Terça, 17 Janeiro 2017 17:30
Paulo de Araújo/MMA
Aterro: construído de acordo com a PNRS |
Ministro do Meio Ambiente participa da inauguração da primeira etapa do projeto que vai fechar o maior lixão a céu aberto da América Latina.
WALESKA BARBOSA
O Distrito Federal possui o maior lixão a céu aberto da América Latina e segundo maior do mundo, atrás apenas de Jacarta, na Indonésia, de acordo com dados da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (ISWA, da sigla em inglês para International Solid Waste Association).
O lixão da Estrutural, como é conhecido, fica na região administrativa de mesmo nome, a 15 Km da Esplanada dos Ministérios, ocupa 2 milhões de metros quadrados e abriga cerca de 2 mil catadores de materiais recicláveis.
Na manhã desta terça-feira (17/01), com a inauguração da primeira etapa do Aterro Sanitário de Brasília foi dada a largada para o fechamento do lixão, prevista para acontecer em meados de 2018, quando também ficam prontos os sete galpões de triagem que vão abrigar os catadores.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Para o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, trata-se de uma importante e marcante obra, que muda os rumos da política socioambiental do DF.
O ministro, que é deputado federal licenciado, participou da inauguração do aterro e lembrou de seu engajamento na defesa do meio ambiente e como militante das agendas verde (floresta), azul (água) e marrom (urbana). “Como coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, no Congresso, participei ativamente das discussões que redundaram na aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei nº 12.305/10, que ampara a construção do aterro”, disse.
Ele reiterou o compromisso de sua gestão à frente do ministério com a consolidação da PNRS, principalmente no que se refere ao papel dos municípios. “O ministério voltou a ter recursos e por meio dos fundos Nacional do Meio Ambiente e da Amazônia, pretende criar alguns critérios para que os municípios possam acessá-los com o objetivo de implementar a sua gestão de resíduos”.
O ministro participou da cerimônia acompanhado pelo secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério, Jair Tannús, da diretora de Ambiente Urbano, Zilda Veloso, e do gerente de Resíduos Sólidos, Eduardo Rocha.
ATERRO DE BRASÍLIA
A obra tem a infraestrutura necessária para a disposição final ambientalmente correta dos rejeitos (resíduos não recicláveis e não compostáveis). Com 760 mil m², das quais 320 mil m² são área de aterramento, o espaço tem previsão de vida útil de 13 anos, ampliada para 25, caso haja redução da geração de rejeitos, melhoria da coleta seletiva e aumento da compostagem dos orgânicos.
O solo é impermeabilizado e uma manta de proteção evita a contaminação e a poluição do solo e da água, pelo chorume, que será escoado para uma estação de tratamento de esgoto. Já os gases gerados serão captados para queima ou geração de energia. A área é cercada e envolvida por uma barreira vegetal.
Na primeira fase de operação, o espaço receberá 900 toneladas de rejeitos por dia. O material passará antes pela triagem dos catadores que atuam na Asa Sul, em Ceilândia, Sobradinho e Brazlândia. Diariamente, são coletadas 2,8 mil toneladas de resíduos no Distrito Federal.
SALTO CIVILIZATÓRIO
SALTO CIVILIZATÓRIO
O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, considerou a inauguração da obra como um salto civilizatório, que marca o início da transição que levará ao fechamento do lixão da Estrutural que, segundo ele, incomoda e envergonha o país.
Rollemberg afirmou que todo o processo foi realizado em diálogo com os catadores de materiais recicláveis que terão, em breve, condições seguras, dignas e higiênicas de trabalho. “Nosso compromisso com os catadores é histórico. Cerca de 900 profissionais já fazem parte do programa Brasília Cidadã, que prevê o pagamento de uma bolsa de R$ 300 a R$ 900. Outros 1,2 mil também vão receber a compensação a partir de fevereiro.
A diretora do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU), Heliana Katia Campos, disse que o problema socioambiental do DF, marcado pela existência do lixão, tem na inauguração do aterro uma peça-chave para a solução. Ela também destacou a parceria com os catadores e suas instituições representativas e garantiu que até 2018 o lixão será fechado e as unidades de triagem, inauguradas.
“O que acontece aqui hoje não é sobre lixo. É sobre pessoas”, disse Antonis Mavropoulos, presidente da ISWA. Para ele, Brasília inicia a solução de um problema que afeta todo o mundo. Ele afirmou que a construção do aterro também sinaliza que o Brasil passa a cumprir as metas de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Para Mavropoulos, a inauguração do aterro mostra que a vontade política é essencial para a resolução de questões difíceis. Ele acredita na melhoria da qualidade de vida dos catadores que hoje tiram o sustento na Estrutural. E afirma: “Hoje é um dia de celebração”.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227
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