As pessoas procuram filhotes claros, peludos e de pequeno porte, mas a maioria dos bichos em abrigos é idosa, grande ou têm deficiência.
31 ago 2017
16h49
atualizado às 17h06
Os filhotes abandonados que chegam ao Centro de Controle de Zoonoses
(CCZ) da Prefeitura de São Paulo nem chegam a esquentar a coleira: são
todos adotados quase que imediatamente.
Enquanto famílias vêm e vão levando seus novos bichinhos - filhotes
claros, alegres e peludos - Plutão descansa o focinho grisalho nas
patas, alheio ao movimento do outro lado da porta de vidro de seu canil.
Com 14 anos, glaucoma em seu único olho e começando a ficar surdo,
Plutão reúne a maioria das características que dificultam as chances de
um cão sem dono conseguir um lar: é preto, velhinho, doente e tem uma
deficiência.
Manso e sociável, ele gosta de adultos e crianças e se dá bem com
outros cães, mas está no CCZ há cinco anos sem conseguir agradar alguém o
suficiente para ser levado para casa.
A vida de Plutão demonstra como funciona a fila da adoção: as pessoas
têm necessidades e expectativas em relação aos bichos de estimação. Os
que saem primeiro são os que se encaixam melhor nesse ideal de pet - em
geral, quanto menor, mais jovem, mais claro e mais peludinho, maior a
chance de arrumar um lar.
"As pessoas vêm procurando filhotes", diz o veterinário Rafael
Birkeland Carvalho, um dos responsáveis pelo cuidado com os cães do CCZ.
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