No total, 133 pessoas viajavam na embarcação, 129 passageiros e 4 tripulantes
Da Redação CORREIO DA BAHIA
24.08.2017, 08:24:28
Atualizado: 24.08.2017, 13:52:31
Um acidente envolvendo uma embarcação da
Asssociação de Transportadores Maritímos da Bahia (Astramab) deixa
desaparecidos na manhã desta quinta-feira (24) em Mar Grande, na Ilha de
Itaparica. A Marinha confirmou que 23 pessoas foram encontradas mortas.
Ao CORREIO por telefone, o tenente Fernando
Araújo contou que, por volta de 11h, havia 17 corpos em Mar Grande - e o
restante em Salvador. No total, 133 pessoas viajavam na embarcação,
129 passageiros e 4 tripulantes.
A lancha Cavalo Marinho I, que tem
capacidade para transportar 162 passageiros, virou pouco depois de sair
do terminal de Mar Grande. O Comando do 2º Distrito Naval informou que
ainda não há detalhes sobre o ocorrido.
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab)
informou que, preliminarmente, 70 resgatados foram levados para a UPA de
Mar Grande e outros 15 deram entrada no Hospital Geral de
Itaparica. Destes, dois foram conduzidos para o Hospital do Subúrbio e
um para o Hospital Geral do Estado, em Salvador. O estado de saúde das
vítimas ainda não foi informado. Outras, 34 vítimas foram atendidas no
Terminal Marítimo, em Salvador
Cinco lanchas, quatro navios da Marinha,
com mergulhadores, e 130 militares participam do resgate. Três navios da
Base Naval de Aratu e três lanchas da Capitania dos Portos foram
deslocadas para o local do naufrágio para auxiliar nas buscas. "Nós
recebemos um chamado de emergência via rádio por volta das 8h e, em
seguida, mandamos três embarcações de resgate imediatamente. Três navios
da base com médico a bordo e todo aparato para dar socorro está a
caminho. Também acionamos outros órgãos como o Graer, Samu e Bombeiros",
disse o capitão-tenente da Marinha, Fernando Jeann Tôrres Araújo.
Pescadores e moradores auxiliam no resgate
levando as vítimas para a areia da praia. Moradores de Mar Grande foram
para o pier assim que souberam do acidente. Embarcações particulares
tentam se aproximar do local do naufrágio para ajudar a socorrer as
vítimas.
A Polícia Militar, por meio do Grupamento
Aéreo (Graer) e da 5ª Companhia Independente de Polícia Militar
(CIPM/Ilha de Vera Cruz), informou que 9h uma aeronave do Graer
transportou uma das vítimas para o Hospital do Subúrbio, em Salvador. Em
seguida o helicóptero retornou para dar apoio às demais vítimas do
acidente.
Pai carrega corpo de filho morto em acidente (Foto: Marina Silva/CORREIO)
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Sobreviventes
Os sobreviventes do naufrágio da lancha Cavalo Marinho I, na manhã desta quinta-feira (24), começaram a chegar em Salvador por volta das 9h30. Ao desembarcar no Terminal Marítimo, as vítimas foram colocadas dentro de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No local, tinha três ambulâncias do Samu e uma do Corpo de Bombeiros.
Um bebê de um ano que havia sido resgatado
do naufrágio não resistiu e morreu por volta das 11h. Equipes do Samu
tentaram reanimar a criança, que já chegou ao terminal sem sinais
vitais.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde
(SMS) em Salvador, as vítimas estão sendo levadas para o Hospital do
Subúrbio. Na Ilha, as vítimas estão sendo atendidas na Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) de Mar Grande. O estado de saúde das vítimas ainda
não foi confirmado.
No Terminal Marítimo de Passageiros do
Porto de Salvador a comoção é grande. Familiares e amigos chegaram ao
local para acompanhar a chegada dos sobreviventes. Muitas pessoas
choraram ao reencontrar seus parentes.
Uma das sobreviventes é a faxineira
Morenina Santana, 35 anos. Ela conta que toda quinta-feira vem para
Salvador fazer faxina. "Quando eu percebi que tinha virado eu já estava
em baixo da água tentando respirar e não cosneguia. Eu pedi tanto a Deus
que eu suspendi a cabeça e tive a respiração. As madeiras começaram a
quebrar. O barco começou a desmanchar", contou emocionada.
Quem também estava na lancha no momento do
acidente foi o produtor musical, Mateus Alves Ramos, 23 anos. Ele pegou a
lancha de 6h30. Seu pai, Marival Ramos, pegou a de 6h. Assim que soube
do acidente, Marival foi para o terminal náutico de Salvador para onde
os sobreviventes estão sendo levados. "Meu colete eu dei a uma senhora,
que desmaiou na água. Me segurei em uma bóia. Eu faço a travessia uma
vez na semana.O barco surfou em cima de uma onda e não conseguiu tirar
da outra onda", contou Mateus.
A adminsitradora de condomínios Meire Reis, 53 anos, sobrevieu à tragédia que deixou mortos e feridos depois a lancha Cavalo Marinho virou
na manhã desta quinta-feira (24) durante a travessia Mar Grande para
Salvador. Ela relata que conseguiu sobreviver pois tinha visto ontem
(23) na televisão o naufrágio que aconteceu no Pará.
"Eu vi a reportagem de Belém (Pará) e aí eu
perguntei a ele (meu marido) se acontecesse isso aqui o que eu devo
fazer. E ele fez e ensinou tudo como fazer para me salvar: respirar, me
afastar porque o que mata é o povo que fica em cima. Tudo que ele me
ensinou foi o que eu fiz. Hoje eu estou viva e salva graças a ele, ao
que ele me ensinou", disse.
O CORREIO tentou contato com a Astramab
para confirmar a quantidade de passageiros à bordo da embaração mas, até
o momento, não obteve êxito.
Veja imagens do acidente:
População acompanha o resgate (Foto: Marina Silva/Correio*)
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Pescadores ajudam no resgate (Foto: Marina Silva/Correio*)
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Embarcação naufraga após sair de Mar Grande (Foto: Reprodução/Foto do Leitor) |
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