Um dos mais respeitados biólogos do país realizou o sonho de fundar o maior aquário marinho da América do Sul. O trabalho já gera frutos para a ciência
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25 ago 2017, 19h26 - Publicado em 25 ago 2017, 19h24
VEJA/ABRIL
A relação de Szpilman com o mar sempre foi intensa: nasceu perto da praia, no bairro de Copacabana, e adorava pescar com o pai. Aos 11 anos, começou a mergulhar. Mas foi James Bond que o levou a seguir carreira de biólogo com o lançamento do filme 007: O Espião que me Amava (1977), devido à icônica cena em que o inglês confronta o antagonista com seu conhecimento de espécies de peixes.
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O aquário é capaz de receber até 8 000 animais (Stefano Martini/Estúdio ABC)
O filme não só inspirou Szpilman a estudar biologia como também o fez querer causar um impacto similar na vida das pessoas. Esses dois sonhos foram seu norte desde cedo. Primeiro, ele começou escrevendo livros – ao todo, tem cinco obras renomadas publicadas sobre identificação de peixes e tubarões e é reconhecido como um dos maiores especialistas brasileiros nesse tema.
Hoje ele colhe os frutos do bom trabalho no AquaRio. “Meu sonho é captar cada vez mais jovens brasileiros para a ciência. A maioria nunca viu um aquário e agora tem à disposição um equipamento de nível internacional”, orgulha-se. Todos os dias, mais de 1 000 crianças, de escolas públicas e privadas, passam por ali. “O AquaRio pode proporcionar esse ‘clique’ que eu tive a outros jovens. Já recebi várias mensagens de pessoas que resolveram estudar biologia após uma visita ao aquário. É muito gratificante.”
Referência para a biologia
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Hoje, 15 estudos inéditos de universidades brasileiras estão sendo desenvolvidos no AquaRio (Stefano Martini/Estúdio ABC)
Um dos estudos realizados no AquaRio tem potencial para ser utilizado em curto prazo: trata-se de uma pesquisa para combater o branqueamento de corais. “O coral é um animal que vive em simbiose com as algas, que dão cor e nutrientes a ele. Com as mudanças climáticas e a elevação da temperatura dos oceanos, a alga morre. Sem a alga, o coral perde sua cor e também morre”, explica. A famosa Grande Barreira de Coral na Austrália, por exemplo, sofre com esse problema – dois terços dela estão comprometidos com branqueamento de coral. Para reverter isso, a pesquisa conduzida no aquário do Rio de Janeiro utiliza probióticos para melhorar a saúde das algas e dos corais, mesmo com elevação de temperatura. “É exatamente o que eu esperava do aquário: proporcionar pesquisa séria, relevante e inédita”, comemora.
Proteção aos tubarões
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Sem medo: desmistificar a ideia que
tubarões, que sofrem com a pesca ilegal, são “feras assassinas” é uma
das metas do AquaRio (Stefano Martini/Estúdio ABC)
Com o AquaRio, seu poder de divulgar ciência – antes, por meio de livros e palestras – foi amplificado. “Agora consigo fazer com que as pessoas entendam a importância de preservar o ecossistema como um todo. Os tubarões matam, no máximo, de três a cinco pessoas por ano, e na maioria das vezes é acidental. Por outro lado, a humanidade mata de 100 a 150 milhões de tubarões todos os anos de forma cruel, por meio da pesca ilegal de barbatanas. Cerca de 120 países participam dessa atividade vergonhosa e totalmente insustentável, incluindo o Brasil. Ao capturarem um tubarão, as embarcações ilegais cortam as nadadeiras e devolvem o animal vivo ao mar, incapaz de nadar”, relata.
O motivo: o tráfico de barbatanas movimenta muito dinheiro. “Enquanto 1 quilo de carne de tubarão vale 1 dólar, 1 quilo de barbatana vale 100 dólares. Existe uma demanda extraordinária por elas, especialmente na China. Lá, a sopa de barbatana é um símbolo de status, e muitos chineses, cerca de 300 milhões, entraram na classe média querendo consumi-la”, explica.
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No aquário, os tubarões são vistos com outros olhos (Stefano Martini/Estúdio ABC)
Atualmente, o AquaRio já estuda a reprodução em cativeiro de tubarões, cavalos-marinhos, arraias e outras espécies marinhas, incluindo as ameaçadas. A sociedade inteira agradece.
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(CFBio//Aquário brasileiro busca revolucionar a biologia marinha/Divulgação)
A decisão do governo
Michel Temer de extinguir Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca)
gerou revolta de diversos famosos. Os casos que mais chamaram atenção
foram da cantora Ivete Sangalo e da modelo Gisele Bündchen.
"Qu... - Veja mais em
https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2017/08/25/com-gisele-e-ivete-famosos-se-revoltam-contra-decisao-de-temer-vergonha.htm?cmpid=copiaecolaUm dos mais respeitados biólogos do país
realizou o sonho de fundar o maior aquário marinho da América do Sul. O
trabalho já gera frutos para a ciência
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