Novo estudo diz que aumento entre 0,4 e 2 graus Celsius na temperatura de algumas regiões obrigaria espécies nativas a migrar
4 set 2017, 15h53
Mar de Ross na Antártida (iStockphoto/Getty Images)
O aquecimento global prejudicará a maioria das espécies do fundo marítimo da Antártida até o final do século, aponta uma pesquisa publicada nesta segunda-feira pela revista científica Nature Climate Change. Após estudar 900 espécies de invertebrados que vivem perto da região, uma equipe do instituto British Antarctic Survey (BAS, na sigla em inglês), do Reino Unido, estimou que 79% delas sofrerão uma importante redução do habitat devido ao aumento de temperaturas no planeta e serão obrigadas a migrar.
Segundo os pesquisadores, uma pequena
parcela dos animais que vivem na região poderia até se beneficiar do
aquecimento, considerando que algumas espécies vivem melhor em águas
mais quentes. Porém, a maioria dos animais nativos da Antártida seria
obrigada a mudar de local em busca de ambientes mais frios. Tal perda de
fauna na região trará importantes mudanças na gestão e distribuição dos
recursos.
Os prognósticos ambientais determinam
que, até 2099, a região aquecerá em média 0,4 grau. Esse aumento da
temperatura previsto, no entanto, não será suficiente para que “espécies
de outros continentes invadam ou colonizem a Antártida”. O oceanógrafo e
pesquisador do BAS Andrew Meijers, que participou do estudo, afirma
que, em algumas áreas do fundo marítimo antártico, o aumento das
temperaturas pode atingir até 2 graus Celsius nos próximos cem anos, o
que “terá consequências dramáticas para a futura biodiversidade da
região”. “As águas ao redor da Antártida estão isoladas, são profundas e
muito frias, mas não estão além do alcance da mudança climática”,
afirma o cientista.
O autor principal do estudo, Huw
Griffiths, também pesquisador de biologia marinha no BAS, afirma que
“enquanto algumas espécies podem prosperar, pelo menos durante as
primeiras décadas de aquecimento, o futuro de toda uma gama de
invertebrados como as estrelas de mar é sombrio”. A razão é que “estas
espécies não têm onde nadar ou se esconder no que já é o oceano mais
frio e meridional do mundo”.
0 comentários:
Postar um comentário