Até então se pensava que rio tinha entre 1 e 1,5 milhão de anos. Estudo feito em parceria com universidades europeias mostrou que formação dos Andes determinou ‘nascimento’ do Amazonas.
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Rios amazônicos (Foto: Arquivo TG) |
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Brasília, em parceria com
cientistas europeus, descobriu que o rio Amazonas é oito milhões de anos
mais velho do que se pensava. A constatação se deu com base na análise
dos sedimentos encontrados no rio. A maioria, segundo os pesquisadores,
deriva da formação dos Andes no Mioceno tardio, período que vai de 10 a 5
milhões de anos atrás.
As pesquisas anteriores informavam que o Amazonas tinha entre 1 e 1,5
milhão de anos. De acordo com o professor e geólogo da UnB Roberto
Ventura, o Amazonas já existia, mas era pequeno e não chegava a se
encontrar com o oceano. A idade de 9 a 9,4 milhões é contada a partir da
expansão do rio para o Atlântico, formando o Amazonas que conhecemos
hoje.
“Na verdade, há 9 milhões de anos o Amazonas era um lago que corria pelo norte, foi nessa época que ocorreu a transcontinentalização do rio”, informou Ventura.
Para o professor, a descoberta é importante para entender o processo de
evolução do rio nesses últimos nove milhões de anos e projetar uma
tendência para o futuro. “Estão ocorrendo várias secas no Amazonas,
seguidas de períodos de cheias em tempos não previstos. E nós não vamos
conseguir entender esses fenômenos olhando apenas para o tempo
presente”.
Chuvas no Distrito Federal
Um ponto que segundo o pesquisador é relevante especificamente para
Brasília é que, o Amazonas determina também o regime de chuvas no
Distrito Federal.
“A chuva durante nosso verão em Brasília vem da Amazônia”.
Ventura explicou que essa barreira criada é fundamental para a
frequência de chuvas no centro-oeste do país e por isso entender os
fenômenos naquela região, pode contribuir para determinar também as
condições climáticas no Distrito Federal.
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Rio Amazonas na reigão de Santarém até Ituqui no Rio Amazonas. (Foto: Armando Carvalho/TV Tapajós) |
Ventura explicou que, para a geologia o rio ainda é “jovem”. As
mudanças são “recentes’, mas transformaram totalmente a paisagem na
região. De acordo com o resultado da pesquisa, a floresta de planície
que atualmente é vista na Amazônia, começou a se formar há nove milhões
de anos com a expansão do rio e com as mudanças tectônicas dos Andes.
“Os Andes começaram a se levantar e empurraram o Amazonas pelo
continente fazendo com que ele carregasse sedimentos da cordilheira por
toda a região, mudando a vegetação e a biodiversidade local.”
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