Sexta-feira, 24 Março, 17
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por meio de seu Centro Nacional de Pesquisa de Pesca e Aquicultra (TO), vem desenvolvendo, desde 2016, na Escola Municipal Monteiro Lobato o projeto Transferência de Tecnologia para Inclusão do Pescado da Agricultura Familiar na Alimentação Escolar.
O projeto piloto tem como objetivo viabilizar alternativas para introduzir na rotina alimentar das crianças o consumo de peixe. Para isso, o projeto trabalha desde a capacitação do produtor, das merendeiras, às formas de manuseio e de consumo, assim como acompanha o desenvolvimento dos alunos.
A pesquisadora da Embrapa, Hellen Kato, conta que é realizado treinamento com as merendeiras para manipulação, modo de preparo, realização de testes da qualidade nutricional para verificar se atende ao pré-requisito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e também testes de aceitação.
– Já foram testadas sete receitas e as crianças aceitaram melhor as preparações semelhantes a lanche – afirma a pesquisadora.
Segundo a pesquisadora, o projeto ainda está no início e tem o intuito de expandir para mais unidades escolares e trazer novas receitas para ver qual melhor forma de fazer com que as crianças consumam esse peixe.
– Têm vários artigos que mostram os benefícios do consumo da carne de peixe desde a infância, você consegue levar o hábito por toda vida adulta, o que é uma prática saudável. Hoje o Brasil não tem o hábito de consumir pescado entre os adultos, então é tentar estimular desde a infância para que elas sejam o mercado consumidor no futuro – ressalta.
Os alunos da unidade escolar receberam um livro onde ensina como os peixes são obtidos e cultivados e assistiram a uma peça de educação nutricional que trazia o lobo mau e a chapeuzinho vermelho abordando uma metáfora sobre o consumo de peixe. E os estudantes aprovaram.
– Essa torta de peixe e essas outras comidas são boas. Espero que continue fazendo essas coisas saudáveis por que é bom para todo mundo – afirma a estudante do 5º ano, Yasmin Alves.
O projeto
O projeto busca possibilitar o acesso das escolas ao pescado, capacitando o produtor com formas corretas de criação, abatimento e distribuição, para que seja consumido pelas unidades escolares. Outra etapa trata-se dos cursos com as merendeiras, onde aprendem a limpar, preparar as receitas, as formas de servir e também realizar os testes com as crianças.
O cuidado com o valor nutricional é o principal objetivo do projeto. Além das receitas diferenciadas, como tortas, bolos de banana que levam peixe na massa, escondidinho, farofa, arroz com peixe, macarronada e pirão de peixe, as crianças são acompanhadas por uma equipe do grupo de estudos em educação para promoção da saúde, que é composta por alunos de enfermagem, biomedicina, nutrição e educação física. Eles avaliam o desenvolvimento físico e a neuromotricidade dos estudantes.
Bag Fish
Na rede municipal, a ETI Padre Josimo possui um projeto piloto de Bag Fish e conta com 1600 peixes. O objetivo do projeto é que, no decorrer do cultivo dos peixes, a unidade escolar consiga atender ao consumo interno. Entre as espécies estão 300 pintados, 700 caranhas e 600 tambaquis. Os animais são separados em quatro tanques e hoje já estão pesando até 450 gramas.
Da Secom/Palmas, com edição de Cerrado RuralDisponível: http://cerradoeditora.com.br/cerrado/peixe-nas-escolas-embrapa-inventiva-consumo-de-pescado-entre-estudantes/
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