O protótipo é de uma fabricante britânica. A versão projetada com comida inclui trem de pouso feito de salame
Ana Carolina Leonardi, da Superinteressante
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16 mar 2017, 16h58
- Atualizado em 16 mar 2017, 17h30
Drone: o protótipo ganhou o nome de Pouncer e suas especificações
técnicas já foram patenteadas – com exceção da parte de materiais
alimentícios para construção (Divulgação/Divulgação)
Mas a empresa britânica Windhorse Aerospace quer incrementar o papel do drone nessa empreitada: ele levaria comida até áreas de risco e, além de servir como meio de transporte, seria comestível também.
O protótipo ganhou o nome de Pouncer e suas especificações técnicas já foram patenteadas – com exceção da parte de materiais alimentícios para construção.
Por enquanto, o Pouncer seria um drone com aterrissagem precisa, criado especialmente para carregar até 50 kg de comida e água a cenários de guerra ou acidentes.
A ideia é que seu custo de fabricação ficasse por volta das £100 (cerca de R$ 383). O preço total do vôo e dos mantimentos somaria no máximo £250 (em reais).
Ele precisa ser barato, porque a ideia é que seja de uso único, sem precisar ser recuperado para novos vôos.
Só este projeto já seria uma novidade para a ajuda humanitária, para a qual os drones servem, no máximo, para a entrega de medicamentos.
Mas o fundador da Windhorse Aerospace quer ir mais longe – já que o drone não vai voltar mesmo, melhor torná-lo comestível e aumentar a quantidade de comida transportada sem alterar a carga máxima.
Nigel Gifford, que está por trás da empreitada, projetava aeronaves para o exército, mas ficou famoso por suas iniciativas malucos.
Vendeu um drone para o Facebook, chamado Ascenta (e depois Aquila) que serviria como um modem de internet, em pleno vôo, para as áreas onde a conexão ainda não chegou.
Antes disso, ele foi do time de logística de Richard Branson, magnata que tentou dar a volta ao mundo em um balão de ar. O drone deu certo – a aventura não.
Seu próximo desafio é encontrar os melhores materiais para a produção do drone comestível.
Em uma entrevista ao Financial Times, ele mencionou alguns candidatos bizarros: favos de mel ou vegetais comprimidos para a estrutura e salame para o trem de pouso. Para Gifford, a carne processada tem a “força e a flexibilidade ideal” para a tarefa.
A proposta não convenceu as agências de ajuda humanitária. Primeiro, porque não acreditam que drones vão funcionar para distribuição ampla de comida.
A segunda crítica é que as comunidades em risco estariam sendo usadas como plataforma de testes para uma nova tecnologia de drones, mesmo que comestível.
Ainda que a ideia de comer o pacote de entrega faça sentido inicialmente, as primeiras entrevistas sobre o Pouncer falavam de um drone de baixo custo que poderia ser desmontado e as peças retiradas para serem usadas como material para construir abrigos ou mesmo queimadas com segurança e alimentar pequenas fogueiras, auxiliando no preparo de alimentos.
Um drone de cenoura compactada e salame é incrível – mas uma proposta mais pé no chão seria bem mais útil.
Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Superinteressante.
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