Uma rocha que voará a 'apenas' 6.800 quilômetros do nosso planeta, sem oferecer risco, será usada pela Nasa para testar detecção e rastreamento de ameaças
Da redação
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1 ago 2017, 19h05 - Publicado em 1 ago 2017, 18h29
VEJA/ABRIL
Desde que um cientista da Nasa declarou que a Terra não estaria preparada para barrar um asteroide “surpresa” que
se aproximasse sem ser detectado, a preocupação do público vem
crescendo em relação a uma potencial ameaça. Mas, para proteger nosso
planeta, a agência espacial americana já está desenvolvendo um poderoso sistema de defesa planetária.
E a passagem de uma rocha espacial a 6.800 quilômetros da Terra (perto,
em termos cósmicos, mas não o suficiente para oferecer qualquer risco)
será a chance perfeita para testar essas novas tecnologias. Segundo a
Nasa, que anunciou o experimento neste fim de semana, a oportunidade
colocará à prova os observatórios e cientistas responsáveis por detectar
e rastrear asteroides potencialmente perigosos.
“Cientistas sempre apreciaram saber
quando um asteroide fará uma passagem próxima e segura pela Terra,
porque eles podem fazer preparativos para coletar dados, caracterizar [o
objeto] e aprender o máximo possível sobre ele”, disse Michael Kelley,
cientista envolvido no programa e líder da campanha de observação do
TC4, como foi batizado o asteroide que será objeto de estudo. “Desta
vez, estamos adicionando outros esforços, usando este voo próximo para
testar a rede mundial de detecção e rastreamento de asteroides,
avaliando nossa capacidade de trabalhar juntos para encontrar uma
potencial ameaça real.”
TC4 tem entre 10 e 30 metros, um pouco maior do que o asteroide que atingiu Chelyabinsk, na Rússia, em 2013. Ainda assim, é relativamente pequeno, se for levado em conta que o asteroide responsável por extinguir os dinossauros tinha quase dez quilômetros. Os cientistas, no entanto, garantem que, assim como a maioria dos Near Earth Objects (NEOs,
na sigla em inglês, traduzida como “Objetos Próximos à Terra”), o TC4
não oferece nenhum risco de colisão catastrófica com o nosso planeta.
Ele foi escolhido pela Nasa porque,
desde que foi descoberto em 2012, está fora do alcance dos telescópios.
Quando ele se aproximar da Terra, os cientistas esperam utilizar grandes
telescópios para rastreá-lo e restabelecer sua trajetória precisa,
assim como definir sua órbita, determinando exatamente a que distância
que ele passará do nosso planeta.
“Este é o alvo perfeito para esse
exercício, porque conhecemos a órbita do TC4 suficientemente bem para
ter certeza absoluta de que não impactará a Terra, mas ainda não
estabelecemos sua trajetória exata”, afirmou Paul Chodas, diretor do
Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS, na sigla em
inglês). “Compete aos observatórios obter uma correção [na trajetória já
conhecida] do asteroide à medida que se aproxima e trabalhar em
conjunto para obter observações de acompanhamento para fazer
determinações de órbita de asteroides mais refinadas.”
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