quarta-feira, 21 junho 2017 16:31
Esse investimento poderia proteger 90% da biodiversidade de anfíbios do bioma, levando em consideração também outros critérios, além da variedade de espécies. O estudo leva em consideração a diversidade filogenética, que demonstra a distância evolutiva, e também a funcional, que inclui características morfológicas, ecológicas e fisiológicas das espécies.
O mapeamento apresentado no estudo indica que a maior diversidade funcional e filogenética de anfíbios a Mata Atlântica está na porção leste do bioma, da região central em direção ao nordeste. As áreas consideradas de mais alta prioridade estão principalmente nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. A Mata Atlântica abriga mais da metade dos anfíbios encontrados no Brasil, mas apenas 12,9% dela está preservada.
Segundo os autores, a soma desses critérios ajuda a compreender melhor o que pode ocorrer com a biodiversidade no futuro. “A utilização simultânea de diversidade funcional, filogenética e taxonômica pode ajudar a prever os efeitos de competição e filtragem ambiental nas comunidades ecológicas”, afirma Felipe Campos, que há quatro anos está na Espanha cursando doutorado na Universidade de Barcelona.
No estudo, os pesquisadores apresentam três modelos para representar a máxima biodiversidade (50%, 70% e 90%) que poderia ser protegida com o menor custo possível. Foram consideradas apenas áreas fora de unidades de conservação e que abrigavam pelo menos uma espécie ameaçada.
Eles concluíram que um total de 1.995,28 quilômetros quadrados de Mata Atlântica devem ser considerados como de alta prioridade para a conservação. De acordo com o estudo, hoje existem 9.309 quilômetros quadrados de áreas protegidas na Mata Atlântica (2.316,74 quilômetros quadrados de uso restrito).
O cálculo leva em consideração um estudo publicado na revista Science em 2014, que apontou o valor de US$ 13.227,00 anuais a serem pagos em média por serviços ambientais para cada quilômetro quadrado de Mata Atlântica preservada. “É um valor pequeno anual, que pode vir de um incentivo fiscal do governo ou uma ong ou empresa privada, que pode pagar por compensação ambiental”, acredita o biólogo brasileiro.
http://www.oeco.org.br/noticias/mata-atlantica-estudo-indica-onde-investir-para-conservar-melhor/
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