A descoberta inusitada pode ajudar outros pesquisadores a desenvolverem órgãos humanos artificiais
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4 abr 2017, 07h30
- Atualizado em 4 abr 2017, 10h23 EXAME/ABRIL
Espinafre: as folhas foram lavadas com um tipo de detergente (Worcester Polytechnic Institute/Divulgação) |
Para criar essa estrutura, os pesquisadores usaram um tipo de “detergente” que remove o material celular do espinafre. Com isso, eles conseguiram deixar as folhas praticamente transparentes, revelando apenas suas redes vasculares.
Outro material importante que ficou intacto após a lavagem foi a celulose que, segundo os autores, é conhecida por ser compatível com tecido mamífero. “A celulose tem sido usada em uma ampla variedade de aplicações de medicina regenerativa, como engenharia de tecido de cartilagem, de tecido ósseo e cicatrização de feridas”, escrevem os pesquisadores no artigo.
Depois, os cientistas infundiram a matriz da celulose com células cardíacas humanas. Após cinco dias, elas se reproduziram e começaram a se construir espontaneamente, como acontece com um coração humano tradicional. A equipe também introduziu fluidos avermelhados, similares ao sangue humano, na estrutura.
Tecidos humanos em grande escala já foram criados em laboratório usando a impressão 3D. No entanto, o cultivo dos vasos sanguíneos sempre foi um obstáculo a ser ultrapassado para o desenvolvimento saudável do tecido.
“O principal fator limitante para a engenharia de tecidos é a falta de uma rede vascular”, disse o coautor do estudo, Joshua Gershlak, em vídeo que descreve a pesquisa. “Sem essa rede vascular, há uma grande possibilidade de morte do tecido.”
De acordo com os autores, o mesmo método utilizado com o espinafre poderia ser replicado com tipos diferentes de plantas. As células da madeira, por exemplo, poderiam substituir células ósseas humanas eventualmente.
A pesquisa ainda é apenas uma prova do conceito criado pelos cientistas. Eles ainda precisam se certificar que o espinafre não será rejeitado pelo corpo humano. Além disso, eles planejam criar folhas mais resistentes, que tenham a espessura da parede que cobre o coração.
“Temos muito mais trabalho a fazer, mas até agora isso é muito promissor”, disse o coautor do estudo Glenn Gaudette, no vídeo. “Adaptar plantas que os agricultores têm cultivado há milhares de anos para uso em engenharia de tecidos poderia resolver uma série de problemas que limitam o campo.”
Confira abaixo o vídeo (em inglês) sobre a pesquisa:
Disponível: http://exame.abril.com.br/ciencia/cientistas-transformam-espinafre-em-tecido-cardiaco-humano/
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