Análise de DNA detecta, em dentes fossilizados, a presença de protozoário que acometeu humanos há mais de 2.000 anos e hoje é responsável pelo tipo mais agressivo da malária
postado em 07/02/2017 06:05
/ atualizado em 07/02/2017 07:46
Cientistas analisaram molares de indivíduos do século 1: área muito vascularizada preservou partes do parasita |
Hipócrates, no século 5 a.C., desvinculou doenças febris das
superstições e passou a ligá-las à sazonalidade, um dos relatos mais
antigos da existência da malária. Não se sabe ao certo quando o
protozoário que desencadeia a doença entrou em contato com humanos.
Estima-se, porém, que ele exista há 50.000 anos. Traçar essa história é
um desafio aos cientistas, e um grupo de pesquisadores da Universidade
McMaster, no Canadá, tenta vencê-lo por meio de uma técnica baseada na
análise de DNA de fósseis. O instrumento também foi usado para decifrar o
passado da varíola, detalhado, recentemente, na revista Current
Biology.
Chamado RNA-bait, o método já é utilizado para capturar, no genoma,
genes específicos que possam conter mutações. Em fósseis, identifica os
patógenos causadores de epidemias e contribui para a comparação com a
linhagem ou variantes atuantes, tendo potencial de ajudar no
entendimento da origem e da evolução de micro-organismos que ameaçam os
homens, incluindo o comportamento dos vetores e hospedeiros.
“A
natureza da malária dificulta a detecção da doença em restos de
esqueletos humanos antigos. Por isso, usamos uma técnica que captura
apenas os genomas das espécies de malária, sem pegar o DNA de
micro-organismos que não estamos procurando”, explica Hendrik Poinar,
diretor do centro de pesquisas Ancient DNA da Universidade McMaster. O
autor sênior do estudo diz que o procedimento terá novas aplicações.
“Essa nova técnica pode ajudar a estudar infecções antigas do passado.”
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