Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Hipopótamo é assassinado a facadas em zoológico e choca El Salvador

Hipopótamo é assassinado a facadas em zoológico e choca El Salvador

Quantidade de ferimentos no rosto do animal sugere que ele estivesse tentando se defender das facadas  (Foto: Secretaria de Cultura de El Salvador)Quantidade de ferimentos no rosto do animal sugere que ele estivesse tentando se defender das facadas  (Foto: Secretaria de Cultura de El Salvador)
Quantidade de ferimentos no rosto do animal sugere que ele estivesse tentando se defender das facadas (Foto: Secretaria de Cultura de El Salvador) 
 
Um dos animais mais famosos e queridos de El Salvador foi brutalmente assassinado dentro do zoológico nacional na semana passada.
O hipopótamo Gustavito, de 15 anos, foi espancado e atingido com armas pontiagudas dentro de sua jaula, em um ataque descrito por autoridades locais como "covarde e desumano".
A polícia ainda tenta identificar os autores e qual teria sido a motivação do ataque ao único hipopótamo de El Salvador, que não resistiu aos ferimentos e morreu no último domingo.
Segundo o repórter da BBC na América Central Will Grant, apesar de o país que não se chocar mais com assassinatos há muito tempo, a crueldade extrema que atingiu Gustavito despertou uma onda de ira e tristeza entre os salvadorenhos. 

Polícia ainda tenta identificar autores e a motivação do ataque ao único hipopótamo de El Salvador  (Foto: Parque Zoológico Nacional de El Salvador)
Polícia ainda tenta identificar autores e a motivação do ataque ao único hipopótamo de El Salvador (Foto: Parque Zoológico Nacional de El Salvador) 

 
El Salvador tem uma das taxas de homicídios mais altas do planeta, segundo dados divulgados pela ONU no mês passado. Em média, 10 pessoas morreram por dia no país desde o início do ano.

Crueldade

Na noite seguinte ao ataque, que aconteceu na madrugada de terça para quarta-feira, funcionários do zoológico perceberam que o animal se recusava a se alimentar e a sair da piscina de sua jaula.
O comportamento estranho foi o ponto de partida para que se identificassem cortes e hamatomas no rosto e no pescoço de Gustavito, que também apresentava sinais claros de estresse e agonia.


De acordo com equipe de veterinários, o hipopótamo apresentava "cólica e dor abdominal". A quantidade de ferimentos na cabeça do animal sugere que ele estivesse tentando se defender das facadas.
A secretaria anunciou uma investigação para identificar os assassinos. O zoológico nacional de El Salvador está fechado desde sexta-feira como medida de segurança.
"Fui testemunha do duro trabalho dos veterinários, biólogos e cuidadores para salvar a vida de Gustavito. Agradeço a demonstração incondicional de profissionalismo, já que passaram dia e noite fazendo os procedimentos necessários para reestabelecer sua saúde, dada a brutalidade com que foi agredido", disse Silvia Elena Regalado, secretária de Cultura da Presidência do país.

'Perdoe-nos, Gustavito'

Enquanto isso, salvadorenhos expressam tristeza e repulsa nas redes sociais. Muitos pedem investigações sobre a estrutura do zoológico, na tentativa de entender como um ataque dessa natureza pode acontecer tão facilmente.
No Twitter, a frase mais publicada é: "Perdoe-nos, Gustavito".
O hipopótamo chegou a El Salvador em outubro de 2004, de acordo com o site local El Faro. Antes dele, o hipopótamo Alfredito viveu no zoológico do país por 26 anos, até sua morte em 2004.
Parlamentares locais propuseram nesta segunda-feira uma reforma no Código Penal para garantir penas entre quatro e seis anos em casos de maus-tratos contra animais.
"O ato de crueldade contra o hipopótamo, um animal que não apresentava perigo a ninguém, é um reflexo da nossa sociedade doente e violenta", disse o documento proposto pela deputada Patricia Valdivieso.
As enormes taxas de violência e homicídios no país se explicam, principalmente, por brigas entre gangues, conhecidas na região como "maras" e presentes em toda a América Central.
Estes grupos criminosos surgiram inicialmente nas ruas de Los Angeles, nos Estados Unidos, nos anos 1980. Eram formados, em sua maioria, por filhos de migrantes salvadorenhos que fugiam da guerra civil que atingia o país.
Quando a guerra terminou, em 1992, muitos destes jovens voltaram para sua terra natal, trazendo consigo a cultura das gangues americanas. 

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VIDHA LINUS

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