Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Pesquisadoras brasileiras desenvolvem pão com farinha de barata

 31/01/2017 - 16H01/ atualizado 17H0101 / por Júlio Viana*
Disponível: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/01/pesquisadoras-brasileiras-desenvolvem-pao-com-farinha-de-barata.html
  (Foto: Flickr/ Nasrullah Taha)
(Foto: Flickr/ Nasrullah Taha)

Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) descobriram uma nova forma de produzir alimento mais barato e nutritivo. As alunas de Engenharia Química de Alimentos, Andressa Lucas e Lauren Menegon, desenvolveram uma farinha feita de baratas que possui 40% mais proteínasdo que a farinha de trigo normal.
Até 2050, a população mundial poderá chegar a 9,7 bilhões de pessoas, 32% a mais do que hoje, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Pensando na possível escassez alimentar que poderá surgir a partir disso, as pesquisadoras resolveram ir atrás de uma solução capaz de suprir as necessidades da população de forma efetiva, rápida e sem consumir muitos recursos.
Foi aí que a ideia de utilizar insetos apareceu: “Insetos são muito mais disponíveis. Eles possuem um retorno mais rápido, a quantidade de alimento que precisam é menor, assim como o tempo que demoram pra crescer” explica à GALILEU a orientadora da pesquisa, Myrian Salas Mellado.
Ainda mais importante do que a facilidade de acesso à matéria-prima é seu alto teor de proteína. Segundo Mellado, as baratas possuem grande quantidade de aminoácidos essenciais e, mesmo que em menor número, alguns lipídios e ácidos graxos também. Todos fundamentais para uma nutrição balanceada.
Baratas cinérea utilizadas na farinha (Foto: Reprodução/RBS TV)
 As baratas não são do tipo comum, daquelas que vemos por aí na rua. São do tipo Cinéria, bem menores. E não pense que o grupo buscou os bichos em bueiros ou esgotos. As pesquisadoras compraram os insetos de uma criadora especializada, onde são produzidos de forma higiênica e alimentados com frutas e verduras.
O modo de processo é muito simples. As baratas chegam já desidratadas e são colocadas em um moinho de bolas para serem trituradas. Depois, o conteúdo resultante passa por uma peneira e é misturado à farinha de trigo para a produção de pães.
Segundo a orientadora, a porcentagem ideal de farinha de barata para que o alimento continue com o mesmo gosto e aparência de um pão comum é de 10% em relação à quantidade normalmente utilizada de farinha de trigo. Os alimentos passaram por um teste de aprovação de mais de 80 pessoas para avaliar a qualidade do produto.
O uso de insetos como matéria-prima é algo inédito nas universidades brasileiras e como a pesquisa rendeu bons frutos as pesquisadoras querem levar o projeto adiante. "Necessitamos da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [ANVISA] para o consumo humano, porque inseto ainda não está liberado. Portanto estamos entrando com a papelada para tornar o produto disponível", diz a pesquisadora Andressa Lucas à GALILEU.
As duas alunas, que fizeram da pesquisa seu projeto de conclusão do curso de engenharia química de alimentos, estão com planos de também expandir a produção para outros insetos como o grilo e o besouro tenébrio.
*com supervisão de Nathan Fernandes.
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