07/04/2017 UNDIME
O Ministério da Educação (MEC) vai fixar
um prazo de até dois anos após a homologação da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) para que estados e municípios elaborem os próprios
currículos. São os currículos que vão definir como os objetivos de
aprendizagem estabelecidos devem chegar aos estudantes nas salas de
aula.
"O MEC assegurará todo o apoio
técnico do ponto de vista do suporte para que estados e municípios
possam avançar na definição dos currículos que obedecerão as normas
gerais e as diretrizes gerais consagradas na BNCC", disse o ministro da
Educação, Mendonça Filho. "Tanto o suporte téncico, como a formação de
professores e currículos devem estar absolutamente sintonizados com a
nova base que será homologada", acrescenta.
A
Base Nacional Comum Curricular define o que deve ser aprendido a cada
etapa da vida escolar. Vale tanto para escolas públicas quanto privadas.
O ministério entregou hoje (6) a base comum do ensino infantil e
fundamental ao Conselho Nacional de Educação (CNE). A expectativa é que,
após analisar e elaborar parecer e projeto de resolução, a BNCC volte
para o MEC para ser homologada até novembro. Entre junho e setembro, o
conselho fará cinco audiências públicas, uma em cada região do país.
Se esses prazos forem cumpridos, significa que estados e municípios terão até o final de 2019 ou início de 2020 para concluir os currículos.
Se esses prazos forem cumpridos, significa que estados e municípios terão até o final de 2019 ou início de 2020 para concluir os currículos.
Segundo
o diretor institucional do Conselho Nacional de Secretários de Educação
(Consed), Antônio Neto, o prazo é viável para os estados. "Esse é um
movimento que o Brasil nunca fez, alguns estados têm experiência de
estrutura curricular, outros não, muitos municípios nem isso. Esse é um
momento não apenas para a construção dos currículos, mas também de um
diálogo federativo com regime de maior colaboração, que em alguns
territórios possam ser discutidas linhas curriculares semelhantes, para
que não haja tanta disparidade. A base curricular vai exigir muito
esforço de formulação de estados e municípios", afirmou.
Já
entre os municípios, as situações são distintas, alguns estão mais
avançados e outros precisam de mais tempo para conformar os próprios
currículos, segundo o dirigente Municipal de Educação de Goiânia,
Marcelo Ferreira da Costa, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime) Goiás. "Com certeza, durante o processo de discussão, vamos
avançar. Temos um parâmetro de trabalho, mas durante as discussões,
vamos verificar se o prazo é viável e traremos uma proposta ao ministro,
se necessário for", disse.
Mudanças
Entre
outras questões, a Base Nacional Comum Curricular apresentada pelo MEC
estabelece competências para serem desenvolvidas ao longo de toda a
educação básica. Entre elas, está a empatia e o respeito à diversidade.
Além disso, a alfabetização, que atualmente é feita até o 3º ano do
ensino fundamental, deverá ser antecipada para o 2º ano do ensino
fundamental, quando as crianças geralmente têm 7 anos.
A
definição antecipa o que está previsto em lei. O Plano Nacional de
Educação (PNE) estabele que todas as crianças sejam alfabetizadas até o
3º ano do ensino fundamental, até 2024. Um total de 77,8% das crianças,
até 2014, tinha aprendizado adequado em leitura, dentro desse prazo;
65,5%, em escrita; e, 42,9% em matemática.
"[A
antecipação] gera mais equidade, principalmente para famílias mais
pobres. Famílias de classe média conseguem ter a criança alfabetizada em
idade inferior à média das escolas públicas. A medida fixada na BNCC
está assegurando o mesmo direito para as crianças que estudam em escolas
públicas", disse Mendonça Filho.
Documento de acompanhamento para os pais
Para
o diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, a BNCC será um
instrumento importante para que pais e responsáveis acompanhem a
educação dos filhos. "Ajuda os pais a saberem se aquela escola está
entregando para ele aquilo que a nação espera que o filho dele aprenda.
Isso é um passo muito importante para o Brasil. A BNCC, se bem
implementada, pode ser uma ferramenta fundamental para dar um salto de
qualidade na educação brasileira", afirmou.
A
expectativa é que, definindo o que é esperado que as crianças e jovens
aprendam, isso impacte também na formação dos professores, na produção
de materiais didáticos e na elaboração das avaliações nacionais, como a
Prova Brasil.
"Vai haver uma mudança.
Na maioria das salas de aula do Brasil, não tem nenhum currículo.
Alguns estados e municípios têm, mas, na maioria, o currículo não chega
na sala de aula. A base comum vai organizar isso. Teremos um material
didático coerente com o que é ensinado, um professor formado para
ensinar o que é esperado e uma prova que avalia. Parece simples, mas
imagina viver sem isso, que é a nossa história, sem clareza do que é
esperado que o aluno aprenda", diz.
Ensino Médio
A
previsão do Ministério da Educação para a entrega da BNCC do ensino
médio ao Conselho Nacional de Educação é no segundo semestre desse ano. A
parte do ensino médio foi desmembrada das demais. A intenção é que o
documento se adeque à reforma do ensino médio.
Fonte: Empresa Brasil de Comunicação
https://undime.org.br/noticia/07-04-2017-13-40-mec-dara-prazo-de-2-anos-a-estados-e-municipios-para-adequacao-de-curriculos
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