta a possível contaminação do leito dos rios e da floresta devido ao uso do mercúrio e enfatiza a necessidade de estudos de impacto ambiental para licenciamento da atividade, por parte do Ibama.

Ainda segundo a Procuradoria da República no Amazonas, o garimpo no Rio Madeira lançou no Meio Ambiente de 200 a 300 toneladas de mercúrio, entre 1987 e 1997.  De acordo com o MPF, a análise de amostras de cabelos de 312 ribeirinhos do Rio Madeira indicava que a maioria tinha níveis de concentração do metal pesado acima dos considerados normais.

O ECO 
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Quilombos e Código Florestal serão pauta do STF em fevereiro

Proibição dos cigarros com aroma e sabor, demarcação de terras e dispositivos do Código Florestal foram pautados pela presidente da Corte, Cármen Lúcia

Brasília - Ministra Cármen Lúcia preside sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) para decidir se parlamentares podem ser afastados do mandato
Cármen Lúcia: presidente do STF definiu a pauta do plenário da Corte para fevereiro de 2018 (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil)
Brasília – A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, definiu a pauta do plenário da Corte para fevereiro de 2018, que será dominada por temas de repercussão social e ambiental.
 
Os ministros vão iniciar os trabalhos no ano que vem com a retomada do julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) contra resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a comercialização de cigarros que contêm aroma e sabor.

Esse julgamento foi marcado para 1º de fevereiro e retornará ao plenário com a leitura do voto da relatora da ação, a ministra Rosa Weber. Nenhum dos ministros ainda votou no caso.

No dia 8 de fevereiro, Cármen marcou a retomada de um outro julgamento, envolvendo uma ação que questiona decreto que regulamenta procedimento de demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes de comunidades quilombolas.

Esse processo foi suspenso em novembro depois do pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Edson Fachin.

A presidente do Supremo pautou para o dia 21 de fevereiro a continuidade do julgamento de cinco ações que tratam de uma série de dispositivos do Código Florestal.

Em novembro, a discussão dos processos foi interrompida por pedido de vista da própria Cármen – depois da leitura de um complexo e longo voto do relator, o ministro Luiz Fux.

Os ministros da Corte ainda deverão julgar em 22 de fevereiro a possibilidade de transexuais alterarem a informação de gênero no registro civil, mesmo que não tenham passado por cirurgia de alteração de sexo.

“Pauta light”

Uma das atribuições da presidente do STF é escolher os processos que serão levados a julgamento nas sessões plenárias. O fevereiro de “pautas light” de 2018 contrasta com o tom das matérias controversas que serão analisadas pela Corte na reta final deste ano.

Nesta quarta-feira (13), por exemplo, os ministros do Supremo terão sessões pela manhã e pela tarde e deverão julgar um recurso do senador Ivo Cassol (PP-RO), condenado em agosto de 2013 a 4 anos, 8 meses e 26 dias de detenção em regime semiaberto, por fraudes a licitações, além de uma ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a possibilidade de a Polícia Federal firmar acordos de colaboração premiada.

Se houver tempo, a Corte também deve analisar o desmembramento das investigações do chamado “quadrilhão” do PMDB da Câmara. No centro do debate está a discussão sobre o alcance da imunidade presidencial.

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sábado, 16 de dezembro de 2017

Cinco gráficos que explicam como a poluição por plástico ameaça a vida na Terra

Corremos o risco de danos irreparáveis a ecossistema marinho em decorrência de milhões de toneladas de resíduos de plástico que vão parar no mar todos os anos.

Por BBC

Talheres de plástico flutuam  entre as costas da Guatemala e de Honduras (Foto: Cortesia de Caroline Power)
 Talheres de plástico flutuam entre as costas da Guatemala e de Honduras (Foto: Cortesia de Caroline Power)

A vida marinha corre o risco de sofrer danos irreparáveis em decorrência de milhões de toneladas de resíduos de plástico que vão parar no mar todos os anos. 

"É uma crise planetária. Estamos acabando com o ecossistema oceânico", afirmou à BBC Lisa Svensson, diretora de oceanos do programa da ONU para o Meio Ambiente. 

Diante do alerta, a BBC preparou cinco gráficos para explicar como o plástico se transformou em uma ameaça ao meio ambiente e mostrar a dimensão do estrago que ele pode causar ao ser descartado no oceano.

Por que o plástico é problemático?

O plástico da forma que conhecemos existe há cerca de 70 anos. E, desde então, o uso desse material tem transformado muitas áreas - da confecção de roupas à culinária, passando pela engenharia, design e até o comércio varejista. 

Quanto plástico está espalhado pela Terra? (Foto: BBC)Quanto plástico está espalhado pela Terra? (Foto: BBC) 
 
 
Uma das grandes vantagens de muitos tipos de plástico é o fato de que são projetados para durar mais - por muitos e muitos anos. 

Praticamente todo plástico já produzido continua existindo, mesmo que não esteja em seu formato original. 

Em artigo publicado na revista acadêmica Science Advances, em julho, o pesquisador Roland Geyer, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, estima em 8,3 bilhões de toneladas a quantidade de plástico já produzida no mundo. 

Desse total, cerca de 6,3 bilhões de toneladas são classificadas como resíduos - e 79% estariam em aterros ou na natureza. Ou seja, pouco material é reciclado ou reaproveitado. 

A grande quantidade de resíduos de plástico é resultado do estilo de vida moderno, em que o plástico é usado como matéria-prima para diversos itens descartáveis ou "de uso único", como garrafas de bebida, fraldas, cotonetes e talheres. 

Oceanos de plástico (Foto: BBC)  Oceanos de plástico (Foto: BBC)

 

4 bilhões de garrafas de plástico

Garrafas de bebida são um dos tipos mais comuns de resíduos de plástico. 

Estima-se que 480 bilhões de garrafas tenham sido vendidas em todo o mundo até 2016 - o que representa 1 milhão de garrafas por minuto. 

Somente a Coca-Cola foi responsável por produzir 110 bilhões de garrafas de plástico. 

Um milhão de garrafas são compradas por minuto (Foto: BBC) Um milhão de garrafas são compradas por minuto (Foto: BBC)
 
 
Alguns países têm discutido maneiras de diminuir o consumo do material. O Reino Unido, por exemplo, debate oferecer água potável de graça nas grandes cidades e criar unidades para devolução de plástico.

Que quantidade de plástico vai para o mar?

Calcula-se que 10 milhões de toneladas de plástico vão parar no mar todos os anos. 

Em 2010, pesquisadores do Centro de Análises Ecológicas da Universidade da Georgia, nos Estados Unidos, contabilizaram 8 milhões de toneladas - e estimaram 9,1 milhões de toneladas para 2015. 

O mesmo estudo, publicado na revista acadêmica Science em 2015, analisou 192 países com território à beira-mar que estão contribuindo para o lançamento de resíduos de plástico nos oceanos. E descobriu que 13 dos 20 principais responsáveis pela poluição marinha são nações asiáticas. 

Enquanto a China está no topo da lista, os Estados Unidos aparecem na 20ª posição. 

O Brasil ocupa, por sua vez, o 16º lugar do ranking, que leva em conta o tamanho da população vivendo em áreas costeiras, o total de resíduos gerados e o total de plástico jogado fora. 

O lixo plástico costuma acumular em áreas do oceano onde os ventos provocam correntes circulares giratórias, capazes de sugar qualquer detrito flutuante. Há cinco correntes desse tipo no mundo, mas uma das mais famosas é a do Pacífico Norte. 

O que pode acontecer com cotonetes (Foto: BBC) O que pode acontecer com cotonetes (Foto: BBC) 
 
Os detritos da costa dos Estados Unidos levam, em média, seis anos para atingir o centro dessa corrente. Já os do Japão podem demorar até um ano. 

As cinco correntes apresentam normalmente uma concentração maior de resíduos de plástico do que outras partes do oceano. Elas promovem ainda um fenômeno conhecido como "sopa de plástico", que faz com que pequenos fragmentos do material fiquem suspensos abaixo da superfície da água.
Além disso, a decomposição da maioria dos resíduos de plástico pode levar centenas de anos. 

Existem, no entanto, iniciativas para limpar a corrente do Pacífico Norte. Uma operação liderada pela organização não-governamental Ocean Cleanup está prevista para começar em 2018.

Por que é prejudicial à vida marinha?

Para aves marinhas e animais de maior porte - como tartarugas, golfinhos e focas -, o perigo pode estar nas sacolas de plástico, nas quais acabam ficando presos. Esses animais também costumam confundir o plástico com comida. 

Tartarugas não conseguem diferenciar, por exemplo, uma sacola de uma água-viva. Uma vez ingeridas, as sacolas de plástico podem causar obstrução interna e levar o animal à morte. 

Pedaços maiores de plástico também causam danos ao sistema digestivo de aves e baleias - e são potencialmente fatais. 

Com o tempo, os resíduos de plástico são degradados, dividindo-se em pequenos fragmentos. O processo, que é lento, também preocupa os cientistas. 

Uma pesquisa da Universidade de Plymouth, na Inglaterra, mostrou que resíduos de plástico foram encontrados em um terço dos peixes capturados no Reino Unido, entre eles o bacalhau. 

Além de resultar em desnutrição e fome para os peixes, os pesquisadores dizem que, ao consumir frutos do mar, os seres humanos podem estar se alimentando, por tabela, de fragmentos de plástico. E os efeitos disso ainda são desconhecidos. 

Em 2016, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar alertou para o crescente risco à saúde humana, dada a possibilidade de micropartículas de plástico estarem presentes nos tecidos dos peixes comercializados.
 

 

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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Mundo produziu quantidade recorde de lixo eletrônico em 2016

Ao todo foram geradas 45 milhões de toneladas de resíduo eletrônico, que inclui de celulares a geladeiras, mas apenas 20% foram reciclados. Matérias-primas no valor de 55 bilhões de euros foram parar no lixo.

DW
13 DEZ 

Terreno de uma empresa de reciclagem de aparelhos eletrônicos na Alemanha
Preço do conserto estimula consumidores a descartar aparelhos e comprar novos
 
A quantidade de lixo eletrônico gerada em 2016 alcançou o recorde de 45 milhões de toneladas, revelou um estudo da ONU divulgado nesta quarta-feira (13/12). Com o descarte de televisões, celulares e outros produtos, são desperdiçados metais, como ouro e cobre.

O volume de lixo eletrônico descartado em 2016 aumentou 8% em relação a 2014, quando foi de 41 milhões de toneladas. Segundo o estudo, elaborado pela Universidade da ONU em parceria com a União Internacional de Telecomunicações da ONU e Associação Internacional de Resíduos Sólidos, o peso do lixo eletrônico gerado no ano passado é equivalente a cerca de 4,5 mil Torres Eiffel.

Salários mais altos e preços de eletrônicos em queda, desde painéis solares até geladeiras, são os principais fatores que impulsionaram o aumento da quantidade de eletrônicos jogados fora. O consumismo e o valor de consertos, que muitas vezes custam mais que comprar um aparelho novo, também contribuíram para esse crescimento.

O estudo mostrou ainda que apenas 20% do lixo eletrônico gerado no ano passado (8,9 milhões de toneladas) foram reciclados em 2016. A grande maioria destes resíduos – que incluem tudo que possui bateria ou precisa ser ligado na tomada – acaba em aterros sanitários, mesmo que a reciclagem faça sentido economicamente. O valor das matérias-primas, entre elas, ouro, cobre, platina e paládio, contidas neste lixo em 2016 é estimado em 55 bilhões de euros.

"Ainda é chocante que apenas 20% destes resíduos sejam coletados e reciclados”, afirmou o diretor do Programa de Ciclos Sustentáveis da Universidade da ONU, Ruediger Kuehr.

O estudo prevê que, em 2021, o volume de lixo eletrônico gerado alcançará 52,2 milhões de toneladas. A China foi o país que mais produziu esse tipo de resíduo em 2016, 7,2 milhões de toneladas, seguida pelos Estados Unidos (6,3 milhões de toneladas). Já o Brasil produziu 1,5 milhão de toneladas, sendo o país da América Latina que mais gera esse tipo de lixo.

A Austrália e a Nova Zelândia são os países que mais geraram lixo eletrônico por habitante, cerca de 17,3 quilos. Mas apenas 6% desse volume foi reciclado. A Europa possui a maior taxa de coleta desse material, 35%.

A ONU fez um alerta sobre a situação e pediu que seja ampliada a reciclagem de lixo eletrônico, que representa uma séria ameaça ao meio ambiente e à saúde.
Para diminuir o desperdício, Kuehr sugeriu ainda a criação de um sistema no qual consumidores não adquiram mais produtos, mas apenas os serviços que eles oferecem. Dessa maneira, as empresas continuariam sendo donas dos produtos e forneceriam os reparos necessários. Para o diretor da ONU, esse modelo incentivaria a reciclagem e o descarte correto desses resíduos.

DW 
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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Abertos cursos com temática socioambiental

 Interessados podem se inscrever até 20 de dezembro. São nove cursos de educação a distância, com 2 mil vagas para cada um deles.

 Segunda, 11 Dezembro 2017 19:30
 fonte:mma

 

DA REDAÇÃO
Nesta segunda feira (11/12), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio do Departamento de Educação Ambiental, abre inscrições para nove cursos de Educação a Distância (EAD) com temáticas socioambientais. As inscrições são gratuitas e ficam abertas até o dia 20 de dezembro para o público em geral.
Entre os temas tratados, estão crianças e o consumo sustentável; juventudes, participação e cuidado com a água; mudança do clima; resíduos sólidos; igualdade de gênero e desenvolvimento sustentável, entre outros.
Os cursos são auto instrucionais (sem tutoria), com 2 mil vagas para cada um, e começam no dia 21 de dezembro. Desde 2012, o MMA investiu na customização de um ambiente virtual de aprendizagem e na elaboração de cursos de EAD que permitissem acesso de milhares de pessoas a conteúdos socioambientais e materiais pedagógicos para utilização online e off-line. Ao todo, já passaram pela plataforma de EAD do MMA mais de 100 mil usuários.
Segundo os organizadores, alguns cursos foram pensados e disponibilizados para recortes específicos de público e outros para serem ofertados de maneira livre; alguns são aplicados de maneira semipresencial, com apoio de instituições parceiras, outros integralmente a distância; alguns com tutoria contratada ou voluntária e outros, autoinstrucionais.


http://www.mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-informma?view=blog&id=2756

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RenovaBio é aprovado no Senado

Projeto de Lei que cria a Política Nacional de Biocombustíveis agora vai para sanção presidencial. Incentivo contribui para a redução de emissões. 

Terça, 12 Dezembro 2017 19:30
fonte: mma


Cana-de-açúcar: biomassa


DA REDAÇÃO
O Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (12/12), o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 160/2017, que cria a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). A iniciativa contribui para o cumprimento, pelo Brasil, do Acordo de Paris sobre mudança do clima. São biocombustíveis o etanol e o biodisel, por exemplo, produzidos a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A proposta, agora, segue para sanção presidencial.
O RenovaBio cria uma política de Estado para reconhecer o papel estratégico de todos os tipos de biocombustíveis na matriz de energia nacional, tanto para a segurança energética quanto para redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.
O PLC é de autoria do deputado Evandro Gussi (PV-SP), a partir de uma proposta elaborada pelo Ministério de Meio Ambiente, em parceria com o Ministério de Minas e Energia, o setor privado e a sociedade civil.
EFICIÊNCIA
Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a produção total de etanol no Brasil em 2016 foi de 28 bilhões de litros e a de biodiesel, 3,8 bilhões. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis.
Entre os objetivos do RenovaBio, além do cumprimento das metas do Acordo de Paris, estão a eficiência energética e a redução nas emissões de gases, o aumento da produção e o uso de biocombustíveis, além competitividade dessas fontes no mercado nacional. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis.
O Projeto de Lei propõe a utilização de Crédito de Descarbonização de Biocombustíveis (CBIO), concedidos a produtoras de biocombustível de acordo com a proporção de energia limpa por elas produzida. Quanto maior essa proporção, mais créditos a empresa terá. Os créditos serão negociados na bolsa de valores e comprados por setores que precisem deles como contrapartida pela emissão de carbono de suas próprias produções.

http://www.mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-informma?view=blog&id=2759
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O descanso dos maçaricos-rasteirinhos

Ave migratória utiliza o Parque Nacional do Cabo Orange para fugir do frio do Hemisfério Norte.

Publicado: Quarta, 13 de Dezembro de 2017, 14h46  
fonte :ICMBio
maçarico rasteirinho Calidris pusilla Parque Nacional Cabo Orange Foto DP nov 2017
 Monitorar as aves limícolas migratórias (limícolas são aves, geralmente, associadas a zonas úmidas e costeiras, como estuários e lagunas) no Parque Nacional do Cabo Orange no estado do Amapá. Esse foi o objetivo da expedição que encontrou cerca de 10 mil maçaricos-rasteirinhos (Calidris pusilla) em apenas dois grandes bandos, descansando em um sub-bosque de manguezal próximo ao Cabo Orange. Essa espécie, considerada ameaçada de extinção, utiliza o Parque em grande número e por longos períodos no ano, cerca de 7 a 8 meses, invernando e fugindo do frio do Hemisfério Norte – onde se reproduzem. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), através do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave), é responsável pela coordenação do Plano Nacional (PAN) de Aves Limícolas Migratórias.

“Não são comuns esses registros. As aves, que se alimentam nos bancos e praias lamosas, tendem a se concentrar durante a maré cheia em praias mais altas para descansar. No sub-bosque do manguezal, entre as raízes e pequenas árvores, a atividade era bastante intensa, com intensa vocalização e socialização”, relata a coordenadora do PAN Aves Limícolas Migratórias do Cemave, Danielle Paludo. Durante a expedição, a equipe realizou o censo e o levantamento de habitats para as diferentes espécies, além da definição das ações de pesquisa e monitoramento das aves migratórias no litoral e na unidade de conservação. O comportamento das aves nos bandos gigantescos também foi registrado através de fotografias e filmes pelos pesquisadores durante a expedição.

pesquisadores colaboradores PAN Aves Limícolas Migratorias Censo Parque Nacional Cabo Orange Foto DP 1“Os resultados desta expedição são considerados excelentes, e orientarão os próximos trabalhos para o monitoramento das aves limícolas no litoral norte do Brasil e no Parque do Cabo Orange”, ressalta Danielle. Segundo ela, o Cemave possui uma parceria com a New Jersey Audubon Society e está articulando a colocação de uma torre de rádio em Calçoene para rastreamento das aves que serão marcadas com transmissores de rádios a partir de setembro de 2018. Com esse sistema será possível monitorá-las durante a estada no Brasil, nos sítios de invernada, e conhecer com detalhes quais são os micro-habitats utilizados para alimentação e descanso. Essas informações são importantes para a conservação das aves migratórias e para a gestão da Unidade de Conservação, que pode assim direcionar os esforços de proteção, de educação ambiental e de uso público, melhorando a sua efetividade na conservação da biodiversidade.

O PAN Aves Limícolas Migratórias foi o motivador da expedição, que teve o objetivo de ampliar e assegurar a proteção efetiva dos habitats para as aves no Brasil, e identificou o Parque Nacional do Cabo Orange como um dos sítios de invernada de aves migratórias prioritários para a pesquisa e monitoramento, importantes para a conservação do grupo no Estado do Amapá, no Brasil e nas Américas.

A expedição foi realizada com pesquisadores colaboradores do PAN Aves Limícolas Migratórias, com apoio do GEF Mar e Parque Nacional do Cabo Orange. Participaram da expedição os pesquisadores Ana Paula Souza (UFMA), Pedro Lima (UFBA), Reydson Rafael (IFCE) além de Danielle Paludo (Cemave/ICMBio) e Paulo Silvestro (PNCO/ICMBio). “A articulação e as parcerias interinstitucionais e dos Centros e das unidades de conservação do ICMBio são fundamentais para a viabilização dos projetos de pesquisa e conservação do PAN”, ressalta.

Mais de 358 espécies registradas

O Parque Nacional do Cabo Orange situa-se na fronteira norte do Brasil, limitado pelo rio Oiapoque e vizinho da Guiana Francesa. Compreende uma impressionante área de manguezais e matas costeiras, além de campos alagados e restingas, abrigando uma grande biodiversidade e riqueza cultural. Mais de 358 espécies de aves já foram registradas no Cabo Orange. Possui 657 mil hectares, quase 200 quilômetros de litoral amazônico. Pela importância e riqueza de suas áreas úmidas, foi reconhecido como Sítio Ramsar em 2013. O Cemave publicou em 2008 um guia de aves do Parque Nacional do Cabo Orange.


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Resgatada, loba-guará volta à natureza

Ela ficou mais de um ano vivendo em um cativeiro em uma área natural na Serra da Canastra sendo acompanhada e treinada pelos pesquisadores

 
Publicado: Quinta, 07 de Dezembro de 2017, 16h29

fonte: icmbio 

 loba icmbio

 Depois de mais de um ano vivendo em um semicativeiro nas imediações do Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, os pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Pró-Carnívoros e a Universidade de Franca (SP) soltaram a loba-guará. O animal foi resgatado ainda filhote depois que os pais desapareceram em meio a uma queimada em um canavial no interior de São Paulo em agosto do ano passado.

Assim, começou a história da lobinha, como chamam os pesquisadores, que ficou órfã. Eles resolveram cuidar do animal para que pudesse retornar à natureza. No período de semicativeiro, recebeu comida, treinamento para caçar e acompanhamento de saúde. E ainda, segundo os pesquisadores, a visita de muitos lobos que circulavam pelo local.

"No dia 2 de dezembro abrimos o portão do recinto de treinamento, com a certeza de que a lobinha atendeu todas as marcas esperadas para ganhar sua liberdade. Seu comportamento de caça é impecável, sua saúde é perfeita. Os quase 2.600 metros quadrados já estavam pequenos para ela. Foi um dia para ficar na história", declarou emocionado o pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) do ICMBio, Rogério Cunha de Paula.

Mesmo solta, ela ainda está sendo monitorada para se conhecer melhor sobre seus hábitos durante o período de adaptação à nova vida. Segundo Rogério, a coleira de monitoramento mostrou que, no início da noite em que foi solta, ela ficou pertinho da sua antiga casa, mas logo se distanciou. "Ela está perto do cativeiro, aos poucos ela vai ganhando o mundo, entendendo que tem a Serra da Canastra toda para ela", afirma. Rogério conta que o sucesso do projeto é que a loba consiga estabelecer seu território, achar um parceiro e reproduzir.

Segundo Rogério, o trabalho foi conduzido com extremo rigor técnico, aproveitando dados científicos existentes para reabilitação comportamental e informações coletadas a partir de lobos monitorados na região. "A partir de tudo que foi aprendido e construído nesse ano na Serra da Canastra, será estruturado um protocolo de reabilitação de lobo-guará para subsidiar ações de manejo de diversas instituições, quando essas forem necessárias. Espera-se que este projeto de pesquisa seja um piloto para ações a partir do resgate de filhotes", ressalta o pesquisador.  Segundo ele, deve-se sempre buscar em primeiro lugar reduzir as ameaças que fazem com que os lobos, filhotes ou não, acabem nas mãos do ser humano. "E sempre avaliar se a reposição de animais reabilitados não trará mais prejuízos às populações locais. Ou seja, uma análise maior deve ser conduzida a evitar maiores danos ao indivíduos soltos e aos residentes", finaliza.

Extinção

O lobo guará é encontrado principalmente no bioma Cerrado, e está na lista dos animais em extinção. A maior ameaça para a espécie é a perda de habitat em razão da expansão agrícola. Os pesquisadores do ICMBio desenvolvem ações, com vários parceiros, para a conservação do lobo-guará, seguindo as diretrizes do Plano Nacional (PAN) Lobo-guará. Em 2004, 10 instituições parceiras moldaram a base para o Programa de Conservação do Lobo-Guará, conduzido pelo Cenap e Instituto Pró-Carnívoros. Eles levantam informações sobre a estimativa populacional, dispersão de jovens, saúde, genética, comportamentos e dieta.

Juntos ainda executam ações de educação ambiental e implementam estratégias práticas de conservação como a construção de galinheiros para prevenir os ataques de lobos e outros carnívoros à criação doméstica. O programa é considerado um exemplo mundial de sucesso na área de conservação. Pelas ações executadas com o lobo-guará, em 2012, o pesquisador do Cenap Rogério Cunha de Paula, foi um dos 40 estudiosos do mundo selecionados ao título de “Herói da Vida Selvagem” em uma publicação norte-americana (wildlifeheroes.org).

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terça-feira, 14 de novembro de 2017

ECOPARC RIO CAMAÇARI - Preservação X Crimes ambientais



Os crimes ambientais seguem destruindo o que resta dos recursos naturais no entorno do Morro da Manteiga e nascentes do Rio Camaçari

VALDIR RIOS
13 Nov 2017  19:43  atualizado 15/Nov às 00:27

 



Neste domingo (12),  ocorreu mais uma visita técnica com o objetivo de catalogar os recursos naturais existente na área onde esta localizado o Morro da Manteiga e nascentes do Rio Camaçari.

A equipe formada por profissionais de áreas distintas, (Engenheiro, Administradora e psicóloga), puderam mais uma vez  verificar de perto a riqueza ambiental da referida localidade, bem como os constantes ataques provocado aos recursos ambientais ainda restante.

Na sexta-feira (10), estiveram no local o Engenheiro Ambiental Valdir Rios acompanhado pelos técnicos do Departamento Ambiental do municipio o Engenheiro Ambiental João Leal e o Gerente do Departamento Epaminonda Daltro. A finalidade desta visita foi conhecer melhor  o projeto do parque da cidade proposto pelo grupo idealizador.

A etapa a seguir, será uma nova visita complementar na área próxima ao  Polo Industrial (cinturão verde). 

As reuniões setoriais para apresentação do projeto acontecerão a seguir, devendo a partir deste movimento se criar um comitê com representantes dos setores envolvidos visando o convencimento da viabilidade do ECORPARC RIO CAMAÇARI, junto ao poder público. 

 




 A queima de resíduos sólidos, descarte de entulhos, retirada de areia, corte de arvores e um curral de gado próximo às nascentes foram alguns dos crimes ambientais  observados. 

Porém o que mais chama atenção são aqueles promovido possivelmente pela Embasa com uma adutora (rompida) jorrando água  a mais de 10 dias "segundo frequentadores do espaço que não quiseram se identificar". 
  
Outro fato preocupante é um serviço feito pela Embasa no alto do morro, sem realizar os serviços necessários nas encostas que sofreram alterações com obras de manutenção. 

É possível verificar grande quantidade de solo e rochas que podem se deslocar morro a baixo sentido bairro Novo Horizonte em períodos chuvosos e vir a provocar danos ao patrimônio e a vida. 
Há risco a segurança da população do Bairro Novo Horizonte; 

                                           

As fotos são do alto do morro onde a Embasa fez reparos, as   imagens  denunciam a negligência dos responsáveis.

Para conhecer melhor leia a matéria ECOPARC RIO CAMAÇARI
Fotos:

PAULA BONATTO/VALDIR RIOS/VÂNIA CÂSSIA S. OLIVEIRA

 
































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VIDHA LINUS

CONSULTORIA AMBIENTAL LICENÇAS,ELABORAÇÃO EIV, PRAD. Av Radial B, 122 Bairro Mangueiral CEP 42807-380 CAMAÇARI - BAHIA 71 3040 5033 99168 5797 VBRAMBIENTAL@YAHOO.COM.BR

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