Equipe da Universidade Stanford testou os fármacos em camundongos.
Em novo estudo da Faculdade de Medicina da Universidade Stanford, os
remédios erlotinib e sunitinib, usados há mais de uma década para o
tratamento de câncer, foram testados em camundongos e se mostraram
eficientes para enfraquecer os vírus do ebola e da dengue.
Os pesquisadores usaram a combinação destes dois fármacos durante
vários dias -- em doses equivalentes àquelas declaradas seguras para
pacientes com câncer. Os resultados demonstraram que tais doses
melhoraram substancialmente as taxas de sobrevivência entre os
camundongos infectados por dengue ou ebola.
De acordo com os cientistas, esses remédios funcionam contra vírus tão
diferentes porque o erlotinib e o sunitinib inibem duas enzimas (AAK1 e
GAK). Elas não são o alvo primário dos dois fármacos, mas eles
prejudicam a sua função. A questão é que muitos vírus -- não apenas o
ebola e a dengue -- utilizam essas enzimas para conseguir infectar as
células humanas.
Desta forma, inibindo as enzimas GAK e AAK1, a dupla de remédios
consegue fechar o processo de infecção viral. Os pesquisadores de
Stanford também testaram a combinação dessas drogas contra o zika, a
hepatite C e o vírus da febre do Nilo Ocidental, mas apenas em
laboratório, sem o uso de camundongos. Ambos remédios também foram
efetivos nestes casos.
“Mostramos que uma única combinação de drogas pode ser eficaz para uma
ampla gama de vírus, mesmo que eles sejam amplamente separados em sua
árvore evolutiva”, disse Shirit Einav, autor do estudo.
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