Na véspera do dia dedicado a esse ecossistema, relatório do Atlas da Caatinga revela que a presença do homem ameaça a vegetação em 14 UCs federais
Por: Priscilla Costa, da Folha de Pernambuco em 27/04/17 às 08h58, atualizado em 27/04/17 às 08h59
Bioma predominante no Nordeste brasileiro, se
estendendo por mais de 800 mil quilômetros quadrados (representando uma
ocupação de quase 70% na região), a Caatinga tem um dia dedicado só a
ela no calendário nacional, nesta sexta-feira (28). Entretanto, um
mapeamento recente revela que a situação atual desse ecossistema não é
nada comemorável.
O Atlas da Caatinga, concebido por pesquisadores da Fundaj e a Universidade Federal de Campina Grande, revela que 14 Unidades de Conservação (UCs) federais estão longe de fazerem jus ao grupo que estão inseridas, o de proteção integral. Esses tipos de UCs não podem ser habitadas pelo homem, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais - em atividades como pesquisa científica e turismo ecológico, por exemplo. Mas, na prática, não é o que ocorre.
O Atlas da Caatinga, concebido por pesquisadores da Fundaj e a Universidade Federal de Campina Grande, revela que 14 Unidades de Conservação (UCs) federais estão longe de fazerem jus ao grupo que estão inseridas, o de proteção integral. Esses tipos de UCs não podem ser habitadas pelo homem, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais - em atividades como pesquisa científica e turismo ecológico, por exemplo. Mas, na prática, não é o que ocorre.
Hoje, o ecossistema possui
apenas 7,33% da sua área coberta por UC, e somente 1,02% dessa é de
proteção integral, justamente onde essas 14 unidades pesquisadas estão
inseridas. Esse baixo percentual de áreas protegidas, avaliam
especialistas, coloca em risco o próprio bioma. Coordenador da pesquisa
pela Fundaj, Neison Freire, aponta que o mau uso e ocupação da terra
pelo homem têm, há tempos, levado um estresse ambiental à caatinga sem
precedentes na história.
As principais razões, segundo ele, seriam o uso da mata nativa para a produção de lenha e carvão vegetal, mineração, invasões e a caça ilegal. “Nos últimos dez anos, 80% da Caatinga sofreu alterações na sua cobertura vegetal e, sob o ponto de vista de conservação, podemos afirmar que o bioma e as UCs estão em risco”, alerta.
As principais razões, segundo ele, seriam o uso da mata nativa para a produção de lenha e carvão vegetal, mineração, invasões e a caça ilegal. “Nos últimos dez anos, 80% da Caatinga sofreu alterações na sua cobertura vegetal e, sob o ponto de vista de conservação, podemos afirmar que o bioma e as UCs estão em risco”, alerta.
Dados do Ministério do
Meio Ambiente comprovam essa realidade. O último levantamento feito pelo
órgão federal aponta que, entre 2002 e 2008, foi removida da Caatinga o
equivalente a 1,6 milhão campos de futebol. Na avaliação de Freire,
como saída para melhoria dos resultados das UC, é preciso que haja um
maior investimento do Governo Federal no aumento do orçamento das UCs e
concursos públicos para aumentar o contingente de agentes ambientais
para fiscalização das áreas protegidas e implementação de planos de
manejo (documentos que impõem regras de uso numa UC).
Discussão
Para
chamar a atenção sobre a importância e conservação do bioma, um evento
realizado pelo Ibama acontece nesta quinta-feira (27), às 14h30. O
encontro será no auditório do órgão federal, no bairro de Casa Forte.
Apesar da vegetação espinhosa e retorcida, a região detém uma importante biodiversidade, com registro de 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas. O herbário do Instituto Agronômico de Pernambuco, inclusive, possui 58 mil espécies da Caatinga catalogadas.
Apesar da vegetação espinhosa e retorcida, a região detém uma importante biodiversidade, com registro de 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas. O herbário do Instituto Agronômico de Pernambuco, inclusive, possui 58 mil espécies da Caatinga catalogadas.
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