Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

sábado, 8 de abril de 2017

Tombamento permite acesso a verbas para restauração

Sáb , 08/04/2017 às 10:32 | Atualizado em: 08/04/2017 às 10:37
Gilson Jorge     A TARDE
Inaugurado em 1946, o Edifício Sulacap tem formas que remetem a um navio transatlântico - Foto: Mila Cordeiro | Ag. A TARDE
Inaugurado em 1946 como sucursal da Companhia Sulamérica de Capitalização, e depois eternizado como o ponto em que os trios elétricos fazem a  curva, o Edifício Sulacap está em processo de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac). E o melhor efeito prático é que isso facilita a captação de recursos oficiais para a reforma do prédio. Algo que já está sendo feito pelo condomínio de outro edifício icônico de Salvador, o Oceania, na Barra.
Pela lei, um imóvel tombado em função de sua importância histórica, cultural ou arquitetônica  não pode ser demolido nem sofrer alterações na fachada. Mas podem se habilitar a financiamento público e até privado para a realização de reformas. Como está acontecendo com o Edifício A TARDE, na Praça Castro Alves, que vai se tornar um hotel de luxo.
Depois de décadas em que a  preocupação com a conservação de imóveis em Salvador limitou-se ao casario colonial, prédios modernos, art déco e neoclássicos começam a despertar mais interesse.
Formas aerodinâmicas
“O Sulacap detém formas aerodinâmicas que remetem ao design industrial, aos transatlânticos, trens e automóveis, sugerindo velocidade, mais um item da modernidade urbana na arquitetura Déco”,  afirma a arquiteta do Ipac Lígia Larcher.  Especialista em art déco, Lígia foi  autora do parecer para tombamento do prédio, que na década de 60 abrigou em uma de suas 121 salas um estúdio onde Gilberto Gil gravou. 
Tombado pelo Iphan, o Solar Amado Bahia foi construído entre o final do século XIX e o começo do século XX, por Francisco Amado Bahia, um próspero comerciante de carnes que mandou vir da Europa materiais como o ferro fundido, utilizado na varanda.  “Alguns prédios, como o solar,  são exemplos de edificações únicas, em que se utilizou o melhor material disponível na época”, ressalta o vice-presidente do Conselho de Arquitetos e Urbanistas da Bahia (CAU), Raul Nobre.
O arquiteto salienta que, além do valor arquitetônico,  algumas dessas edificações foram valorizadas pela localização estratégica. Enquanto o Edifício Sulacap ocupava a esquina da Avenida Sete com a Rua Carlos Gomes, à época um reduto elitista, o Oceania foi construído justamente no encontro entre o Oceano Atlântico e a Baía de Todos-os-Santos.  
Vai virar museu
Tombada pelo Ipac, a Casa de Azulejo,  no Comércio, deve tornar-se a sede do Museu da Música, a ser construído com recursos do Prodetur. O secretário  de Cultura e Turismo de Salvador, Cláudio Tinoco, declarou  que o processo de implantação do museu tem três dimensões: projeto, modelo de operação e disponibilidade da área.  “O imóvel ainda está sob a posse e responsabilidade dos proprietários privados”, afirmou Tinoco, ao comentar a degradação contínua do imóvel.
Desde o ano passado, a prefeitura de Salvador também está autorizada a fazer tombamentos e já tombou o terreiro Vodun Zô, na Liberdade,  e o Monumento ao Cristo Redentor, na Barra.
Solar Amado Bahia: varandas de ferro fundido,  vindo da Inglaterra (Foto: Mila Cordeiro | Ag. A TARDE)

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