Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

domingo, 2 de abril de 2017

Ganhar uma família




Adoção de gatos"; "adoção de cães"; "adoção de animais". São estas as três primeiras sugestões do Google quando se escreve a palavra "adoção" no motor de busca. Os resultados devolvidos espontaneamente dependem sobretudo da frequência com que as expressões são procuradas na internet. Na primeira página de resultados apresentados, à exceção da descrição da Wikipedia e de dois links oficiais para a página da Segurança Social, só há esclarecimentos para famílias que procurem um bicho para levar para casa. Se o que procura é informação sobre o processo de adoção de crianças, dificuldades com que deve contar, tempo médio de espera, etc., tem de ser muito mais específico.

Há em Portugal cerca de 800 crianças órfãs, abandonadas ou retiradas aos pais por viverem com falta de condições, em insegurança ou porque a família não tem interesse em criá-los - e que não têm mais ninguém próximo que queira cuidar deles. São mais do dobro os adultos atualmente inscritos para acolher miúdos que não são seus, que nem sequer conhecem, para fazer deles família. E, no entanto, a maioria destes possíveis futuros pais fica uns sete anos à espera até que o processo de adoção avance. 
Não é culpa da burocracia ou justificável com excesso de zelo das instituições envolvidas nos processos - embora também aconteça. A verdade é que muitos destes atrasos se justificam pelo simples facto de que não há paralelo entre a realidade e o que os candidatos a adotar pretendem.
E esse é o lado mais sombrio da adoção: miúdos com mais de 2 anos, com problemas de saúde (ainda que não graves) ou que tenham irmãos também à espera de ser adotados ficam para trás com demasiada frequência. São crianças como as demais, que viveriam melhor, mais felizes, em família, mas que não têm quem queira levá-las para casa. Rejeitadas uma e outra vez porque a adoção ainda é socialmente encarada muito mais como uma alternativa para quem quer ser pai ou mãe e não consegue ter filhos do que como uma solução para os mais frágeis entre nós. É esta visão que é preciso mudar já.

Disponível: http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-da-direcao/interior/ganhar-uma-familia-5765037.html?utm_term=BES%3A+Suica+bloqueou+150+milhoes+de+euros+a+suspeitos+de+lavagem+de+dinheiro&utm_campaign=Editorial&utm_source=e-goi&utm_medium=email
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VIDHA LINUS

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