Especialistas internacionais vão propor soluções para o problema durante a Agenda de Desenvolvimento Bahia
08/03/2017
A Bahia possui 97municípios em situação de emergência, de acordo com informações da Defesa Civil do Estado. A estiagem tem causado desabastecimento de água potável nas cidades atingidas, além de prejuízos à agricultura e à pecuária em várias regiões, sobretudo no semiárido. Para debater alternativas a essa realidade, será realizado, no próximo dia 17/03, no Espaço Cultural Arlindo Fragoso, na Escola Politécnica da Ufba, o primeiro fórum da segunda edição do Programa Agenda de Desenvolvimento Bahia.
O evento terá palestrantes de renome internacional, entre eles o engenheiro chefe do Departamento de Companhias de Águas de Israel, Amir Schischa e o PhD em Engenharia Química /Tecnologias Ambientais, Asher Kiperstok First.
Engenheiro civil, com especialização em engenharia agrícola nas áreas de água e solos, Amir Schischa é vice-diretor da Divisão de Conservação da Água da Autoridade Israelense, presidente e membro dos comitês de Normas da Água e de Hidráulica do Instituto Israelense de Normas Técnicas.
O tema da palestra do profissional israelense será “Gestão do Ciclo Hídrico em Regiões de Escassez”. A escolha do representante da autoridade da água de Israel se deu por reconhecer que o modelo de gestão institucional e tecnológico israelense é um dos mais avançados do mundo, além de o país ter características climáticas semelhantes às do Brasil.
A gestão do uso da água será outro tema debatido durante o evento. Segundo o professor Asher Kiperstok, a Bahia registra grandes perdas de água em seu sistema de distribuição e a reutilização, por parte dos usuários, é praticamente inexistente.
De acordo com o professor, em torno de metade da água consumida em Salvador, por exemplo, é oriunda da Barragem de Pedra do Cavalo, que por sua vez é abastecida pelo Rio Paraguaçu. Asher lembra que o rio percorre boa parte do seu curso na região do semiárido, onde chove entre 400 e 800 mm por ano, e leva água para uma região que chove bem mais, na casa dos 1800 a 2000 mm por ano.
Apesar de se promover uma transposição de águas de regiões menos favorecidas, a água é distribuída de forma perdulária. Segundo o Sistema Nacional de Informações de Saneamento (2014) as perdas de água na distribuição na capital do estado atingem 48,8%.
“Infelizmente o abastecimento de água no país continua sendo abordado pelo viés da gestão da oferta. Isto é, se falta água, procuram-se novos mananciais, cada vez mais distantes. Urge se introduzir com vigor a lógica da gestão da demanda que priorize um uso mais racional da água, promovendo reduções significativas de perdas e desperdícios”.
A Agenda Bahia de Desenvolvimento é uma promoção do Crea-BA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia) e do IPB (Instituto Politécnico da Bahia).
Fonte: Ascom Crea-BA
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