Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

domingo, 19 de março de 2017

O combate a alguns alimentos regionais, aplicação da Lei ou pretextos outros?

Operação Carne Fraca, o que ela nos diz?

19 mar 2017 22:23h
VALDIR RIOS


As feiras livres do interior, sempre foi espaço único de exposição e venda de  alimentos, tipicamente regional.  

Ir ao interior e não experimentar uma carne do sol com feijão de corda ou bode seco com farofa d’água, com diz o ditado  é o mesmo que “ir a Roma e não ver o Papa”.

Foto: Zuriel Rios


Alguns produtos que se destacam com produção ligada ao homem do campo:
·         
  • Derivados do leite

Requeijão, queijo, manteiga de fazenda e manteiga de garrafa;
  • ·         Doces

Doce de leite, mamão, de mandioca, cocadas (coco, ouricuri, leite), rapadura e vários outros produtos
    Pêta, alimento feito de fécula de mandioca
  • ·         Derivados da mandioca

Tapioca (goma), Beiju (tapioca), Quebradinha (espécie de beiju quebrado), farinha, biscoito, brinvidade, peta ...;
  • ·         Da produção animal

Ovos de quintal , galinha caipira (quintal), carne seca (bode), e carne do sol (boi).



Estes são poucos dos  produtos que apesar da perseguição do ESTADO, ainda se acha em algum município do interior da Bahia, caso não se tenha um amargo prenuncio da presença de agentes da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia - ADAB.

Longe de questionar a aplicação da Lei, o que se devia esperar do Estado é o apoio para que estes produtos sejam negociados em perfeitas condições  de higiene e outras garantias sanitárias.

Os mecanismos do governo devem agir como  parceiro do pequeno produtor, de forma a preservar as tradições, fomentando a economia local.

O pequeno produtor poderia até ser punido desde quando o ESTADO  fornecesse condições igualitárias, ao trato a que se dá aos grandes empresários. 

Desta forma, facilitando  acesso ao credito, capacitação e carga tributária diferenciada de modo a tornar estes produtos acessíveis tanto aos clientes de sempre, bem como novos mercados.

Ao invés disso o que se vê é representantes do Governo, de forma truculenta,  e desrespeitosa, a destruir produtos de pais e mães de família que trazem um pouco do que possuem, em lombos de jumentos e bicicletas, para depois de vendidos nas feiras livres, garantir um pouco de feijão a mesa, de forma a saciar a fome nestas difíceis épocas de seca.

O que se espera diante desta operação “CARNE FRACA” é que o governo urgentemente, reveja as políticas voltadas aos alimentos regionais.

Em épocas, em que ate o milho que se dar a galinha, está impregnados por produtos perigosos ao ponto de matar varias destas aves de um produtor na cidade de Várzea da Roça, é questionável às ações dos tipos que a ADAB, tem promovido ultimamente no interior da Bahia,

Garantir aos consumidores produtos sem agrotóxicos, conservantes químicos ou substancias desconhecidas, que maiores males causam a saúde da população, deveria ser a verdadeira obrigação do Estado.

O produto regional, as comidas típicas também são patrimônios de um povo. Assim, torna necessário discutir e adequar a aplicação da lei à esta produção, já que o nordestino precisa continuar a comer CARNE DO SOL (boi), CARNE SECA (bode) rapadura, farinha e requeijão, pra continuar sendo forte e tocar este Brasil adiante.


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VIDHA LINUS

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