Meio Ambiente & Desenvolvimento Humano

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Recessão e seca fazem PIB baiano cair 8,9% em 2 anos

PIB da Bahia cai 8,9% em 2 anos

Consultoria calcula efeitos de recessão e quebra de safra na Bahia

Renata Drews


A recessão enfrentada pelo país nos últimos dois anos causou a redução de 8,9% no Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia. O dado é do estudo feito pela Tendências Consultoria Integrada, que identificou queda em todos os estados brasileiros. Com isso, a economia do país retornou ao patamar de 2010. 
Segundo a pesquisa, liderada pelo economista e diretor de análise setorial e inteligência de mercado, Adriano Pitoli, em 13 unidades da Federação, a Bahia incluída, o retrocesso anulou todo o crescimento entre 2011 e 2014. Ou seja, o PIB está menor do que era em 2010. No ranking, a Bahia é o sétimo estado que mais encolheu, com 8,9%, superando a média nacional, teve déficit de 7,2% em dois anos.
Em 2016, as perdas na economia baiana foram maiores que em 2015. O quadro econômico foi agravado pela quebra da safra. A queda do PIB nacional, em 2016, foi de 3,5% e na Bahia, de 6,4%. Em 2015, a economia baiana encolheu 2,7% e a nacional, 3,5%. 
O resultado nacional está “fundamentalmente ligado à bruta recessão econômica no país, e tem origem interna. Na nossa avaliação, ela decorre de uma prolongada má gestão econômica do governo, que levou a economia para, quase, um colapso”, disse o economista.
De acordo com Pitoli, no ano passado, a economia da Bahia chegou a patamares inferiores a 2010. Ele analisa a queda nos anos de 2015 e 2016. “A economia baiana voltou para patamares abaixo de 2010. Em dois anos,  a gente retrocedeu cinco. Ou seja, anulou os cinco anos anteriores de crescimento da economia na Bahia”, afirmou.
Ano de seca
A razão macro é a recessão. Mas, na Bahia, a principal razão da queda do PIB  se deu pela quebra da safra em 2016, devido à rigorosa seca enfrentada no estado. Segundo Pitoli, a Bahia foi o quarto estado mais afetado pela quebra da safra, que marcou encolhimento de 15,2% do PIB agropecuário.
Além da Bahia, os outros estados que mais sofreram com a recessão, segundo o estudo, foram São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Amazonas, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Distrito Federal. Os números oficiais do PIB ainda devem ser divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ontem à tarde, a reportagem tentou contato com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico na Bahia (SDE) e a  Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), para que os órgãos falassem sobre o estudo, mas não obteve sucesso.
Imagem: CORREIO Gráficos
Economia deve crescer 1,9% no estado, prevê estudo
Se os dois últimos anos foram de retração, com uma queda na economia baiana acima do que se verificou na média nacional, a boa notícia é que o cenário ficou para trás. Adiante, o cenário é de um crescimento do PIB baiano em 2017, com alta de 1,9%, segundo estimativa da Tendências. O número supera em 1,2 pontos percentuais a projeção para o país, de 0,7%.
“A estimativa é que com a volta da safra agrícola e com a recuperação esperada nas indústrias, o crescimento econômico na Bahia seja significamente maior que o do Brasil. Da mesma forma que a redução foi significamente pior, em 2016”, diz o economista e diretor de análise setorial e inteligência de mercado da Tendências, Adriano Pitoli.  
O PIB agropecuário tem perspectiva de recuperação em 2017. O estudo aponta a perspectiva de uma alta de 19,8%, superando a queda de 2016 (15,2%) em 4 pontos percentuais.  Para o pesquisador, com a safra de Verão, a melhora deve começar em breve, na zona rural. Mas só deve ser percebida, na capital baiana, no segundo semestre de 2017.
Pitoli aponta que a retomada mais acentuada deve ser identificada no agronegócio, nas indústrias, principalmente no setor automobilístico e, por último, a petroquímica. Serviços em geral têm expectativa de recuperação lenta. O comércio ainda não vai se beneficiar, devido às condições do mercado de trabalho, acredita ele. 

 

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