Exposição excessiva à luz artificial após o pôr do sol favorece o surgimento desse tipo de tumor em longo prazo, aponta estudo
Vand Vieira, da Saúde
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23 ago 2017, 20h19
Câncer de mama: a exposição crônica à luz artificial depois do entardecer bagunça nosso ciclo circadiano (Divulgação/Divulgação) |
Você costuma deixar as luzes acesas durante a noite? Pois uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, indica que tal comportamento não aumenta só o valor da conta de energia.
Depois de avaliarem quase 110 mil mulheres, os experts observaram que voluntárias de regiões com maior luminosidade noturna ou que trabalhavam como enfermeiras ao longo da madrugada eram 14% mais propensas ao câncer de mama em comparação às demais participantes.
Os dados foram coletados de 1989 a 2013. Fatores de risco relacionados ao câncer de mama foram incluídos no levantamento para descartar eventuais confusões nos resultados.
Aliás, a associação entre luminosidade noturna e câncer de mama só existiu naquelas que eram ou já foram fumantes ou na turma que estava na pré-menopausa. Por quê? Não se sabe.
A principal hipótese para esse elo começa pelo fato de que a exposição crônica à luz artificial depois do entardecer bagunça nosso ciclo circadiano, o popular relógio biológico.
Como consequência, alteraria o nível e o funcionamento de estrogênio e progesterona — os hormônios sexuais femininos. E sabe-se que essas substâncias, em excesso, estão ligadas a tumores femininos.
“Investigações mais aprofundadas são necessárias para que essa associação seja confirmada e, se for o caso, melhor compreendida”, comentou, em comunicado à imprensa, o oncologista Stephen Stefani, do Hospital do Câncer Mãe de Deus, no Rio Grande do Sul.
Vale destacar que as luzes artificiais não saem apenas de postes ou lâmpadas na sala. O seu celular é uma fonte e tanto de luminosidade — e pode, sim, destrambelhar o relógio biológico, principalmente se você recorre a ele na cama, quando deveria estar dormindo.
Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Saúde.
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