Acidente ocorreu em 2014 e a FAB cogitou trazer a aeronave voando; estudos mostraram que era melhor desmontar e trazer as partes utilizáveis para o Brasil.
Por Carolina Dantas, G1
Após mais de dois anos "encalhado" na Antártica, o avião Hércules C-130
da Força Aérea Brasileira foi desmontado e transportado de volta ao
Brasil em fevereiro deste ano. As imagens do processo foram divulgadas
FAB, a pedido do G1.
O acidente ocorreu com a aeronave em 27 de novembro de 2014, na Ilha
Rei George. O cargueiro que transportava militares e civis pousou de
barriga, o que provocou danos em uma de suas hélices e nos trens de
pouso. O impacto não deixou feridos, mas causou vazamento do
combustível.
Desde então, o Hércules C-130 estava em território antártico. De
acordo com especialistas, o fato de o país manter a aeronave por lá
estaria ferindo o Tratado Antártico, que rege as atividades na região e
proíbe os Estados-membros de deixarem resíduos em qualquer parte do
território, com biodiversidade considerada sensível a impactos
ambientais.
A FAB enviou uma equipe de técnicos e mecânicos para desinterditar a
pista. Alguns equipamentos foram removidos e o avião foi colocado em
posição segura, com instabilidade. Em seguida, foram avaliadas quais
eram as possibilidades de reparo. Na época do acidente, a Aeronáutica
afirmou que os vazamentos fluidos foram contidos e que todos os resíduos
foram recolhidos logo após o pouso.
Estudos foram realizados no Hércules. Foram consideradas as seguintes
possibilidades: retirar a aeronave em condições de voo; desmontá-la para
transporte; e o aproveitamento de equipamentos, com retorno ao Brasil, e
o corte da fuselagem no local.
A FAB informou que considerou as adversidades climáticas do continente,
as limitações logísticas, os riscos operacionais e, principalmente, os
custos envolvidos na hora de decidir qual destino levaria do cargueiro.
Eles chegaram à conclusão que o melhor era a terceira opção citada
acima.
O efetivo corte e o descarte das partes que não eram aproveitáveis
foram feitos entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017. Tudo que era
possível de ser recuperado e reutilizado foi enviado de volta ao Brasil.
O espaço onde estava preso o avião foi completamente limpo, de acordo
com a FAB, e os resíduos foram embarcados em contêineres. O Navio Ary
Rongel da Marinha do Brasil apoiou todo o processo.
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