Animal encontrado na Praia do Sapê em Ubatuba teve a morte ocasionada pela tira do objeto, que ficou presa em seu maxilar, gerando uma grave infecção
Da Redação
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20 jun 2017, 19h27 VEJA/ABRIL
Ao ficar preso, o chinelo ocasionou uma lesão muito grave no maxilar superior, impedindo o animal de se alimentar (Adrian Howard/ Monash University/AFP/VEJA) |
Um golfinho da espécie Sotalia guianensis foi encontrado
morto na Praia do Sapê em Ubatuba, litoral norte paulista, com uma tira
de chinelo presa ao seu focinho. O animal foi visto há duas semanas
pelos moradores da região, que acionaram o pelo Projeto de Monitoramento
de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) da ONG Instituto Argonauta para a
Conservação Costeira e Marinha, parceira do Aquário de Ubatuba. Os
veterinários do Instituto constataram que o objeto, que provavelmente
permaneceu preso ao golfinho por meses, levou a uma grave infecção e à
inanição.
De acordo com a ONG, o golfinho pode ter
tentado abocanhar a tira ao confundi-la com comida ou simplesmente se
enroscou no objeto que flutuava ao mar. O resultado foi uma infecção
severa, com muito pus e inchaço, que impedia o animal de se alimentar.
“A cena é triste. Tudo indica que o animal passou meses com esse pedaço
de chinelo enroscado ao corpo”, conta Carla Beatriz Barbosa,
coordenadora do PMP-BS.
Segundo Carla, não foi somente a equipe
que ficou chocada com a cena. “O episódio causou comoção não só por
parte dos nossos monitores, mas também da comunidade local. As pessoas
que viram estavam realmente inconformadas”. Para a organização, o caso
evidencia a importância da conservação do ambiente marinho, já que a
poluição está entre as principais causas de mortalidade da fauna,
perdendo apenas para a pesca predatória.
“Casos como este são chocantes, mas
precisamos e devemos divulgar para que as pessoas saibam que até um
simples chinelo esquecido na beira do mar pode levar à morte um animal
marinho ameaçado de extinção”, explica Hugo Gallo, oceanógrafo e
presidente do Instituto Argonauta.
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