terça-feira, 07 março 2017 19:46- Por Duda Menegassi
Unidades de conservação protegem mais do que patrimônios naturais, algumas protegem também a nossa história: sítios arqueológicos que ajudam a desvendar o passado da humanidade e do planeta. Os principais testemunhos da presença humana em um passado distante estão nas paredes rochosas e na representação de imagens que contam aspectos da vida cotidiana dos primeiros povos. Observar pinturas rupestres é um verdadeiro mergulho no passado que transforma as paredes em páginas de livros.
Ainda há muito para ser estudado e desvendado pela arqueologia no Brasil. É essencial a preservação de sítios arqueológicos, pois eles são a chave para desvendar o passado da raça humana. O WikiParques selecionou sete unidades de conservação brasileiras que além de conservar a natureza, conservam a nossa história.
Parque Estadual da Cerca Grande (MG)
Localizado no município de Matozinhos, o parque é o único sítio arqueológico de Minas Gerais tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em nível nacional. A honraria condiz com a importância do patrimônio histórico e cultural preservado no parque. A unidade de conservação está situada em uma região cárstica – isto é, caracterizada pela paisagem rochosa esburacada com drenagem subterrânea – que é considerada não só o berço da arqueologia, mas também da paleontologia e espeleologia brasileira.
Parque Nacional da Serra da Capivara (PI)
Além de também ser tombado pelo IPHAN, o Parque Nacional é reconhecido mundialmente como Patrimônio Mundial, Cultural e Natural pela UNESCO, em 1991. O parque, localizado no sudeste do Piauí, preserva cerca de 400 sítios arqueológicos, a maioria deles com pinturas rupestres que remontam a um passado distante do homem. A unidade é um principais celeiros de pesquisas arqueológicas no Brasil e está aberta para visitação.
Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (MG)
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais, é conhecido por suas amplas cavernas e grutas rodeadas pelo verde da Mata Atlântica. Mas é entre as galerias das cavernas que está o outro patrimônio do parque: sua história. Dentro da unidade foram catalogados mais de 80 sítios arqueológicos e pinturas rupestres. O parque está aberto à visitação para quem quiser fazer um passeio pela natureza e pela pré-história brasileira.
Monumento Natural Estadual da Lapa Vermelha (MG)
Aos olhos desavisados, o Monumento Natural pode parecer uma pequena e desimportante unidade de conservação no universo de áreas protegidas mineiras. São apenas 34 hectares, localizados a cerca de 40 quilômetros de Belo Horizonte. Porém, foi na gruta Lapa Vermelha, que foi encontrada Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas, com mais de 11 mil anos de idade. Antes disso, milhares de fósseis de animais extintos da época do Pleistoceno já haviam sido descobertos por lá.
Parque Estadual da Pedra da Boca (PB)
O Parque Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, abriga um grande patrimônio geológico e histórico. O cenário exterior das formações rochosas já é suficiente para encantar os visitantes mas, é montanha adentro, nas cavernas e grutas do parque, que estão os tesouros. Pinturas rupestres colorem as paredes de rocha com hieróglifos, conhecidos como “Tradição nordeste”. Estes desenhos são atribuídos às tribos indígenas que viviam na região, pertencentes à nação dos Tapuia.
Parque Nacional de Sete Cidades (PI)
Localizado no Piauí, o Parque Nacional de Sete Cidades é outra unidade de conservação que confirma o potencial arqueológico escondido na Caatinga brasileira. No parque já foram registrados mais de 40 sítios reconhecidos pelo IPHAN que guardam vestígios da pré-história brasileira, datados com mais de 190 milhões de anos. As pinturas rupestres e o cenário construído pelas formações rochosas do parque levam os visitantes a uma viagem pelo passado.
Parque Nacional do Jaú (AM)
No coração da Amazônia brasileira, além de abrigar a natureza exuberante característica do bioma o parque guarda sítios arqueológicos que exibem vestígios da história da ocupação humana na região. As inscrições em pedras, chamadas de petroglifos, dão cor e forma ao passado indígena.
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