Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sábado, 8 de abril de 2017

A maior onça já registrada em Mamirauá (mas existem maiores por aí)

Por Vandré Fonseca
sexta-feira, 07 abril 2017 00:27
Foto feita em 2016. Galego vive há anos na floresta de várzea da Reserva Mamirauá, mas só foi capturado e examinado agora. Foto: Registro de uma armadilha fotográfica do Instituto Mamirauá.
Foto feita em 2016. Galego vive há anos na floresta de várzea da Reserva Mamirauá, mas só foi capturado e examinado agora. Foto: Registro de uma armadilha fotográfica do Instituto Mamirauá.

Manaus, AM -- Uma onça-pintada de 72 quilos capturada em uma armadilha de laço surpreendeu pesquisadores do Instituto Mamirauá. Em dez anos de trabalho na Reserva de Desenvolvimento Sustentável, eles ainda não haviam encontrado um animal tão grande. Tudo bem que em outras regiões, onças pintadas pode chegar a quase o dobro deste tamanho. Mas é que as onças da várzea amazônica são bem menores que suas parentes do Pantanal e principalmente do cerrado venezuelano.
Galego, como o macho foi batizado, tem 11 quilos a mais do que a onça mais pesada que os pesquisadores havia registrado até então e 17 a mais do que a média dos machos capturados na RDS, segundo o que afirmou ao site da instituição o pesquisador Emiliano Esterci Ramalho, do Instituto Mamirauá. O bicho agora carrega um colar de telemetria e é seguido via satélite pelos pesquisadores.
O biólogo Rogério Fonseca, professor da Universidade Federal do Amazonas, concorda que é um animal grande para os padrões da várzea amazônica. Ele estuda a interação entre onças e populações humanas e conta que, no Pantanal, as onças chegam a 100 quilos. Mas as maiores estão no cerrado venezuelano. A maior já registrada tinha 140 quilos, de acordo com ele.

A veterinária do Instituto Mamirauá, Louise Maranhão, analisa a saúde de Galego. Depois de capturadas, as onças-pintadas são monitoradas por meio de colares de telemetria, que informam via satélite, a posição dos animais Foto: Emiliano Ramalho.
A veterinária do Instituto Mamirauá, Louise Maranhão, analisa a saúde de Galego. Depois de capturadas, as onças-pintadas são monitoradas por meio de colares de telemetria, que informam via satélite, a posição dos animais
Foto: Emiliano Ramalho.

“Na região amazônica existe um fluxo gênico maior do que na região do Pantanal. A nossa onça (da várzea amazônica) se especializou em caçadas de aves, répteis e raros mamíferos. Já a pantaneira é exímia caçadora de mamíferos, fica em pé para avistar presas. Além das habituais presas, os jacarés”, explica Rogério Fonseca.

Vida na água

O monitoramento das onças em Mamirauá já revelou um comportamento diferente dos animais desta região. Pintadas que vivem na floresta de várzea da RDS vivem cerca de quatro meses em cima das árvores, durante o período de inundação. Nos galhos, nadando de árvore em árvore, se alimentam e criam os filhotes.

Outra descoberta realizada ao longo de uma década de estudos é que na várzea existe uma alta densidade de onças pintadas, com mais de 10 animais para cada 100 km². A pesquisa é desenvolvida pelo Instituto Mamirauá, com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e da Fundação Gordon and Betty Moore.

Armadilhas fotográficas flagraram Galego momentos antes dele ser capturado. E a maior onça já registrada em Mamirauá ao longo de dez anos de estudo. Foto: Instituto Mamirauá.
Armadilhas fotográficas flagraram Galego momentos antes dele ser capturado. E a maior onça já registrada em Mamirauá ao longo de dez anos de estudo. Foto: Instituto Mamirauá.

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