02 mar 2017 11:41h
A inoperância
da justiça e o substancial aumento do crime, faz com que a sociedade banalize a vida fazendo justiça com as próprias
mãos, esquecendo as regras da Lei tornando o convívio social ainda mais instável.
Não
é difícil ouvir relatos de que pessoas ocupando cada vez mais o lugar da
justiça, fazendo com que ela aconteça nos moldes “olho por olho e dente por
dente”.
Os
registros destas barbáries, circula nas
redes sociais e pessoas sentem prazer diante das imagens gravadas e vistas nas
câmaras de celulares. Chegou-se a um limite do absurdo, que não dar pra dividir
qual maior frieza se de quem assiste ou grava tal sena (como se o fosse cinegrafista
de um filme de terror).
Algumas
leis criadas valorizam muito mais o cidadão que se torna
bandido, do que ajudar a manter o cidadão firme nos ideais da boa conduta. Esta
desvirtuação dos valores éticos é provado em algumas comparações:
a) Salário
mínimo pago ao trabalhador 933,00,
auxilio reclusão:
A partir de
01/01/2017
|
1.292, 43
|
PORTARIA N°8, DE
13/01/2017
|
Acesso 01/04/2017: http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/todos-os-servicos/auxilio-reclusao/valor-limite-para-direito-ao-auxilio-reclusao/
b) STF,
“famílias de presos mortos têm direito à indenização” (G1,2017).
Pergunta:
As das vitimas não tem?
c) Custo
com preso X custo com aluno
Um preso no Brasil
custa R$ 2,4 mil por mês e um estudante do ensino médio custa R$ 2,2 mil por ano.
(CNJ, 2016)
Segundo
Ministério da Justiça (2013) as estatísticas podem criar um raio X do crime, apresentando
predominância de sexo, cor, escolaridade, localização e determinada classe social.
Estes
dados e muitos outros deveriam servir como base para mudar esta realidade, já
que são sistematizados com objetivos de criar novas ações e políticas sociais para reduzir os números da criminalidade.
A
meu ver existem duas linhas, uma de quem quer viver sob as regras sociais e com
dever de cumpri-la, outra a de quem prefere está na contra mão, infringindo os
preceitos mínimos que regem ou pelos menos deveriam reger uma convivência
harmoniosa entre os membros desta sociedade. O resto é discussão jurídica, social
e cultural, cabendo interpretações diversas ao olhar de cada um.
As
leis que levam os delinquentes aos presídios (quando isso acontece) não traz
resultados favoráveis, devidos a alguns fatores:
- · Sistema penitenciário falido,
- · Superlotação;
- · A nossa lei não tem vez dentro do sistema carcerário, as regras lá são próprias;
- · Os melhores e mais aparelhados escritórios do crime organizado ficam dentro dos presídios, sendo seu custeio bancado por trabalhadores e mantido sobre a vigília do Estado;
- · A corrupção também opera no sistema carcerário;
- · A melhor faculdade do crime está implantada dentro do sistema prisional.
Diante
dos fatos explicitados, torna-se necessário criar um modelo onde o preso se
qualifique, trabalhe pra se sustentar e arcar com os danos causados a sociedade.
Devendo enquanto encarcerado, se qualificar, adquirir uma profissão e se preparar
para viver como cidadão quando resgatar sua liberdade.
Se
privatizam outros setores, por que não
as cadeias e penitenciárias? Por que não melhorar a atuação do poder
judiciário?
Na
versão atual, a conta paga por todos brasileiros para melhorar o caráter do indivíduo
infrator, não funciona, pois o sistema o devolverá ainda pior do que recebeu.
Se
estes recursos fossem aplicados em educação e geração de oportunidades, não
existiriam tantos jovens infratores e criminosos.
O
melhor caminho nestes tempos de Lava Jato, será cobrar soluções a curto e médio prazo, substituindo o longo
prazo pelo termo urgência, já que estamos próximo a um colapso social e as
pessoas descrentes da justiça e da força policial, estão tomando pra si o direito de fazer justiça com as
próprias mãos.
Alguns
quesitos ajudariam a reduzir a extensa
fila dos delinquentes com destino às faculdades do crime (penitenciarias e casas
de detenções). exemplos:
- A presença do Estado com suas políticas públicas;
- Formação inicial na educação de base até o ensino superior de qualidade com acesso a todos, conforme direito Constitucional;
- A atenção do setor público e da própria sociedade na preparação profissional voltado a ocupação laboral e ou produtiva, de acordo com a necessidade local desde o campo às pequenas e grandes cidades;
- A reinserção dos valores da Familiar na sociedade contemporânea, com base no respeito mutuo de modo permitir o convívio com as diferenças e novos contextos sociais.
É difícil crê numa reformulação para sociedade justa, enquanto grande parte dos governantes sendo corruptos continuarem a
utilizar da caneta do poder para ditar regras e manobrar o destino do povo em
seu próprio favor.
O
certo é que diante deste cenário continuaremos por muito tempo sem saber o real
valor da vida, seja ela do bandido ou do honesto.
0 comentários:
Postar um comentário