Dos 38 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos no Brasil, 2,5 milhões estão fora da escola. Mas quem são esses jovens?
14 jul 2017, 10h10
Dos 38 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos no Brasil, 2,5 milhões estão fora da escola. Isso corresponde a quase o total de pessoas nascidas no país por ano.
Mas quem são esses jovens que estão fora da escola? Com base em números sobre evasão escolar divulgados pelo INEP e em uma análise elaborada pela economista Mariana Leite, do IDados, vemos que há três grupos que merecem atenção especial.
O primeiro grupo é formado por 800.000 crianças de 4 a 6 anos que nunca foram à escola. Trata-se sobretudo de crianças que vivem na zona rural ou em municípios que ainda não universalizaram o atendimento à pré-escola. Os problemas são menos de falta de vagas e mais de dificuldade de acesso. Como sobram vagas nas séries iniciais, o problema é de fácil solução.
O segundo grupo é formado por 1,2 milhões de jovens de 15 a 17 anos. Eles deixaram a escola quando estavam no ensino fundamental – a maioria foi reprovada várias vezes. Apenas um terço desse grupo trabalha. Portanto, não foi o trabalho que os tirou da escola, e sim a escola que os deixou.
O terceiro grupo é o mais preocupante: 65% das meninas de 10 a 17 anos com filhos não frequentam a escola. O número delas pode chegar a 200 mil. Não é apenas o futuro delas que está comprometido – seus filhos terão mães com escolaridade mais baixa, começando a vida em maior desvantagem.
Todos merecem atenção da sociedade, mas o terceiro grupo é o que precisa de um atendimento mais imediato e vigoroso.
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